Previdência privada arrecada R$ 54 bi no 1º semestre de 2017

As contribuições aos planos de previdência privada somaram R$ 54,46 bilhões nos seis primeiros meses de 2017. O resultado é 4,81% superior ao montante acumulado nos primeiros seis meses de 2016, quando os aportes totalizaram R$ 51,96 bilhões. Os dados são da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), entidade que representa 67 seguradoras e entidades abertas de previdência complementar no país.

A captação líquida no período apresentou um saldo positivo de R$ 24,33 bilhões, volume 4,94% inferior aos R$ 25,59 bilhões verificados de janeiro a junho do ano passado. Os resgates totalizaram R$ 30,13 bilhões, valor 14,28% maior que o contabilizado no primeiro trimestre de 2016 (R$ 26,37 bilhões).

“O baixo crescimento de novos depósitos pode ser explicado por vários fatores. Em primeiro lugar, o volume de arrecadação é influenciado pela renda disponível das famílias e sua propensão a investir, variáveis que foram afetadas negativamente no primeiro semestre. O movimento da taxa de juros também promove uma redistribuição do fluxo de poupança doméstica entre os diferentes produtos de captação”, analisa Edson Franco, presidente da FenaPrevi.

“Apesar do baixo crescimento a sustentação da captação líquida positiva em níveis similares ao do ano passado não deixa de representar uma performance positiva especialmente se considerarmos a demora da recuperação do nível de emprego no mercado formal de trabalho”, complementa Franco.

De acordo com a entidade, o setor fechou o mês de junho com 13.204.283 milhões de pessoas com planos de previdência privada contratados, sendo 10.048.140 de planos individuais (incluindo planos para menores) e 3.156.143 de planos coletivos. O total de indivíduos com planos, ao final do período, é 5,6% superior ao identificado no ano passado, quando foram computadas 12.506.055 de pessoas – 9.437.802 em planos individuais, incluindo menores, e 3.068.253 em planos coletivos.

“Em relação a junho de 2016, 698.228 mil novos indivíduos ingressaram no sistema o que reforça a confiança do brasileiro na previdência privada como modalidade segura e transparente de formação de reservas de longo prazo”, avalia o presidente da FenaPrevi.

Os planos da família VGBL, os mais representativos da indústria de previdência privada, responderam por 91,47% (R$ 49,81 bilhões) do total dos aportes feitos no primeiro semestre. Os da família PGBL responderam por 7,76% (R$ 4,22 bilhões) dos novos aportes. Já os planos tradicionais de acumulação receberam aportes de R$ 419,19, 0,77% do total verificado de janeiro a junho.

Na análise por tipo de contratação os planos individuais responderam por 86,25% dos novos aportes nos seis meses do ano, ou seja, R$ 46,97 bilhões. Os planos individuais para menores tiveram participação de 1,69% e receberam aportes totalizando R$ 921,45 milhões, segundo dados do balanço da FenaPrevi. O restante, ou seja, R$ 6,56 bilhões (12,06%) foram destinados aos planos coletivos de empresas, oferecidos em forma de benefícios aos colaboradores, e planos contratados por sindicatos e associações de classes para adesão de seus associados.

Na análise mensal, foram realizados R$ 8,85 bilhões em novos aportes em junho, volume 24,27% inferior aos R$ 11,69 bilhões verificados no mesmo mês do ano passado. A captação líquida no mês de junho seguiu com saldo positivo de R$ 3,79 bilhões, e o valor ficou 47,67% abaixo dos R$ 7,24 bilhões do mesmo mês em 2016.

De acordo com a FenaPrevi, os planos da família VGBL receberam aportes da ordem de R$ 8,12 bilhões em junho. Já nos aportes planos da família PGBL o volume de aportes foi de R$ 669,54 milhões. Os resgastes em junho de 2017 somaram R$ 5,06 bilhões, valor 13,83% maior que os R$ 4,45 bilhões verificados no mesmo mês de 2016.

Na análise por tipo de contratação, os aportes nos planos individuais somaram R$ 7,6 bilhões. Os planos para menores arrecadaram R$ 161,54 milhões. O restante dos aportes, de aproximadamente R$ 1,01 bilhão, foi destinado a planos coletivos contratados por empresas em favor de seus colaboradores.

Plano dental avança e de saúde recua no semestre, segundo IESS

O total de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos cresceu no primeiro semestre de 2017. De janeiro a junho desse ano, foram firmados 850,1 mil novos vínculos com planos odontológicos, uma alta de 3,9% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Levantamento do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Atualmente os usuários somam mais de 22 milhões de beneficiários. Já em plano de saúde houve queda de 0,6% no total de beneficiários em planos médico-hospitalares. O que significa um rompimento de mais de 270 mil vínculos esse ano, segundo o IESS.

Caixa decreta fim da parceria com CNP a partir de 2021

A Caixa Seguridade decidiu encerrar em 14 de fevereiro de 2021 o Acordo Operacional vigente com a CNP Assurances que disciplina o acesso exclusivo por parte da coligada Caixa Seguros Holding e suas controladas à rede de distribuição da Caixa. A informação foi divulgada à Comissão de Valores Mobiliários na semana passada.

Fico pensando. Temos cinco anos pela frente. Cinco anos com muita tecnologia. Com muitas startups, com muitas fintechs. Com muitas insurtechs. Com todas as seguradoras investindo em plataformas de vendas. Com o consumidor empoderado. Não aceita venda casada ou produtos goela abaixo. Exige respeito, produtos que atendam suas necessidades e por um preço justo. E isso já está sendo colocado em prática por alguns insurtechs no Brasil e outras dezenas que chegam para explorar esse mercado que a cada dia mais atrai investidores no mundo todo.

Quem será que vai pagar uma fortuna para ser parceira da Caixa? Bem, vamos aguardar. Os investidores é que são especialistas em descobrir jóias da coroa!!!!

Em junho, a Agência Estado divulgou que a Caixa Econômica Federal rejeitou pela segunda vez a proposta da CNP Assurances para renovar de forma antecipada o contrato de exclusividade pelo seu balcão de seguros e decidiu fatiar os negócios. A oferta teria sido ao redor dos R$ 6 bilhões, com pagamento à vista. No passado, as sócias chegaram ao valor de R$ 10 bilhões, mas a renegociação enroscou na forma de pagamento.

Vamos aguardar. A expectativa, segundo a agência Estado, é que esse leilão para seguradoras disputarem o balção da Caixa depois de 2021 deve acontecer ainda este ano. Como se o Brasil fosse um país no qual pudesse se ter previsibilidade até lá. Não sabemos nem quem serão os candidatos a presidência em 2018…

A notícia foi destaque nas grandes mídias nacionais e internacionais. O francês Le Figaro deu destaque ao tema e ressaltou que a CNP Assurances continuará a assegurar a conformidade com os seus interesses e direitos, bem como aqueles Caixa Seguros, a sua joint venture com a Caixa Seguridade. “As condições atuais do acordo de distribuição permanecem inalterados até o vencimento em fevereiro 2021”, frisou.

Planos de saúde: FenaSaúde estima que impacto com o novo Rol da ANS pode chegar a R$ 5,4 bilhões

Fonte: Fenasaúde

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) divulga, nesta segunda-feira (14), o estudo ‘Estimativas de Custo e Impacto de Tecnologias na Despesa Assistencial’, que analisa 16 das 26 novas tecnologias (medicamentos, terapias e exames) propostas para a incorporação, que podem se somar aos 3.287 procedimentos já cobertos no Rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar, para oferecimento obrigatório pelos planos de saúde a partir de 2018. O resultado mostrou que, caso incluídas, o custo adicional poderá ser de R$ 5,4 bilhões, o equivalente a aproximadamente 4% do total das despesas assistenciais em 2016.

Por conta de um longo período de recessão econômica, que resulta atualmente em 13,5 milhões de desempregados, a presidente da FenaSaúde, Solange Beatriz Palheiro Mendes, alerta que o processo de incorporação de novas tecnologias precisa incluir o impacto financeiro e considerar as condições dos compradores de plano de saúde de arcar com mais despesas. O custo dos planos de saúde na folha de pagamento das empresas já representa aproximadamente 12%, perdendo apenas para o pagamento de salários. Ao mesmo tempo, crescem as despesas assistenciais por beneficiário geridas pelas operadoras a cada ano – em 2016, esse aumento foi de 19,2%, segundo a FenaSaúde.

“Hoje, o Rol para cobertura mínima obrigatória já contempla 91% da lista de procedimentos da Associação Médica Brasileira. Em paralelo, levando-se em consideração a atual conjuntura econômica do país e o orçamento das famílias e empresas contratantes de planos de saúde, é preciso questionar sobre se há capacidade de pagamento por parte da sociedade. É equivocado achar que essas despesas são das operadoras. Na verdade, a conta é de todos os compradores – pessoas físicas e empresas. Somos nós que pagamos essa conta. A sociedade precisa fazer escolhas entre mais cobertura é maior preço ou a assistência à saúde que caiba no seu bolso”, pondera a presidente da FenaSaúde.

Dentre as tecnologias propostas, o implante Urológico Injetável Vantris para o refluxo vesico-ureteral é o item de maior impacto em 12 meses: R$ 2,5 bilhões para 209 mil beneficiários. Considerando os custos das tecnologias já cobertas para o mesmo tratamento, a diferença é de R$ 1,36 bilhão.

Já os quatro medicamentos antineoplásicos orais para tratamento do câncer e o imunobiológico para a esclerose múltipla são os itens de maior custo anual por paciente: Dabrafenibe (R$ 500 mil); Crizotinibe (R$ 468 mil); Ruxolitinibe (R$ 295 mil); Afatinibe (R$ 76 mil); Natalizumabe(R$ 87 mil). O Dabrafenibe é uma alternativa mais barata à tecnologia já coberta no Rol.

Outro exemplo é o Ranibizumabe ou Aflibercepte para o tratamento de doenças vasculares da retina, que têm impacto relevante na despesa assistencial, de R$ 417 milhões a R$ 1,4 bilhão em 12 meses, para uma população elegível esperada entre 22 mil a 44 mil beneficiários.

O processo de priorização de tecnologias em saúde ainda não é uma realidade na Saúde Suplementar, mas faz parte da rotina da saúde pública brasileira. A Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) é o braço do Ministério da Saúde que avalia a inserção ou não de novas técnicas ou insumos médicos no SUS, levando em conta a avaliação de qualidade, eficácia e segurança; custo-efetividade; e impacto orçamentário.

“Há uma falsa percepção de que os recursos na Saúde Suplementar são ilimitados, o que pode se atestar com a falta de um processo orçamentário estruturado para avaliar o impacto da inclusão de cada nova tecnologia. Já no SUS, em razão dos recursos estarem restritos ao orçamento público, o processo de inclusão de nova tecnologia considera o impacto orçamentário. A saúde suplementar também deve utilizar os inúmeros atributos das avaliações da Conitec, ou seja, analise de custo, efetividade e de impacto orçamentário. Urge no sistema privado uma ação similar, porque os recursos são escassos e não há mais capacidade de pagamento por parte da sociedade”, explica Solange Beatriz, que, ainda, lembra que sistemas com as mais variadas metas de Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS) também ocorrem em outros países, como EUA, Suécia, Austrália, Japão, Reino Unido e Canadá.

A metodologia do estudo da FenaSaúde teve como critério de seleção a disponibilidade de informações sobre a prevalência das doenças, considerando as indicações propostas pela ANS para uso da tecnologia. Desta forma, o modelo estatístico, utilizado pela FenaSaúde para impacto financeiro, considerou uma estimativa do número de indivíduos na Saúde Suplementar que irão se tornar elegíveis à indicação da tecnologia. O estudo não inclui custos agregados adicionais (despesas hospitalares, insumos, taxa de uso de equipamentos etc.) em razão da dificuldade de se obter essas informações. Vale frisar que não se trata de uma Análise de Custo-Efetividade ou de Análise de Impacto Orçamentário, que são complexos e exigem mais dados.

Seminário da FenSeg debate “A violência no Rio” e elenca propostas para reduzir índices de criminalidade

Fonte: CNseg

Inicialmente, olhando dados e relatos apresentados no seminário “A violência no Rio em debate”, promovido pela Fenseg e pela CNseg na terça-feira (8), o tom é de desalento e de desamparo no combate a este grave problema enfrentado pelo estado fluminense. Números fora de controle de roubo de cargas ou de automóveis, avanço dos latrocínios (roubos seguidos de mortes) durante a abordagem de bandidos e quadrilhas com armamento de guerra nos ataques e em seus bunkers são algumas das indicações importantes de que a sociedade organizada continuará a pagar a conta do recrudescimento da violência e se tornará cada vez mais refém do crime organizado.

Não há final feliz a curto prazo, e, pior, sem ações estruturais e articuladas da União, estados, municípios e iniciativa privada, o quadro de violência extrema do Rio de Janeiro poderá se reproduzir em outros estados no prazo máximo de cinco anos, tendo em vista o avanço das facções criminosas brasileiras em direção ao Paraguai e à Argentina para montagem de futuras bases de multinacionais verde e amarela do crime organizado, tendo o Brasil como o principal mercado de drogas e de armas.

Os prognósticos sombrios motivaram uma reflexão conjunta de lideranças, executivos e consultores do mercado segurador, representante da Polícia Rodoviária Federal e uma socióloga presentes no seminário “A violência no Rio em debate”. Na abertura, o presidente da FenSeg, João Francisco da Costa, reconheceu a gravidade da violência no estado fluminense, a ponto de o problema já ter repercussão até no exterior, e reclamou soluções efetivas. Nesse sentido, destacou a importância da troca de experiência sobre as melhores práticas adotadas por seguradoras de automóveis e cargas, o intercâmbio de informações sobre a inteligência do crime organizado e a criação de uma lista de recomendações para segurados e demais públicos a fim de mitigar os riscos. “O Rio sempre foi uma praça diferente das demais praças brasileiras e as taxas de seguros sempre repercutiram esta realidade de violência, mas o quadro de grande volatilidade dos prêmios é algo recente e tem a ver com o recrudescimento dos roubos no estado”, lembrou ele.

Presidente da FenSeg destaca momento crítico da violência no estado do RioA seu ver, partilhar as melhores práticas de mercado é um caminho para manter a oferta de produtos nas carteiras com forte aumento da sinistralidade, porque permite às companhias se adaptarem ao atual ambiente de negócios, evitando gargalos e espaços a outras atividades que concorrem ilegalmente com o mercado segurador formal, como as vendas realizadas pelas associações automotivas, o chamado seguro pirata.

Para ele, entender a lógica da inteligência do crime organizado é também relevante, porque, além de permitir a prisão dos criminosos, mira afetar a economia e capitais movimentados pelas quadrilhas organizadas, além de dar uma ideia mais clara à sociedade dos prejuízos gerados a todos por estes delitos.

Também ao participar da solenidade de abertura do seminário, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, avaliou positivamente a iniciativa de colocar em debate o avanço da violência no Rio de Janeiro. “É um problema gravíssimo, mas que, na verdade, não se restringe apenas ao Rio de Janeiro. Esta situação de intranquilidade em vários estados afeta muito o mercado segurador, porque sua função é proteger pessoas de toda sorte de más práticas de cidadania. Então, a expectativa é de que as novas medidas adotadas no Rio de Janeiro no combate à violência possam servir de subsídios para outros estados. O mercado de seguros, antes dos negócios, tem a missão nobre de proteger pessoas. Logo, temos de ajudar na busca de respostas a estes desafios que têm relação direta com o aprofundamento da crise econômica e com o desaparelhamento dos estados”, assinalou ele.

Em dois painéis- “O aumento do roubo de veículos e os reflexos sobre o seguro auto”; e “O roubo de cargas e suas consequências para apopulação carioca”, seis especialistas dissecaram os múltiplos impactos dos saltos da violência.

No primeiro painel- moderado por Eduardo Dal Ri, presidente da Comissão de Automóveis da FenSeg, e tendo como palestrantes Adhemar Fujii, consultor da FenSeg, e Hanrley Matos Martins, coordenador de Inteligência da Polícia Rodoviária Federal- foi dada uma dimensão assustadora: mais de 500 mil veículos são subtraídos dos proprietários todos os anos, consequência direta da manutenção de elevados índices de roubo em todos os estados brasileiros, disse Fujii. Para se ter uma ideia da elevada incidência de roubo e furto de carros, este montante anual poderia preencher totalmente as duas vias da rodovia Via Dutra, se esta via fosse transformada num grande estacionamento.

Algo assustador e ainda mais grave porque, como o arsenal tecnológico disponíveis nos carros novos dificulta os furtos, os índices de roubo lideram as ocorrências policiais e ampliam os riscos de latrocínios nessas abordagens criminosas, já que as vítimas são colocadas sob a mira de armas de todos os calibres, inclusive fuzis.

Minas Gerais, por exemplo, experimentou um aumento de 10% no índice de roubo e furto de automóveis no comparativo entre os anos de 2016 e 2015. Entretanto, houve um salto na taxa de latrocínios, de 62,4%. No Paraná, o número de roubo e furto de carros avançou 23,9%, e o de latrocínios, 10,6%, também na passagem de 2015 para 2016, lembrou o consultor.

Segundo ele, alguns fatores são responsáveis pela aceleração dos roubos, com destaque para os desmanches ilegais, encarregados de revender autopeças, incluindo itens de segurança; e veículos dublês, com forte crescimento em todo o País. Os carros dublês apresentam, externamente, as mesmas características do veículo original, como a marca, o modelo e a espécie. Em alguns casos, é usado o cadastro do veículo original para que sejam copiados os mesmos caracteres da placa e adulterados os caracteres de identificação do chassi e/ou os caracteres de identificação do motor. Geralmente, o veículo dublê é oriundo de roubo ou furto, e é utilizado o artifício citado de cópia para “tentar manter o veículo com características de legalizado”, e não simplesmente para transferir as multas para outro veículo. A documentação do veículo também é copiada (falsificada) do original, e a cédula utilizada do Certificado de Registro de Veículo (CRV) e do Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) é fruto de roubo ou furto, segundo o Detran.

Outra fraude ocorre na fase de pré-cadastro de veículos destinado à exportação, ao Exército e mineradoras. Tais veículos, inicialmente, não podem ser licenciados no País, mas, via adulterações, os dados dos sinais identificadores de tais veículos são incorporados por um modelo similar que, após a inclusão no sistema oficial, via cadastro dos órgãos de trânsito, é negociado por valor de mercado no País. O pior que estes veículos, com valores de mercado acima de R$ 150 mil, têm passado pelas vistorias prévias. Para controlar este crime, o Detran SP lançou mão de uma restrição administração para impedir a venda desses veículos. Mas os demais estados não se mexeram.

À lista de problemas, acrescentem-se as fraudes realizadas por segurados e, em menor escala, a ida de veículos roubados para países do Mercosul.

Saídas? São Paulo tem ações inspiradoras para os demais estados, segundo o consultor. A regulamentação da Lei do Desmonte, adotada em São Paulo antes mesmo da lei federal que trata do tema, por todos os estados pode ser uma das medidas para mitigar a sinistralidade. No Estado, em vigência desde o segundo semestre de 2014, a Lei do Desmanche provocou, na avaliação de Fujii, queda nos índices de roubo- de 20%, entre 2014 e 2015-, contribuindo para a baixa também dos latrocínios- 8,3% no período. No Rio Grande do Sul, outro que regulamentou a lei em 2016, já houve reflexos nos índices de roubo e furto de automóveis, de 4% sobre 2015; e de 1,1% nos latrocínios. Lá o projeto “Cerca Eletrônica”, criado em abril de 2017, utiliza câmeras OCR de trânsito e imagens (Prefeitura e iniciativa privada, integrando-as aos sistemas de monitoramento da Secretaria de Segurança Pública), tem ajudado a baixar a sinistralidade decorrente de roubo de carros e cargas.

No plano federal, há boas ações idealizadas pela Polícia Rodoviária Federal, responsável pela vigilância das rodovias federais, mas afetadas pelo contingenciamento de recursos públicos. O contingenciamento provoca déficit no efetivo e retarda a implantação de projetos relevantes para o combate ao crime, como a ampliação do Sistema de Monitoramento das Rodovias, que identifica veículos envolvidos em ilícitos ou irregularidades administrativas, entre outras tarefas.

No painel específico de cargas- moderado por Alexandre Leal Rodrigues, presidente da Comissão de Transportes da CNseg, e com palestras de Valdo Alves da Silva, membro da Comissão de Transportes, e da socióloga Silvia Ramos- ficou evidente que as soluções para reduzir a sinistralidade são mais complexas em virtude do perfil da região metropolitana do Rio de Janeiro, o que torna a movimentação mais vulnerável aos ataques.

A região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro reúne o segundo maior mercado consumidor do País- são mais de 16,7 milhões de pessoas residentes nos municípios fluminenses, que representam 10% do PIB brasileiro. Suas estradas, usadas obrigatoriamente para translado de cargas destinadas ou embarcadas dos estados do Sul e do Sudeste, apresentam os maiores índices de circulação de veículos de carga e, em consequência, atraem as quadrilhas. As estradas fluminenses atravessam regiões densamente povoadas e perigosas, além de boa parte de seu traçado ser cortado por regiões serranas, o que facilita a abordagem das quadrilhas especializadas.

Segundo Valdo da Silva, o aumento de roubo de cargas provoca prejuízos difusos para toda a sociedade. Para as seguradoras, eleva os desembolsos para pagar indenizações por desaparecimento de cargas e mexe no índice de sinistralidade de forma inesperada. Também provoca perda de negócios para as empresas e aumento dos custos operacionais dos embarcadores e transportadores- favorecendo a falência de grupos. Preços dos seguros de transportes mais caros, aumento dos custos das mercadorias para o consumidor final e até risco de desabastecimento são algumas das consequências mais danosos decorrentes dos roubos.

A presença de armas de guerra nas favelas do Rio- apenas o diminuto morro dos Prazeres, em Santa Teresa, conta com mais de 30 fuzis- é outro componente importante nessa equação de exposição ao risco, porque é um indicativo de maior ou menor predisposição à violência, avalia a socióloga Silvia Ramos. Para ela, um olhar mais atento às taxas de homicídios no estado pode servir de termômetro para aferir o potencial de outros delitos, como o roubo e furto. Desde 2012, após chegar a seu nível mais baixo em 30 anos, a taxa de homicídios no estado do Rio de Janeiro voltou a subir ano a ano, sendo acompanhado da piora de outros indicadores de violência.

Rádio CNseg: Coordenadora da Susep fala sobre mudanças na supervisão de conduta das seguradoras

Fonte: CNseg

A coordenadora geral de Fiscalização de Conduta da Susep, Cidice Hasselmann, fala na “Entrevista Especial” de hoje sobre regulação e supervisão no âmbito da autarquia. Ela explica como a Susep passará a disponibilizar parte dos seus recursos especificamente para a supervisão de conduta, que envolve as relações do consumidor com o setor de seguros, a partir de um modelo usado em diversos países. “Com isso, vamos atuar na origem, na conduta inadequada, para evitar que gere reclamações, em vez de atuar na reclamação de cada um, que resolve um problema individual, mas não muda uma conduta da empresa”, afirma.

Também hoje, no quadro “Fala Presidente”, o presidente da CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização), Marcio Serôa de Araujo Coriolano, volta a abordar a questão da governança corporativa nas seguradoras. Desta vez, ele fala sobre os controles internos contra corrupção e lavagem de dinheiro e sobre a prevenção de condutas anticoncorrenciais. Segundo Coriolano, as medidas para prevenir tais problemas não são recentes no país. “Queremos prevenir que o sistema de seguros não seja usado por pessoas de má-fé.”

Nesta terça-feira, no quadro “Conheça os Seguros Gerais”, o mentor do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo, Adevaldo Calegari, fala sobre a crise no Seguro de Automóvel. No mesmo dia, no “Qual é a Dúvida?”, o professor da Escola Nacional de Seguros Maurício Viot responde a uma pergunta de ouvinte sobre previdência privada.

Na quarta, no programa “Inovação e Sustentabilidade, o presidente da Comissão de Seguro Rural da FenSeg, Wady Cury, fala sobre como as novas tecnologias influem no Seguro Rural. No “Entenda os Seguros de Pessoas”, um especialista explica por que o Seguro de Vida participa cada vez mais do planejamento financeiro familiar no Brasil. No dia seguinte, entram os quadros “Por Dentro da Saúde Suplementar” e “Momento Jurídico”.

Encerrando a semana, sexta-feira, no “Dicas do Consultor”, o superintendente de Novos Negócios do SPC Brasil, Magno Lima, esclarece como o mercado segurador pode ajudar o micro e o pequeno empresários. Também nesse dia, é a vez do “Minuto da Capitalização”.

Diariamente, a Rádio CNseg traz ainda boletins de serviço, notícias do setor, da economia e da política do país, além da programação musical. A grade completa está disponível em aqui.

Mongeral Aegon Investimentos tem novo gerente de Risco e Compliance

Arthur Basto é o novo gerente de Risco e Compliance da Mongeral Aegon Investimentos. Arthur é formado em Administração pela Universidade Cândido Mendes e acumula 13 anos de experiência nas áreas de Governança, Compliance, Risco e Controles, com passagens em empresas como GlaxoSmithKline, Deloitte e Banco BBM e Bank of New York Mellon.

AGENDA: InsurTech Brasil 2017 acontece dia 18 de agosto e Fintouch dia 15

Dois eventos interessantes para quem quer se aprofundar no tema inovação.

Dia 15 acontece o Fintouch, promovido pela StartSe no Centro de Exposições Center Norte, em São Paulo. No Brasil, estima-se que existam mais de 250 fintechs.
Mas esse número vai crescer de forma exponencial nos próximos anos, aposta o promotor. Este é o primeiro evento da América Latina totalmente voltado para o mundo das Fintechs. O objetivo é que todas as Fintechs possam se apresentar ao mercado, e assim, empresas possam contratá-las, investidores possam conhecê-las e outras fintechs possam se aproximar buscando sinergias.

Entre as 17 palestras, uma de Insurtech, com José Prado, da Conexão Fintech. Mais detalhes

No dia 18 de agosto, acontece na capital paulista o InsurTech Brasil 2017, evento promovido pelo Conexão Fintech com o objetivo de reunir empresas pioneiras e inovadoras do setor, além de executivos, investidores e, principalmente, os empreendedores que estão na linha de frente dessa transformação global pela qual passa o mercado. A Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, por meio do Comitê de Insurtech, é apoiadora do evento e convida todos os associados a participar.

Confira a programação:

09h – Abertura

09h10 – A era da disrupção e o futuro dos seguros

10h – Painel “Muito além das vendas: como as Insurtechs geram grande economia de custos e melhoram a eficiência operacional dentro das organizações”

10h45 – Networking break

11h – Painel “O novo consumidor e sua relação com a tecnologia está mudando de produtos às cidades”

11h45 – Painel “Os novos modelos de marketplace e a revolução nos pagamentos encontrarão o caminho para o mercador segurador”

12h30 – Networking break

14h30 – Palestra “O crescimento das Insurtechs no mundo”

14h45 – Painel “Seguradoras como agentes de transformação e fomento às Insurtechs”

15h30 – Painel “Os desafios regulatórios para inovar e empreender em Insurtech”

16h15 – Intervalo

16h30 – Pitch section

16h45 – Painel “O próximo passo em Data Analytics e AI (Inteligência Artificial)

17h30 – Painel “Blockchain finalmente está saindo do estágio experimental”

18h15 – Palestra “Principais tendências e próximos passos para o Ecossistema Insurtech brasileiro”

18h30 – Networking e Happy Hour

Serviço:

Local: Hotel Maksoud Plaza

Endereço: R. São Carlos do Pinhal, 424 – Bela Vista, São Paulo/SP

Valores e inscrições: www.insurtech.conexaofintech.com.br

Resseguradoras crescem com cobertura para animais de estimação

Fonte: Bloomberg

Quando Micah Carr-Hill quis assegurar Chief, o labrador que auxilia o tratamento de autismo de seu filho, encontrou uma aliada na Munich Re, a maior resseguradora do mundo.

A empresa alemã havia acabado de fechar parceria com uma startup britânica do ramo de internet para fornecer seguro para animais de estimação com a cobertura abrangente que Carr-Hill precisava. O investimento da Munich Re na Bought By Many, uma empresa com sede em Londres que ajuda seus clientes a encontrarem coberturas para tudo, de buldogues a aparelhos Kindle, é um exemplo de como as resseguradoras estão despejando dinheiro em provedores de tecnologia financeira de nicho para impulsionar os lucros, que estão em queda.

“Entre milhares de startups existentes surgirão algumas realmente boas”, disse Torsten Jeworrek, membro do conselho de administração da Munich Re, em entrevista. “Queremos estar na vanguarda disso.”

A Munich Re apoia mais de meia dúzia de provedoras de tecnologia financeira, incluindo a seguradora de telefones celulares So-Sure, com sede em Londres, e a seguradora doméstica norte-americana Lemonade. As grandes empresas estão se envolvendo mais de forma geral. Em 2012, as seguradoras ou resseguradoras realizaram apenas um investimento estratégico em uma empresa de tecnologia de capital fechado, segundo a empresa de pesquisa de capital de risco CB-Insights. No ano passado, fecharam 100 negócios desse tipo.

O investimento nestas startups oferece às resseguradoras a oportunidade de se diversificar sem invadir o negócio das grandes empresas de seguros que são suas clientes. Isso também pode mitigar os efeitos das taxas de juros em baixa recorde e das indenizações por catástrofes abaixo da média, que estão reduzindo a demanda por seus serviços.

A Swiss Re lançou um programa no ano passado para orientar startups de seguros “inovadoras”, enquanto Allianz SE, Axa SA e XL Group lançaram fundos de capital de risco dedicados a investir no setor de tecnologia financeira. A Hannover Re investiu na FinLeap, uma desenvolvedora de empresas de tecnologia com sede em Berlim, apesar de seu diretor financeiro ter dito que a terceira maior resseguradora continua cautelosa em relação ao setor.

“No caso das empresas de tecnologia financeira, o capital de resseguro é uma ótima alternativa para ajudá-las a financiar o crescimento”, disse o diretor-financeiro da Hannover Re, Roland Vogel. “Mas estamos abordando o espaço das startups com muita cautela. É possível queimar facilmente uma montanha de dinheiro.”

Queda nos lucros

O novo CEO da Munich Re, Joachim Wenning, disse nesta semana que busca formas de ampliar os ganhos no momento em que sua empresa se dirige para a quarta queda seguida nos lucros anuais. Rivais como a Swiss Re e a Berkshire Hathaway também viram seus lucros afetados por custos ligados a desastres naturais e a anos de queda das taxas de resseguro, enquanto a Hannover Re fez um alerta para uma perspectiva de mercado “desafiadora”.

A Munich Re investiu e ofereceu subscrição à seguradora on-demand Trov e à seguradora de comércio eletrônico Simplesurance, que tem sede em Berlim. No ano passado, a empresa investiu na Slice Labs, que oferece seguro aos motoristas da Uber Technologies, e na Next Insurance, que visa a oferecer uma cobertura mais personalizada para fotógrafos comerciais.

“Atualmente, estamos gerando prêmios de alguns milhões de euros com as startups”, disse Jeworrek, da Munich Re. “Os riscos são muito mais limitados em áreas como a de seguro de animais de estimação do que na de cobertura contra furacões. Somos, talvez, um pouco mais ousados do que as outras resseguradoras.”

Os melhores seguros para o seu imóvel, de acordo com a Proteste

Fonte: Exame

A associação de consumidores Proteste elegeu o pacote de coberturas do seguro residencial da Bradesco Seguros como o melhor entre os oferecidos pelas dez maiores seguradoras do país. Já quando se fala sobre a escolha certa, proteções que apresentaram os melhores custo-benefício, a seguradora dividiu o posto com a HDI Seguros.

A pesquisa analisou as seguintes coberturas: básica (contra incêndio, queda de raio e explosões), alagamento, furto ou roubo, vendaval, privação temporária do uso da habitação, desmoronamento parcial, responsabilidade civil e danos elétricos. A Proteste também considerou o número de coberturas excluídas de cada contrato na avaliação.

A associação de consumidores analisou 176 apólices e avaliou cada tipo de cobertura como muito boa, boa, aceitável, fraca ou ruim, de acordo com critérios como valor da franquia, limites máximos de cobertura e participação obrigatória do segurado.

Para realizar a análise, a Proteste enviou questionários para as seguradoras em junho. Além disso, buscou informações sobre as apólices nos sites das empresas e solicitou cotações a corretores.

Das dez seguradoras procuradas, apenas cinco responderam à pesquisa: Bradesco Seguros, HDI Seguros, Liberty Seguros, Sulamérica e Sompo Seguros. Já Porto Seguro, Zurich Seguros, Allianz, Tokio Marine e Grupo BB Mapfre não responderam aos questionamentos.

Quando analisada a cobertura básica das apólices – que prevê ressarcimento no caso de incêndio, queda de raio dentro do terreno do imóvel e explosão acidental – a Bradesco Seguros e a Porto Seguro foram as mais bem avaliadas por não cobrarem franquia e não definirem um limite mínimo para indenização.

Já quando se trata de cobertura contra roubos e furtos, a maioria das empresas foi bem avaliada, com exceção da Bradesco Seguros, na qual a cobertura foi considerada ruim porque a empresa cobra 15% de franquia e mínimo de 500 reais de indenização para casas de veraneio. As seguradoras classificam como furto o desaparecimento de um bem complementado por vestígios deixados pelo ladrão, como um cadeado quebrado ou porta arrombada.

Quando analisada a cobertura de responsabilidade civil (que cobre danos a terceiros), os resultados variaram entre bom e muito bom. Em relação à cobertura contra danos elétricos, a proteção das seguradoras foi considerada fraca ou aceitável, pois a maioria cobra franquia e limite mínimo de indenização.

Ao analisar as exclusões das coberturas listadas pelas seguradora, a Proteste verificou que a maioria é muito restritiva com relação aos eventos cobertos. Portanto, esse quesito foi considerado ruim ou fraco na maioria delas. As únicas nas quais o item foi considerado aceitável foram Sompo Seguros e Sulamérica.