SulAmérica investe em ‘coordenação de cuidado’ para conter custos em saúde para todos

Crescimento dos custos em saúde. O tema é antigo e parece que será eterno diante de tantas possibilidades levantadas pelos participantes do painel no painel “Crescimento do custo em saúde”, realizado no 4o Fórum de Saúde Suplementar, que começou ontem e termina hoje no Rio de Janeiro., por envolver uma enorme cadeia de prestadores, operadoras e consumidores. Fraudes, desperdícios e a crise justificam a escalada do preço, que acabou por deixar mais de 3 milhões sem planos pelo desemprego entre 2014 a 2017.

A solução mais viável é ofertar planos de saúde laterais de formas alternativas. Acho que dificilmente as pessoas não querem abrir mão do que tem hoje. Mas ter opções, que podem ser mais eficientes no longo prazo é vital, uma vez que os planos hoje não atendem aos anseios da sociedade e isso precisa mudar. Essa foi a opinião de Maurício Lopes, vice-presidente de saúde e odonto da SulAmérica e vice-presidente da FenaSaúde. “É preciso fazer a coordenação de cuidado”, afirma.

Veja abaixo a entrevista que Lopes deu ao blog Sonho Seguro:

Quais são as ações da SulAmérica no controle de custos derivados de fraudes e despesas administrativas, com vistas a ofertar um preço final mais competitivo? Em 2018, qual foi o resultado obtido?

Diversos fatores são levados em consideração quando falamos do preço final do plano de saúde para o usuário. Além da inflação médica, que registra índice bem acima da oficial no mundo todo, as fraudes e os desperdícios são pontos de atenção em relação aos gastos da saúde suplementar e abalam a sustentabilidade do sistema. O mau uso dos recursos tem como reflexo a escalada dos custos assistenciais. Em linhas gerais, priorizamos uma gestão equilibrada de subscrição, saúde e sinistros, com foco no crescimento sustentável da operação, o que tem sido importante para os bons resultados que temos conquistado no segmento em 2018. Nossa carteira de saúde continua a apresentar crescimento, com bons níveis de retenção e vendas novas, e já ultrapassamos 3 milhões de beneficiários. Entre as ações que têm contribuído para uma sinistralidade controlada neste ano, podemos citar nossas iniciativas de gestão de saúde e promoção de bem-estar, por meio do programa Saúde Ativa. No tocante a sinistros, adotamos algumas medidas que têm contribuído para reduzir os desperdícios, como a compra direta de materiais médico-hospitalares, a negociação de pacotes de remuneração junto à rede referenciada e a adoção de junta médica para casos complexos, de modo que sejam analisadas as melhores alternativas de tratamento para cada paciente, por exemplo.

E a remuneração e fraudes?

Para a sustentabilidade do sistema se faz necessário criar o modelo de remuneração a prestadores. Entendemos que é preciso construir um modelo mais focado em performance e desfecho do que em volume de procedimentos, que onera a cadeia de saúde como um todo e o próprio consumidor. Por isso, já iniciamos alguns projetos pilotos com certas especialidades. No que diz respeito às fraudes, especificamente, a SulAmérica estimula os segurados a, sempre que identificarem algum ato ilícito, registrarem denúncia nos canais da companhia, tendo em vista que elas podem onerar toda a cadeia – clientes, corretores e prestadores de serviço. Desenvolvemos campanhas anuais de prevenção e combate às fraudes extensivas a todos os corretores e funcionários com o objetivo de divulgar continuamente a “cultura de prevenção”, bem como treinamentos específicos que fazem parte do currículo básico de novos funcionários. Além disso, implementamos a circularização online para o caso de  dúvidas ou necessidade de confirmação de serviço prestado aos segurados. O processo é realizado de forma dinâmica e segura, com envio de um “push” ao cliente no aplicativo SulAmérica Saúde para confirmação do atendimento por prestador. Isso confere mais segurança e agilidade à apuração de suspeitas de fraudes, que antes era realizada por meio de envio de carta impressa.

Quais são as ações da SulAmérica para ajudar seus clientes a controlarem custos para reduzir o percentual de reajustes do plano? Tem dados que mostrem o resultado dos programas de prevenção?

O compartilhamento da responsabilidade do uso do plano de saúde com o beneficiário é um modelo justo e eficaz – e utilizado largamente ao redor do mundo -, que contribui para o maior envolvimento do consumidor nas decisões sobre a própria saúde. Vale dizer que esse modelo pode baratear os planos, o que é bom para todos, e a maior parte da carteira de clientes corporativos da SulAmérica já adota mecanismos de coparticipação, geralmente para consultas e exames. Beneficiários mais conscientes realizam adequadamente seus tratamentos, buscam exames realizados e agendam consultas de retorno no tempo correto, cuidando melhor da sua saúde. A mudança comportamental ocorre porque os usuários passam a acompanhar mais de perto os benefícios e os custos dos procedimentos aos quais são submetidos. Além disso, incentivamos a qualidade de vida dos clientes, por meio de uma visão de gestão integrada de saúde, que contempla o apoio à construção de hábitos saudáveis, prevenção de doenças e monitoramento de doenças crônicas. O programa Saúde Ativa oferece desde 2002 iniciativas de incentivo à saúde para estimular hábitos de vida mais saudáveis em diferentes linhas. Com essa estratégia, contribuímos com o aumento do nível de bem-estar e satisfação dos segurados, o que leva também à redução de sinistralidade e ao equilíbrio de custos.

E no caso do Idoso Bem Cuidado?

É programa desenvolvido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para fomentar um modelo integral e coordenado de atenção aos idosos, registramos, no período de um ano de implementação na SulAmérica, uma menor frequência de idas ao pronto-socorro (21%) da população acompanhada pela iniciativa em relação a outros segurados da mesma faixa etária. Em virtude do cuidado preventivo com a saúde, as internações dos participantes têm também menor duração (20%) e custo (32%).

Quais são as prioridades para 2019?

Em 2019, nossas prioridades serão reforçar a integração entre os elos da cadeia, por meio do cuidado coordenado, contribuindo para que seja mais equilibrada e eficiente para todos, oferecendo alternativas que contribuam para a assertividade das operações e a sustentabilidade dos custos. A integração dos sistemas de informações, a formação de médicos com perfil para a atenção primária, e o alinhamento desta às esferas secundárias e terciárias serão um trabalho constante desafiador. Também seguiremos investindo em ações que garantam mais saúde ao clientes, de forma preventiva, contribuindo para o uso consciente do plano e promovendo o engajamento em iniciativas de estímulo à qualidade de vida.

Atenção Primária à Saúde é prioridade para a saúde suplementar

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‘Como fortalecer a Atenção Primária à Saúde (APS) nos planos de saúde’ foi o principal tema da tarde de discussões ontem durante o 4º Fórum da Saúde Suplementar, organizado pela Federação Nacional da Saúde Suplementar (FenaSaúde). “Observei que no Brasil, a população procura primeiro o pronto socorro, muitas vezes sem necessidade”, afirmou o vice-presidente sênior da UnitedHealth Group, Lewis Sandy, que trouxe a experiência norte-americana sobre o tema.

A definição de APS é o fornecimento de cuidado de saúde primário acessível por médicos generalista para a população de forma ampla, ou seja, o conhecido médico de família. Sandy explicou que nos EUA, o paciente vai primeiro no seu médico de atendimento primário para verificar seus problemas e não utiliza o pronto atendimento para isso.

Porém para isso, foi necessário um investimento da sociedade americana ao longo do tempo para apresentar o valor da atenção primária que é o primeiro contato do paciente com uma análise e coordenação do indivíduo com foco na família e na comunidade. O processo ainda é debatido na sociedade americana que questiona o atendimento básico contra o especializado. Segundo o vice-presidente da UnitedHealth Group, a abrangência é o oposto da fragmentação. “Muitos especialistas envolvem mais custos, mais exames, mais medicações e intervenções. Além disso, o benefício do cuidado primário é maior para pessoas com mais doenças ou doenças complexas. Precisamos garantir que os cuidados especializados sejam adequados à população”, explicou.

Apesar do sistema americano já estar implementado, ainda há mais especialistas do que generalistas. Entre os estudantes de medicina, apenas um entre seis escolhe a clínica geral porque o sistema ainda não é abrangente. As organizações de Medical Care com atenção primária se tornaram a principal forma do mercado de saúde dos EUA, mas parte da população não aprovou o sistema. O setor de planos de saúde liberou o atendimento aos especialistas que aumentou os custos. A chegada de Obamacare reconheceu a importância do atendimento primário e o de pagamento por performance, ficando mais evidente, mas ainda não foi consolidado. Nos EUA, os custos com saúde primária são mais elevados e o desempenho está abaixo dos países da OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

Segundo os estudos de Sandy, a Atenção Primária do Brasil hoje é comparada ao processo que aconteceu nos anos 70 dos EUA. “É preciso mostrar o benefício. Fazer com que o paciente experimente o modelo de Atenção Primária para que possa apostar no modelo. Hoje o modelo é fragmentado fazendo que o paciente se frustre e acabe indo para a emergência. Há necessidade de criar equipe abrangente, acessível, coordenada e disponível”, orientou o palestrante.

A diferença de hoje e os EUA de 1970, é que o Brasil já pode adotar prontuários eletrônicos, aplicativos para acompanhamento do indivíduo, além de fazer a mudança colocando o paciente no centro do debate. Criar grupos de trocas entre pacientes com a mesma doença, formar equipes multidisciplinares, além de oferecer a Atenção Primaria de formar robusta, com melhor qualidade e menor custo foram as sugestões de Sandy para a aplicação do sistema no Brasil.

Gustavo Gusso, professor da Universidade de São Paulo (USP), empreendedor na área da Atenção Primária, confirma as dificuldades apontadas por Lewis Sandy e ainda alerta a necessidade de as faculdades de medicina brasileiras não tratarem a Atenção Primária no currículo. “Para me formar em APS fui em busca desta experiência no exterior. No Brasil, este tema ainda é focado na pobreza, na doença crônica e na prevenção devido ao modelo do SUS. Precisamos mudar este conceito e apresentar um sistema de acesso, no qual as doenças devem ser tratadas no atendimento de Atenção Primária. Temos a dificuldade da capilaridade do Brasil. A integração da rede é uma necessidade e precisa de investimento”, afirmou Gusso.

As operadoras de saúde têm dificuldades em implementar o sistema porque não existem profissionais aptos ao atendimento primário. O currículo das universidades segue o mercado que é baseado nos especialistas. Segundo Helton Freitas, presidente da Seguros Unimed, a maioria das operadoras não tem nenhum médico de família. O modelo de hoje é vender um catálogo de prestadores de serviço e quanto mais profissionais, melhor é o plano. “Hoje o mercado é regulado para entregar qualquer tipo de serviço, não um bom serviço. As iniciativas não estão adequadas ao procedimento regulatório brasileiro. Temos que olhar para o sistema de atenção primária europeu que entrega melhores resultados com custos melhores. O modelo americano é um modelo que tem um custo mais elevado”, esclareceu Freitas.

Para Augusto Aras, subprocurador-geral da República e coordenador da 3º Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal, a Atenção Primária é necessária para coibir abusos. “Temos que pautar o debate na defesa da sustentabilidade do mercado, na qualidade do serviço a ser prestado ao consumidor. A clínica médica é o primeiro passo para preservar a soberania do atendimento. Já temos o SUS com esta política pública, agora, cabe aos planos de saúde apostar no clínico geral e só depois indicar o especialista”, sugeriu Aras.

Segundo Ana Elisa Siqueira, presidente do Conselho da Aliança para a Saúde Populacional (ASAP), a comunicação e a experiência positiva farão com que haja engajamento dos usuários do plano de saúde. “Temos que deixar de ter um sistema baseado na doença e no hospital para oferecer um sistema de saúde preventiva. Esta é a oportunidade que temos para a sustentabilidade e a integração dos cuidados. A jornada do paciente tem que acontecer em uma mesma plataforma com os diferentes players e o usuário tem que ter a possibilidade de navegar neste sistema e ter informações completas da sua situação. No Brasil não temos dados. Sem dados ninguém assume o risco. Temos que fazer a mudança e reforma de modelo e de financiamento, mas tem que ser gradativo. A mudança tem que existir, mas tudo depende de incentivo. Nosso incentivo sempre foi no volume e não do valor. Esta mudança é necessária, mas tem que acontecer com cuidado, com diálogo e de uma maneira colaborativa senão não vamos sair do lugar”, ressaltou Ana Elisa.

O diretor geral e CEO do Hospital Sírio Libanês, Paulo Chapchap, afirma que há necessidade de dados integrados em toda a rede prestadora para que a implementação de um sistema de saúde primária seja efetiva. “Se não trabalharmos juntos com as seguradoras e operadoras, não haverá uma entrega de valor. Os dados devem ser gerenciados pelas operadoras para que estas ofereçam aos prestadores de serviço. É necessário ter todos os dados do sistema e que eles sejam acessíveis para poder fazer uma gestão adequada de saúde”, afirmou ChapChap.

ARTIGO: O mercado de seguros em 2033

por Marcelo Blay, fundador e CEO da Minuto Seguros

Previsões são sempre complexas, ainda mais quando tratamos de tecnologia e inovação no mundo atual, que tudo pode mudar de uma hora para outra. Portanto, entender e saber para onde estamos indo na busca da nova fronteira do mercado de seguros não deixa de ser um belo desafio. Talvez o ano relatado no título deste artigo, futuramente, mostre-se equivocado – provavelmente para menos – mas é inegável que estamos traçando um caminho muito interessante, com vertentes intrigantes, tanto para quem compra seguros (os clientes), como para quem fabrica (as seguradoras) e para aqueles que distribuem esse produto (os corretores).

O foco da indústria de seguros está mudando e isto é inegável. Se atualmente, a essência está em “detectar e reparar”, brevemente, mudará para “prever e prevenir”, com o intuito de, principalmente, diminuir a sinistralidade e possíveis acidentes evitáveis. Há uma estimativa de que seja reduzido em 30% a quantidade de acidentes que existem hoje. Isso será possível com a entrada contundente do foco na prevenção de acidentes e do monitoramento de riscos real-time. E, se mesmo assim o sinistro for inevitável, a agilidade nesse processo será enorme, pois os avisos poderão ser feitos por meio de chatbots, bem como o socorro poderá ser prestado mais rapidamente e, posteriormente, haverá análises sofisticadas que estudem o problema para que possa ser, mais uma vez, minimizado.

Além da mudança de foco para a prevenção, e não reparação, será evidente a necessidade de adaptação a que estarão sujeitos os corretores, seguradoras e prestadores de serviços, pois essas empresas vão centrar primordialmente em processos para melhorar a experiência do cliente em toda a jornada, desde a contratação, processos durante a vigência da apólice, passando pelo sinistro, para, enfim, chegar à renovação.

Dito isso, é importante frisar que sim, a tecnologia é importantíssima, mas jamais a centralidade do cliente pode ser perdida. E daqui a alguns anos, eles também irão esperar processos diferentes, tais como: produtos sob medida, preços acessíveis, técnicas invisíveis, simples e rápidas, coberturas flexíveis e descontos progressivos por meio do uso de programas de bom comportamento – APPs que darão dicas de saúde, de direção etc. É um esforço perdido tentar ir contra os desejos dos atuais clientes que já começam a dar pequenas sinalizações de suas vontades. Não acompanhar isso será um grande problema para pequenos, médios ou grandes conglomerados, pois serão atropelados pelos fatos.

Só que não serão apenas os clientes que terão benefícios com essas mudanças. As empresas, em especial as seguradoras, também se beneficiarão imensuravelmente, já que o uso de IA (Inteligência Artificial) irá redefinir a indústria de diversas formas. A explosão de dados permitirá que as seguradoras entendam melhor seus clientes, precifiquem de forma mais precisa e prestem serviços instantaneamente, independentemente da situação. Um exemplo claro disso é o uso de relógios que medem os dados vitais de um segurado, e emitem alertas e recomendações quando algo sair do habitual, como alterações drásticas em frequência cardíaca. De novo, a prevenção sendo ator principal, e não coadjuvante.

Essas mudanças trarão impacto até no conceito de risco e quem é responsável pelo quê. Afinal, quem responsabilizar por acidentes com carros autônomos, equipamentos agrícolas autônomos, drones ou robôs que fazem cirurgias? É algo a ser pensado e explorado, ainda mais quando isso abrirá margem de novas oportunidades para venda de produtos, serviços e canais de atendimento e comercialização.

Só que os benefícios para as seguradoras não se esgotam, já que é o momento de falar sobre a subscrição de riscos. Algo que que não é tão claro atualmente, mas irá passar por transformações nos próximos anos. Acredito que o ponto principal será que grande parte da coleta de informações não será mais necessária, pois os dados públicos e privados estarão à disposição. E não acabará aí: consigo prever a inteligência artificial estabelecendo perfis de risco, cotações instantâneas para todos os produtos, telemática e internet das coisas gerando gigantescas bases de dados, aprimoramento de produtos e precificação por meio de machine learning e por aí vai. Confesso que dá certa ansiedade para saber quando tudo isso, efetivamente, estará acontecendo.

Só que, mesmo em 2033, alguns componentes ainda separarão os ganhadores dos perdedores. Quem não incluir o elemento humano no relacionamento comercial, vai perder. É certo de que não há tecnologia, nem algo próximo, que substitua a empatia, emoção, paixão, criatividade, sentimento e solidariedade. Difícil imaginar a tecnologia substituindo o calor humano, tão necessário em momentos que precisamos do conforto de um ombro amigo.

Saúde: Disseminar informação, colocar o cliente no centro da discussão e muito diálogo

Disseminar informação. Essa é grande missão deste 4o. Fórum de Saúde Suplementar, que tem como tema “O Desafio da Eficiência em Saúde: Um Debate Inclusivo”. Segundo Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da Federação Nacional de Saúde (FenaSaúde), o desafio da eficiência em saúde exige um debate inclusivo. “A boa politica é a arte de gerenciar conflitos. Nossos recursos materiais e intelectuais são o que são e não o que gostaríamos que fossem. São tempos desafiadores. A inclusão e o acesso de novos beneficiários são vistos como ameaças e não como uma ação em prol de todo o segmento”, afirmou durante a abertura do evento.

“Seremos protagonistas ou vitimas”, questiona a presidente da FenaSaúde

Em 2017, a saúde suplementar movimentou receitas de R$ 180 bilhões, o que significou 2,7% do PIB. Desses, R$ 150 bilhões foram destinados a assistência social. Mais de 1,5 bilhão de procedimentos médicos e odontológicos. Mais de 137 mil estabelecimentos comerciais prestam serviço ao setor. Os números mostram a importância do setor e desafios e evidencia o papel social do nosso setor. É um desafio global, com um custo que sobe num ritmo maior do que inflação por diversos motivos, entre eles a ausência de uma política de coordenação da indústria de fármacos até a prestação de serviços médicos.

“Os desperdícios também são relevantes, com procedimentos desnecessários que podem ate causar danos aos pacientes. Por isso, o momento é de um diálogo inclusivo, que ajude a construir um segmento saudável a todos”. Segundo Solange Beatriz, não mudar significa ser mudado. “Seremos protagonistas ou vitimas”, questiona. Ela argumenta que o momento exige mais politica sadia, mais dialogo, mais consenso.

Marcio Coriolano, presidente da CNseg, aproveitou a preseça de ministros da Saúde e da Justiça na mesa de abertura para citar que recentemente, houve algum estranhamento sobre a retomada do Consu, o Conselho de Saúde Suplementar – do qual os ministros participam, assim como o ministro da Fazenda, o do Planejamento e da Casa Civil, como se estivesse sendo criado um cotovelo para a ANS.

“Muitos, como eu, sabem que não é assim. Trata-se, sim, de retomar uma instância de integração governamental, como são o CNSP, dos seguros privados, o CMN, do sistema financeiro, e tantos outros, que tem como função integrar políticas públicas”, citou. “E é evidente a tranversalidade de políticas de saúde, econômica e política do consumidor quando se trata da saúde suplementar.”

É preciso mirar em convergências que atendam a esses três eixos – o do cuidado da saúde, o da sustentação do financiamento e o do protagonismo do consumidor, enfatiza Coriolano

Para exemplificar a importância dessas instâncias, Coriolano citou, no caso do Consu, as suas conhecidas 23 resoluções de 1998 e 1999 foram seminais para firmar o atual marco regulatorio da saúde suplementar. “Estimo que todos os que participam da cadeia de valor da saúde suplementar já reuniram todos os diagnósticos sobre as disfunções que ainda pesam sobre o seu modelo assistencial. sobre a sua sustentabilidade econômica. e sobre o papel mais efetivo do beneficiário”, citou.

Agora é preciso, acrescentou, mirar em convergências que atendam a esses três eixos – o do cuidado da saúde, o da sustentação do financiamento e o do protagonismo do consumidor – em proveito das soluçōes que melhor atendam ao sistema. “Tenho certeza de que este evento caminhará nesta direção. e oferecerá alternativas viáveis para a ans e para o Consu”, finalizou.

Governo e empresas juntos – “Vamos ter de enfrentar juntos o envelhecimento da população. Precisamos cuidar de maneira preventiva de problemas como açúcar sódio e gordura na população. Temos o desafio do trânsito, do saneamento, do tabaco, do álcool, das drogas. Temos de melhorar a informação e informatização, como o prontuário eletrônico e agendamentos e assim ofertar um atendimento melhor na saúde pública e suplementar, que andam de mãos dadas para oferecer o que há de melhor para os brasileiros”, disse Gilberto Occhi, ministro de Estado da Saúde. Ele também reformou a importância de estimular a saúde primária, com médicos da família. Hoje, há apenas 5.486 profissionais, 1,4% dos médicos do país, com especialização em medicina da família.

“Sem o diálogo, não será possível superar os enormes desafios de encontrar uma forma de financiar a saúde”, disse Werson Rêgo, desembargador do Tribunal Regional do Rio de Janeiro e Coordenador-geral do Instituto Nêmesis. “Os recursos são limitados e finitos e precisam ser bem administrados, para que todos possam ter acesso aquilo que a nossa Constituição previu e promete”, afirmou. Temos problemas reais e soluções negociáveis. Os desafios são imensos e é preciso que haja transparência, lealdade e soluções que atendam a todos. E fundamental que o sistema como um todo esteja a estruturado em entidades independentes e técnicas, abertos ao diálogo, com o consumidor sendo representado.

Desafios no mundo – A palestra do diretor executivo e CEO do The Permanente Medical Group e professor de Medicina e Administração em Saúde da Universidade de Stanford, Robert Pearl, sobre ‘Os dilemas da assistência à saúde no mundo’ mostrou que o Brasil tem problemas semelhantes a outros países no setor de saúde e que existem quatro pilares básicos que podem reverter a situação da maioria das dificuldades do setor.

“Hoje o sistema é fragmentado. Se integrarmos todos haverá uma coordenação do atendimento. Não há concorrentes, haverá uma equipe em busca da solução”, disse Pearl

A primeira mudança deve acontecer é na integração de serviços de atendimentos de procedimentos e prontuários, ou seja, os médicos, hospitais e pacientes devem ter uma única referência. “Hoje o sistema é fragmentado. Se integrarmos todos haverá uma coordenação do atendimento. Não há concorrentes, haverá uma equipe em busca da solução”, explicou o palestrante. O outro ponto tratado foi a necessidade de mudar a forma de remuneração. O pagamento por serviço (fee for service) não oferece um tratamento completo, nem leva em consideração a prevenção. “Já é provado se há um olhar integral do problema, o paciente não morre de causas simples, como assepsias”, explicou.

Os dois pilares seguintes tratam do uso da tecnologia e da necessidade de preparo do profissional. “Existe muita tecnologia disponível, mas precisamos ter um prontuário eletrônico. Os médicos têm muitas informações do paciente que não vão para lugar nenhum. Se todos tiverem as informações do paciente, será muito mais rápido com acesso aos diagnósticos anteriores do paciente. Por fim, a educação deste setor teria que pensar em um intercâmbio entre faculdades de medicina e administração. Precisamos de líderes médicos para desenvolver equipes e grupos que pensem não só na doença e no tratamento específico, ma sim no paciente, na gestão do sistema através de um olhar global”, finalizou Pearl.

Boas e más notícias no Brasil – No primeiro debate do dia, Marcos Lisboa, diretor-presidente do Insper, sintetizou as necessidades do setor em uma única palavra: “diálogo”. Para ele, uma real mudança na economia e saúde no Brasil só acontecerá com uma conversa entre todos os setores. “Sem diálogo, sem sentar com judiciário e com os reguladores, não tem caminho possível”, afirmou.

Ele fez um amplo panorama dos desafios do Brasil nos próximos anos. Temos uma eleição domingo. Qualquer que seja o caminho, não se discutiu uma agenda de politica pública. O país parece dispensar uma oportunidade imensa. Estamos desperdiçando o bônus demográfico”, disse. Ele destacou os muitos desafios que o Brasil terá de enfrentar nos próximos anos. “Não sei se vou causar mais ansiedades em todos, mas os números nos mostram que temos muito a fazer para que a dívida pública não saia de controle e gere aumento de impostos ou a alta da inflação. Ambos levam a um maior custo de capital, o que gera menos investimentos, essenciais para criar empregos”, citou.

“Temos de instaurar o diálogo entre os poderes”, defende Lisboa

Para complicar a situação atual, com dívida pública que passou a representar 77% do PIB, o futuro está ai para ser encarado. Começa pela pirâmide demográfica, que se inverteu. “Temos menos jovens chegando ao mercado de trabalho. Um número crescente de idosos. 13% do PIB são consumidos para pagamentos em assistência social. O mesmo que o Japão gasta, só que ele tem três vezes mais idosos que o Brasil. Gastamos como um país de idosos, sendo ainda jovem. A consequência disso é que faltam investimentos em infraestrutura, saneamento e por aí vai”, enumerou.

A questão é: como vamos sair dessa armadilha. “Temos de instaurar o dialogo entre os poderes. A saúde suplementar mostra isso. ANS toma uma decisão e o judiciário diz que não é bem assim. Há anos se falava que os planos individuais iriam acabar. Acabou com essa regulamentação”, citou, enfatizando que o Brasil precisa amadurecer e discutir a agenda do país “Como votar contra a idade mínima para a aposentadoria?. Não tem como resolver o problema dos Estados — são sete que não pagam salários em dia — sem fazer a reforma da Previdência. Aposentadoria precoce de professores, policiais e judiciário. Sem fazer a reforma, não tem saída”.

A boa notícia é que o pais tem uma agenda, como melhorar a gestão publica, a gestão da educação, acertar o sistema tributário, abrir a economia para a concorrência. É certo que não dá para mudar a chave do dia para a noite e desprezar o custo social que vai ocorrer. Muitos investimento equivocados foram feitos, como usinas nucleares que não param em pé. E isso terá de ser avaliado”, elencou.

“O judiciário toma decisões que não são viáveis. As regulamentações são feitas sem debates necessários com o setor. O Brasil está encolhendo. Temos que tratar os problemas com maturidade. Não é um momento de otimismo, mas precisamos enfrentar os problemas de desperdício e má gestão. Diálogo, enfrentar os problemas e todos fazendo sacrifícios. Essa é a saída dos problemas, que são grandes, e cabe a nós enfrentá-los, finalizou Lisboa.

Fragmentação, um grave problema – Durante o debate, todos os participantes concordaram que existem muitos problemas no setor, que a fragmentação é um grave problema é que o paciente deve ser o centro do debate. Para Manoel Peres, diretor-presidente da Bradesco Saúde e Mediservice, o empoderamento individual do médico, sem pensar no coletivo não é factível para a solução do problema do paciente. O que foi reforçado por Romeu Cortes Domingues, presidente do Conselho de Administração da DASA, que complementou que há necessidade também de combater as práticas inadequadas. “Temos que mostrar o custo para o paciente. Temos que ter critérios e mudar a prática médica. Se o profissional for cobrado pelo resultado e pensando no paciente vai ajudar. Temos que usar a tecnologia de forma sustentável”, explicou Domingues.

A insatisfação do setor envolve todos os setores. Para Eduardo Amaro, presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), a judicialização, o aumento da frequência, a falta da atenção primária, entre outros problemas fazem com que existam dificuldades em toda a cadeia da Saúde Suplementar. “Precisamos de mais protocolos dentro dos hospitais para uma medicina mais adequada e racionalizada”, afirmou.

Antes de tudo, é preciso colocar o beneficiário no centro da discussão, afirma Fonseca, da ANS

Leandro Fonseca, diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), afirmou que a sustentabilidade do setor está em risco com a escaldada de custos. É preciso dar mais previsibilidade sobre o reajuste, discutir o rol de procedimentos entre outros problemas, citou. “Mas antes de tudo, é preciso colocar o beneficiário no centro da discussão. Quando todos fizerem isso, a concorrência ficará acirrada e forçará a mudança que nos levará a um ciclo virtuoso e provavelmente gastando menos”, aposta ele.

O custo do plano de saúde hoje já chega a representar em algumas empresas 15% da folha de pagamento, citou. “Temos problemas de escala para ser solucionado, o uso discriminado de especialização em serviços e isso faz com que o sistema seja pouco eficiente. Diversas medidas precisam ser tomadas, principalmente para que os operadores entreguem mais benefícios aos consumidores”, sentenciou. “Uma boa solução é tratar as causas. Não adianta querer um ação populista e só coibir o reajuste. É preciso tratar as causas para ter uma efetiva mudança de um sistema mais sustentável e evolutivo”, comentou Fonseca.

FenaSaúde apresenta 11 medidas para fortalecer a Saúde Suplementar em 2019

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) apresentou 11 medidas para o desenvolvimento do setor durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, no 4º Fórum da Saúde Suplementar, no Rio, a presidente da federação, Solange Beatriz Palheiro Mendes, o diretor executivo, José Cechin e o superintendente de Regulação, Sandro Leal, fizeram uma apresentação para a imprensa.

As propostas incluem:

1. Atenção Primária à Saúde (APS)

Baseado no livre acesso a especialistas, o modelo atual de atenção à saúde – predominante na Saúde Suplementar – é caro, ineficiente, gerador de desperdícios e não promove a saúde, operando apenas como um meio de tratamento de doenças.

A FenaSaúde defende o atendimento no modelo de Atenção Primária à Saúde (APS), como base do sistema para organizar a assistência e o encaminhamento para os outros níveis de atenção. Isto contribuirá para melhorar a eficiência na utilização dos recursos e a qualidade da assistência. A ideia principal do modelo é a de que o beneficiário passe a ser atendido e acompanhado por uma equipe multidisciplinar, liderada por um médico de família. Essa equipe passará a ser responsável pela gestão da saúde dos beneficiários a ela vinculados e, quando necessário, encaminhará os pacientes para o atendimento especializado.

2. Regulação dos prestadores e fornecedores

É importante deixar claro que não se pretende defender estritamente a regulação de preços ou a obrigatoriedade de regras para todos os prestadores de serviços, pois a FenaSaúde entende que a livre iniciativa deve ser preservada. Por sua vez, o fundamento econômico para qualquer regulação é a existência de falhas de mercado, típicas na Saúde Suplementar. A principal falha no setor é a assimetria de regulação entre os segmentos envolvidos. A regulação atual atinge apenas as operadoras. Esse fato desequilibra o poder negocial entre operadoras (reguladas) e prestadores (não regulados). É imperativo que a legislação atue para reduzir essa assimetria regulatória entre os setores.

Os prestadores de serviços que atendem aos beneficiários da Saúde Suplementar devem ter o dever da transparência, da prestação de informações financeiras, de padrões de atendimento e de qualidade assistencial. É preciso ressaltar que nem os consumidores e nem as operadoras são capazes de avaliar com precisão o desempenho assistencial.

3. Novas regras de reajuste dos planos individuais

A regulação de preços do setor de Saúde Suplementar não foi capaz de conter os reajustes acima da inflação – que são reflexos do aumento de custos – e ainda ocasionou a redução na oferta de planos individuais no mercado. A atual regulação atacou apenas o sintoma – do reajuste elevado de preços – e não a causa que são os custos crescentes com a despesa assistencial.

A FenaSaúde propõe um modelo de reajuste baseado em teto-de-preço, ficando aberta a possibilidade de reajustes acima desse teto para um conjunto de operadoras que justifiquem tal exceção com base em avaliação técnica, considerando-se critérios financeiros e atuariais. Portanto, a FenaSaúde sugere uma síntese entre a proposta feita pela ANS e o modelo de regulação adotado em alguns estados norte-americanos para seguros de saúde, que permitem a variação de preços acima do patamar estabelecido pelo órgão regulador, desde que esses reajustes sejam justificados.

4. Mudanças das regras para a incorporação de novas tecnologias

Nem toda nova tecnologia é custo-eficiente ou mesmo eficaz. Em muitos casos, aumenta-se o custo sem um benefício claro para o paciente. A incorporação de tecnologias é uma das principais causas do aumento de custos no setor, aqui e no mundo. A FenaSaúde propõe a realização de uma avaliação sistemática de tecnologias em saúde prévia à sua incorporação, considerando-se a eficácia, o custo-efetividade e a capacidade orçamentária da população, além da disponibilidade das novas tecnologias.

5. Combate às fraudes – tipificação de crimes

A FenaSaúde defende que um novo marco legal para o setor deva tratar detalhadamente dos casos de fraudes e abusos em contratos de prestação de serviços de saúde, vide a Máfia das Próteses. O comportamento antiético de uma minoria de prestadores acaba por gerar desperdícios e ineficiências em todo o sistema, além de colocar em risco a saúde e vida dos beneficiários. Vale ressaltar ainda que a prática abusiva e fraudulenta tem um custo elevado, onerando e elevando os custos e, por fim, ocasionam o aumento nos preços das mensalidades dos planos, o que reduz o acesso de consumidores ao sistema de Saúde Suplementar.

A proposta da FenaSaúde é a de se tipificar como crime a prática de fraude contra o sistema de saúde. Dentre as ações, a elaboração de medida legislativa para vedar a obtenção de qualquer forma de lucro e vantagem financeira por profissionais de saúde em razão da comercialização, prescrição ou uso de dispositivos médicos. O mesmo para aqueles que contribuem, como pagadores, para essa prática.

6. Mudança do modelo de remuneração

A FenaSaúde avalia ser urgente implementar novos modelos de remuneração dos prestadores de saúde – e que deve ser uma tarefa do setor privado. O atual modelo é baseado no fee for service (pagamento por procedimentos realizados) que não incentiva a melhoria da qualidade da assistência nem agrega valor à saúde das pessoas.

O que se propõe é a divisão de riscos: cada parte assumindo as consequências (positivas ou negativas) dos atos que são de sua responsabilidade. O risco da gestão de assistência médica deve ser assumido pelo prestador de serviço, que tem a responsabilidade indelegável pela indicação e realização do procedimento. Hoje não há qualquer consequência financeira para os prestadores com relação aos resultados ou à qualidade do serviço oferecido, desencorajando o aprimoramento dos mesmos. Ao realizar um atendimento hospitalar, todos os custos associados à internação – inclusive aqueles resultantes da prestação de um mau serviço, imperícia ou negligência – são assumidos pelas operadoras, o que gera aumento dos custos assistenciais e que, por fim, impacta no aumento das mensalidades dos planos de saúde.

7. Análise de Impacto Regulatório (AIR) e de revisões sistemáticas de regras (ex-posts)

É fundamental que seja instituída a Análise de Impacto Regulatório (AIR) nos moldes previstos no Projeto de Lei 6.621/2016, a chamada Lei das Agências, atualmente em debate no Congresso Nacional. Esse projeto prevê a obrigação de se realizar AIR, a fim de subsidiar a tomada de decisão antes da publicação de uma nova norma regulatória.

A AIR, definida de maneira sucinta, é uma metodologia voltada para avaliar os custos e benefícios de uma determinada regra regulatória. A realização da AIR é um passo fundamental para tornar mais eficaz a regulação do setor, pois subsidia o agente público com informações para que ele faça uma melhor decisão. Além disso, a AIR pode e deve ser feita para avaliar o resultado de normas regulatórias já em vigor.

8. Governança regulatória (Consu)

O Conselho de Saúde Suplementar (CONSU) foi criado pela Lei 9.656/98, posteriormente aprimorado pela Medida Provisória 2.177/01. É um órgão colegiado integrante do Ministério da Saúde e tem como competências, entre outras, estabelecer e supervisionar a execução de políticas e diretrizes gerais do setor de Saúde Suplementar e supervisionar e acompanhar as ações e o funcionamento da ANS. É muito importante reforçar a atuação do CONSU para aperfeiçoar a política regulatória do setor de Saúde Suplementar, direcionando seu foco ao aprimoramento da eficiência e qualidade do setor.

9. Admissão de hospitais públicos na rede credenciada

É possível pensar em iniciativas conjuntas entre os sistemas público e privado para reduzir o vazio assistencial na área da saúde. O resultado seria o aumento da eficiência no uso dos recursos e da infraestrutura, por meio do compartilhamento de instalações e capacidades para que um mesmo prestador de serviço de saúde possa atender tanto pacientes do SUS quanto pacientes da Saúde Suplementar.

Assim, o atendimento a beneficiários da Saúde Suplementar acrescentaria um importante componente financiador da remuneração dos profissionais de saúde e da modernização das próprias instalações hospitalares, que são comuns.

10. Novos produtos de Previdência e Poupança vinculados à saúde

Como aumento da longevidade da sociedade brasileira é preciso buscar fontes alternativas de financiamento, por isso a FenaSaúde sugere propostas de planos de caráter acumulativo ou por capitalização como uma alternativa e complemento aos modelos atuais: um plano previdenciário estruturado em regime de capitalização, em contas individuais, voltado para o financiamento das despesas futuras do beneficiário com o plano de saúde.

A formação de poupança previdenciária privada de longo prazo com a finalidade de financiar a Saúde Suplementar auxilia os idosos a arcar com as despesas crescentes em saúde justamente na fase da vida em que sua renda diminui.

11. Mecanismos financeiros de regulação – coparticipação e franquia

O objetivo desses instrumentos é o de reduzir desperdícios e fornecer estímulos para que o consumidor seja cada vez mais responsável por suas escolhas no ambiente da saúde. Entende-se que produtos com tais mecanismos oferecem mais opções ao beneficiário, dentro de seus critérios de preferência e de suas possibilidades orçamentárias.

A FenaSaúde acredita que os mecanismos de coparticipação e de franquia tornam o beneficiário um participante interessado e ativo na utilização dos serviços de assistência à saúde, essencialmente pelos estímulos ao uso racional dos serviços e ao desestímulo à sobreutilização caso ele não tenha nenhum custo no ponto de serviço.

O aperfeiçoamento da regulamentação dos mecanismos financeiros de regulação vai ao encontro das necessidades do setor de Saúde Suplementar: encoraja a utilização desses mecanismos, protege o consumidor ao estabelecer limites claros de exposição financeira, além de isentar da incidência de coparticipação e franquia procedimentos preventivos e alguns tratamentos crônicos.

SulAmérica Saúde estimula envelhecimento ativo com programa exclusivo para segurados acima de 65 anos

sulamerica

Release

No mês em que é comemorado o Dia Mundial do Idoso, a SulAmérica, maior seguradora independente do País, destaca o programa Idoso Bem Cuidado, iniciativa inovadora que promove o cuidado integral de idosos por meio da coordenação de uma equipe multidisciplinar. Mais de 10 mil segurados já foram acompanhados desde o lançamento da iniciativa, em janeiro de 2017.

O Idoso Bem Cuidado é um projeto desenvolvido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para fomentar um modelo integral e coordenado de atenção aos idosos. Implementado pela SulAmérica como parte do programa Saúde Ativa, a iniciativa oferece a segurados acima de 65 anos o suporte necessário e direcionado para que vivam mais e melhor.

Na prática, isso significa uma gestão integrada de saúde na qual o beneficiário está no centro de uma rede de cuidado formada por uma equipe de saúde multidisciplinar. Médicos generalistas têm o papel de gestores do cuidado dos seus pacientes e os acompanham na cadeia de saúde, sempre que necessário direcionando a especialistas, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos.

A iniciativa implementada pela SulAmérica está alinhada ao aumento de expectativa de vida da população. Segundo o Ministério da Saúde, os idosos representam 14,3% dos brasileiros (29,3 milhões de pessoas) e, em 2030, devem superar a parcela de crianças e adolescentes até 14 anos.

Cuidado coordenado e integral

Manter a longevidade ativa da população passa por cuidar da saúde integralmente em todas as fases da vida e com atenção especial quando a idade avança. O cuidado contínuo e articulado permite ações de educação, promoção da saúde, prevenção de doenças evitáveis, cuidado precoce e reabilitação de agravos. Assim, a população idosa pode continuar atuante na sociedade, com mais qualidade de vida e independência.

“Na SulAmérica, focamos na excelência do atendimento e na promoção da melhor experiência para os clientes. No caso do idoso, nós o olhamos de forma personalizada e integral, visando a manutenção de sua autonomia e qualidade de vida”, avalia o vice-presidente de Saúde e Odonto da companhia, Maurício Lopes. “Essa iniciativa de cuidado coordenado traz maturidade para o trabalho de integração dos agentes da cadeia de saúde para o idoso na companhia”, completa.

Além disso, o usuário tem um consultor de saúde à sua disposição 24 horas por dia, auxiliando-o em situações de dúvidas, intercorrências e urgências, além de receber apoio em caso de internação hospitalar e acompanhamento de enfermeiros para garantir a rotina de exames e orientações para uma vida saudável. Outro diferencial é que seu histórico de saúde é unificado e compartilhado eletronicamente entre os profissionais que o acompanham, evitando desperdícios no sistema de saúde e garantindo uma atenção longitudinal ao segurado.

“Dos idosos participantes do programa, 83% informaram estar satisfeitos nesse primeiro ano da iniciativa”, ressalta a diretora Técnica Médica e de Relacionamento com Prestadores da SulAmérica, Tereza Veloso. “Além disso, registramos uma menor frequência de idas ao pronto-socorro (21%) da população acompanhada no programa em relação a outros segurados da mesma faixa etária. Em virtude do cuidado preventivo com a saúde, as internações dos participantes têm também menor duração (20%) e custo (32%)”, completa.

A iniciativa não tem custos adicionais para os segurados e está disponível em São Paulo, ABC Paulista, Rio de Janeiro, Recife, Salvador, com previsão de expansão para Brasília e São José dos Campos ainda em 2018. Para participar, basta enviar um e-mail para [email protected] e registrar o interesse.

Saúde em debate

Dois dias de discussões para tentar aprimorar o segmento de saúde suplementar, que passa por um turbilhão de problemas inerentes a todos os participantes da cadeia, do hospital ao cliente final. Com o tema “O Desafio da Eficiência em Saúde: Um Debate Inclusivo, o Fórum da Saúde Suplementar é um dos mais importantes eventos de Saúde Suplementar do país. Nesta edição, os principais temas são o cenário atual da saúde no Brasil e no mundo, como conter o crescimento do custo em saúde e como aumentar a formação de médicos de família.

O evento conta com autoridades brasileiras e estrangeiras para discutir questões tão cruciais que afetam as famílias, empresas, operadoras de saúde, hospitais, prestadores e governo. “Queremos ampliar o diálogo e a interação entre a plateia, debatedores e palestrantes, para que essa troca rica de informações e ideias possa ajudar no crescimento da Saúde Suplementar brasileira. O papel da FenaSaúde é ser um fio condutor desse desenvolvimento e o Fórum é uma grande oportunidade”, explica Solange Beatriz Palheiro Mendes, presidente da FenaSaúde.

Veja a programação:

Dia 22

SOLENIDADE DE ABERTURA

Solange Beatriz Palheiro Mendes – Presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde)
Marcio Serôa de Araujo Coriolano – Presidente da CNseg
Claudio Luiz Lottenberg – Presidente do Instituto Coalizão Saúde
Werson Rêgo – Desembargador do Tribunal Regional do Rio de Janeiro e Coordenador-geral do Instituto Nêmesis
Carlos Alberto de Paula – Diretor de Supervisão de Conduta da Superintendência de Seguros Privados (Susep)
Leandro Fonseca – Diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)
Torquato Jardim – Ministro de Estado da Justiça
Gilberto Occhi – Ministro de Estado da Saúde

DILEMAS DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO MUNDO

Palestrante: Robert Pearl – Professor de Medicina e Administração em Saúde da Universidade de Stanford, colunista da Revista Forbes, autor do livro ‘Mistreated: Why we think we’re getting good healthcare and why we’re usually wrong’ e ex-CEO da Kaiser Permanente.

ECONOMIA E SAÚDE NO CENÁRIO BRASILEIRO

Palestrante: Marcos Lisboa – Diretor presidente do Insper

Debatedores: Eduardo Amaro – Presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP)

Leandro Fonseca – Diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

Manoel Antonio Peres – Diretor-presidente da Bradesco Saúde e Mediservice

Robert Pearl – Professor de Medicina e Administração em Saúde da Universidade de Stanford, colunista da Revista Forbes, autor do livro ‘Mistreated: Why we think we’re getting good health care and why we’re usually wrong’ e ex-CEO da Kaiser Permanente

Romeu Cortes Domingues – Presidente do Conselho de Administração da DASA

Mediador: William Waack – Jornalista

COMO FORTALECER A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS) NOS PLANOS DE SAÚDE

Palestrante Internacional: Lewis Sandy – EVP, Clinical Advancement da UnitedHealth Group

Debatedores: Ana Elisa Siqueira – Presidente do Conselho da Aliança para Saúde Populacional (ASAP)

Augusto Aras – Subprocurador-geral da República e coordenador da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal
Gustavo Gusso – Professor da Universidade de São Paulo (USP)
Helton Freitas – Presidente da Seguros Unimed
Paulo Chapchap – Diretor geral/CEO do Hospital Sírio-Libanês

Mediador: William Waack – Jornalista

Dia 23

Abertura

LUÍS ROBERTO BARROSO, Ministro do Supremo Tribunal Federal

CRESCIMENTO DOS CUSTOS EM SAÚDE
Palestrante: JOÃO MANOEL PINHO DE MELLO
Secretário de Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência – Ministério da Fazenda

Debatedores:
ARY COSTA RIBEIRO – Vice-presidente do Conselho de Administração da ANAHP
DENISE SANTOS – CEO da BP – Beneficência Portuguesa de São Paulo
HENRIQUE LIAN – Diretor de Relações Institucionais e Mídia da PROTESTE
IRLAU MACHADO FILHO – Presidente da NotreDame Intermédica e Vice-Presidente de FenaSaúde
MAURÍCIO LOPES – Vice-Presidente de Saúde e Odonto da SulAmérica e Vice-Presidente da FenaSaúde
REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO DA FAZENDA
Mediador: WILLIAM WAACK, Jornalista

O FUTURO DA INFORMAÇÃO
Palestrante: HENRIQUE VON ATZINGEN
Líder do ThinkLab na IBM Brasil e Professor de Inovação na Pós-Graduação da ESPM

Debatedores:
CLAUDIA COHN – Presidente do Conselho da Abramed
FLÁVIO BITTER – Diretor-Gerente da Bradesco Saúde e Vice-presidente da FenaSaúde
FRANKLIN PADRÃO JUNIOR – Diretor-Presidente da Golden Cross e Vice-presidente da FenaSaúde
HENRIQUE VON ATZINGEN – Líder do ThinkLab na IBM Brasil e Professor de Inovação na Pós-Graduação da ESPM
JOSIER VILAR – Diretor-Presidente do IBKL
REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO DA FAZENDA
Mediador: WILLIAM WAACK

CONCLUSÕES E AGENDA 2019
Palestrante: SOLANGE BEATRIZ PALHEIRO MENDES, Presidente da FenaSaúde

Mais de 80% das seguradoras pretendem realizar até três fusões e aquisições nos próximos anos

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O crescimento lento em seguros deve fazer com que 81% dos executivos deste segmento busquem realizar até três fusões e aquisições para transformar o setor e mais de 70% esperam que os acordos modifiquem a organização. Os dados são da pesquisa “Evolução Acelerada: F&A, transformação e inovação no setor de seguros” (Accelerated evolution: M&A transformation and innovation in the insurance industry, em inglês) realizada pela KPMG.

De acordo com o estudo, segmentos de negócios e regiões que eram primordiais no passado podem não ser as opções para futuros investimentos. “Na Europa Ocidental, por exemplo, é o local onde se espera o maior número de desinvestimento”, comenta sócia-líder de seguros da KPMG, Luciene Magalhães.

As seguradoras estão buscando oportunidades de realizar investimentos globais. “Dos entrevistados, 83% consideram que a América do Norte será o principal foco de fusões e aquisições. Já para a América Latina, os participantes acreditam que terá o menor movimento com apenas 15%”, conclui.

Ainda de acordo com a pesquisa, o setor de seguros é motivado pela transformação e vontade de inovar: 37% esperam transformam o modelo de negócios por meio de aquisições, 24% pretendem modificar os modelos operacionais também por meio de aquisições e 10% visam adquirir capacidades de inovação e tecnologias emergentes.

“O uso da tecnologia é essencial para o setor. A disrupção é vista como uma oportunidade de crescimento e não uma ameaça. Dos entrevistados, 28% devem coinvestir em tecnologia e inovação”, analisa a sócia Luciene Magalhães.

Sobre a pesquisa – Para a produção da pesquisa, foram entrevistados mais de 200 executivos globais do setor de seguros. As empresas participantes são da Ásia-Pacífico (33%), Europa, Oriente Médio e África (33%) e América do Norte (33%) e registraram, no mínimo, um bilhão e meio de dólares de receita anual.

Câncer lidera pedidos de indenizações na Prudential do Brasil

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Em todo o mundo, 18 milhões de pessoas serão diagnosticadas com câncer até o final deste ano. O número equivale à população do Chile, e faz parte do mais recente estudo divulgado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC). No Brasil, 225 mil brasileiros morrem devido a tumores anualmente, de acordo com o movimento Todos Juntos Contra o Câncer.

Entre as mulheres, o câncer de mama é o que mais preocupa. São registrados 60 casos a cada 100 mil brasileiras. Diante desse cenário, não é difícil entender por que a doença foi a principal causa de pedidos de indenização na Prudential do Brasil, entre janeiro de 2014 e junho de 2018. Nesse período, foram registrados mais de 1.300 sinistros relativos a tumores, o que corresponde a 37% do total de pedidos de pagamento.

“Como seguradora especializada em vida, temos como principal missão proteger pessoas. Nosso objetivo é chamar a atenção para a alta incidência da doença também no universo da nossa carteira de clientes, que soma mais de 400 mil segurados apenas no ramo individual”, comenta Aura Rebelo, vice-presidente de Marketing & Digital da Prudential do Brasil.

A executiva acrescenta, ainda, que clientes que contam com a cobertura opcional de Doenças Graves são indenizados em vida. “Ao ser diagnosticado com câncer, o nosso cliente pode usar o dinheiro da indenização como bem entender. Algumas pessoas que não têm plano de saúde optam por pagar tratamentos. Outras, investem em terapias mais modernas, que não são cobertas por seus planos. Há também aqueles que usam a verba para viajar, pagar dívidas ou mesmo investir”, complementa Aura.

Os números da seguradora revelam também que há uma preocupação crescente com o câncer. Ao longo de quatro anos, a companhia registrou alta de 138% no número de clientes que fecharam ao menos um contrato que inclui proteção contra doenças graves. Nesse universo de segurados, as pessoas de 30 a 39 anos são maioria (53%).

Além disso, por ser uma doença associada ao estilo de vida, o aumento dos casos de câncer está diretamente ligado à obesidade, aponta um estudo publicado na revista científica Cancer Epidemiology. “A principal mensagem que queremos passar é um alerta. O ideal é que as pessoas mantenham uma alimentação equilibrada, pratiquem atividade física e evitem hábitos nocivos, como fumar e ingerir bebida alcoólica em excesso, além de contar com acompanhamento médico. Tudo isso ajuda a minimizar os riscos de desenvolver a doença. Complementarmente, aderir a um bom seguro de vida que conte com a cobertura de doenças graves é uma decisão crucial”, finaliza Aura.

AXA XL obtém autorização para transferir operação do Reino Unido para Irlanda

A seguradora AXA XL recebeu nesta semana autorização do Banco Central da Irlanda (CBI) para transferir sua principal companhia de seguros da União Europeia, a XL Insurance Company (XLICSE), do Reino Unido para Dublin, em resposta à incerteza do Brexit.

Em setembro de 2017, antes da aquisição do XL Group pelo AXA Group, a XL anunciou seu plano de transferir o XLICSE para a Irlanda antes de 29 de março de 2019, quando o Reino Unido deverá deixar a UE.

A XLICSE é uma subsidiária integral da divisão AXA XL da AXA Group, que fornece seguros na Europa e Ásia e opera através de uma rede internacional de filiais, subsidiárias e parceiros terceirizados. Como Societas Europaea, a XLICSE poderá continuar como a mesma entidade legal na Irlanda.

No Reino Unido, a AXA XL irá reter a XL Catlin Insurance Company UK (XLCICL) e as operações da Lloyd’s de Londres (Syndicates 2003 e 3002). “Temos uma presença longa e estabelecida na Irlanda e valorizamos a qualidade do ambiente de negócios, o ambiente regulatório e a especialização existente ”, disse Greg Hendrick, CEO da AXA XL.

“Tomamos a decisão para a Irlanda para garantir que nossos clientes e corretores se beneficiem da continuidade do serviço por meio de nossa rede de agências na Europa. Valorizamos muito essa rede de agências porque nos permite criar negócios nos mercados domésticos, além de fornecer a infraestrutura para o nosso negócio de programas globais ”, acrescentou Hendrick.