Crescimento das microempresas amplia mercado para seguro de vida em grupo, segundo Omint Saúde

O Brasil registrou um crescimento expressivo na abertura de microempresas (ME) em 2024, o que representa uma grande oportunidade para os corretores de seguros. De acordo com levantamento do Sebrae, com base em dados da Receita Federal, dos 4,1 milhões de novos pequenos negócios, 874 mil foram microempresas.

Esse número representa um aumento de 21% em relação a 2023.“Com o cenário favorável ao empreendedorismo no Brasil, os corretores de seguros têm uma excelente oportunidade para expandir suas vendas e oferecer soluções personalizadas que atendam às necessidades de empresas com quatro ou mais titulares”, afirma Marcell Guimarães, Gerente de Vendas do Canal Corporate da Omint Saúde. As empresas de pequeno porte (EPP) também registraram um crescimento de 16,5% no período, com a criação de mais de 190 mil novos negócios.

O setor de Serviços liderou a abertura de empresas, representando 60% dos novos registros, seguido pelo Comércio, com 25%. Indústria, Construção Civil e Agropecuária também tiveram uma participação expressiva, com 15% cada.Esse movimento reforça o potencial de expansão do seguro de vida em grupo, um produto estratégico para a sustentabilidade dos negócios.

“Com um excelente custo-benefício, ele pode ser facilmente combinado com o plano de saúde na oferta aos gestores de Recursos Humanos, o que contribui para a atração e retenção de talentos”, afirma Guimarães. O seguro de vida em grupo, além de proteger os colaboradores, é uma ferramenta fundamental para as empresas, garantindo maior segurança tanto para a empresa quanto para o funcionário, além de estar alinhado às boas práticas de ESG, evidenciando o compromisso da empresa com a governança corporativa.

Para o executivo, os empreendedores estão cada vez mais conscientes da importância de oferecer esse benefício. “Temos soluções adequadas a esse perfil de público, com coberturas e capitais diferenciados. Por isso, disponibilizamos nossos consultores para apresentá-las aos corretores”, finaliza Marcell.

Susep apresenta Relatório Final do Grupo de Trabalho “Política Nacional de Acesso ao Seguro”

Susep novos diretores

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) publicou hoje em seu site o Relatório Final do Grupo de Trabalho (GT) “Política Nacional de Acesso ao Seguro”, constituído com o propósito de discutir e propor recomendações para aperfeiçoamento regulatório e para construção de estratégia institucional e de mercado destinada à criação da Política Nacional de Acesso ao Seguro. 

A Diretora de Infraestrutura de Mercado e Supervisão de Conduta, Júlia Normande Lins, coordenadora do GT, explica que o grupo se baseou na premissa inicial de que “o Sistema Financeiro Nacional deve ser funcional ao desenvolvimento econômico do País, possuindo contribuição expressiva enquanto instrumento de inclusão social e redução de desigualdades por meio da proteção financeira.”

Prevista no Plano de Regulação 2023/2024 da Susep, a criação do GT foi pautada, ainda, nas seguintes premissas:

  • que o Sistema Nacional de Seguros Privados deve ser estruturado de modo a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade; 
  • que o controle do Estado se exercerá no interesse dos segurados e beneficiários do contrato de seguro; e 
  • que um dos objetivos da política de seguros privados é promover a expansão do mercado de seguros e propiciar condições operacionais necessárias para sua integração no processo econômico e social do país.

Constituído pela Portaria nº 8.324/2024, o GT estabeleceu um canal de interlocução e diálogo entre participantes do mercado em sentido amplo, como representantes de seguradores, segurados, corretores de seguro, resseguradores, insurtechs, especialistas e autoridades públicas, para a construção de diagnóstico capaz de impulsionar o acesso ao seguro, de forma quantitativa e qualitativa, a uma gama cada vez maior de cidadãos e empresas brasileiras.

Após a realização dos trabalhos, foi elaborado o Relatório Final, que traz um compilado de todas as discussões realizadas e das conclusões alcançadas depois de mais de 2 (dois) meses de reuniões.

A Diretora Júlia Lins afirma que, a partir das discussões técnicas havidas no curso das reuniões do GT, foi possível mapear as principais barreiras para o crescimento do seguro no país, bem como coletar propostas para ampliar o acesso ao seguro à população. “O Brasil tem um potencial enorme de crescimento para o mercado de seguros, mas, para alcançar o objetivo de impulsionar o acesso ao seguro ao maior número possível de cidadãos e empresas, precisamos traçar as estratégias corretas, sempre levando em conta que o constante diálogo com todos aqueles que compõem o mercado de seguros em sentido amplo é essencial para que seja dada concretude a qualquer estratégia”, concluiu Júlia.

O relatório final do Grupo de Trabalho “Política Nacional de Acesso ao Seguro” pode ser acessado no Site da Susep

Generali GC&C lança plano Next Level 2025-27

generali deixa russia

Fonte: Generali

Com base nos sólidos resultados do ciclo de três anos 2022-2024, incluindo mais de €2,9 bilhões em prêmios brutos emitidos e aumento da lucratividade em 2024, a Generali Global Corporate & Commercial (GC&C) lançou seu plano Next Level 2025-2027.   

Em linha com a estratégia “Lifetime Partner 27: Driving Excellence” do Grupo Generali, o novo plano a GC&C se concentra em impulsionar a excelência nos serviços ao cliente e fortalecer as capacidades internas. Para garantir uma execução eficaz, a GC&C está introduzindo uma estrutura organizacional simplificada e realiza nomeações em postos de liderança-chave.   

Plano de próximo nível GC&C 2025-27  

O plano GC&C 2025-2027 está centrado em três prioridades estratégicas: alcançar a excelência técnica por meio de análises avançadas de subscrição e expansão das ações de prevenção de perdas, reforçando a resiliência diante das mudanças climáticas e riscos emergentes; fortalecer a proposta de Programas Multinacionais e o segmento de Captive, com foco no cliente e na elevação da qualidade do serviço; e ampliar o portfólio de produtos, com destaque para soluções em Linhas Especiais, Cibernética, Transferência Alternativa de Risco e Paramétricas, além de expandir a presença geográfica, especialmente na Alemanha, Península Ibérica, América Latina e Ásia.

Para executar com sucesso as prioridades-chave e melhorar continuamente os serviços ao cliente, a Generali GC&C também otimizará seu modelo operacional e recursos digitais, incorporando uma mentalidade Next Level em toda a organização. A sustentabilidade continua sendo um fator-chave do crescimento, com um forte foco na adaptação e mitigação das mudanças climáticas.  

Para garantir uma execução eficaz, a Generali GC&C está fortalecendo sua atual equipe de gestão, estabelecendo uma nova estrutura organizacional que aproveita o talento e a experiência internos e externos.  

Liderada pelo recém-nomeado head de seguros da GC&C, Philippe Vezio, essa função se concentra em fornecer excelência técnica para impulsionar o crescimento lucrativo, mantendo a disciplina de subscrição e a coordenação em todas as geografias. Vezio traz mais de 30 anos de experiência internacional no setor de seguros para o Grupo Generali. Ele gerenciou responsabilidades de liderança em subscrição, sinistros e operações nos setores de P&C comercial e de varejo. Antes de ingressar na GC&C, Vezio ocupou o cargo  de CEO Adjunto e Diretor de Subscrição na Tokio Marine Asia. Dentro da função de Seguros, Michele Pignoli, atualmente responsável por Produtos e Soluções Paramétricas, expandirá sua gestão para incluir o negócio de Transferência Alternativa de Risco (ART). Pignoli assumirá o papel de head de ARTE e Parametria da GC&C.  
 
Negócios Multinacionais e Função Captive  

Liderado por Antonio Vianello, recém-nomeado head de Negócios Multinacionais e Captive da GC&C. Essa função foi criada para apoiar as crescentes necessidades de gerenciamento de risco de clientes globais e captive, integrando também soluções inovadoras para aprimorar a prestação de serviços GC&C globalmente. Vianello, aproveitando sua longa experiência em negócios e conhecimento de mercado, expandirá ainda mais a oferta centrada no cliente da GC&C para clientes globais no segmento de captive, integrando soluções de gerenciamento de risco e capitalizando a crescente demanda do mercado.  

Função de Pessoas e Operações   

Liderada por Nunzio Roberto Gagliardi, recém-nomeado head de Pessoas e Operações da GC&C, esta nova função integra todas as alavancas que abrangem Pessoas, Organização, Tecnologia e Processos para sustentar a transformação das formas de trabalho e do modelo operacional, ao mesmo tempo em que promove uma cultura de excelência. Gagliardi, que ocupou várias funções estratégicas em transformação organizacional, RH e gestão de mudanças, tanto na sede da Generali quanto anteriormente como consultor internacional de  gerenciamento sênior, também manterá sua posição atual de head de Pessoas e Organização da GC&C. Matthew Richardson foi nomeado head de Operações e TI do GC&C na função de Pessoas e Operações. Richardson começou sua carreira no departamento de TI da filial da Generali no Reino Unido e progrediu em várias funções de gerenciamento focadas em inovação digital e excelência operacional.  

Escritório do CEO da GC&C  

Liderada por Raluca Rusu, recém-nomeada head do Escritório do CEO da GC&C, esta nova função orientará e monitorará a execução do plano GC&C 2025-27
Next Level. Além disso, Rusu apoiará o CEO na coordenação de iniciativas estratégicas de GC&C em linha com o Grupo Generali. Rusu ingressa no Grupo com uma sólida experiência em consultoria estratégica no setor financeiro.Todas as funções acima mencionadas se reportarão diretamente ao CEO da GC&C, a partir de abril de 2025.  

“O plano GC&C 2025-27 Next Level tem alicerces em um sólido momento de crescimento. Superamos nossas metas 2022-24 com um recorde em 2024 e agora estamos acelerando em direção ao nosso objetivo: posicionar a GC&C como uma seguradora corporativa líder até 2030. Para isso, estamos expandindo nossa presença global, fortalecendo a excelência técnica e investindo em recursos digitais e de IA, agregando valor de longo prazo para nossos clientes, colaboradores e negócios. A excelência para nós não é apenas uma aspiração, é a mentalidade que sustenta nosso plano e impulsiona a melhoria contínua, a inovação e a responsabilidade compartilhada em todos os níveis da organização. Estou confiante de que nossa nova estrutura organizacional, combinada com o talento excepcional de nossa  equipe, será fundamental para levar a GC&C ao próximo nível. Tenho o prazer de dar as boas-vindas a Raluca e Philippe e estender meus melhores votos a Antonio, Roberto, Matthew e Michele em suas novas funções” , comenta Christian Kanu, CEO da Generali Global Corporate & Commercial.

Seguradoras apostam no transporte de cargas para voltar a crescer dois dígitos em 2025

Denise Bueno, para o especial de Logística do Valor Econômico

As vendas de seguro transporte no Brasil cresceram 6% em 2024, alcançando R$ 6,2 bilhões. O baixo nível de investimentos na economia, as mudanças regulatórias e as elevadas perdas causadas por sinistros relacionados a eventos climáticos explicam o desempenho inferior ao crescimento de dois dígitos observado nos últimos três anos. Ainda assim, especialistas mantêm um cenário otimista para 2025, com projeções novamente na faixa de dois dígitos.

“Investimentos em infraestrutura e logística, impulsionados pelo governo através de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões, devem melhorar significativamente a malha logística, aumentando o volume de cargas transportadas. A modernização das rodovias, portos e ferrovias tende a elevar a eficiência, reduzir riscos e, consequentemente, impulsionar a demanda por seguros de carga. A expansão industrial, especialmente no segmento de máquinas e insumos, estimula a busca por coberturas de seguros mais completas”, afirma Marcos Siqueira, diretor de transportes e equipamentos do grupo HDI.

Felipe Smith, diretor-executivo de produtos pessoa jurídica da Tokio Marine, segunda maior do segmento, acrescenta que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou previsão de aprovar até R$ 30 bilhões em financiamento para concessões rodoviárias em 2025. “Esse valor não apenas supera o ano passado como também reflete o potencial de crescimento desse setor no país.”

Adailton Dias, vice-presidente da Comissão de Transportes da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), destaca o aumento do comércio internacional e do e-commerce como importantes impulsionadores do mercado: “Esses fatores vão movimentar mais cargas, gerando oportunidades para o seguro”.

Apesar de algumas regulamentações apresentarem desafios, especialmente no seguro de responsabilidade civil (RC) do transportador, elas também diversificam a demanda. A Lei nº 14.599/2023, publicada em 2023, tornou obrigatório o seguro de RC para transportadores de carga, mas só foi regulamentada em setembro de 2024, consolidando em uma única norma os seguros de RC dos transportadores de carga dos diferentes modais existentes. Ela também estabeleceu a obrigatoriedade da contratação do seguro por desaparecimento de carga. “Em parceria com a CNseg [Confederação Nacional das Seguradoras], estamos criando um banco de dados que permitirá à Secretaria da Fazenda monitorar as apólices de seguros obrigatórios de RC, agora obrigatórias, e com isso estimamos um aumento de até 30% nas contratações de seguros de RC”, explica Dias.

Segundo Smith, apesar do cenário desafiador, que deve persistir ainda neste ano, há uma demanda crescente pelo seguro transporte, especialmente considerando a entrada da nova legislação, que cria oportunidades. Siqueira, da HDI, faz coro. “Essa obrigatoriedade garante que os segurados contratem os seguros necessários, protegendo as mercadorias contra acidentes e roubos, assegurando a continuidade da cadeia de abastecimento e evitando a falta de produtos.”

Além dos desafios econômicos e regulatórios, os eventos climáticos extremos vêm impactando significativamente o setor. “Os recentes episódios de incêndios e enchentes, especialmente no Rio Grande do Sul, causaram grandes perdas às seguradoras. Isso criou um ambiente mais restritivo para grandes transportadores e embarcadores, com relatos de clientes enfrentando aumentos expressivos de preços, chegando a até sete vezes mais que o valor pago no ano anterior, acompanhados por restrições na aceitação de riscos”, informa Roberto Schimith, CEO da Insert, corretora especializada que atendeu mais de 800 clientes e intermediou indenizações superiores a R$ 28 milhões em 2024.

A Sompo, líder no segmento com 17% de market share, reforça que o segredo da sustentabilidade no longo prazo é investir em prevenção e gerenciamento de riscos por meio de inteligência artificial (IA). “Tecnologias que identificam padrões de risco, previnem sinistros e ajustam preços com precisão são fundamentais. Isso reduz significativamente os riscos e a sinistralidade, tornando o seguro mais eficiente”, diz Tatiana Pinheiro Kusaba, superintendente de transporte da Sompo, que monitorou cerca de 230 mil viagens e cargas no valor de R$ 132 bilhões em 2024. No ano passado, a companhia emitiu mais de R$ 1,05 bilhão em prêmios de seguro de transporte, alta de 5,83% em relação a 2023.

“Tecnologias que identificam padrões de risco, previnem sinistros e ajustam preços com precisão são fundamentais. Isso reduz significativamente os riscos e a sinistralidade, tornando o seguro mais eficiente”, diz Tatiana Pinheiro Kusaba, superintendente de transporte da Sompo

Os corretores afirmam que a tecnologia é a grande aposta do setor. “Investimentos em segurança e prevenção tornam o seguro mais atrativo. Com o Proteção 360 Alper Cargo, reduzimos roubos em até 50% e acidentes em 20% para nossos clientes”, conta Denis Teixeira, sênior vice-presidente de transportes e logística da Alper Seguros. Diego Zanini, diretor comercial da Wiz Corporate, acrescenta que a análise preditiva e o monitoramento com câmeras e IA são essenciais para antecipar e prevenir riscos em tempo real. Não só do seguro transporte, mas também de outros seguros importantes para os operadores logísticos. “Eles também demandam seguro garantia, patrimonial, máquinas e equipamentos, entre outros”.

Caravelas ecológicas: inovação para despoluição de águas inicia piloto na Lagoa da Pampulha

Fonte: Zurich

Desde 04 de abril, quatro estruturas flutuantes inspiradas em barcos à vela repousarão sobre a Lagoa da Pampulha. Ao girar em torno do próprio eixo ao sabor dos ventos e das correntes, elas coletam dados sobre a qualidade da água e estimulam o crescimento de algas nativas, que desempenham um papel vital de oxigenação da água, de captura de CO₂e e de absorção de poluentes, como metais pesados e nutrientes em excesso.  

Criadas pela startup Infinito Mare, as Caravelas são uma Solução Baseada na Natureza (SbN) para monitorar e despoluir rios, baías, lagos, represas e outros corpos hídricos de água doce e salgada. O termo SbN significa que a caravela contempla soluções que mimetizam pmigos,rocessos naturais e que usam a natureza como um ator na eficiência, beneficiando a sociedade, a economia e o próprio meio ambiente.  

“As Caravelas são uma tecnologia que carrega séculos de sabedoria ancestral, de como diferentes povos ao longo de milênios já entendiam a água como um ser vivo, que se regenera por si mesmo. O poder das plantas de purificar é o nosso ponto de partida”, lembra Bruno Libardoni, oceanógrafo com Ph.D em geociências pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e CEO da Infinito Mare.  

Por meio de uma parceria estratégica entre a Infinito Mare e a Zurich Seguros, a Pampulha foi escolhida como o cenário ideal para a implementação da tecnologia — seja por sofrer com o derramamento de esgoto nos córregos que desembocam na Lagoa, seja por conta da poluição difusa arrastada pela água das chuvas. A escolha também levou em conta a importância histórica e cultural da Pampulha para Minas Gerais, cuja identidade está intimamente ligada a seus rios, lagos e cachoeiras. 

“Escolhemos trazer o projeto da Infinito Mare para Belo Horizonte por ser o berço de nossas atividades no Brasil, é um presente para a cidade. A Zurich é uma empresa que aposta na inovação, e queremos avaliar o poder das Caravelas como um instrumento prático e sustentável de despoluição das águas. Além disso as Caravelas são uma intervenção urbana e artística que cumprem um papel de conscientização da população, chamando a atenção para a importância da sustentabilidade e da preservação dos recursos hídricos”, pontua Lucía Sarraceno, diretora de Marketing, Clientes, Inovação e Sustentabilidade da Zurich. 

Espaço tradicional de lazer dos belorizontinos, a Lagoa da Pampulha começou a sofrer os impactos da urbanização e da poluição principalmente nos anos 1980. Criada na década de 1930 a partir do represamento do ribeirão Pampulha, hoje ela abriga o Conjunto Moderno da Pampulha, idealizado por Oscar Niemeyer nos anos 1940 como uma obra de arte que integra arquitetura e natureza. Tombado pelo IPHAN em 1997 e reconhecido como Patrimônio Cultural da Humanidade pela ONU em 2016, o Conjunto é um dos principais cartões-postais do Brasil.  

“As Caravelas não são apenas uma intervenção ambiental, mas uma manifestação da nossa capacidade de integrar ciência, arte e natureza de maneira inovadora”, destaca Luciana Batista, COO da Infinito Mare.  

Mineira da cidade de Ipatinga, Luciana enxerga nesse retorno à capital onde viveu por anos uma oportunidade de ajudar a fortalecer a identidade mineira e sua relação com os cursos de água doce. “Para mim, retornar é uma chance de contribuir com a preservação desse patrimônio imaterial e material, oferecendo aos belorizontinos uma Pampulha mais limpa, mais conectada com sua história e com a sua alma”, diz.  

A tecnologia por trás das Caravelas 

Por meio da biorremediação com algas nativas, as Caravelas agem como ecossistemas flutuantes que, de forma natural e contínua, purificam a água ao absorverem nutrientes e poluentes. Inspiradas no comportamento da própria natureza, essas estruturas atuam como biomonitores ambientais que, além de limpar a água, possibilitam o monitoramento ambiental em tempo real. Na prática, as Caravelas funcionam como uma espécie de ímã que atrai o crescimento de algas nativas e promove a biodiversidade.  

Adaptáveis e facilmente transportáveis, as Caravelas criam um ambiente onde organismos nativos crescem formando uma turfa de algas. Vale ressaltar que a tecnologia não introduz químicos ou espécies exóticas e é indicada para corpos d’água que recebem esgoto e nutrientes em excesso, já que as algas também capturam fósforo e nitrogênio, prevenindo a eutrofização e a proliferação de espécies tóxicas.  

Colheitas periódicas das algas e análises dessa biomassa em laboratório garantem que a biorremediação possa ser controlada e continuamente estudada. Bruno Libardoni lembra que as primeiras análises permitirão entender como a Lagoa responderá à tecnologia e quantas Caravelas seriam necessárias para oferecer uma remediação mais efetiva.  

As colheitas das algas ainda podem alimentar a economia circular, já que a biomassa coletada pode virar matéria-prima para biofertilizantes, biogás, biocombustíveis e outros produtos de alto valor agregado. Nesse contexto, as Caravelas também se alinham aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.  

“A Caravela é como se fosse uma ilha que atrai poluição. Se esta ilha se conecta com outra ao lado, são duas Caravelas criando uma inteligência mais complexa sobre o ambiente”, acrescenta Libardoni, que enxerga neste pioneirismo uma saída economicamente viável, também, para a geração de créditos de carbono.  

Isso porque o cultivo de algas pode se apresentar como uma alternativa eficaz no que diz respeito à pegada de carbono. Ao longo de um ano, cada Caravela pode compensar até 1 tonelada de CO₂e — o equivalente ao compensado por seis árvores em 20 anos.  

Design poético e educativo  

Por trás da inovação existe um design poético e educativo. Idealizada por Bruno Libardoni, a Caravela foi desenhada pela equipe criativa da Furf Design Studio e recebeu em 2018 o maior prêmio de EcoDesign do mundo, o Top Innovation Award, em Guangzhou, na China.  

Com o objetivo de potencializar e de acelerar o crescimento das algas, sua rotação contínua oferece a quem observa a sensação de ver desde um barco à vela até uma imensa gota d’água. Enquanto geram curiosidade, esses diferentes olhares e significados trazem a pauta ambiental para o centro da conversa, cumprindo uma das missões da tecnologia: de educar e de conscientizar.  

A tecnologia foi instalada em tamanho real pela primeira vez em dezembro de 2024, durante o Tomorrow Blue Economy, em Niterói, evento dedicado ao empreendedorismo no contexto da Economia Azul. Hoje, uma Caravela está ancorada na Marina da Glória, no Rio de Janeiro, onde coleta dados sobre a qualidade da água da Guanabara.  

O apoio da Zurich 

A relação entre a Infinito Mare e a Zurich se iniciou durante o último campeonato global de inovação da seguradora, o Zurich Innovation Championship, ocorrido em 2024, quando startups de todo o mundo foram convidadas a apresentarem as suas soluções para uma série de desafios enfrentados pela companhia, e foram avaliadas dentro de diversos critérios transversais, entre eles o da sustentabilidade.  

Vencedora da etapa nacional do campeonato, a solução proposta pela Infinito Mare foi vista como estratégica pela unidade de negócios brasileira. A princípio, a parceria entre as empresas levará quatro Caravelas para a Lagoa da Pampulha, onde ficarão por 3 meses, período no qual as duas empresas estudarão os impactos da tecnologia na despoluição da lagoa.  

“Além de estar em linha com a nossa estratégia de sustentabilidade, vemos a possibilidade de, no futuro, esta solução ajudar empresas ou instituições que atuem sobre a gestão de corpos hídricos, minimizando e prevenindo riscos. Será um período de aprendizado junto à Infinito Mare sobre a aplicabilidade dessa inovação nos negócios”, pontua Lucía. “A parceria também reforça o posicionamento da Zurich como uma empresa que busca a inovação para a solução de problemas complexos. Este é um objetivo totalmente conectado com a nossa marca, que visa uma nova geração de seguros, alinhada às necessidades da sociedade e do planeta”, finaliza a executiva. 

Serpro anuncia pregão eletrônico para seguro garantia com valor de R$ 300 milhões

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O Serpro, estatal de inteligência em governo digital, anuncia a abertura do Pregão Eletrônico nº 90331/2025, com o objetivo de contratar uma seguradora com abrangência nacional, sem a interveniência de corretor, para a prestação de serviços de seguro nas modalidades Seguro Garantia Judicial e Seguro Garantia Judicial para Execução Fiscal. A licitação será realizada no dia 29 de abril de 2025, a partir das 9h30, por meio do Portal de Compras.

A estatal federal de TI convida as seguradoras autorizadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) a comercializar o produto objeto da licitação a participarem do pregão eletrônico e a se tornarem parceiras da empresa. Os interessados devem analisar atentamente as condições estabelecidas no edital, disponível para download no referido portal.

A estratégia de contratação de seguradora para a emissão de apólice de seguro garantia judicial se fundamenta na busca de maior eficiência na gestão financeira empresarial, com possibilidade de preservação da disponibilidade de caixa durante o andamento de uma ação na Justiça.

Esta é uma oportunidade para colaborar com o aumento da eficiência de uma das principais empresas públicas de tecnologia e contribuir para resultados impactantes para a gestão da Empresa Nacional de Inteligência em Governo Digital e Tecnologia da Informação.

Objetivo da contratação

A contratação tem como objetivo substituir depósitos judiciais em dinheiro pelas apólices de seguro, proporcionando maior flexibilidade financeira e agilidade nos processos judiciais. A seguradora contratada será responsável pela emissão de quantas apólices forem necessárias durante a vigência do contrato, de no mínimo 12 e no máximo de 60 meses, respeitando a importância segurada máxima de até R$ 300.000.000,00. A importância segurada total é estimada, não havendo obrigatoriedade de emissão, a critério do Serpro.

O julgamento e seleção da vencedora da licitação se dará sob o critério de menor preço global e as propostas e lances devem ser cotados a partir do produto da taxa anual sob a importância segurada máxima e o prazo máximo de cinco anos, conforme previsto no edital.

Iniciativas do setor segurador são apresentadas ao ministro de Portos e Aeroportos pela CNseg

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O presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, se reuniu nesta quarta-feira (9), com o ministro de Portos e Aeroportos (MPor), Silvio Costa Filho, em Brasília (DF). Encontro serviu para apresentar iniciativas do setor segurador que possam auxiliar políticas de infraestrutura também na área aeroportuária brasileira.

Representantes da CNseg e ministro do MPor, em Brasília (DF). Divulgação

Durante a reunião, o presidente da CNseg apresentou ao ministro, e demais representantes da pasta, as ações que o setor segurador já vem desempenhando para desenvolvimento da infraestrutura do país. Foram destacadas iniciativas da CNseg em aprimorar a aplicação do Seguro para Infraestrutura na área aeroportuária, além das atividades que compõe o acordo junto a Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos da Casa Civil da Presidência (SEPPI) para cooperação interinstitucional na produção de um diagnóstico dos produtos de seguros para Concessões e Parcerias Públicos Privadas (PPPs), e melhores práticas do setor junto a políticas públicas do país.

O ministro reconheceu que o país ainda carece de conhecer os produtos do setor para aprimoramento de ações que possam desenvolver a infraestrutura brasileira em seus diversos campos. Ele demonstrou interesse do ministério em se aproximar das iniciativas que o setor segurador promove, lembrando da participação conjunta das instituições no Grupo de Trabalho (GT) Navegue Simples – uma iniciativa do MPor para desburocratizar, simplificar e aperfeiçoar as outorgas portuárias em todas as modalidades.

Na ocasião, Dyogo formalizou convite para que o ministro pudesse participar das atividades do Fórum de SegurosBrasil-França, que será realizado em Paris no mês de maio. E também foi apresentado as atividades da Confederação durante a COP30, destacando a Casa do Seguro – espaço do setor, em Belém (PA), para debates e eventos relacionados a agenda do clima.

Também participaram do encontro o diretor de relações institucionais da CNseg, Esteves Colnago, o superintendente executivo, Gustavo Brum, a superintendente de relacionamento com o poder executivo, Laíne Meira, e as assessoras do MPor, Helena Venceslau e Karênina Martins.

ALASA: Seguro rural acelera inovação tecnológica para enfrentar desafios climáticos

Alasa seguro rural

O 18º Congresso Internacional “Protegendo o futuro do agro: assegurando o amanhã”, realizado pela Associação Latino-Americana para o Desenvolvimento do Seguro Agropecuário (ALASA) e e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), revelou uma forte tendência à inovação no seguro agropecuário como resposta direta aos impactos das mudanças climáticas no setor agrícola latino-americano. Executivos, especialistas e autoridades apontaram que modelos tradicionais precisam evoluir rapidamente para garantir a sustentabilidade e resiliência dos produtores rurais frente à crescente frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos.

Realizado de 7 a 10 de abril, em Brasília, o evento reuniu representantes dos setores público e privado para discutir os desafios e as inovações do seguro rural na América Latina. Durante a abertura oficial, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, ressaltou a importância estratégica do seguro rural diante das mudanças climáticas. “O modelo que nos trouxe até aqui certamente não será o modelo que vai nos levar a um futuro sustentável. Diante das mudanças climáticas, é essencial termos um seguro rural eficiente, que ofereça tranquilidade aos produtores e segurança para o setor. Isso exige a presença ativa do governo, não apenas na subvenção ao prêmio do seguro, mas também na estruturação de políticas públicas robustas”, destacou.

O ministro mencionou números expressivos para ilustrar os desafios e investimentos do setor. “O Brasil é um dos poucos países no mundo a disponibilizar quase R$ 18,5 bilhões para subvenção às taxas de juros. Não se trata apenas de R$ 1 bilhão ou R$ 2 bilhões para o seguro rural. O desafio é muito maior que isso. Precisamos estruturar políticas públicas eficientes”, afirmou Fávaro. Ele defendeu ainda a obrigatoriedade do seguro para produtores que captam recursos subsidiados, desde que o seguro seja atrativo e não um peso adicional ao agricultor.

O presidente da ALASA, Juan Carlos Cortés, destacou o papel estratégico do Brasil no cenário agropecuário internacional e agradeceu o apoio do Mapa na organização do evento. “A colaboração e o apoio do Mapa foram fundamentais para o sucesso deste congresso. Agradeço ao ministro Carlos Fávaro e à equipe, especialmente Cleber Soares e Guilherme Campos, que estiveram conosco intensamente na construção deste encontro”, declarou Cortés. Ele reforçou que o Brasil, por ser uma potência alimentar, lidera em pesquisa, inovação e capacitação técnica, servindo de exemplo para toda a América Latina.

Toyama: “O seguro rural tornou-se peça chave para o desenvolvimento do mercado”

Dyogo Oliveira, presidente da Confederação das Seguradoras (CNseg), tem destacado em suas entrevistas, que as indenizações pagas pelas seguradoras aos produtores rurais atingiram R$ 4,2 bilhões no ano passado, um crescimento de 150% em relação a 2015. “Nos últimos dez anos, as indenizações somam R$ 40 bilhões, mostrando a importância crucial do seguro rural para a estabilidade financeira do produtor”, afirmou Oliveira. Glaucio Toyama, presidente da Comissão de Seguro Rural da Fenseg, acrescentou que “o seguro rural tornou-se peça chave para o desenvolvimento do mercado. Na última década, o setor evoluiu significativamente, com arrecadação passando de R$ 3,2 bilhões para R$ 14,2 bilhões, uma expansão de 344%”, afirmou.

Os representantes das seguradoras e resseguradoras destacaram suas visões sobre o cenário atual. Elisabete Michel, executiva da Munich Re, afirmou durante entrevista ao Sonho Seguro os desafios enfrentados pelas seguradoras e resseguradoras diante do cenário atual de mudanças climáticas. Segundo ela, um dos maiores desafios do setor “é estimar e incorporar o efeito de eventos catastróficos na precificação dos riscos”. Michel alertou que “as mudanças climáticas têm potencial para aumentar a frequência e a intensidade desses eventos, o que gera mais custo para os resseguradores. A margem hoje já é estreita para construir reservas e suportar o impacto desses eventos no longo prazo, e as mudanças climáticas agravam essa situação”.

A executiva explicou ainda que outro desafio relevante é a evolução das condições primárias de seguro, como variação de taxas e coberturas, que impactam diretamente a rentabilidade e as margens das resseguradoras, especialmente em mercados expostos a riscos sistêmicos. Ela enfatizou que “o acesso a informações detalhadas sobre os riscos contribui para uma adequada avaliação do portfólio ressegurado e para trazer conforto ao ressegurador no oferecimento de suporte”.

Michel também abordou a importância das experiências internacionais, destacando exemplos de sucesso como os programas implementados nos EUA e na Índia. No entanto, reforçou que cada mercado possui suas particularidades: “Embora vejamos exemplos de sucesso, é ambicioso buscar transferir esses modelos integralmente para a América Latina. Essas experiências internacionais são cheias de aprendizados úteis para nossos mercados, especialmente no que se refere à proximidade do governo com esquemas de subsídio e proteção contra eventos catastróficos, o que traz estabilidade e conforto às entidades envolvidas.”

Outro ponto destacado foi o papel fundamental da tecnologia na seleção de riscos e expansão de portfólios, através de ferramentas de sensoriamento remoto e qualificação de riscos. A executiva ressaltou o compromisso histórico da Munich Re na área climática: “A Munich Re adverte há mais de 40 anos sobre as consequências das mudanças climáticas. Nossos especialistas têm trabalhado constantemente no aprimoramento dos modelos de avaliação desses riscos, aproveitando nossa experiência global e dados coletados sobre inúmeros eventos passados”.

Por fim, Michel enfatizou a importância estratégica dos resseguradores na transferência de risco e conhecimento entre mercados, destacando a posição global da Munich Re e sua capacidade em fornecer soluções inovadoras. “Temos uma capacidade única de diversificar carteiras regionalmente e absorver o impacto de grandes eventos climáticos, desenvolvendo tecnologias que auxiliam diretamente nossos clientes”, concluiu.

Thiago Lauriano, gerente de Rural do IRB (Re), comentou ao Sonho Seguro sobre os principais entraves e oportunidades para o desenvolvimento do seguro agrícola na América Latina. Para Lauriano, um dos maiores desafios é a política de subvenção ao prêmio que, embora muito difundida em outros mercados, ainda é pequena na região. “Como o seguro agrícola possui um componente catastrófico, a taxa de risco é relativamente alta e cara para o produtor arcar sem subsídio governamental. A subvenção ajuda o mercado a se difundir e desconcentrar o risco”, afirmou.

Ele destacou que o mercado latino-americano carece de ferramentas importantes para limitar as perdas dos produtores, como Loss Cap Governamental e fundos de catástrofe, recursos que ajudariam a melhorar a capacidade do mercado ressegurador. Outro problema apontado por Lauriano é a falta de um banco de dados consistente com informações detalhadas por apólice ou município, essenciais para uma melhor precificação do risco agrícola.

Lauriano exemplificou com o modelo norte-americano, ressaltando sua eficácia devido à significativa participação governamental. “Nos EUA, o governo subvenciona o prêmio do seguro, as despesas administrativas das seguradoras e protege o mercado contra eventos catastróficos por meio de um Loss Cap Governamental. Para efeito de comparação, a subvenção governamental americana chega a 12 bilhões de dólares anuais, contra menos de 200 milhões de dólares no Brasil e zero na maioria dos países latino-americanos”, destacou.

Além disso, ele citou o exemplo da Índia, onde há forte subvenção do governo voltada principalmente aos pequenos produtores, muitas vezes com o seguro sendo oferecido gratuitamente. “O governo indiano também oferece um componente tecnológico significativo, seja na definição das taxas de risco ou na medição da produtividade final”, pontuou Lauriano. O executivo ainda mencionou o modelo chinês, que se destaca pelo desenvolvimento de programas voltados ao seguro pecuário, segmento ainda em fase inicial no Brasil.

Para enfrentar esses desafios, Lauriano sugeriu investir em modelos climáticos robustos, modelagem de catástrofes e Big Data para gerar simulações e hipóteses de risco, possibilitando aos resseguradores negociar cláusulas mais eficazes para proteção em contratos. “Essas ferramentas ajudam a evitar concentrações excessivas de exposição”, explicou.

Por fim, ele ressaltou as grandes diferenças entre os programas de seguro agrícola na América Latina, citando exemplos da Argentina, Paraguai e Brasil. Lauriano sugeriu que um compartilhamento maior de informações seria benéfico para criar um grande banco de dados regional e replicar modelos bem-sucedidos, como o programa brasileiro de subvenção e o programa CADENA, do México, voltado aos pequenos produtores.

“Acredito que os fundos de catástrofes existentes em outros países possam ajudar a fortalecer o mercado de seguro/resseguro agrícola”, aposta Juliana Oliveira

Juliana Oliveira, diretora de Soluções Estruturadas da Latin Re, ressaltou que a subvenção governamental é fundamental para o desenvolvimento do seguro agrícola no Brasil e na América Latina. Logo é fundamental ter uma agenda público-privada que fomente o desenvolvimento da subvenção, assim como a discussão de novos modelos e produtos para o seguro agrícola. “Quando comparamos com demais países como EUA, China, India, vemos que a subvenção é muito baixa na América Latina. As condições e margens adequadas também são essenciais para manter a atratividade e a alocação de capacidade por parte dos resseguradores nesta linha de negócio”, enfatizou.

Segundo a corretora, as seguradoras tem investido em tecnologia para melhorar os seus resultados, tanto na subscrição dos riscos, na regulação de sinistros e em modelos para gestão e controle das suas exposições e acúmulos. “Acredito também que os fundos de catástrofes existentes em outros países possam ajudar a fortalecer o mercado de seguro/resseguro agrícola. Vemos também que o seguro paramétrico começa a crescer na região. Os resseguradores têm colocado condições mais restritivas nos contratos de resseguro, como por exemplo, o loss ratio cap com o objetivo de reduzir a sua volatilidade e consequentemente sua perda”, acrescentou.

Leornado Paixão, CEO da Sombrero Seguros, destacou a importância e o potencial dos seguros paramétricos no setor agropecuário brasileiro, durante entrevista ao Sonho Seguro. Segundo ele, esses seguros “não são substitutos dos seguros tradicionais, mas cumprem uma finalidade complementar”, já que podem proteger produtores rurais em situações não cobertas pelas apólices tradicionais. Para o executivo, o principal desafio para a expansão desse modelo no país é “o maior conhecimento dos seguros paramétricos pelos canais de distribuição, especialmente os corretores de seguro.”

Paixão explicou ainda como os seguros catastróficos e paramétricos podem contribuir na proteção contra eventos climáticos extremos. “Sua importância está justamente na proteção daqueles casos em que os seguros agrícolas tradicionais não cobrem, muitas vezes por restrições dos próprios contratos de resseguro. A combinação entre seguros paramétricos, seguros tradicionais e soluções baseadas em fundos públicos parece ser a que oferecerá a maior proteção à agricultura brasileira”, ressaltou. Ele completou enfatizando que, embora soluções públicas como o Proagro possam ser aprimoradas, a grande inovação na proteção do agricultor virá principalmente da difusão dos seguros paramétricos, que ainda não estão plenamente difundidos no Brasil.

Sobre o impacto da regulação e dos dados meteorológicos na viabilidade dos seguros paramétricos, o CEO destacou que “dados são a matéria-prima fundamental no mercado segurador. Quanto melhores forem os dados, melhor será a aderência do seguro paramétrico à realidade do produtor rural”. Nesse contexto, ele defendeu a ampliação de bases de dados públicas e privadas bem estruturadas, e afirmou que atualmente o Brasil já possui um arcabouço normativo suficiente para a adoção em larga escala desses produtos complementares ao seguro agrícola tradicional e ao Proagro.

Por fim, ao ser questionado sobre exemplos internacionais de sucesso em seguros paramétricos que poderiam servir de inspiração para o Brasil, Paixão ponderou que, embora seja importante observar experiências globais, o país deve investir em soluções próprias devido à sua diversidade agrícola única. “Em se tratando de agricultura, é preciso recordar que o Brasil é um dos países mais desenvolvidos do mundo. Ao contrário de outras potências agrícolas, como os Estados Unidos, nossa área produtiva distribui-se geograficamente de norte a sul, indo do temperado ao tropical, do semiárido ao equatorial”, observou. Ele concluiu dizendo acreditar que “o sucesso passa pela inovação e pela criação de soluções originais, que possam funcionar adequadamente na grande diversidade de condições da agricultura brasileira e até, quem sabe, servir de inspiração para outros países.”

Igor di Beo, vice-presidente de Vida & RE do Grupo HDI, abordou em entrevista ao Sonho Seguro os desafios enfrentados pelo agronegócio brasileiro devido ao aumento da frequência e intensidade de eventos climáticos extremos. Segundo ele, “as seguradoras que atuam no setor agrícola têm adotado diversas estratégias para adaptar seus produtos às novas realidades climáticas”. Di Beo destacou que o Grupo HDI tem utilizado tecnologias avançadas e o know-how técnico de seu parceiro estratégico, a Protección Agropecuária Companhia de Seguros, que possui ampla experiência internacional, possibilitando a adaptação de produtos às necessidades específicas dos agricultores.

O executivo salientou que os riscos emergentes relacionados ao clima são cada vez mais críticos para o setor segurador, citando especificamente “secas prolongadas, chuvas intensas, geadas fora de época e granizos”, que acarretam perdas diretas de produção, danos ao solo e à infraestrutura agrícola, além de mudanças no ciclo das safras, aumento de pragas e doenças e redução da produtividade.

Diante desse cenário, Di Beo acredita que é necessária uma reformulação urgente dos modelos atuais de subscrição de seguros, devido à maior frequência dos eventos extremos. “Modelos tradicionais, que se baseiam em dados históricos, podem não refletir adequadamente a realidade atual, onde eventos extremos ocorrem com maior intensidade e imprevisibilidade”, ressaltou. Para ele, é essencial incorporar dados atualizados e técnicas avançadas de modelagem para melhor avaliar e precificar os riscos associados às mudanças climáticas.

Além disso, Di Beo destacou o papel fundamental das seguradoras na promoção de práticas agrícolas mais resilientes e sustentáveis. Ele sugere, por exemplo, “o desenvolvimento de produtos combinados com linhas de crédito verdes, como um seguro atrelado a financiamento com juros reduzidos, desde que o produtor siga um plano de manejo sustentável”. Di Beo enfatizou ainda que essas iniciativas representam um caminho promissor para impulsionar a sustentabilidade no agronegócio.

Carlos Caputo, CEO da Newe Seguros, foi o mediador do painel sobre “A experiência internacional dos bancos de desenvolvimento e seguro agropecuário”, que teve a participação de Alexandra Restrepo, presidente do Fundo para Financiamento do Setor Agropecuário da Colômbia (FINAGRO); Eduardo Prada, vice-presidente do Banco Agrário colombiano; Alan Elizondo Flores, diretor responsável pelo desenvolvimento da Agricultura Mexicana (FIRA); e Claudio Filgueiras, representante do Banco Central de Brasil.

Segundo Caputo, participar deste painel como moderador proporcionou muita troca e aprendizado sobre as coberturas de seguro que envolvem a iniciativa privada e governos, em todas as suas instâncias: “Na verdade, o evento, como um todo, superou as expectativas, não somente as minhas, mas acredito que de todos os participantes, tanto em números, quanto em qualidade de conteúdo temático”, declara.

“A experiência colombiana chamou minha a atenção pela sinergia com o que temos trabalhado na Newe junto pequenos produtores brasileiros. Na Colômbia o seguro paramétrico encontrou um caminho de sucesso via prefeituras para atender pequenos agricultores, em condições extremas, provocadas por variações climáticas em suas lavouras. Por sermos referência no Brasil nesta modalidade, saio do evento muito motivado a entender mais sobre esse modelo, no sentido de contribuir para evolução do nosso mercado e envolver o poder público como protagonista dessa solução”, finaliza.

Felipe Aragão: “É uma oportunidade para mostrar que o Brasil está preparado para contribuir com a transformação do mercado de seguros em toda a América Latina” – Crédito da foto: CQCS

A Latin Re foi uma das principais patrocinadoras do evento. “Quando soubemos que a ALASA seria em Brasília, sentimos um grande orgulho. É uma oportunidade para mostrar que o Brasil está preparado para contribuir com a transformação do mercado de seguros em toda a América Latina. Pensamos em algo mais intimista, porque acreditamos nos brasileiros, nos latinos e na capacidade de criarmos soluções locais para resolver problemas tanto regionais quanto globais”, disse Felipe Aragão, CCO da Latin RE.

Para Marjorye Hoejenbos, head of clients markets da corretora de resseguros, o evento também foi uma vitrine importante para a atuação dos profissionais que atendem diretamente o setor agro. “Não poderíamos deixar de estar na ALASA. O agronegócio move o Brasil hoje, e é muito importante que nós como corretores de resseguros podemos ter a experiência e o cuidado com os clientes envolvidos. Somos patrocinadores do evento e é um prazer estar aqui”, afirma.

O encerramento da ALASA destacou a força do setor e o papel protagonista do Brasil na construção de um mercado de seguros agrícolas mais forte, conectado e alinhado às necessidades dos produtores rurais da América Latina. “Para a Latin Re, foi um privilégio participar e apoiar este encontro, que reuniu grandes nomes do mercado para debater o futuro do seguro Agro. Também tive a alegria de oferecer um jantar em minha casa para alguns amigos do setor, reforçando nossa crença de que, unidos, podemos criar soluções locais para problemas globais, impulsionando um crescimento exponencial do seguro Agro — e, consequentemente, beneficiando toda a América Latina”, finalizou Aragão.

Seguro paramétrico

Durante o XVIII Congresso Internacional ALASA, foi anunciado também o lançamento de uma solução inovadora de seguro paramétrico pela Visiona Tecnologia Espacial e pela Agrotools. Esse modelo utiliza dados de satélites e sensoriamento remoto, eliminando a necessidade de vistorias presenciais para a liberação das indenizações, proporcionando maior agilidade e transparência no relacionamento entre produtores e seguradoras. Segundo João Paulo Campos, CEO da Visiona, e Sergio Rocha, CEO da Agrotools, a tecnologia desenvolvida tem o potencial de revolucionar a gestão de riscos climáticos no setor agropecuário brasileiro.

Prudential do Brasil firma parceria com Suporte Consultoria e Assessoria

Fonte: Prudential

A Prudential do Brasil acaba de firmar parceria com a Suporte Consultoria e Assessoria em Seguros, assessoria do Rio Grande do Sul chefiada por Alberto Muller da Silva, profissional com mais de 30 anos de experiência no mercado segurador. O novo negócio tem o objetivo de ampliar a oferta de seguros de vida em grupo no estado e faz parte do projeto de expansão da Prudential na região Sul do Brasil, especialmente nas cidades da Serra Gaúcha. O Sul do país é estratégico para a companhia, que cresceu 34% em novas vendas de Vida em Grupo na região em 2024, se comparado a 2023.

“A Prudential e a Suporte Assessoria compartilham um propósito em comum, oferecer um atendimento de excelência e soluções completas para os corretores de seguros. O mercado de seguros de vida no Brasil apresenta um potencial significativo de crescimento, e o Rio Grande do Sul se destaca como uma região promissora, com amplo espaço para crescimento no setor. A Prudential vai além da oferta de seguros de vida, ampliando sua atuação com soluções voltadas também para o cuidado com a saúde, reforçando seu compromisso com a proteção e bem-estar dos segurados”, afirma a gerente de Parcerias Comerciais da Prudential do Brasil, Viviane Cruz.

O sócio proprietário da Suporte Consultoria e Assessoria em Seguros, Alberto Muller da Silva, destaca a importância da nova parceria para a corretora: “Estamos muito felizes com o início da parceria com a Prudential, pois levaremos aos nossos corretores uma das maiores seguradoras de vida do país, que oferece produtos e serviços diferenciados. Desta forma, proporcionaremos aos corretores maior capacidade de oferta e fechamento de negócios”.

Grupo HDI premia mais de 200 corretores com viagens para a África do Sul e Bahia

Fonte: HDI

O Grupo HDI, um dos principais conglomerados seguradores do Brasil, anuncia os vencedores da “Conexão Mundo e Brasil”, a maior campanha de incentivo com premiação em viagens do mercado, realizada pela empresa entre o final do ano de 2024 e início de 2025. A iniciativa, parte do programa de relacionamento Cresça Corretor, reconheceu os profissionais que mais se destacaram em vendas de apólices e celebrou seu sucesso com viagens exclusivas para a África do Sul e a Praia do Forte, na Bahia.

No total, 283 corretores foram premiados: 100 corretores embarcarão na viagem internacional “Conexão Mundo”, entre os dias 26 de maio a 3 de junho de 2025, enquanto outros 183 participarão da viagem nacional “Conexão Brasil”, entre os dias 10 e 13 de abril deste ano. Na iniciativa realizada com destino dentro do país, todos os diretores regionais e executivos do time Comercial do Grupo HDI estarão presentes, além do CEO Eduardo Dal Ri e dos Vice-Presidentes Marcos Machini, Rafael Ramalho e Igor Di Beo, a frente dos times Comercial, Auto e Vida & RE, respectivamente. Além dos passeios, 198 corretores foram premiados com créditos exclusivos no Cartão Cresça Corretor.

A campanha considerou as apólices de novos seguros ou renovações de julho a dezembro de 2024, abrangendo produtos das três marcas do Grupo HDI: Yelum Seguradora, HDI Seguros e Aliro Seguro, em diversas linhas, como Auto, Vida, Caminhão, Frota, Comércio e Serviços, Residência, Marine, Risco de Engenharia e Equipamentos.

“Nossa campanha ‘Conexão Mundo e Brasil’ se consolidou como um grande marco do Grupo HDI, estimulando e reconhecendo a dedicação dos corretores, que são pilares fundamentais para o nosso crescimento”, explica Marcos Machini, Vice-Presidente Comercial da companhia. “A presença dos nossos executivos na viagem também faz parte de uma estratégia estruturada de relacionamento, permitindo uma aproximação ainda maior com os corretores e o fortalecimento da nossa parceria. Ficamos muito felizes em poder agradecer e reconhecer esse trabalho por meio de momentos de lazer e experiências inesquecíveis.”