AIG suspende venda de RC profissional para médicos no Brasil

A AIG decidiu descontinuar a venda de seguro de responsabilidade civil para médicos em alguns países, inclusive no Brasil, onde poucas seguradoras atuam em razão de ser um risco com alta sinistralidade e fraudes e que acaba não agradando aos profissionais de saúde tanto pelas limitações de coberturas como também pelo elevado preço, afirmam corretores que pediram anonimato.

Segundo informou a seguradora, trata-se de uma decisão da matriz, que vai manter o produto apenas no mercado americano. No Brasil, o grupo segue atuando com mais de 40 categorias de apólices de responsabilidade civil profissional, como para advogados, contadores, corretores de seguros, cartórios entre outros.

A operação internacional da AIG decidiu descontinuar a sua linha de seguros de Responsabilidade Civil Profissional para a Área da Saúde e deixará de oferecer esta modalidade de seguro em todos os países onde a opera, fora dos Estados Unidos. Trata-se de uma decisão estratégica que faz parte do processo de realinhamento dos negócios da companhia. A AIG está continuamente avaliando sua operação, adequando-a  caso a caso e estabelecendo parcerias oupromovendo aquisições, como foram os casos recentes da parceria com da Carlyle e a aquisição da Validus”, informou a seguradora em nota solicitada pelo blog Sonho Seguro para confirmar a notícia revelada por corretores.

“A AIG Brasil continua sendo um país estratégico para a expansão de parcerias estratégicas com parceiros de negócios para o fortalecimento da marca no mercado de grandes riscos, pequenas e médias empresas e viagem”, acrescentou a companhia.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

6 COMENTÁRIOS

  1. Seguradoras e resseguradores apostam em ramos e depois recuam no mundo todo. Estrategias são montadas e testadas com o intuito de atender ao cliente final mas também de melhor posicionar uma companhia no mercado.
    Fraudes sempre existiram e existirão em qualquer ramo de atividade e não somente o seguro.
    Não é segredo para ninguém que o mercado segurador apresenta excesso de capacidade e a pressão por metas muitas vezes faz com que as companhias aliviem regras de subscrição visando market share. Esse é um movimento normal do mercado e sempre haverá a bola da vez.
    De fato é importante comunicar a descontinuidade de uma carteira porém o tom realmente precisa ser medido.
    A mídia em geral não costuma valorizar muito a atuação do mercado segurador. Infelizmente é normal ver que a mídia de massa somente fala de seguro quando há algum grande escândalo envolvido. Poucos ou nulos são aqueles que falam de seguro ressaltando sua real razão de ser. Porém nossa sociedade está tão longe do que seria ideal em questões básicas imagina então em matéria de seguro.
    Eu tenho uma forte tendência em acreditar que a concorrencia desmedida de novos entrantes acabam sendo um fator decisório para descontinuar carteiras em Seguradoras renomadas e com experiência, muito mais do que a fraude em si, que no caso de seguro de responsabilidade fica muito mais difícil de ser configurada.
    Juliana Alves

  2. Como pode alguém falar em fraude em seguro de RC Médicos? Realmente esse Carlos não sabe o que está falando. Como o Marcio bem ponderou, para haver fraude, é necessário que o terceiro esteja participando, pois, para se evidenciar um sinistro de RC, precisa da figura do terceiro prejudicado, logo, alguém tem que ter sofrido um dano. Na minha opinião estão confundindo isso com o seguro de DIT, onde talvez possa haver tentativa de fraude, porém hoje as seguradoras estão muito bem preparadas para isso.
    As indenizações no Brasil ainda estão longe do que passa no mercado internacional, assim como o prêmio, por isso, esse mercado ainda tem vida longa no Brasil. Hoje já é um mercado de BRL 100MM, e tem potencial para muito mais.

  3. Fraude e sinistros ocorrem em todos as áreas do seguro. Todavia alegar que as apólices não agradam os profissionais é algo que não posso concordar, a carteira é grande e com tendência de crescimento. A profissão médica é uma das mais serias e respeitadas. Para comprovação de um erro medico é necessário uma junta e comitê para apuração. Isto significa dizer que muitos estariam em conluio para fraudar, inclusive o terceiro prejudicado ou forjar um problema de saúde. Não é este o que percebemos. Percebemos sim que existem algumas “instituições” vendendo serviço de acessória jurídica e travestindo cobertura de seguros, inclusive com a emissão de certificados de seguros fora do padrão exigido pelo regulador e também sem as reservas de sinistros adequados. Caso a sua matéria de fraude seja em relação a tais fatos e vendas travestidas talvez possa começar a concordar com o seu primeiro paragrafo. Porém é mister observar os interesses ocultos daqueles que vendem e são remunerados na venda de serviços depõem explicitamente contra o Seguro. Quando alguém faz uma alegação anônima fico um pouco ressabiado da seriedade da informação. Seria oportuno trazer as claras os fatos para evitar o mal entendido e buscar elevar a cobertura do seguro, alias negociada no mercado brasileiro há muitos anos e com grande dedicação de profissionais sérios e que batalham para sustentabilidade do Seguro Profissional Médico. Quanto a decisão da Seguradora em deixar de operar não tenho nada a comentar e respeito a decisão dos executivos sempre, fato que não se relaciona com a critica aqui apontada. Marcio Guerrero

  4. Achei o texto coerente com o que vem ocorrendo no mercado. Alta sinistralidade não é bom para seguradora e nem para o segurado, pois o prêmio tende a ficar mais alto e desestimular o médico a fazer o seguro. E um fator muito relevante que Denise colocou muito bem, são as fraudes que prejudicam a carteira de RC profissional. Posto isso, mostra que ela fez uma colocação muito pertinente e que provavelmente outras seguradoras já estão monitorando os sinistros desta carteira e podem também, no futuro, suspender suas atividades temporária ou definitiva.

  5. Sou leitor do seu site, porém o comentário da noticia da AIG, não sei se seu, ou se da companhia, está totalmente fora da realidade. Primeiro, como pode um produto de alta sinistralidade não ser bem aceito pelos profissionais? Acho que é o contrário correto? Segundo, se ele tem alta sinistralidade, as condições serão mais restritas e os preços maiores…esse é o mundo de seguros!! Existem seguradoras que trabalham a anos com esse produto com sinistralidade super controlada. Gosto muito do seu site, porém essa matéria realmente deixou a desejar.

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