PGFN lança consulta pública sobre seguro-garantia

Fonte: Estadão

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) vai receber sugestões de advogados, empresas de seguro e contribuintes para a minuta de uma portaria que vai regular o seguro-garantia para débitos tributários. A consulta pública ficará aberta até o dia 30 de setembro por meio de formulário eletrônico.

O seguro-garantia é uma espécie de caução de contratos públicos de obras e serviços. A PGFN quer usar a modalidade para assegurar o pagamento de débitos inscritos em dívida ativa da União e do FGTS.

O procurador-geral adjunto da Dívida Ativa e do FGTS, João Grognet, diz que o objetivo é “tornar o regramento mais aderente às necessidades verificadas a partir de inovações normativas advindas nos últimos anos”.

Um dos destaques da proposta, de acordo com o procurador, é a elaboração de modelos de apólice padrão, que “têm o potencial de facilitar o fluxo de oferta e aceitação do seguro-garantia, além conferir padronização e segurança ao procedimento”.

Segundo a PGFN, a elaboração da minuta foi resultado de colaboração com entidades do setor, como Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) e da Superintendência dos Seguros Privados (Susep).

AXA lança campanha para divulgar seu compromisso com clientes

Axa do Brasil

Fonte: AXA

A AXA no Brasil anuncia o lançamento da campanha “Cuidamos do Cliente, Cuidamos do Futuro” durante o mês de setembro, destacando seu compromisso em colocar o cliente no centro de suas ações e promover um futuro sustentável e seguro.

Como parte das celebrações do Mês do Cliente, além da campanha, a empresa preparou um benefício exclusivo: um ano adicional de assinatura para quem aderir ao Clube de Descontos neste mês. Com isso, os segurados da AXA terão acesso a ofertas em mais de 26 mil estabelecimentos entre serviços, entretenimento e produtos.

“Ter o cliente no centro de tudo, para nós, é oferecer soluções pensadas para se adaptar às necessidades de pessoas e negócios de todos os tamanhos, permitindo que nossos clientes se concentrem em alcançar seus sonhos e metas”, afirma Arthur Mitke, Vice-Presidente de Operações, Sinistros e Experiência do Cliente.

A AXA entende o protagonismo do cliente na agenda ESG e, por isso, traz em seu portfólio produtos que propõe ações conjuntas de transformação da sociedade. Entre os serviços que traduzem o compromisso de construção de uma jornada sustentável, destacam-se:  

  • Escolha Sustentável: permite aos segurados optar por um aparelho seminovo em vez de um celular sinistrado, contribuindo para a redução de resíduos eletrônicos;
  • Assistência Eco: oferece opções de descarte responsável e outros serviços que mitigam o impacto ambiental;
  • Vistoria Remota: facilita a realização de vistorias de sinistros de forma prática e sustentável, utilizando a câmera do celular, o que reduz a emissão de carbono.

O foco no cliente com a dedicação da AXA à inovação e à sustentabilidade, foi recentemente reconhecida com a indicação ao Prêmio Reclame Aqui dentro da categoria Seguros Gerais. “A valorização da opinião dos nossos clientes é essencial para a melhoria contínua dos nossos produtos e serviços. Esse é um importante reconhecimento de nosso empenho em oferecer um serviço de qualidade, que reforça a confiança depositada em nós”, reforça Mitke.

C6 Seg inaugura novos escritórios em Minas Gerais e reforça presença no Estado

C6 seg Augusto Brum

A C6 Seg, assessoria de seguros do C6 Bank, vai expandir sua atuação em Minas Gerais. Nesta quinta-feira (12), a assessoria inaugura um escritório em Montes Claros. No dia 26/9, será a vez de Divinópolis ganhar uma unidade da C6 Seg.

A assessoria já está presente em Minas Gerais com escritórios nas cidades de Belo Horizonte, Uberlândia, Pouso Alegre e Juiz de Fora.  “Os novos escritórios servirão de base para atender não só os corretores de Montes Claros e Divinópolis, mas também os profissionais de cidades vizinhas”, afirma Augusto Brum, diretor comercial da C6 Seg.

Segundo Brum, Minas Gerais é um Estado estratégico para a C6 Seg, representando a maior parte da receita da assessoria. Em segundo lugar, aparece São Paulo. 

O C6 Bank entrou na área de assessoria de corretores de seguros em 2019, com a compra da empresa Som.us, que passou a se chamar depois C6 Seg. A assessoria atende mais de 5.000 corretoras em todo o país.

Além de Minas, a C6 Seg está presente também em São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Bahia e Paraná.

Wiz Corporate registra avanço de 40% nas vendas dos seguros para o MCMV

Não são só o governo e as construtoras que comemoram os negócios gerados com o Minha Casa Minha Vida (MCMV). O programa habitacional do governo voltado para a população de menor renda tem impulsionado também as vendas de seguros da corretora Wiz Corporate, que detém cerca de 80% do mercado de seguros para este nicho. Segundo Rafael Arcanjo, diretor comercial de Real Estate e Infraestrutura na Wiz Corporate, as receitas desse segmento cresceram 40% até agosto deste ano, considerando o mesmo período do ano anterior.

O bom desempenho é creditado ao orçamento do programa e atribuído às regras alteradas recentemente, que facilitam a compra tanto de imóveis novos quanto usados. O governo reajustou o orçamento do programa para R$ 139,6 bilhões, sendo R$ 127,6 bilhões destinados à habitação e R$ 11 bilhões reservados para auxiliar na entrada do financiamento e reduzir as prestações das famílias. 

Criado em 2009, o programa tem como objetivo promover a aquisição da casa própria por meio de subsídios e juros reduzidos. Atualmente, podem participar famílias com renda mensal bruta de até R$ 8 mil em áreas urbanas, ou renda anual de até R$ 96 mil em áreas rurais. Segundo o Ministério das Cidades, responsável pela gestão do MCMV, em 2023 foram entregues 491 mil unidades habitacionais. Para este ano, o governo espera contratar 600 mil novas moradias por meio do programa. 

Para 2025, há incerteza quanto aos recursos para novos empreendimentos e preocupação com o aumento de custos com novos impostos previstos na Reforma Tributária. O aumento expressivo nas vendas de imóveis pelo MCMV levanta o risco de uma eventual falta de recursos do FGTS para financiar os projetos no segundo semestre. “Estamos muito otimistas com os negócios do MCMV. O governo tem como meta reduzir o déficit habitacional e por isso acreditamos que as soluções para esses desafios serão corretamente endereçadas”, comentou Arcanjo. 

O MCMV não só dinamiza o setor imobiliário como também estimula indiretamente o crescimento de áreas correlacionadas, como a construção civil, que demanda seguros como seguro garantia para obras, riscos de engenharia, seguro de crédito, seguro habitacional e seguro residencial, entre os mais importantes. No passado, muitas obras do programa enfrentaram problemas de conclusão, seja por dificuldades financeiras das construtoras, má gestão ou falência.

O programa cria um ecossistema em que várias modalidades de seguro são essenciais. O seguro garantia e o seguro de riscos de engenharia são exigidos pelas instituições financeiras que financiam as obras do MCMV, garantindo a conclusão dos projetos mesmo diante de eventos imprevistos. As principais causas de paralisação de obras no MCMV são a falência de construtoras e problemas de financiamento público.

O seguro garantia assegura a entrega da obra caso a construtora venha a falir ou descumpra o contrato. Nesses casos, a seguradora pode indenizar o segurado ou tomar as medidas necessárias para que outra empresa conclua a obra. Com as novas regras que entraram em vigor em 2024, para licitações públicas, o contratante e o construtor podem adquirir uma apólice com cláusula de retomada da obra (step in), que inclui o acompanhamento de todas as etapas para garantir que o empreendimento seja concluído no prazo acordado. Em alguns casos, no entanto, se a causa da paralisação não estiver prevista nas cláusulas da apólice, como problemas de gestão pública ou falta de verbas do governo, a seguradora pode não ser obrigada a pagar a indenização.

Não há estatísticas disponíveis sobre as indenizações pagas em casos de paralisação de obras no MCMV. Em muitas situações, a ausência de apólices adequadas ou falhas no cumprimento das cláusulas contratuais impedem que as seguradoras sejam obrigadas a indenizar. “A apólice de seguro serve para cobrir os riscos de uma paralisação, e o segurado deve estar em conformidade com as obrigações do contrato objeto do seguro. Se houver irregularidades ou descumprimento contratual por parte do segurado, a seguradora pode se recusar a pagar”, explica o executivo.

Arcanjo também destaca que, para as construtoras envolvidas no MCMV, o seguro de riscos de engenharia é crucial, pois o programa abrange construções em larga escala e em regiões com condições climáticas e geológicas variadas. O seguro cobre danos materiais durante a fase de construção, como desastres naturais, acidentes e falhas técnicas, mas não cobre problemas financeiros ou falência das construtoras. Se a obra for paralisada por má gestão ou falta de recursos financeiros, esse tipo de apólice geralmente não cobre o prejuízo.

O diretor da Wiz Corporate ressalta a importância de incluir o tema dos impactos das mudanças climáticas entre os atores desta cadeia — governos, construtoras e seguradoras — e também na escolha de um corretor especializado neste tipo de contrato. “Fazemos uma matriz de risco sob medida para cada empreendimento, para evitar surpresas como a ausência de cobertura no momento de um sinistro.” Segundo ele, a Wiz Corporate tem investido em conscientização sobre os riscos de cada projeto para garantir que o seguro cumpra seu papel principal: mitigar e gerir riscos, permitindo que as empresas concluam obras importantes como as do MCMV, essenciais para a sociedade brasileira.

O déficit habitacional no Brasil totalizou 6 milhões de domicílios em 2022, representando 8,3% do total de habitações ocupadas no país. Esse déficit é predominante entre famílias com renda de até dois salários mínimos (R$ 2.640), principalmente aquelas na Faixa 1 do MCMV (74,5%). O déficit habitacional absoluto por região é de 773.329 no Norte, 1.761.032 no Nordeste, 499.685 no Centro-Oeste, 2.433.642 no Sudeste e 737.626 no Sul, segundo dados da Fundação João Pinheiro (FJP), divulgados em abril de 2024, em parceria com a Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades.

De telemedicina a aparelhos queimados, seguro ajuda quem trabalha de casa, alerta Generali

Fonte: Generali

Nos últimos anos, o trabalho remoto se tornou a realidade de muitos profissionais brasileiros. Para quem desempenha suas funções profissionais de casa, é essencial proteger seus equipamentos para que nenhum imprevisto atrapalhe o dia a dia. Por isso, a Generali, uma das líderes mundiais no setor de seguros, destaca produtos que podem ser adequados para quem trabalha remotamente.
 

Garantia Estendida: Para proteger eletrodomésticos, eletrônicos e móveis, a Garantia Estendida cobre defeitos de fabricação e falhas técnicas, garantindo o reparo, troca ou indenização dos bens segurados. Uma vantagem é a possibilidade de incluir Assistência Técnica Linha Branca e Assistência Técnica Especializada, um diferencial na manutenção dos eletrodomésticos.
 

Seguro para Celular e Portáteis: Essencial para quem depende de dispositivos móveis, o Seguro para Celular e Portáteis cobre roubo, furto qualificado, quebra acidental e danos por líquidos. O produto pode ser acoplado ao Seguro PIX, por exemplo, que garante o pagamento de transferências bancárias realizadas sob coação (respeitando o limite do valor e as condições contratadas). 
 

Seguro de Vida: Ao contrário do que muitos pensam, esse seguro possui coberturas que podem ser utilizadas ainda em vida, como, por exemplo, uma verba adicional em caso de diagnóstico de doenças graves ou ainda uma indenização por invalidez por acidente com a finalidade de adaptação do lar. Além disso, podem ser adicionados assistência medicamento, telemedicina, consultas e exames com desconto, clube de benefícios, entre outros.
 

Seguro Residencial: Oferece proteção abrangente para o local de trabalho em casa, cobrindo incêndio, roubo, furto qualificado, vendavais e outras adversidades. O produto pode ser composto por serviços como eletricista, encanador e chaveiro no endereço previsto na apólice, além de indicação de mão de obra especializada para manutenção geral.
 

“Na Generali, entendemos os desafios únicos enfrentados por profissionais e estamos atentos às novas necessidades do dia a dia”, diz Claudia Lopes, Diretora Comercial & Marketing. “Nossos seguros foram desenvolvidos para proporcionar tranquilidade e segurança, permitindo que nossos clientes tenham menos uma preocupação na sua rotina.”

TecBan anuncia Karine Barros, ex-Allianz, como diretora comercial

A TecBan anuncia Karine Barros como nova diretora comercial. Ela chega com a missão de liderar as operações comerciais da companhia neste novo ciclo estratégico, focado em expandir o serviço de gestão de redes de atendimento bancário e potencializar a diversificação de receita da empresa.

Com mais de 20 anos de experiência nas áreas comercial e relacionamento com clientes, atuou como Diretora Executiva Comercial na Allianz Brasil por aproximadamente três anos, onde também esteve à frente das áreas de Grandes Riscos (P&C), Saúde e Marketing. No setor financeiro, gerenciou por mais de sete anos as áreas de Aquisição e Gestão de Relacionamento com Clientes (CRM) no Itaú Unibanco. É graduada em Engenharia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e possui especialização em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Conversa Segura, da CNseg, aborda a subscrição de riscos mediante às mudanças climáticas

cnseg podcast

Fonte: CNseg

O último episódio da 2ª temporada do Conversa Segura vai ao ar nesta quinta-feira (12), às 18h, e destaca os desafios da precificação dos riscos mediante às mudanças climática e a recorrência de eventos severos e catastróficos. O novo programa pode ser acessado pelo Spotifyou Youtube da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). 

No programa produzido pela CNseg, a jornalista Anne Barbosa conversa com Daniel Castillo, vice-presidente do IRB(Re); José Ferrara, CEO da Tokio Marine Seguradora; e Frederico Ferreira, CEO da Austral Seguradora. Durante a entrevista, sob a ótica de que a análise de risco no setor segurador depende de uma série de variáveis, os convidados debateram como o mercado está se preparando para a nova realidade imposta pela transição climática.

Para os entrevistados, os eventos que o Brasil enfrentou nos últimos tempos, como as chuvas que causaram tantas perdas na região serrana do Rio de Janeiro e as inundações no Rio Grande do Sul, mostram que as seguradoras precisam de novos modelos para medir os riscos climáticos. Frederico Ferreira conta que historicamente o Brasil não era associado às catástrofes relacionadas ao clima, mas que a ideia de que o país é o paraíso já não encontra retrato na realidade. 

“As percepções começam a mudar em relação ao que é a proteção que as pessoas têm que ter. O seguro começa a gerar uma necessidade de educação financeira, de certa forma, não só em pessoas, mas em empresas sobre o tipo de proteção que precisa contratar”, explicou Ferreira.

Daniel Castillo, que viveu por 16 anos na Alemanha, recordou que a associação com catástrofe na América Latina era algo direcionado a países como México, Chile e Peru, por conta dos terremotos. “Era o que a gente pensava, o Brasil não tem catástrofe. Talvez alguma exposição no Vale do Itajaí (SC), que ninguém aceitaria esses riscos. Ou seja, o país não tem modelos de catástrofe e por isso acho que o nosso próximo passo é começar a modelá-lo”, alertou.
 

José Ferrara, por sua vez, citou um levantamento da Tokio Marine referente aos anos de 2022 e 2023, o qual mostrou os efeitos dos eventos climáticos na sinistralidade da seguradora. “Nós temos 30% da nossa produção em seguros empresariais e outros 70% em automóvel, então quando analisamos essa distribuição, notamos que temos, por ano, pelo menos três eventos climáticos por dia no Brasil, mas tem aumentado a frequência dos sinistros mais extremos e isso tem dobrado a despesa com sinistros que temos”, explicou.
 

Monitoramento e tecnologia são aliados contra riscos climáticos

Fórum IRB

Fonte: IRB

O segundo dia do 1º Fórum IRB(P&D) foi dedicado a um encontro técnico-científico. Pesquisadores, representantes do setor de seguros e resseguros e startups traçaram um panorama das pesquisas climáticas no Brasil. Pela manhã, dois painéis abordaram os avanços e as vantagens do monitoramento climático, assim como a aplicação de tecnologias para enfrentar as altas temperaturas, as chuvas e os períodos de seca.

O primeiro painel abordou o tema “Modelagem e impacto dos riscos climáticos”. Primeiro a falar, Pedro Ivo Mioni Camarinha, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), analisou as consequências de chuvas atípicas e deslizamentos de terra. Ele reforçou a necessidade de antever esses eventos e buscar formas de mitigar seus impactos: “toda ameaça tem uma probabilidade de acontecer. Precisamos avaliar cuidadosamente exposições, vulnerabilidades e capacidade adaptativa”. 

Para ele, o monitoramento constante dos riscos é peça-chave e contribui para não banalizar a tomada de decisão quando os alertas são enviados. “Tanto os eventos de pequeno quanto os de grande impacto têm a sua relevância, inclusive os de pequeno porte representam 22% dos registrados no Cemaden”, disse Camarinha.

Emilio La Rovere, do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Coppe/UFRJ, traçou um panorama dos impactos climáticos no setor de energia e destacou riscos e oportunidades frente à descarbonização da economia. “Temos notado diversos segmentos do setor de energia impactados por causa das mudanças do clima, como eólicos, solares e elétricos”, afirmou.

A descarbonização, segundo La Rovere, é um caminho na busca por mitigações, contudo, o mercado vê riscos e oportunidades. “Há riscos políticos, legais, tecnológicos, mercadológico e de reputação. Existe pressão de stakeholders por transparência e risco de corte de subsídios e de financiamentos aos combustíveis fósseis. Mas há oportunidades, como a promoção da eficiência de recursos, fontes energéticas, resiliência climática e novos produtos e mercados. Para ele, a transição é lenta, mas vai acontecer”. 

Modelagem Agroclimatológica

O segundo painel foi voltado à modelagem agroclimatológica e abordou o monitoramento e a previsão dos riscos de seca na agricultura do país, bem como estimativas da safra da soja. Ana Paula Cunha, do Cemaden, alertou quanto ao aumento de secas e a maior vulnerabilidade na agricultura familiar.

“O Norte e Nordeste e toda a área semiárida apresentam alto risco de seca. Monitoramos continuamente esses índices para gerir riscos. A partir dos anos 90, começou o aumento do índice de seca no país e, desde o ano passado, se agrava intensamente se comparado a outros momentos de pico. Isso é um desafio para a agricultura familiar. Avançamos com sistemas de monitoramento e avaliação de impacto, porém os dados fornecidos devem ser considerados nos planos de preparação para a seca, especialmente nas localidades de maior exposição socioeconômica e ambiental”, disse.

Já Daniela Fuzzo, da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), compartilhou que gestão agrícola, previsão de rendimento e redução de riscos são importantes na agricultura porque permitem tomadas de decisões mais assertivas: “essa dinâmica norteia o planejamento e a comercialização do agronegócio porque colabora com o desenvolvimento do plantio, da irrigação, da fertilização e do controle de pragas”. 

Para ela, compreender como as mudanças climáticas em curso afetam os rendimentos globais das colheitas é vital para a segurança alimentar global: “com o aumento da intensidade de secas é relevante, por exemplo, termos estratégias de irrigação eficientes tendo como auxílio modelos agrometeorológicos. Temos tecnologia e ferramentas que apoiam, mas o tempo e o processamento dos dados são um desafio”.

Minella Alves Martins, do Inpe, explicou a importância dos modelos climáticos como ferramenta para entender os processos físicos, analisar o presente e o passado do clima e projetar possibilidades do futuro. “Obter informações climáticas em tempo real e análises a longo prazo são importantes para controlar o avanço da seca evitando grandes impactos na agricultura familiar. A modelagem agrícola pode contribuir com o planejamento por antecipar potenciais impactos e riscos na produção permitindo decisões mais assertivas e a otimização das estratégias do setor. E a agricultura de precisão é primordial nesse processo por meio do uso de sensores, fertilizantes mais eficientes e outros”, disse.

Andrina Seguros, primeira seguradora de derivativos de catástrofes, aguarda autorização da Susep

Duas seguradoras aguardam ansiosamente a publicação da autorização da Susep (Superintendência de Seguros Privados) para começarem a emitir Letras de Risco de Seguros (LRS). O Sonho Seguro conseguiu confirmar uma delas, por meio de fontes que pediram anonimato. A empresa está vinculada ao IRB (RE), o maior ressegurador do Brasil, e deverá ser lançada com o nome de Andrina Seguros. Trata-se de uma Sociedade Seguradora de Propósito Específico (SSPE) que, em breve, será autorizada a emitir LRS. O IRB não comentou sobre o assunto.

A SSPE é uma sociedade seguradora que tem como finalidade exclusiva realizar uma ou mais operações – independentes patrimonialmente -, de transferência de riscos de seguros, previdência complementar, saúde suplementar, resseguro ou retrocessão de uma ou mais contrapartes e o financiamento de tais riscos via emissão de LRS (instrumento de dívida vinculada a riscos de seguros e resseguros).

A volatilidade climática tem aumentado mundialmente a demanda por derivativos climáticos, que fornecem proteção contra ameaças meteorológicas de menor gravidade. Já os cat bonds (títulos de catástrofe) são os mais conhecidos e têm apresentado retornos consideráveis para os investidores. Esses títulos cobrem perdas gigantescas, como as ocorridas recentemente no Sul do Brasil, quando tempestades severas acontecem, com uma frequência estimada de uma vez a cada 100 anos. Trata-se de um mercado em crescimento. Os títulos de catástrofe surgiram em 1997 e, em 2023, registraram um crescimento superior a 20%, alcançando US$ 43 bilhões.

Há grande expectativa de que as SSPE de LRS, criadas como uma alternativa importante para preencher a lacuna de cobertura contra eventos climáticos no Brasil, especialmente no setor agro, comecem a operar ainda este ano. No entanto, especialistas apontam dois desafios para que as emissões de LRS avancem. “Elas deveriam ser isentas de Imposto de Renda, assim como o CRI e o CRA. Deveria ser dado um tratamento diferenciado para as estruturas de securitização, seguros e resseguros que absorvem riscos climáticos”, afirmou um executivo do setor. Além disso, os especialistas consideram que o mercado de capitais no Brasil oferece um ambiente regulatório sofisticado e propício ao desenvolvimento das LRS.

No cenário global, esse tipo de instrumento financeiro é conhecido como ILS (Insurance-Linked Securities) e é amplamente disseminado, especialmente agora, com as mudanças climáticas se transformando em emergências climáticas. “O seguro e o resseguro serão fundamentais como provedores de capital e mitigadores de risco para o mundo, gerenciando o que chamamos de múltiplas transições da economia global”, explicou Yann Le Pallec, diretor executivo da S&P Global, durante coletiva de imprensa no Rendez-Vous 2024 da indústria de resseguros, realizado no início de setembro, em Monte Carlo, Mônaco.

De acordo com especialistas, existem três grandes desafios de transição na economia mundial. O primeiro é a mudança climática, que exige enfrentamento e adaptação ao risco físico do clima e à transição energética. O segundo grande desafio é a digitalização da economia, com a expansão dos centros de dados, IA generativa e todo o capital necessário, além dos riscos decorrentes dessa digitalização acelerada. O terceiro grande desafio e oportunidade, já presente, é o envelhecimento das sociedades.

As estimativas apresentadas em Mônaco apontam para uma necessidade de financiamento de aproximadamente US$ 37 trilhões entre agora e 2030, considerando esses três desafios. Somente a mudança climática exigirá cerca de US$ 25 trilhões no mesmo período, enquanto tudo relacionado à IA generativa e digitalização demandará US$ 7 trilhões, e o envelhecimento das sociedades representará outros US$ 5 trilhões.

Essa pode ser a maior oportunidade para o setor de resseguros e de títulos vinculados a seguros, como as LRS e os ILS, que podem suprir o déficit de financiamento nos esforços de adaptação climática, cujas ações para mitigar os impactos ainda avançam lentamente. Especialistas afirmam que será necessário um aumento significativo de capital, e os títulos de catástrofe são uma estrutura que pode apoiar esse crescimento.

Essas transições só serão viáveis com uma indústria de seguros próspera e solvente, apoiada por uma robusta indústria de resseguros, essencial para distribuir riscos e encontrar fontes alternativas de capital.

Ontem, durante painel Clima e Gestão Estratégia, no Fórum IRB, André Luiz Campos de Andrade, subsecretário de Planejamento de Longo Prazo do Ministério do Planejamento, disse que o país conta com três gaps para a gestão do risco climático: político, institucional e meios de implementação.

“Para combater essas questões, precisamos de atenção e suporte do governo, adequar instituições, processos e instrumentos e dispor de recursos financeiros, técnicos e informacionais, além de capacitar mais profissionais para atuar com riscos. O mercado segurador e ressegurador é importante para debater a Agenda Verde por ser um indutor de boas práticas visando a longevidade da sociedade, por isso precisamos trabalhar em conjunto”, afirmou.

Vendas do setor de seguros avançam 15% até julho deste ano, para R$ 250 bilhões

Alessandro Octaviani Susep

O setor de seguros arrecadou R$ 250 bilhões nos primeiros sete meses de 2024, um crescimento de 15,1% em relação ao mesmo período de 2023. Já o retorno à sociedade, por meio de indenizações, resgates, benefícios e sorteios, foi de R$ 140,6 bilhões no período, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Como destaque no mês de julho, o VGBL recebeu contribuições de R$ 17,17 bilhões – o maior valor já registrado em um único mês, considerando série histórica desde 2019. Durante os sete primeiros meses do ano, o produto acumulou R$ 105,21 bilhões em contribuições, um montante 22,1% superior ao mesmo período no ano passado.

O Superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, lembra que foi implementado, no início do ano, um redesenho do mercado de previdência complementar e seguro de pessoas. “O tema foi previsto no Plano de Regulação vigente e as novas normas passaram a fomentar a concorrência e dar maior poder de decisão para o consumidor ao longo do tempo, o que deve impulsionar o segmento para um desempenho ainda melhor” ressalta Octaviani.

Os seguros de danos apresentaram crescimento de 7,9% na arrecadação de prêmios no acumulado até julho de 2024, quando comparado ao mesmo período de 2023. Foram arrecadados R$ 77,45 bilhões de janeiro até julho de 2024, face aos R$ 71,75 bilhões no mesmo período de 2023.

A arrecadação de prêmios no seguro auto foi de R$ 32,62 bilhões até julho, valor 2,1% superior ao do mesmo período de 2023, quando foram arrecadados R$ 31,94 bilhões. A linha de negócios de automóvel representa 42,1% do total de prêmios dos seguros de danos. Desconsiderando-se auto, o desempenho das demais linhas de negócio dos seguros de danos, no acumulado até julho, foi 12,6% superior ao mesmo período de 2023, apresentando crescimento de R$ 5,02 bilhões na arrecadação de prêmios.

Os seguros de pessoas, incluindo o VGBL, foram responsáveis pela arrecadação de R$ 145,66 bilhões de janeiro a julho de 2024, o que representa crescimento de 21,1% em relação ao mesmo período de 2023. Sem o VGBL, o seguro de vida totalizou R$ 19,33 bilhões em prêmios entre janeiro e julho de 2024, valor que representa um crescimento de 15,4% em relação ao mesmo período de 2023.

Os produtos de capitalização apresentaram alta de 6,28% na receita acumulada até julho de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023. Foram arrecadados R$ 17,97 bilhões nos sete primeiros meses de 2024.