Fonte: CNseg
O último episódio da 2ª temporada do Conversa Segura vai ao ar nesta quinta-feira (12), às 18h, e destaca os desafios da precificação dos riscos mediante às mudanças climática e a recorrência de eventos severos e catastróficos. O novo programa pode ser acessado pelo Spotifyou Youtube da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
No programa produzido pela CNseg, a jornalista Anne Barbosa conversa com Daniel Castillo, vice-presidente do IRB(Re); José Ferrara, CEO da Tokio Marine Seguradora; e Frederico Ferreira, CEO da Austral Seguradora. Durante a entrevista, sob a ótica de que a análise de risco no setor segurador depende de uma série de variáveis, os convidados debateram como o mercado está se preparando para a nova realidade imposta pela transição climática.
Para os entrevistados, os eventos que o Brasil enfrentou nos últimos tempos, como as chuvas que causaram tantas perdas na região serrana do Rio de Janeiro e as inundações no Rio Grande do Sul, mostram que as seguradoras precisam de novos modelos para medir os riscos climáticos. Frederico Ferreira conta que historicamente o Brasil não era associado às catástrofes relacionadas ao clima, mas que a ideia de que o país é o paraíso já não encontra retrato na realidade.
“As percepções começam a mudar em relação ao que é a proteção que as pessoas têm que ter. O seguro começa a gerar uma necessidade de educação financeira, de certa forma, não só em pessoas, mas em empresas sobre o tipo de proteção que precisa contratar”, explicou Ferreira.
Daniel Castillo, que viveu por 16 anos na Alemanha, recordou que a associação com catástrofe na América Latina era algo direcionado a países como México, Chile e Peru, por conta dos terremotos. “Era o que a gente pensava, o Brasil não tem catástrofe. Talvez alguma exposição no Vale do Itajaí (SC), que ninguém aceitaria esses riscos. Ou seja, o país não tem modelos de catástrofe e por isso acho que o nosso próximo passo é começar a modelá-lo”, alertou.
José Ferrara, por sua vez, citou um levantamento da Tokio Marine referente aos anos de 2022 e 2023, o qual mostrou os efeitos dos eventos climáticos na sinistralidade da seguradora. “Nós temos 30% da nossa produção em seguros empresariais e outros 70% em automóvel, então quando analisamos essa distribuição, notamos que temos, por ano, pelo menos três eventos climáticos por dia no Brasil, mas tem aumentado a frequência dos sinistros mais extremos e isso tem dobrado a despesa com sinistros que temos”, explicou.