Copa do Mundo de 2014 agita seguradoras*

imagesApós a FIFA divulgar neste domingo o nome das 12 sedes brasileiras da Copa do Mundo de 2014, o mercado segurador arregaça as mangas para oferecer um sem-número de apólices necessárias para a realização do evento. Todas as cidades terão um cronograma curto para se adequarem às exigências exigidas em um evento de tal porte. Daí porque o seguro é incluído desde as obras de reforma dos estádios até para despesas médico-hospitalares do público que assistirá aos jogos. O seguro se torna ainda mais evidente em razão das obras precisarem de recursos públicos e privados para a construção ou reforma de estádios e também de hotéis para atender à demanda gerada pela Copa.

Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP) são as cidades que promoveram jogos da Copa de 2014. A expectativa é que as novas arenas estejam prontas até o fim de 2012, possibilitando a utilização na Copa das Confederações, em 2013.

Só em São Paulo o orçamento para reformar o estadio do Morumbi é estimado em R$ 300 milhões. Outros milhões estão previstos também para a ampliação do aeroporto de Belo Horizonte. Com isso, está previsto o anúncio de um PAC só para a Copa do Mundo de 2014. Desta vez, a intenção é ter garantias de que as obras vão manter-se dentro do orçamento. Estimado em R$ 412 milhões, o Pan-Americano do Rio-2007 custou R$ 3,6 bilhões aos cofres públicos, um estouro de quase 800% no orçamento.

Especialistas informam que várias apólices de seguros são obrigatórias pelos organizadores para eventos internacionais. A indústria de seguros começa por garantir que tudo estará pronto para a realização do evento. Sem isso, pode correr um sério risco de ter de indenizar investidores que apostaram seus recursos e amargaram perdas pela não realização. Estarão sendo cotados preços de seguro garantia, dando cobertura para o cumprimento do contrato, bem como de riscos de engenharia da obra.

Passada a fase inicial, começam as apólices exigidas neste tipo de evento. Entre as principais coberturas estão as de responsabilidade civil para indenizar terceiros prejudicados com a realização do evento, seja por produtos, profissionais tercerizados ou funcionários, montagem e desmontagem de estruturas e equipamentos. Estão cobertos riscos por contaminação de alimentos, direitos autorais, segurança e serviços médicos, bem como cobertura de acidentes pessoais para os atletas previstos na participação do evento.

Uma apólice importante é a da não realização do evento, conhecida como “no show”. Este tipo de apólice cobre prejuízos que investidores possam vir a ter com a não realização do evento ou de parte dele. Se os espectadores de algum dos jogos, por exemplo, ficarem impossibilitados de chegar ao local ou os jogadores ficarem impedidos de jogar, os custos da promotora com a devolução do valor do ingresso ou de agendamento de uma nova data, corre por conta do seguro. A apólice também cobre os custos com a demanda dos patrocinadores, que geralmente pedem de volta o valor pago na publicidade de veiculação televisiva daquela partida.

Para a realização da última olimpíada, realizada no ano passado na China, a seguradora PICC Property and Casuality Company Limited (PICC P&C), a maior seguradora estatal de ramos elementares do país sede, fechou o primeiro acordo em 2005. Ou seja, três anos antes da abertura oficial do evento. Isso porque a indústria de seguros é uma importante peça dentro de eventos dessa grandeza, uma vez que ajuda a prever riscos e sugere formas de mitigá-los.

A corretora de seguro inglesa JLT participa de boa parte dos contratos de eventos esportivos. Ela foi uma das contratadas para fazer a consultoria e gerenciamento de risco da próxima olimpíada, que acontecerá em Londres, em 2012. Ela é responsável por fazer o seguro das construções necessárias para os jogos, como parque aquático, estádio olímpico e outros locais previstos dentro da infra-estrutura básica do evento.

Os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, contaram com programa de seguro liderado pela Caixa Seguros, ressegurado no IRB-Brasil Re, que contou com as corretoras de resseguros JLT e Miller do Brasil para desenhar o contrato e distribuir o risco no mercado internacional. O comitê organizador e o governo compraram seguro para proteger os mais de 5,6 mil atletas, comissões técnicas de 42 países e os quase 100 mil fãs que foram assistir os eventos. A cobertura do seguro teve vigência no período dos jogos, cerca de 16 dias.

Foram compradas cinco coberturas: responsabilidade civil, no show, property, directors & officers (D&O) e terrorismo. A apólice de responsabilidade civil é a mais abrangente por cobrir danos físicos ou materiais causados a terceiros, incluindo atletas, voluntários e espectadores, inclusive por atos terroristas. A cobertura de property protegeu o patrimônio dos organizadores, como computadores e equipamentos de telecomunicações, até a montagem e desmontagem de equipamentos e as arenas e estádios como Maracanã e Engenhão, no período das competições. A apólice de D&O teve por objetivo resguardar o patrimônio dos executivos envolvidos na organização dos jogos de uma eventual reclamação de terceiros que se sintam prejudicados por algum erro administrativo.

*matéria da autora publicada no site da CNSeg: www.viverseguro.org.br

Em busca do poupador da caderneta*

images7O anúncio de que o governo realmente vai mudar a forma de calcular o rendimento da velha caderneta de poupança criou um clima de grande expectativa entre as empresas de previdência privada aberta. A grande questão é como atrair a atenção dos investidores que questionam mudar o perfil de investimento diante das mudanças. Afinal, a caderneta totalizou em abril deste ano patrimônio superior a R$ 270 bilhões. Quase o dobro do volume depositado em fundos de previdência aberta, com pouco mais de R$ 140 bilhões.

“A previdência aberta é o melhor investimento de longo prazo do Brasil em razão dos benefícios fiscais que o governo concede”, dispara Osvaldo do Nascimento, diretor de previdência do Itaú Unibanco (foto). “Quem sabe usar o benefício concedido pelo governo ganha dinheiro. Mas é preciso se planejar. Se sacar antes pode perder a vantagem fiscal”, acrescenta o especialista no assunto.

O ciclo de queda da taxa básica de juro da economia, com a Selic em 10,25% em abril, acabou tornando a caderneta de poupança mais rentável que algumas aplicações financeiras de renda fixa. Para que o produto continue voltado para o pequeno investidor, os bancos teriam de baixar as taxas cobradas nos fundos de investimentos para evitar saques de investidores de fundos de investimentos migrando para a poupança. Outra saída é o governo alterar a forma de cálculo do rendimento, que atualmente rende a Taxa Referencial mais 6% ao ano. Em abril, por exemplo, a poupança rendeu 0,55%, empatando com fundos de renda fixa.

De um lado os bancos sem ânimo para baixar as taxas que remuneram a administração dos recursos dos fundos. De outro o governo temeroso de que os principais compradores de títulos públicos, os fundos, deixem de aplicar nos papéis do governo, que rendem em média 11% ao ano, para ter um rendimento maior na caderneta de poupança. Deste rendimento, o banco cobra uma taxa de administração e o governo imposto de renda. A poupança, isenta de taxas e imposto, totaliza, em média, 7% ano ano. Ou seja, dependendo das taxas cobradas a rentabilidade da poupança pode superar a dos fundos.

Segundo cálculos de consultores, um fundo de investimento em renda fixa, com ativos aplicados por mais de um ano para considerar tributação de 20% de imposto de renda, com taxa de administração de 1,5% já começa a apresentar uma rentabilidade líquida igual a da tradicional caderneta. Os fundos de previdência para pequenas quantias costumam cobrar taxas de administração entre 1,5% e 2,5% ao ano sobre o patrimônio e também cobram a taxa de carregamento sobre os aportes.

A vantagem dos produtos vendidos pelas empresas de previdência, PGBL e VGBL, é o benefício fiscal, argumentam os executivos. “É possível ganhar mais na previdência porque se paga menos imposto. A caderneta não é tributada sobre o ganho, mas tem um rendimento limitado”, diz Nascimento.

Para ilustrar sua afirmação, o executivo usa o exemplo de um pai que quer poupar para a educação do filho. O PGBL permite o abatimento de até 12% da renda bruta na declaração anual completa de imposto de renda. Ou seja, o participante poderá reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar a restituição de IR. Ao aplicar em um VGBL, a cobrança do imposto será sobre o rendimento e não sobre o valor total como no PGBL. Usando a tabela progressiva, é possível recuperar o imposto pago na declaração anual de ajuste caso o jovem ainda esteja fora do limite de renda exigido pela Receita Federal ao ter o abatimento de despesas com educação. “A sofisticação tributária tem um grande efeito para quem a entende”, diz o executivo da Itaú Unibanco.

Além do argumento do incentivo fiscal, as empresas correm atrás de diferenciais para conquistar os clientes da caderneta. As taxas e o valor mínimo dos depósitos mensais são as primeiras iscas. A Caixa Seguros, de olho no pequeno investidor da caderneta de poupança, baixou o valor do depósito mínimo de R$ 50 para R$ 25, informa Juvêncio Braga, diretor de previdência da Caixa. “Nossas taxas também estão sendo realinhadas. Hoje temos taxas de carregamento de 0,7%”.

Na Porto Seguro, o diferencial vem da cobrança da taxa de carregamento feita somente na saída. E se a aplicação superar 60 meses, o custo é zero, informa Silas Kasahaya, gerente comercial de Vida e Previdência da Porto Seguro. Parece um benefício banal, mas não é. No investimento de longo prazo e com juros reais baixos, qualquer ponto percentual faz uma grande diferença.

Uma contribuição de R$ 500 mensal, por exemplo, vai toda para a reserva. Se houvesse cobrança da taxa de carregamento, de 3%, por exemplo, a reserva contaria com R$ 485. Ao final de 20 anos, considerando-se uma taxa de juro de 10% e 1,5% de taxa de administração anual, a reserva será de 296,4 mil. Se considerar a taxa de carregamento, o valor acumulado cairá para R$ 287 mil. Quase R$ 10 mil de diferença.

A Brasilprev, braço de previdência do Banco do Brasil, lançou um simulador para facilitar a compreensão do consumidor sobre o efeito dos juros compostos, ou seja, juros sobre juros. Com poucos cliques o internauta pode saber quanto precisa depositar mensalmente para ter uma poupança no período que desejar. “O sistema mostra qual o plano mais apropriado, bem como o fundo que os recursos serão alocados”, informa em nota o diretor de produtos e mercado da Brasilprev, José Eduardo Vaz Guimarães.

Segundo Edson Franco, diretor de previdência do Santander, uma das vantagens do plano de previdência é a flexibilidade. “É possível interromper a contribuição em um momento de dificuldade e fazer aportes esporádicos quando tiver uma renda extra para seguir o objetivo de acumulação traçado no início do investimento”, diz.

A Icatu Hartford criou um serviço diferenciado para clientes e não clientes. Trata-se do site www.felicidadeinternabruta.com.br. Nele é possível acompanhar dicas de como cuidar bem do bolso, da mente, do corpo e do mundo. Uma delas é investir em alguma coisa que você só vai usar no futuro.

A MetLife lançou um produto que calibra as aplicações de acordo com a idade dos clientes. Quanto mais jovem, maior o percentual investido em ações. E quanto mais próximo de atingir o objetivo, maior é a fatia da renda fixa para que o participante não corra o risco de ter uma baixa dos mercados acionários e ficar sem tempo de recuperar.

Renato Russo, vice-presidente da SulAmérica, e Bento Zanzini, vice-presidente da Mapfre, enumeram outras vantagens das empresas independentes, como a variedade de gestores de recursos, taxas de rentabilidade mais competitivas, custos menores e treinamento do canal de distribuição de produtos. Ambos afirmam investir muito no treinamento dos corretores para que eles sejam consultores financeiros de seus clientes.

A conquista de novos clientes é uma boa oportunidade para os corretores, que ainda evitam o produto. Podem aumenta a receita com a comissão, melhorar o relacionamento com a seguradora e ajudar seus clientes a formarem uma poupança para realizarem projetos no futuro. “Mas a previdência é um bom investimento no longo prazo e para quem usa os benefícios fiscais”, alerta Renato Russo. Para quem tem poucos recursos e corre o risco de precisar sacar no curto prazo, a velha e tradicional caderneta é a mais recomendada.

*Artigo publicado na revista Apólice – Maio 2009

É preciso investir em educação, diz Mercer

42-21523340Enganou-se quem achou que a crise é a preocupação número um dos executivos de recursos humanos responsáveis por planos de aposentadoria em grandes empresas. Investir em educação financeira é a prioridade.
A resposta “Esperar para ver o que vai acontecer” foi dada por 80% dos 200 executivos questionados sobre a crise presentes na pesquisa realizada durante a abertura do seminário Mercer de Previdência, ocorrido na última terça-feira, em São Paulo.

Obviamente eles estão preocupados com a crise. Mas sabem que aposentadoria é um investimento de longo prazo. Estão acostumados com o movimentos ciclícos da econômia e já passaram por várias crises. Mas muitos de seus participantes não. E se assustam de ver o sobe e desce da bolsa. Pior ainda nesta crise, com uma curva decrescente para lá de acentuada no último trimestre do ano passado.

Por isso, a prioridade é a educação financeira. Cerca de 73% dos 200 profissionais que participaram da pesquisa buscam formas de melhorar a comunicação com os participantes dos planos basicamente por duas razões: reduzir o volume de saques e estimular aportes, tanto para que o indivíduo tenha uma reserva maior para fazer frente a longevidade, como para compensar o desequilíbrio nos fundos que ainda tem em carteira o plano de benefício definido, que geralmente garantem uma rentabilidade mínima. Esses planos não são mais vendidos. Foram substituídos pelo modelo de contribuição definida, onde não há garantia de rentabilidade.

A educação financeira ficou ainda mais evidente com o resultado apresentado pela Mercer de outras duas pesquisas realizadas com cerca de 150 empresas. Elas mostram que realmente incentivar a conscientização das pessoas em relação a poupança de longo prazo é um assunto prioritário. O índice de resgate dos planos de aposentadoria, segundo a pesquisa na base de clientes da Mercer, era de 82% entre setembro de 2007 e março de 2008, período em que os brasileiros apenas ouviam falar da crise das hipotecas de alto risco (subprime) nos Estados Unidos. Quando a crise se agravou e chegou de fato no Brasil, entre setembro de 2008 e março de 2009, a Mercer fez novamente a pesquisa e o índice de resgate dos planos passou para 83%. Ou seja: nada mudou em razão da crise. O resgate já era elevado e permaneceu.

Ao contrário dos Estados Unidos, onde a educação financeira está incluída nos primeiros anos escolares, o índice de resgate lá aumentou por duas razões: insegurança com as instituições financeiras causada pela crise e por necessidade dos recursos para enfrentar o desemprego.

O temor dos americanos é fácil de entender. Segundo estatísticas mundiais, os ativos de previdência registraram perdas de US$ 5,3 trilhões em todo o mundo. Ou seja, três vezes e meia o PIB do Brasil. A estimativa dos consultores da Mercer é de que parte disso será recuperada entre 2 e 15 anos, dependendo da política de investimento de cada fundo de aposentadoria.

Com os juros baixos e a aversão do investidor a risco, ficará dificil recuperar a perda rapidamente. Por isso trazer informações que tornem o setor mais claro para o consumidor é importante. Como previdência é um investimento de longo prazo, é preciso arriscar para ter um rendimento melhor. Mesmo que a bolsa caia hoje, pode subir amanha. No ano passado, por exemplo, o Ibovespa ficou negativo em mais de 40%. Neste ano está positivo em mais de 30%.

São detalhes como esse que precisam ficar claro para as pessoas para que se consiga ter uma poupança de longo prazo, algo muito novo para o brasileiro. “Sem educação financeira, aportar recursos em um plano de previdência é um péssimo investimento. As pessoas que fazem saques não fazem contas. Não tem noção dos benefícios tributários no longo prazo ou do custo tributário no curto prazo”, diz Carolina Wanderley, consultora da Mercer especializada em previdência e finanças pessoais. A executiva proferiu a palestra “Educando seus participantes para o futuro”.

Com este volume de saques, o argumento para convencer uma empresa a investir em um plano de previdência cai por terra, uma vez que o produto deixa de ser um benefício e passa a ser um custo. Para reverter esta situação e também trazer novos aportes para fundos com planos de benefício definido, que sofrem déficits atuariais com a queda da taxa Selic, a saída é a educação financeira.

Entre os principais tópicos, a conscientização de que governos e empresas buscam reduzir custos com benefícios, de que cada vez mais a qualidade da aposentadoria dependerá do esforça de cada indivíduo fazer a sua própria poupança; que quanto mais cedo começar, melhor será; maior clareza em relação ao ganho dos benefícios fiscais e perdas que podem sofrer com o saque antecipado e, entre outras dicas, o efeito dos juros compostos.

“A rentabilidade sobre o patrimônio acumulado chega a representar 67% da poupança no prazo de 20 anos, enquanto o valor aportado representa 33%. O efeito de juros sobre juros é muito estimulante para quem tem o hábito de poupar”, diz a consultora. Uma economia de R$ 550 por mês gera em 30 anos mais de R$ 1,1 milhão, considerando-se juros nominais de 10% ao ano.

Yasuda capitalizará Marítima em R$ 200 milhões

cahmmnu0cazgdhv8caicx84kcap6cybjcacdbq43ca5ftdvqcaufn8mpca1ig4kxcak7gvuycarge2n6casr5qokcais4d30cas3sv0lcaqynw0vcajd2xleca4y4jnvcaw4gavkcaqpii06cami1qwccazdyrx9catlrdr3caxdb2fpcayv5yuacaaps1iccaxl4xzecan5pj1vcabr5dj8ca7blthica6r0rnyca296rg2ca2tszbmca9w3e3ecalq227ycamwc8xbca737hbecapeay1dcabl4wgwcayozie4A Marítima Seguros divulgou hoje comunicado sobre o acordo de compartilhamento de seu controle acionário com a Yasuda Seguros. Segundo a nota, a associação, que depende da aprovação da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e Agência Nacional de Saúde (ANS), mantém a independência operacional das empresas.

A Marítima será capitalizada em R$ 200 milhões pelo grupo japonês e fará oferta privada para aquisição das ações dos minoritários pelo mesmo valor por ação da capitalização, o que fará com que a operação atinja até R$ 336 milhões.

Várias foram as tentativas de estrangeiros e grupos locais para a compra da Marítima, uma seguradora independente, considerada uma das mais atualizadas em tecnologia e com um relacionamento sólido com os corretores de seguros. Foi por cinco anos sócia da americana Nationwide, parceria rompida em 2005. Depois disso, o grupo passou a analisar algumas parcerias propostas por grupos locais e estrangeiros. No entanto, a exigência da família Vidigal em manter o controle e o preço esfriavam as conversas com os vários candidatos.

Em 2007, no entanto, com a divulgação de novas regras de capital mínimo que começariam a valer em 2008, a capitalização da Marítima se tornou uma necessidade. Em março do ano passado, a Marítima fez um aporte de R$ 76 milhões para adequar a companhia as normas de exigências de capital mínimo da indústria de seguros. O grupo vinha tentando fazer IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) desde 2007. Com a piora do cenário externo para captações, optou pela emissão de bonds, estratégia abortada com o endurecimento da crise financeira.

A presidência da diretoria e do Conselho de Administração da Marítima Seguros continuarão a ser exercidas por Francisco Caiuby Vidigal e a Vice-presidência, por Francisco Caiuby Vidigal Filho. A nota diz que a companhia manterá os diretores estatutários e agregará dois novos diretores, também estatutários, indicados pela Yasuda. O Conselho de Administração será compartilhado entre a Família Caiuby Vidigal e a Yasuda, com três conselheiros cada uma.

A Marítima, que por cinco anos teve uma parceria com a americana Nationwide na área de vida, contará agora com o know-how internacional em seguros do Grupo Sompo Japan, através da Yasuda Seguros.

O J.P. Morgan atuou como assessor financeiro da Marítima Seguros S.A. e Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados atuou como assessor jurídico.

Como será a aposentadoria daqui a 20 anos?

42-21521810Criar um provável cenário de aposentadoria e saúde para daqui a 20 anos. Este é o desafio de um grupo de trabalho internacional do qual a Mercer, uma das principais consultoria de benefícios do mundo, faz parte, juntamente com a OCDE e outros colaboradores.

Robert Dumas, especialista da Mercer, que participa do desafio, detalhou a primeira fase do trabalho durante palestra no seminário Mercer, Gerenciando o plano de previdência em um cenário de incertezas, realizado hoje em São Paulo.

”É mais fácil projetar um futuro distante atualmente”, comentou o especialista em previdência para uma platéia composta por mais de 200 executivos de Recursos Humanos. Os estudos iniciaram há pouco tempo e está na primeira fase, onde seis grupos, entre eles governo, empresas e famílias, estão sendo pesquisados.

Para tal previsão, diante de tanta voltatilidade verificada nos últimos meses com a crise financeira, o grupo traça três possibilidades, considerando principalmente as diferenças demográficas, as inovações financeiras, as mudanças climáticas, os sistemas de previdência em cada país, entre outros. No entanto, todas as variáveis levam em conta o crescimento econômico e as atitudes sociais e políticas de cada país.

O primeiro cenário é “Os vencedores e o resto”. Ou seja, um grande crescimento global atrasará as consequências da explosão demográfica, mantendo os sistemas oficiais generosos. No entanto, o déficit do sistema oficial é mantido, forçando os governos a empurrar a população para uma poupança individual. Neste cenário, as pessoas mais qualificadas terão um plano privado administrado com um grau acentuado de sofisticação de riscos e retorno, e os menos qualificados teriam o beneficio mínimo do governo.

“Todos no mesmo barco” é o segundo cenário. Crescimento moderado, retorno sobre capital mais baixo e busca por instrumentos moderadores seriam o tom deste período. Nos países desenvolvidos haveria uma reforma do sistema oficial, com aumento da idade de aposentadoria e planos sustentáveis. Nos países em desenvolvimento seria a mesma realidade, com melhora da qualidade dos serviços.

O terceiro cenário seria “Cada um por si”. Neste mundo, o grupo de estudo projeta uma prolongada recessão, até 2020, dificuldade fiscal com os serviços de pensão e de saúde públicos, exigindo medidas agressivas dos governos para passar a responsabilidade para os indivíduos. A oferta de uma garantia mínima por parte dos governos e enfoque para melhorar a educação financeira para a população poupar mais seriam as prioridades de governos e empresas para ter um futuro com menos custos sociais envolvendo a aposentadoria e saúde da população.

Na fase dois do programa a missão do grupo será criar opções para melhorar a sustentabilidade dos planos de pensão e de saúde, como gerenciar melhor os gastos, aumentar a idade de aposentadoria, opções de transferência de riscos para seguradoras e mercado financeiro e assim fortalecer a poupança individual da população, o que definirá a situação econômica e social de cada pais.

Vendas mundiais – Swiss Re 2008

http://www.swissre.com/resources/67d8c9804ea6dda7a56da7c270ecaac9-sigma3_2009_e.pdf

Lucro da indústria de seguros cresce 24% no tri

42-18369176A crise financeira global pouco afetou a indústria de seguros brasileira em lucro e faturamento até o momento. Mas os balanços do primeiro trimestre já começaram a apresentar um viés de baixa. Praticamente todas as maiores seguradoras apresentaram lucro no trimestre, mas o índice combinado (faturamento menos indenizações de despesas), que mede a eficiência operacional das companhias, já começa a apresentar piora. Quanto mais próximo de 100%, pior.

Segundo informou a Porto Seguro na divulgação do balanço, o volume de roubo e furto de carros já apresentou alta no trimestre. Aliado a isso, as seguradoras têm dificuldade em aumentar o preço do seguro em razão do desemprego e o lucro com investimentos apresenta queda com o ciclo decrescente da taxa básica de juros, principal índice de correção das reservas das companhias.

Segundo estudo da Siscorp, o lucro líquido do setor no trimestre foi de R$ 2,1 bilhões, alta de 24%. No entanto, o lucro registrado pela Tokio Marine, de R$ 377 milhões, distorce as estatísticas, uma vez que o valor é fruto da venda da participação do grupo japonês na Real Tokio Marine Vida e Previdência para o banco espanhol Santander.

Em faturamento, o setor totalizou R$ 21 bilhões, evolução de 4%, sem considerar o seguro saúde. Seguros movimentou prêmios de R$ 7,9 bilhões, crescimento de 8%. Vida e previdência foi responsável por contribuições e prêmios de R$ 10,9 bilhões e títulos de capitalização acumularam vendas de R$ 2,1 bilhões.

A divulgação de balanços trimestrais no Brasil só foi feita por seguradoras ligadas a bancos ou com ações em bolsa, como Porto Seguro e SulAmérica. Os destaques dos balanços nacionais ficaram com Bradesco e Itaú com queda no ganho, e Porto Seguro e JMalucelli com alta.

O lucro da Bradesco Seguros e Previdência chegou a R$ 650 milhões no primeiro trimestre de 2009, alta de 2,74% em relação ao mesmo período do ano passado. Isso representou 38% do lucro líquido de R$ 1,7 bilhão do conglomerado agora presidido por Luiz Carlos Trabuco Cappi. O grupo faturou R$ 5,5 bilhões no trimestre, com seguros, previdência e capitalização.

A Itaú Unibanco Seguros, que tem José Rudge no comando da integração das operações de seguros, respondeu por 7% dos resultados. Durante coletiva de imprensa, o porta voz do Itaú afirmou que há espaço para crescer, principalmente explorando os clientes do próprio banco. Os prêmios cresceram 6% em comparação a dezembro. O lucro do segmento ficou em R$ 293 milhões, alta de 10,6%.

A área de seguros e de resseguro do Paraná Banco, controlador da JMalucelli Seguradora e JMalucelli Resseguradora, respondeu por 55% do lucro líquido de R$ 20 milhões do grupo no primeiro trimestre deste ano, percentual muito acima da contribuição de 31% registrada no quarto trimestre de 2008. O volume de prêmios totais emitidos pela JMalucelli Seguradora em 75,7%, para R$ 85,2 milhões.

Mundialmente, o grande destaque ficou para o prejuízo da AIG, reduzido em 44%, e para as perdas de US$ 1,5 bilhão da Berkshire Hathway, do megainvestidor Warren Buffett, que teve a primeira perda desde 2001. Nos primeiros três meses do ano, a empresa registrou perdas de US$ 4,35 bilhões. O resultado é 93% inferior ao obtido no quarto trimestre de 2008: US$ 61,7 bilhões, o maior prejuízo de uma empresa norte-americana para um trimestre.

Tiveram redução no lucro Munich Re, Scor, Swiss Re, Zurich e Liberty. Já Hannover Re, Everest e ACE divulgaram ganhos maiores. As corretoras de seguros – Aon, Marsh e Willis – registraram queda nas vendas, mas mantiveram o lucro.

Artigo: Um dia sem seguro

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Por João Elisio Ferraz de Campos, presidente da CNSeg

O mercado de seguros comemora no dia 14 de maio o “Dia Continental do Seguro”. A data, instituída há mais de cinqüenta anos para estimular a aproximação entre os profissionais de seguros das Américas, deve servir também – particularmente quando se intensificam as relações entre os países do nosso continente – para fazermos uma reflexão sobre o papel do seguro na sociedade.

O setor de seguros, previdência complementar e capitalização é responsável pelo dinamismo de diversos segmentos da economia que os números, por si só, nem sempre revelam. O que significam os R$ 29,4 bilhões de indenizações e benefícios pagos no ano passado? Se analisarmos, por exemplo, o ramo de automóveis, vamos constatar que o valor de R$ 6,9 bilhões pago em cerca de 1,8 milhão de sinistros equivale à metade do faturamento de uma montadora como a Volkswagen, que produz cerca de 570 mil veículos por ano e tem 24 mil empregados.

E as 170 mil indenizações anuais (média de R$ 22 mil) por óbitos representam cerca de 30% dos falecimentos ocorridos na faixa etária da população economicamente ativa (entre 20 e 74 anos).

Meu sentimento é que as pessoas, embora suas vidas estejam marcadas individual e coletivamente pela proteção dos seguros, não têm consciência da sua importância. E não têm porque é muito difícil imaginar como seria um dia sem seguro, ou seja, um dia em que os riscos de todas as atividades humanas deixariam de estar cobertos por seguros.

Se isso acontecesse, os aviões não levantariam vôo, os navios não deixariam os portos e o transporte de pessoas em geral não funcionaria pela falta da proteção do seguro de vida e acidentes pessoais. Milhares de atendimentos médico-hospitalares não se realizariam sem seguro saúde. Milhares de veículos provavelmente não circulariam porque seus proprietários não correriam o risco de acidentes sem o seguro de automóveis.

Conseqüentemente, milhares de oficinas e seus empregados não teriam trabalho e poucos carros novos seriam vendidos porque muito pouca gente se arriscaria a retirar um veículo das concessionárias sem antes fazer o seguro. As grandes plantas industriais parariam de produzir porque os empresários, certamente, não admitiriam que seus investimentos e seus empregados ficassem expostos aos riscos sem a cobertura do seguro.

O comércio sofreria um impacto sem precedentes, com os produtos presos em seus depósitos e impedidos de chegar a seus destinos, dentro dos países e no exterior, por falta da cobertura do seguro e o desenvolvimento tecnológico ficaria estagnado porque nenhum avanço acontece, nenhum satélite é lançado ao espaço sem a proteção do seguro.

De um modo geral, todas as pessoas e atividades seriam afetadas em suas vidas e seus negócios se houvesse “um dia sem seguro”. Os prejuízos sócio-econômicos equivaleriam aos de uma imensa greve geral sem piquetes e passeatas, mas com seqüelas que permaneceriam indefinidamente no inconsciente das pessoas.

Se acontecesse “um dia sem seguro” e se esse dia fosse o dia 11 de setembro de 2001, por exemplo, as vítimas do atentado de Nova Iorque não receberiam as indenizações, calculadas entre 70 e 100 bilhões de dólares, por morte, danos materiais, lucros cessantes etc…

O papel do seguro, em seu conceito mais abrangente, é esse: dar às pessoas tranqüilidade para sonhar, ousar e realizar com a certeza de que os riscos de viver e trabalhar têm a proteção de uma instituição: a instituição seguro. Um fato narrado pelo escritor italiano Giovanni Pappini em uma de suas histórias sobre uma visita a Nova Iorque retrata bem essa questão.

Diz ele que, muito impressionado com a grandiosidade da cidade vista dos últimos andares do Empire State Building, comentou que lhe parecia impossível que os homens tivessem sido capazes de construir tudo aquilo.

O empresário Henry Ford, também presente, ao ouvir o comentário de Pappini, teria argumentado: “O senhor se engana quando pensa que essa cidade foi feita pelos homens. Quem a fez foram os seguros. Sem seguro não teríamos os edifícios, porque nenhum homem se atreveria a trabalhar nessas alturas com o risco de cair e morrer, deixando sua família na miséria; sem seguro, nenhum empresário investiria milhões em uma construção como esta sabendo que uma simples fagulha poderia reduzir tudo a cinzas; sem seguro, nada circularia pelas ruas porque ninguém correria o risco de, a qualquer momento, sofrer um acidente sem cobertura. E isso não acontece só nos Estados Unidos, mas em todo mundo, cuja tranqüilidade repousa sobre a base dos seguros.”

Brasil é destaque no balanço da Mapfre

images12Os investimentos do grupo espanhol Mapfre na América Latina começam a dar retorno, principalmente agora que o país sede é o que mais tem sofrido com a crise financeira dentro da União Europeia. O lucro mundial totalizou 287 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, praticamente estável ao resultado obtido no mesmo período do ano passado. Os prêmios avançaram 11%, para 4,5 bilhões de euros.

A Mapfre América, unidade que centraliza as operações dos Estados Unidos e da América Latina, foi a grande responsável pelo bom desempenho do grupo. O lucro proveniente das Americas avançou quase 50%, para 29 milhões de euros, elevando o retorno sobre o patrimônio de 9,7% para 10,9%, segundo comunicado do grupo. Os prêmios evoluíram 25,8%, para 1 bilhão de euros, sendo o segmento de ramos elementares responsável por 774 milhões de euros (alta de 20%) e o de vida e previdência por 230 milhões de euros (incremento de 50%). O índice combinado de ramos elementares ficou em 101%, dois pontos percentuais abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior.

De acordo com o comunicado, a Venezuela se destacou entre os países latinos, com alta de 105% no volume de prêmios, para 187 milhões de euros. Mas o Brasil é o maior mercado, com prêmios de 358 milhões de euros, alta de 9,3%. A operação mexicana crescer 7,7% no período, para 97 milhões de euros. Na Argentina os prêmios da Mapfre cresceram 27%, para 108 milhões de euros e em Porto Rico 9%, para 68 milhões de euros.

Mais detalhes podem ser obtidos na teleconferência de divulgação dos resultados do primeiro trimestre, disponível no site www.mapfre.com, na pagina dedicada aos investidores.

Crise afeta balanços da Allianz, Generali e ING

42-20910232Os balanços do primeiro trimestre do ano continuam trazendo perdas. Allianz, Generali e ING divulgaram hoje seus balanços com resultados afetados, em grande parte, pela desvalorização dos ativos com a crise financeira, a pior desde o crash da Bolsa de Nova York, em 1929.

O grupo Allianz, maior seguradora da Europa, registrou faturamento de 27,7 bilhões de euros no primeiro trimestre deste ano, alta de 2,8%. O lucro líquido despencou de 1,15 bilhão de euros para apenas 29 milhões de euros no período analisado. As operações de ramos elementares (property & casualty) tiveram faturamento estável em 13,9 bilhões de euros. Porém, a lucratividade registrou queda 1 bilhão de euros para 431 milhões de euros. O lucro operacional de ramos elementares recuou de 1,5 bilhão de euros para 970 milhões de euros. O índice combinado ficou em 98,5%, alta de três pontos percentuais e meio.

Nas operações de vida, o faturamento registrado pela Allianz foi de 13 bilhões de euros, acima dos 12,3 bilhões de euros do primeiro trimestre de 2008. O lucro líquido da carteira de vida retrocedeu dos 452 milhões de euros para 321 milhões de euros. O lucro operacional saiu dos 589 milhões euros para 402 milhões de euros, segundo nota divulgada sobre o balanço trimestral do grupo.

Segundo informou em nota Helmut Perlet, chief financial officer (CFO) da Allianz, o grupo está capitalizado, o portfólio de investimentos tem qualidade e o lucro operacional mostra profissionalismo. “A disciplina na subscrição de risco continua sendo prioritária, assim como temos buscado eficiência nos progra mas de gerenciamento de risco e de regulação de sinistro. Nas renovações de abril os preços dos programas de seguros melhoraram após quase três anos de mercado soft (com preços em queda)”, informou Perlet.

A crise financeira trouxe uma perda de 793 milhões de euros no primeiro trimestre do ano para o grupo holandês ING, que no mesmo período do ano passado havia lucrado 1,54 bilhão de euros. A perda veio da área de seguros, com baixa de 824 milhões de euros. Nas operações bancárias, o grupo registrou ganho de 519 milhões de euros.

O total de prêmios recuou, passando de 10,7 bilhões de euros para 8,9 bilhões de euros no primeiro trimestre deste ano. O índice combinado das operações de ramos elementares subiu de 93% para 109%. Segundo o presidente do Conselho de Administração, Jan Hommen, “a volatilidade do mercado acionário continua sendo um desafio, tornando a redução de custos e riscos uma prioridade para fortalecer o grupo”. O ING, que no Brasil é sócio da SulAmérica, também iniciou no ano passado uma reestruturação profunda da gestão dos negócios, visando dar mais transparência às operações bancárias e de seguros, separando-as em operações distintas.

A seguradora italiana Generali divulgou hoje queda de 89% no lucro líquido do primeiro trimestre deste ano, que ficou em US$ 140 milhões. No mesmo período do ano passado, a seguradora havia registrado ganho recorde de US$ 1,4 bilhão. Os prêmios totais ficaram praticamente estáveis em US$ 25 bilhões, com os prêmios de ramos elementares apresentando alta de 3,4%, para US$ 8,9 bilhões. O índice combinado subiu três pontos percentuais, para 96,3%, principalmente pelo crescimento no volume das indenizações no seguro de carro causado pelo excesso de chuvas na Europa. Segundo nota divulgada pelo grupo, a desvalorização dos ativos, de US$ 2 bilhões, foi a principal responsável pela queda do lucro do primeiro trimestre.