Seguradora HDI investe em subscrição para democratizar o seguro no Brasil

Com a ajuda de uma subscrição analógica e tecnológica, a estratégia da HDI é ingressar em novos produtos e mercados, diversificando o mix de produtos e apoiando o crescimento dos corretores

Em tempos de acirrada concorrência em seguros, o subscritor de risco ganha ainda mais relevância numa seguradora. Isso porque a subscrição é o cerne do setor de seguros. Afinal, inovação não é apenas criatividade e geração de ideias únicas. Trata-se de identificar necessidades não atendidas e mercados inexplorados e abordá-los, às vezes com soluções não testadas e modelos de negócios não comprovados.

No passado, os subscritores avaliavam manualmente os pedidos de cobertura e tinham mais liberdade para aprovar ou negar a cobertura. Agora, esses profissionais contam com uma preciosa ajuda: os algoritmos. “A precificação de um seguro é importante, mas a subscrição tem um peso relevante na aceitação do risco pelas seguradoras”, explica Igor Di Beo, vice-presidente técnico da HDI Seguros.  

Com o algoritmo, os subscritores podem considerar muito mais informações ao avaliar o risco. Quanto mais dados, mais automatizado fica o processo, agilizando a resposta ao corretor e ao cliente. Isso permite que as seguradoras gerenciem melhor seus riscos de sua perspectiva, o que leva a preços melhores para alguns segurados. 

“Uma subscrição errada pode comprometer o resultado de uma carteira e isso inibe investimentos ou mesmo a decisão de saída de uma companhia de determinado risco”, pondera o executivo. A desvantagem do ponto de vista da pessoa que procura seguro é que a seguradora está muito menos disposta a olhar para os riscos que estão fora dos limites estritos de seus algoritmos.

“O processo que mescla humanos e máquinas é mais eficiente para todos. Na HDI, a estratégia é usar a nossa equipe de engenheiros de prevenção, oriundos das carteiras da Sompo que adquirimos no ano passado, para lapidar a subscrição de risco”, informa. Os subscritores contam com a ajuda da equipe de engenheiros de prevenção da seguradora Sompo, adquirida pela HDI no ano passado, para aperfeiçoar a análise e para treinar os corretores de seguros. “Com a tecnologia, dados de preenchimento foram automatizados, liberando os profissionais para atuarem como consultores. Desde a organização de um depósito até mesmo o treinamento de uma brigada”, enumera Di Beo.  

Já no segmento de pequenas empresas, a HDI prevê disponibilizar os engenheiros para treinar os corretores em gestão de risco. “É um fator cultural importante para as pequenas empresas. Um restaurante, por exemplo, o principal ponto de risco é próximo a coifa. Não posso ter um depósito próximo com forma de isolar o risco de faíscas que podem gerar incêndio. Enquanto os bombeiros estão preocupados com a vida humana, a engenharia de prevenção vai além e busca conscientizar as pessoas sobre a importância de gerenciar riscos e assim proporcionar a continuidade da empresa com a mitigação de acidentes. Quanto menor o risco, menos a empresa vai desembolsar com o seguro”, explica. 

Em novos riscos, Di Beo cita como exemplo o segmento de seguro para equipamentos. “Antes o aparelho de tomografia ou de raio X ficavam restritos a uma sala. Hoje, o médico leva o equipamento portátil, que tem um valor elevado, para atender o paciente em casa. Há o risco de roubo e de incidentes, por exemplo, e uma demanda destes profissionais por um seguro”. 

A carteira de riscos de equipamentos da HDI tem apresentado boa rentabilidade neste primeiro ano e com isso a tendencia é expandir os itens aceitos e em novas praças. “O interesse dos corretores tem aumentado e isso nos faz avançar neste segmento. Em equipamentos agrícolas, com rápido avanço de tecnologia embarcada, por exemplo, já temos mais de R$ 13 milhões em vendas por mês”, citou. 

Com a ajuda de uma subscrição analógica e tecnológica, a estratégia da HDI é ingressar em novos produtos e mercados, diversificando o mix de produtos e apoiando o crescimento dos corretores com a democratização do seguro. Com maior escala, o preço do seguro tende a ficar mais acessível, favorecendo a política do setor de democratizar o acesso ao seguro. 

Somente 30% das pequenas e médias empresas têm algum tipo de seguro, embora o setor represente 99,1% das 5,1 milhões das companhias do País. Os dados são de estudos feitos por seguradoras e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em residência, menos de 15% das residências contam com uma proteção securitária. Apenas 15% da população possui seguro de vida. Menos de 30% da frota de veículos é segurada. O seguro de responsabilidade civil é um risco quase desconhecido. “Temos muitas oportunidades de negócios e a subscrição bem-feita é um pilar importante da nossa estratégia”, finaliza Igor Di Beo. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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