RIMS 2024: Brasil vive uma das melhores janelas para o segmento de grandes riscos da última década

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O interesse do mercado internacional pelo Brasil cresce dia a dia. O país vive um momento importante para atração de capital externo, o que faz ressoar no setor de seguros o mantra de este o país vive uma das melhores janelas para o segmento de grandes riscos da última década, comentam seguradores, resseguradores e corretores de seguros, que preparam suas apresentações para convidados que participarão do evento RISKWORLD 2024, que acontece entre 5 a 8 de maio em San Diego, California (EUA).

Trata-se de um dos eventos mais importantes do mundo por reunir executivos de gerenciamento de risco de mais de 70 países. O RiskWorld conta com cerca de 400 expositores, prometem ser um ponto de encontro para as mentes mais brilhantes e figuras importantes na gestão de riscos. Serão mais de 300 palestrantes que participarão de 201 painéis dos mais diversos temas que preocupam os gestores de riscos.

Até o ano passado, o evento era voltado para temas dos Estados Unidos, maior no ranking de seguros do mundo, responsável por 43%, ou US$ 2,7 trilhões, dos US$ 6,8 trilhões em vendas em 2022, segundo o maior recente estudo do Swiss Re Institute sobre o mercado mundial.

A estimativa é de que a delegação brasileira supere 100 executivos de empresas consumidoras de seguros, representadas pelos gestores de riscos (risk manager), pelos profissionais técnicos e comerciais de seguradoras, de resseguradoras e de corretoras de re/seguros. Entre eles membros da ABGR, das corretores Wiz Corporate, Alper Seguros, OneGlobal, Gallagher, Lockton, MDS, Marsh, WTW, AON e das re/seguradoras Allianz, Swiss Re Corporate Solutions, Chubb, AXA, Zurich, Munich Re entre tantas outras com filiais no Brasil.

O Brasil, apesar de deter menos de 1% de market share no ranking mundial de seguros, com vendas US$ 62 bilhões em 2022 (dados de 2023 devem ser consolidados e divulgados até julho), figura no radar dos investidores. Desde o início da Lava Jato, em 2014, o seguro de grandes riscos ficou praticamente parado, à espera do retorno dos investimentos públicos e privados.

Em 2024, segundo ano do governo Lula 3, o clima é de otimismo em diversos setores da economia, que trazem negócios para seguros patrimoniais e linhas financeiras, segmento conhecido internacionalmente como Property & Casualty (P&C). No total, na primeira etapa do PAC Seleções estão previstos R$ 65,5 bilhões em investimentos em todo o país. A segunda fase do Seleções – com mais R$ 70,8 bilhões – deverá ser lançada no início de 2025, para que os prefeitos que forem eleitos este ano possam participar do Novo PAC.

Segundo entrevistados, 2024 é um período de consolidação da transição do governo, com marcos importantes tanto na economia como na política. Negócios mesmo fazem parte da agenda de 2025. O mundo acompanha o dia a dia do país, principalmente indicadores como a situação fiscal, o ciclo de queda de juros, o comportamento da inflação, os impactos no PIB, o poder de consumo, indicadores de emprego, do consumo de produtos financeiros, como se dará a corrida eleitoral para prefeitos, vice-prefeitos e vereadores dos 5.568 municípios do país e, claro, os efeitos da atualização do arcabouço regulatório de seguros, principalmente o PL 29, que muda os contratos de seguros.

A Wiz Corporate, que pertence a holding Wiz Co, organiza um coquetel no sábado que antecede a abertura do evento para cerca de 50 executivos. Além de estreitar relacionamento, o grupo quer mostrar o potencial dos serviços de gestão do portfolio de seguros patrimoniais. “Acho que para grandes e médios riscos, principalmente infraestrutura ligada à energia e mobilidade, talvez seja a melhor janela das últimas décadas”, aposta Anderson Romani, diretor executivo da Wiz Corporate.

“Mesmo sem considerar os investimentos públicos, temos avançado significativamente com seguros para pequenas e médias empresas e linhas financeiras construindo a gestão do seguro empresarial em diversos parceiros que antes sequer vendiam seguro para seus clientes finais”, acrescenta o diretor da Wiz, que tem entre seus principais parceiros bancos como Banco do Brasil, BRB, BMG, Inter entre outros. Uma importante carteira da corretora local é a gestão das indenizações do programa Minha Casa Minha Vida.

“Em 2025, a coisa deve andar mais rápido em termos de projetos”, comenta Rodrigo Protasio, CEO da Gallagher Seguros, cujo grupo mundial estará com estande na feira, bem como realizará coquetéis para receber clientes e prospects para apresentar o time mundial e brasileiro, uma vez que a corretora está presente em 42 países e vários executivos do grupo, que tem valor de mercado em bolsa estimado em US$ 54 bilhões e mais de 52 mil colaboradores, participarão do evento. No Brasil, a corretora tem registrado crescimento relevante e diversas contratações de especialistas, e as perspectivas para o ano seguem otimistas em diversos segmentos.

Leonardo Dale partilha do mesmo otimismo. “O mercado de seguros no Brasil é um terço do mercado italiano e menor do que o mercado da Irlanda”, comenta o CEO de seguros no Brasil da corretora Oneglobal. O grupo alugou uma casa para receber convidados em eventos paralelos, próximo do local do RISKWORLD. Além de reuniões com clientes, time mundial e prospects, serão realizadas palestras sobre temas relevantes para os gestores de riscos, como ataques cibernéticos, com o especialista Peter Hacker. Também está progamado um coquetel de confraternização, que inclui até mesmo os concorrentes. A animação está por conta de Gabriela Oorschot, diretora internacional que é DJ, acompanhada pela guitarra de Angelo Colombo, CEO da Swiss Re Corporate Solutions (Corso), responsável por Brasil e América Latina.

A agenda de Colombo e de Guilherme Perondi, vice-presidente executivo do Brasil e head de distribuição na América Latina, bem como do CEO mundial, Andreas Berger, dão uma ideia do interesse de todos pelo Brasil. A seguradora suíça, uma das patrocinadoras do evento, além do estande na feira de negócios, participará de sete painéis com temas relevantes como seguro cibernético, programas de seguros globais, seguro paramétrico e ESG na América Latina, este último com a participação de membros da ABGR (Associação Brasileira dos Gestores de Riscos).

O Sonho Seguro foi convidado pela Wiz Corporate para cobrir o RISKWORLD. Acompanhe as novidades do evento no blog e nas redes sociais.

Artigo: Gol de placa dos reguladores de previdência complementar

carlos alberto de paula

Por Carlos De Paula, ex-diretor da Susep e ex-diretor Superintendente da Previc

Após uma luta de quase 20 anos, as aprovações da Resolução CNPC n° 60, de 7/2/2024, e das Resoluções CNSP nº 463 e 464, de 19/2/2024, finalmente promoveram um importante avanço em relação aos planos coletivos dos fundos de pensão e dos planos de acumulação oferecidos pelas seguradoras. Trata-se de um movimento evolutivo digno de reconhecimento, tendo em vista que as inovações impactarão positivamente na criação e colocação de novos planos oferecidos pelas respectivas indústrias. 

As novas medidas adotadas pelos dois reguladores chegaram num momento muito oportuno. O Brasil está às portas do fechamento do bônus demográfico e metade dos cerca de 203 milhões de habitantes (Censo 2022) já tem idade superior a 35 anos. A população brasileira está envelhecendo e, a exemplo do que ocorreu com os países desenvolvidos, o benefício do avanço da longevidade traz uma série de novos desafios para o Estado e para a população.

A rigor, considerando o baixo nível de educação financeira e apesar de todo cidadão ter um familiar aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social, pouquíssimos brasileiros têm o devido discernimento acerca de como se preparar para o inevitável. E, nesse caso, a pergunta que se coloca é: como envelhecer com qualidade de vida e com dignidade num país que não enriqueceu?

Nesse sentido, em relação aos sistemas de previdências privada, os reguladores abriram mais uma janela para facilitação do acesso dos cidadãos aos respectivos sistemas de previdência aberta e dos fundos de pensão.

Além disso, vale destacar um componente poucas vezes observado na atuação do Estado desde a edição dos primeiros marcos regulatórios da previdência, editados em 1966 e 1977: a presença da coordenação regulatória, que, no caso concreto, diz respeito à inscrição automática que passou a vigorar para os planos coletivos dos dois segmentos. Antes da edição das novas normas, ao oferecer um plano coletivo, as empresas dependiam de prévia manifestação de vontade de seus colaboradores para que fossem considerados participantes do plano. Essa pauta foi superada, respeitando-se inclusive o direito de desistência do participante no caso dos fundos de pensão. Em relação aos segmentos das seguradoras, fiscalizadas pela Susep, o detalhamento provavelmente será tratado por meio de Circulares a serem editadas.

O cuidado que se deve ter com a coordenação regulatória continua sendo ponto nevrálgico quando tratamos de discussões mais estratégicas acerca do fomento e da ampliação das coberturas securitária e previdenciária no Brasil. Entretanto, é importante reconhecer que a edição das resoluções foi uma importante sinalização do Estado em relação ao aperfeiçoamento regulatório no Brasil e mostrou o alinhamento necessário que se deve ter ao tratar de temas umbilicalmente relacionados, como as previdências privadas fechada e aberta.

Outro ponto relevante, diante das publicações das Resoluções CNSP 463 e 464, diz respeito à avenida definitivamente aberta para o desenvolvimento de um mercado brasileiro de anuidades. A comercialização de planos considerando o ciclo de rendas poderá movimentar vários interlocutores, dentre eles, o mercado secundário dos resseguradores locais, bem como o mercado supervisionado pela CVM, haja vista a possibilidade de colocação de papeis alinhados às estratégias das seguradoras, inclusive com a participação do Tesouro Nacional em várias frentes caso resolva lançar o Renda+ na versão PJ.

Dentre outras novidades, em relação à renda a ser contratada no âmbito das seguradoras, as inovações regulatórias trouxeram muitas possibilidades, tais como: a partir da desvinculação entre os momentos de contratação do produto de acumulação e da renda, o recebimento de renda(s) simultaneamente ao período de acumulação (contribuição); possibilidade de oferta de rendas, temporária ou atuarial, com base em percentual sobre a estrutura a termo da taxa de juros (ETTJ); possibilidade de contratação de rendas simultâneas, além de ter abarcado importantes definições acerca do ciclo de renda; da oferta de renda, bem como a criação do certificado de rendas para rendas contratadas. Ainda, trouxe previsão da necessidade de oferta de contratação de renda vitalícia.

Enfim, podemos dizer que o CNSP agiu com sabedoria ao deixar para o supervisor das seguradoras o detalhamento das regras com vistas à criação e estruturação de novos produtos em sinergia com o mercado.

Evidentemente, ao falarmos de fomento da previdência privada, existem outros fatores críticos como renda, conjuntura econômica e educação financeira. Não obstante, o passo dado pelos reguladores dos setores com a edição das Resoluções acima mencionadas constitui uma importante pavimentação para a consolidação de uma agenda estratégica para o país diante da transição demográfica e do consequente envelhecimento da população. Esse, certamente, foi um gol de placa.

PL de seguros está na pauta de hoje da CCJ do Senado

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado reúne-se às 10h e deve votar, entre outras pautas, o novo marco legal dos seguros privados, conhecido como PL 29/2017. Na semana passada, o senador Sérgio Moro pediu vistas. Isso fez com que o ministro Fernando Haddad se reunisse com membros do setor, que tentaram chegar a um consenso, na sexta-feira. “A expectativa hoje é de que será aprovado, uma vez que de 100%, 98% dos pontos já estão acordados”, disse uma fonte próxima que pediu anonimato.

Mercado de seguros investe em soluções para mitigar riscos e alta de preço em programas corporativos

Os gestores de riscos nunca foram tão desafiados como agora. Os guardiões do patrimônio dos acionistas de hoje convivem com uma série de riscos globais interligados, desde questões geopolíticas, econômicas e sociais até tecnologia, clima e regulamentação, que tendem a aumentar em frequência e gravidade. E para complicar mais, um mercado de (re)sseguros quem vem difícil desde 2017 e se agravou com a contabilização das perdas causadas pelas consequências de pandemia, guerras e mudanças climáticas.

A colunista do Infomoney conversou com executivos que atuam com grandes riscos para entender como o setor de seguros tem contribuído para melhorar a vida dos gestores da área, que perdem o sono para mitigar incidentes cibernéticos, como ataques de ransomware, violações de dados, interrupções de TI e na cadeia de suprimentos.

Ilan Kajan, corretora Alper

Ilan Kajan, vice-presidente de riscos corporativos e sinistros da Alper Seguros, afirma que o papel do broker (corretor) é ajudar o gestor de risco nos desafios. “Hoje temos muitas questões não relacionadas ao risco do negócio em si, que vão de inflação, taxa de juros, mudanças climáticas e riscos geopolíticos”, explica. Se os EUA, por exemplo, aumentam os juros, atraem o capital que poderia estar disponível para resseguro. O resultado se mostra na redução da oferta de capital para uma demanda elevada de riscos corporativos. E tem mais. “Perdas em qualquer parte do mundo, com elevação dos pagamentos de indenizações por furações a pandemias e guerras, contaminam outras carteiras e regiões, pois o ressegurador vai priorizar o equilíbrio financeiro global do grupo” acrescenta Kajan.

Neste cenário de riscos conectados, de preços elevados e de coberturas restritivas, o executivo da Alper conta que o corretor busca capacidade em várias empresas para conseguir completar um painel de resseguro. “Isso limita a opção ao cliente final. Quando o gestor pede uma oferta alternativa, praticamente não há, pois todo o capital disponível no mundo já está na oferta apresentada”, explica.

Uma das soluções das seguradoras tem sido reunir esforços da diretoria atuarial com a comercial. O investimento nessa área visa resultados sustentáveis ao longo do tempo, conhecendo melhor tanto os riscos que expõem o capital do grupo, quanto como gerar valor aos clientes, compartilhando conhecimento e apoiando a gestão de risco. “A incorporação da estrutura comercial de corretores corporativos à área técnica segue um movimento já feito na Espanha e que trouxe excelentes resultados na operação da Mapfre”, conta Mauro Caetano, diretor de empresas e Seguros Gerais da Mapfre.

O principal objetivo é trazer eficiência operacional e mais sinergia entre as áreas na unidade brasileira. “Acreditamos muito nesta integração, pois além da simplificação de processos internos, o movimento unifica a comunicação entre a área comercial e técnica com os corretores corporate, possibilitando a oferta de produtos de forma ágil aos clientes. Essas iniciativas já estão resultando em melhorias significativas no relacionamento com os principais corretores e clientes da Mapfre”, afirma.

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Guilherme Perondi, vice-presidente executivo Brasil e head de distribuição LATAM na Swiss Re Corporate Solutions, conta que há 60 anos o Grupo Swiss Re tem uma área chamada RES (Risk Engineering Services ou Serviços de Engenharia de Riscos). Essa equipe tem uma dupla função: apoiar a subscrição na análise e classificação dos riscos que o grupo assegura e auxiliar clientes corporativos na avaliação e gestão dos seus próprios riscos operacionais.

“Contamos com uma equipe de engenheiros e técnicos em todo mundo em diferentes especialidades como riscos patrimoniais, engenharia e responsabilidades com conhecimento em vários setores como indústria pesada em geral, energia, cadeia de suprimentos, exposições catastróficas e sustentabilidade”, destaca.

Segundo Perondi, há um tema comum nas demandas que é a busca por troca de conhecimentos com a equipe técnica. “Nosso engajamento com clientes e corretores em geral é baseado em dados e expertise para suporte à gestão de riscos, com objetivo de prevenção a perdas, incluindo uso de tecnologia para análises de grandes volumes de dados”, cita. Outro valor agregado solicitado com frequência são benchmarks e melhores práticas globais ou do setor de atuação da companhia, que geralmente passam a ser incorporados nos planos de gestão de riscos da empresa.

tiago santana zurich

A Zurich criou há 25 anos uma equipe de engenharia de riscos conectada a uma rede de especialistas global com mais de 800 engenheiros especializados. “Entendemos que o gerenciamento de risco é fundamental para aumentar a resiliência e sustentabilidade de nossos clientes, ao mesmo tempo em que amplia o conhecimento de nossos subscritores para oferecer soluções de seguros adequadas a cada empresa.  Acreditamos que os seguros corporativos não devem ser entendidos como commodities, sendo nossos serviços de engenharia de riscos um instrumento para identificar as exposições de nossos clientes e oferecer soluções sob medida. Toda essa tecnologia também está disponível para os nossos corretores”, conta Tiago Santana, superintendente de Engenharia de Riscos da Zurich.

Ana Carolina Mello, Vice-Presidente de Subscrição da AXA, conta que a filial local da seguradora francesa não possui uma diretoria específica para tratar do alinhamento entre equipe técnica e comercial. Porém, essa é uma característica muito forte na maneira como a companhia trabalha e é reconhecida no mercado por conta dessa interação entre comercial e área técnica. “Em duas linhas de produtos, Vida e Transporte, já temos um profissional técnico-comercial que faz os dois papéis porque esses são seguros que temos parcerias com corretores especializados e que exigem um grande conhecimento das características do setor e seus riscos para precificação e montagem da proposta. Nas outras carteiras precisamos desse olhar mais técnico para tirar dúvidas durante a negociação ou propor soluções mais complexas, de maneira mais rápida”, cita.

Preços mais estáveis

A alta taxa de sinistralidade, a falta de investimentos em gerenciamento de riscos, resistência e a limitação da capacidade para a aceitação de determinados riscos no mercado são alguns dos fatores que explicam os movimentos das taxas de seguros que vêm ocorrendo desde 2017.

Desde o segundo semestre de 2023, o mercado tem apresentado desaceleração e aumento de taxas, o que propicia mudança para um ciclo menos duro. Em algumas linhas, como D&O, esse movimento iniciou-se antes, já no final de 2022. “Em geral, esperamos um mercado mais ‘soft’ para os próximos anos, mas consolidando-se em patamar superior ao existente antes de 2020. A qualidade e a política de gestão de risco das empresas se consolidam como fatores fundamentais na decisão do mercado segurador e ressegurador”, acredita Santana.

“Para o seguro de grandes riscos, o ano de 2024 apresenta desafios semelhantes ao de 2023. Todavia, entendemos que soluções customizadas, mitigando os riscos associados, analisando de forma detalhada as exposições, acompanhando a implementação dos programas de gerenciamento de riscos nas empresas, e com as capacidades locais e globais de nossos times de subscrição, poderemos ser assertivos e ajudar nossos clientes neste cenário de mudanças”, aposta Givânia Silva, head comercial de corporate e brokers da Mapfre.

Perondi afirma que, globalmente, o mercado vem passando por um período de ajuste estrutural e uma das consequências é a de exigências quanto à qualidade de gestão de riscos. Inevitavelmente os compradores de seguros comerciais e corporativos precisam estar preparados para essa mudança estrutural pela qual o mercado está passando, especialmente em setores e empresas com maiores exposições de risco, históricos de sinistralidade e maior complexidade de gestão de riscos.

“As exigências de boas práticas de gestão de risco, investimento contínuo em sistemas protecionais, transparência no compartilhamento de informações e disponibilidade para discussões técnicas não só sobre os riscos segurados, mas também sobre novas estruturas de transferência de riscos, vão seguir como regra nas interações entre compradores de seguro e o mercado de seguros e resseguros”, finaliza o executivo da Swiss Re Corporate Solutions.

A conclusão é que o endurecimento do mercado de seguros ensinou lições a todos que participam do dia a dia da construção de um programa de seguros, incluindo conselhos de administração, agências de risco e órgãos reguladores. Todos buscam informações e estão mais conscientes da conectividade de riscos e isso se reflete na melhoria dos contratos de (re)sseguros.

Artigo: O protagonismo do mercado de seguros diante das mudanças climáticas 

fatima lima

Por Fátima Lima, diretora de sustentabilidade da Mapfre

O relógio está correndo em relação às mudanças climáticas. De acordo com dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), após nove anos consecutivos de temperaturas em níveis recorde, 2023 foi o ano mais quente já registrado na história. Por isso, não é exagero afirmar que as mudanças climáticas são o maior desafio que a humanidade enfrenta atualmente.

Para evitar impactos ainda piores para as atuais e futuras gerações, não há solução sem reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa e acelerar a transição para fontes de energia renovável. Mas os planos atuais ainda são insuficientes e não recuperam o tempo perdido. 

Num ano marcado por eventos climáticos extremos, a COP 28 – Cúpula Climática da ONU realizada em Dubai, no final de 2023 – buscou estratégias para enfrentar os desafios climáticos globais. Após intensas negociações, os quase 200 países presentes chegaram a um acordo marcando o “início do fim” da era dos combustíveis fósseis.  

Embora o documento tenha feito um apelo para que os países abandonem rapidamente esses sistemas, a ausência de um compromisso explícito para eliminação ou redução gradual dos combustíveis fósseis revela as lacunas na busca por soluções concretas para um problema que se acumula. Alcançado, justamente durante o ano mais quente já registrado na história, o acordo representa uma resposta inicial ao descumprimento dos objetivos do Acordo de Paris, indicando que ainda há um longo caminho a percorrer para limitar os efeitos da emergência climática, em especial o compromisso de tentar limitar o aquecimento da Terra em 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. 

Para o setor de seguros, as mudanças climáticas são uma ameaça real. Precisamos entender o impacto dessas variáveis no negócio e acompanhar o que vem sendo discutido em nível global para que possamos nos orientar sobre investimentos futuros e, assim, tomar decisões seguras. Essa não é uma jornada fácil porque pressupõe que pessoas e organizações saiam da sua zona de conforto e pensem além daquilo que estão habitualmente acostumadas a entregar. Uma alternativa fundamental é a prevenção. Prevenir ainda é uma das formas mais seguras para evitar colapsos ambientais em um cenário de profundas mudanças como o que vivemos atualmente. E o seguro cumpre esse papel na sua essência, pois funciona como uma garantia na ocorrência de qualquer evento do tipo.

Outra opção é direcionar os investimentos com o objetivo de acelerar a transição energética para fontes renováveis de energia. Vivemos hoje em estado de alerta, que deve pôr fim às usinas térmicas a carvão e à produção de energias fósseis, transferindo suas subvenções às energias renováveis܂Vivemos em uma era de plena transformação socioambiental. As mudanças climáticas já afetam economias importantes e a transição para uma economia de baixo carbono está fazendo com que novos mercados surjam e outros desapareçam܂Se antes esse era um tema restrito a eventos internacionais como a COP, agora cada vez mais os efeitos das mudanças climáticas fazem parte do dia a dia das pessoas, que têm presenciado fortes ondas de calor e chuvas intensas e começam a entender a relação desses fenômenos com as alterações climáticas e o aquecimento global.

As intempéries climáticas não são uma novidade. Há alguns anos elas integram o mapa de riscos globais com maior impacto e probabilidade, capazes de afetar a prosperidade mundial. Ou seja, fazem parte da lista de riscos severos que impactam a sociedade e a economia, levando empresas a repensar suas atividades e a buscar novas formas de atuação. 

Segundo o Relatório de Riscos Globais 2023 produzido pelo Fórum Econômico Mundial, os riscos ASG (ambientais, sociais e de governança) estão entre as principais preocupações dos líderes mundiais. Tanto em relação aos próximos dois anos como na próxima década, dos 10 principais riscos apontados pelo estudo, oito estão relacionados às questões ambientais e sociais.

De maneira geral, todos (incluindo o setor de seguros) têm a responsabilidade de fazer sua parte para frear o avanço das mudanças climáticas, promovendo a inovação e o investimento em tecnologias verdes e freando o avanço das emissões de gases de efeito estufa geradas pelas energias fósseis e o desmatamento.

Como aquecimento global como pano de fundo, as catástrofes naturais estão ocupando o centro das preocupações das companhias de seguros em todo o mundo. Na visão das seguradoras, a questão ambiental (e sua variável climática) sempre foi considerada um risco financeiro em sua essência e extremamente relevante, uma vez que em nosso negócio oferecemos coberturas para riscos relacionados a fenômenos climáticos como secas e chuvas intensas.

Por isso, graças à sua expertise em antecipar e prevenir riscos, as seguradoras têm cada vez mais relevância para o entendimento e a gestão sustentável dos negócios e das cidades. Ou seja, diante das mudanças climáticas cada vez mais frequentes (como ondas de calor com temperaturas muito altas, estiagens mais intensas e chuvas), temos que fazer nossa parte para frear o avanço desses fenômenos e nos preparar para apoiar setores estratégicos, como o agronegócio, por exemplo.

Nosso papel é estudar e refletir sobre como essas questões relacionadas ao clima vão se comportar daqui para frente, para evitar prejuízos e minimizar os cenários de risco, principalmente os impactos nas carteiras. Daí a importância de investir cada vez mais na identificação dos níveis de vulnerabilidade, a partir de estudos científicos e trabalhos técnicos.

Esse é o caminho. O investimento em estudos para que possamos identificar quais são as vulnerabilidades que os negócios terão que enfrentar em relação aos impactos negativos e adversos das mudanças climáticas. E, nesse cenário, o seguro deve ser visto como um importante instrumento de gestão de riscos climáticos, capaz de manter a coesão social e a sua resiliência em cenários de caos.

Porto Seguro agrega cobertura de funeral familiar no seguro de vida 

A Porto Seguro agrega a cobertura “Assistência Funeral Familiar Ampliada”, que garante a inclusão dos pais do segurado em prestações de serviço e reembolso de despesas com funeral, ao produto Vida do Seu Jeito – uma das soluções disponíveis do Seguro de Vida da companhia.

Para Carlos Eduardo Gondim, diretor de Vida e Previdência da Porto Seguro, investir em coberturas que fazem real sentido para a necessidade dos usuários é um diferencial e compromisso da companhia com seus clientes e corretores. “Sabemos que é inevitável o acontecimento de imprevistos, portanto, buscamos sempre por coberturas e benefícios para nossos clientes e seus entes queridos, com todo o cuidado que a Porto oferece. Por meio dessa iniciativa, reforçamos nosso compromisso com a segurança financeira e proteção de nossos segurados e suas famílias”, comenta  em nota. 

O Assistência Funeral Familiar Ampliada pode ser contratado por pessoas de até 70 anos e para os pais do segurado não há limite de idade, apenas carência de 150 dias – exceto em casos de acidente. 

Allianz registra lucro operacional da de R$ 279,5 milhões e receita de R$ 9,2 bilhões em 2023

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A Allianz atingiu, em 2023, R$ 9,2 bilhões em prêmios. O valor representa um aumento de 5,3% em relação a 2022. Já o lucro operacional (antes de impostos) alcançado no período foi de R$ 279,5 milhões, de acordo com os planos alinhados para 2023.

“Os resultados obtidos são reflexos de ações tomadas em 2021 e 2022 para dar consistência à seguradora e aperfeiçoar sua operação. O nosso modelo de negócio, baseado em portfólio amplo e escala, tem potencial para seguir com um crescimento sustentável”, avalia Eduard Folch, presidente da Allianz Seguros. “Outro fator que deve continuar contribuindo para o cenário é a regularidade da subscrição, com o objetivo de obter equilíbrio entre valor do prêmio e custo de sinistro”, complementa o executivo.

O ano de 2023 foi marcado pela concretização dos esforços para a retomada da rentabilidade da companhia, que havia sido afetada principalmente pelos reflexos da pandemia no mercado de Automóveis, com o aumento de preços de veículos e peças. Houve ainda melhora na carteira de Agrocultivo, até então impactada pelas secas da safra de verão 2021/2022, principalmente na região Sul do país. Diferentemente do exercício anterior, em 2023 o ramo não sofreu com os efeitos dos eventos climáticos adversos. “A melhoria do índice de sinistralidade a níveis de mercado nas principais carteiras da seguradora – 65% em Automóvel e 41% em Rural – também contribuíram fortemente para os resultados obtidos, assim como o crescimento significativo de 27% em prêmios nas linhas Patrimoniais; 31% em Rural; e 20% em Responsabilidades”, afirma Andreas Kerl, CFO da Allianz Seguros.

Para Andreas, a expectativa de uma economia mais favorável em 2024, deve impactar positivamente o mercado segurador brasileiro. “As perspectivas são bastante positivas para este ano, tanto na sustentação para alavancar o crescimento da companhia quanto na melhoria da rentabilidade”, diz. Segundo ele, a empresa está confiante nas oportunidades para o setor nos períodos subsequentes, no que diz respeito ao seguro Auto, às linhas Corporativas, com o lançamento da Allianz Commercial, e ao seguro de Pessoas. “As principais alavancas para acelerar o crescimento nos próximos anos são a diversificação da carteira, a atuação regional e a busca por novos canais de distribuição”, finaliza.

Artigo: i4pro amplia sua atuação no setor de agro com soluções personalizadas 

Fonte: i4pro

A indústria agro segue em constante crescimento no Brasil, com isso o segmento de seguro Rural deve acompanhar essa elevação para suprir as necessidades do setor. De acordo com dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), o setor deve crescer 23,1% em 2024, aumento de 18,1 pontos percentuais em relação a 2023, apresentando o maior crescimento dentre todas as áreas de seguro.

Para atender a essas demandas, as seguradoras têm apostado cada vez mais em modalidades mais voltadas a esse setor, buscando atender, de forma personalizada, as necessidades especificas para o agro.

Neste sentido, a i4pro, líder em soluções de tecnologia para o mercado segurador brasileiro, criou uma solução específica para o segmento rural, que permite emissões de cotações, propostas e apólices e administração dos documentos emitidos pelas seguradoras que atendem ao setor.

O “módulo”, como é chamado, foi projetado para simplificar uma emissão de rural personalizada, guiando-o desde a entrada inicial de informações até a emissão final da apólice. Ao longo deste fluxo, é possível verificar que o módulo possui uma abordagem intuitiva e eficiente para obter as informações necessárias, processar a cotação, receber a proposta detalhada e emitir a apólice.

Soluções como essas trazem mais benefícios as seguradoras contratantes, como maior agilidade em processos de sinistro, otimizando a eficiência das seguradoras e proporcionando uma resposta mais rápida em momentos críticos.

“Os produtores estão buscando, cada vez mais, seguros personalizados para atender suas necessidades. Assim como busca-se agilidade para resolver um sinistro de carro, é necessário velocidade para resolver ocorrências na área rural”, explica Rodrigo Orlandini, diretor de Produtos da i4pro.

A utilização desse módulo, também inclui a possibilidade de capitação de subvenção junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o que permite uma maior agilidade na elaboração da proposta da apólice e uma cobertura mais ampla e customizada.

Essa tecnologia junta-se a outras disponíveis no mercado para trazer maior eficácia às seguradoras. Entre elas, por exemplo, está o uso de sensoriamento remoto e análise de dados geoespaciais, que permitem uma avaliação de riscos mais precisa, resultando em precificação mais justa e personalizada para os agricultores, ou na detecção precoce de condições adversas, permitindo a implementação de medidas preventivas, com redução significativa dos sinistros.

Corretora de seguros Alper lança Agrobiz, o ‘marketplace do agro’

Fonte: Alper

A Alper Corretora de Seguros anuncia o lançamento do Agrobiz by AlperTech – empresa spin-off de tecnologia do grupo – sua plataforma integrada para gestão de seguros, contratação de seguros e serviços relacionados ao ecossistema de Agro. Funcionando como um ‘marketplace’, o app estará disponível para clientes Alper e parceiros a partir do dia 18 de março. Com o objetivo de atender dores de um setor que usa a tecnologia como ferramenta fundamental para operações do dia-a-dia, a solução digital promete simplificar e aprimorar a experiência de gestão do campo, não somente com o seguro, mas tudo o que permeia o ecossistema

Para André Lins, vice-presidente de agronegócios na Alper, o ‘Agrobiz’ vai descomplicar a administração e distribuição de serviços agrícolas, entre eles os seguros para diferentes tipos de culturas. Com a plataforma 100% digital, o executivo acredita que o maior potencial está em plugar inúmeras utilidades além da contratação e gestão dos seguros. “Trata-se de um serviço diferenciado e único no mercado que realmente estará pronto para atender o cliente do agro e contribuir para que ele  consiga acompanhar e tangibilizar o nível de produtividade no campo”, destaca.

O lançamento da plataforma é resultado da aquisição da startup ‘Me Sinto Seguro’ realizada em 2022 via AlperTech, empresa do grupo Alper que é responsável por todos os projetos de tecnologia e inovação digital. “Esse é o primeiro trabalho realizado após o M&A. Estamos felizes com o resultado, principalmente porque a plataforma irá oferecer uma maior precisão na avaliação de riscos, utilizando geotecnologia para analisar características específicas das propriedades. Dentro da plataforma, teremos serviços como monitoramento por satélite, drones, análise de solo e até dados como a cotação de commodities nacionais e internacional”, explica Lins.

Entre outros atrativos do Agrobiz by AlperTech estão as ofertas personalizadas, adaptando-se às particularidades de cada propriedade e suporte para validação de compliance ambiental assegurando que as práticas agrícolas estejam alinhadas com as normas ambientais. Lins ainda destaca que a automatização de notificações para clientes e parceiros agiliza processos, enquanto a gestão climática, com APIs de integração com órgãos e entidades relacionadas ao setor, oferece uma abordagem inteligente para lidar com os desafios climáticos.  

A Diretora de Digital da Alper, Gabriela Rosati, complementa que a solução além de única, vai trazer recursos desenvolvidos pela própria equipe da AlperTech, o que traz personalização total à plataforma. “O Agrobiz foi desenvolvido com base na nossa expertise e relacionamento com produtores rurais de todos os tamanhos, o que nos permitiu entregar uma ferramenta completa e adequada às maiores necessidades do nosso público”, finaliza.

Setor de re/seguros se reúne com Fernando Haddad para falar da reforma tributária e do PL de seguros

Na última sexta-feira (15), 11 pessoas, incluindo o ministro Fernando Haddad, conversaram sobre reforma tributária e o PL 29/2017, que está no Senado e volta para a pauta da Comissão de Constituição e Justiça nesta quarta-feira, 20 depois do pedido de vistas na semana passada. Enquanto a CNseg usou seu tempo para apresentar propostas de Seguros para a reforma tributária, a Fenaber (Federação Nacional das Empresas de Resseguros) conta que os representantes enfatizaram o papel vital do resseguro, que permite a redução da exposição a riscos extremos através da diversificação global de riscos.

A Fenaber,  representada por sua presidência e três vice-presidentes, pontuou “a preocupação com a insegurança jurídica que o PLC 29 trará, caso aprovado, o que pode gerar um aumento de custo para captação de resseguro e escassez de capacidade em um momento de desenvolvimento da econômica brasileira”, informou em nota.

“O ministro foi bastante receptivo, no entanto, não foi possível abordar todas as modificações sugeridas pela Fenaber, através da carta encaminhada ao governo em 9 de fevereiro deste ano, pedindo a retirada do capítulo de resseguro. A aceitação tácita,  regulação de sinistros, exposição potencial vitalícia a reclamações além do período de cobertura da apólice e registro de condições foram alguns itens comentados durante o encontro”, explica a nota.

A Fenaber também disse ter ressaltado a Haddad, que milita no Congresso para agilizar a aprovação do PL de seguros, que normas que venham a restringir ou dificultar a liberdade das partes de negociar continuarão sendo pontos de preocupação e atenção da Fenaber, assim como práticas que não estejam alinhadas com países com uma tradição de resseguro mais abrangente. “Esperamos que o ministro mantenha a discussão aberta para futuras melhorias e contribuições ao PLC29”, finaliza a federação de resseguros.

Procurada, a CNseg não comentou o assunto com a imprensa.

Participaram da reunião, o ministro Fernando Haddad, o secretário Marcos Pinto, o titular da Susep, Alessandro Octaviani, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, com Esteves Colnago (CNseg), Rodrigo Botti (IRBRE), João Rabelo (IRB RE), Paulo Pereira (Fenaber), Rafaela Barreda (Lloyd’s of London), Karsten Steinmetz (Munich Re) e Claudio Mendes (Swiss Re).