Allianz Trade prevê crescer acima de 22% em 2022

“Crescemos num ritmo de acima de 20% ao ano desde 2017 e com tecnologia embarcada acredito que este ritmo se acelere, tendo com base a baixa penetração do seguro de crédito no Brasil”, afirmou o CEO Marcel Farbelow

O Brasil faz parte da estratégia mundial do grupo alemão Allianz Trade (ex-Euler Hermes), empresa global especializada em seguro de crédito e garantia. Enquanto o grupo é líder no mundo, no Brasil ocupou a segunda posição do ranking, com prêmios emitidos de R$ 164 milhões, o que representou 20% de participação de mercado, com base em dados de 2021 da Susep, órgão regulador do setor do setor de seguros. A expectativa do CEO da marca no Brasil, Marcel Farbelow, no cargo há seis meses, é avançar. Se repetir o resultado do primeiro semestre, com avanço de 22%, encerrará 2022 com uma receita com seguros e serviços em torno de R$ 190 milhões, considerando seguro de crédito e seguro garantia.

Diversificação de portfólio é uma prioridade e isso se dará através de produtos digitais entrando em segmentos de pequenas e médias empresas, contou ele durante um almoço na sede da empresa em São Paulo com o blog Sonho Seguro. “Crescemos num ritmo de acima de 20% ao ano desde 2017 e com tecnologia embarcada acredito que este ritmo se acelere, tendo com base a baixa penetração do seguro no país em praticamente todos os ramos”, diz o CEO da Allianz Trade, que atua há mais de 100 anos globalmente e 20 anos no Brasil.

O seguro de crédito ganha destaque em momentos de cenários econômicos complexos e incertos, como o atual, que, podem trazer a elevação da inadimplência. O produto visa garantir possíveis problemas de inadimplemento das empresas com seus clientes. Para mitigar o risco, há uma equipe especializada em análise de crédito, que presta serviços para que o cliente saiba exatamente a situação financeira da empresa com quem está negociando e cenário macroeconômico do segmento e do país. Em caso de imprevistos que concretizem o risco, a seguradora se compromete a pagar a indenização ao segurado dos prejuízos, conforme estipulado na apólice, decorrente do não pagamento de seus clientes. 

O produto está disponível para empresas de qualquer segmento, cada qual com sua taxa de risco, e cobre seguro de crédito doméstico, à exportação e até FIDCs, que são fundos de investimentos em direito creditórios, indenizando o risco de inadimplência por parte do cedente. “O seguro cobre um risco que o FIDC não é capaz de mitigar, como a insolvência de uma empresa, o que melhora a qualidade dos ativos. Temos promovido encontros e webinars para tornar o produto mais conhecido dos gestores”, conta. A primeira apólice fechada neste nicho de negócio foi em 2016. 

Os executivos deste segmento tiveram momentos de tensão durante a pandemia, quando se esperava um grande índice de inadimplência em todo o mundo. Em alguns países, as seguradoras que operam no crédito chegaram até a negociar um acordo com o governo para que a conta fosse dividida entre ambos os lados, uma vez que pandemia era um risco excluído em boa parte das apólices. No entanto, os governos investiram forte em subsidiar as empresas para mitigar o risco de recessão das economias. E, com isso, o índice de falência ou pedidos de recuperação judicial se manteve em patamares estáveis, o que preservou as seguradoras.

O CEO não aposta em aumento na sinistralidade para 2022, mesmo neste cenário tumultuado de eleições presidenciais acompanhado por baixo crescimento da economia. No Brasil, por exemplo, o índice combinado em 2021 foi de 15,8%, muito abaixo do que se costuma registrar em outras linhas de negócios, como automóvel, por exemplo, com média de 65%. Especificamente a Allianz Trade registrou índice combinado de 14% em 2021. De acordo com a Susep, a sinistralidade do mercado passou de 35% em 2019 para aproximadamente 50% em 2020, o que evidencia esse cenário. 

“Mantemos um baixo índice de pedidos de indenizações, o que nos fortalece para investirmos em melhorias no fluxo de informações, gerando assim mais qualidade e agilidade na jornada de contratação do seguro e prestação de serviços para clientes. Também apostamos nas parcerias com corretores especializados e no treinamento de profissionais que queiram ingressar neste segmento que tem grande potencial no Brasil”, afirma. 

Farbelow acredita que o setor pode ajudar na conscientização dos empresários de que é importante contar com proteção independentemente do tamanho da empresa. Ele defende a ideia de que o seguro de crédito é uma ferramenta de mitigação de riscos de inadimplência das empresas junto ao seu portifólio de clientes, contribuindo para maior previsibilidade da performance do contas a receber, evitando assim grandes flutuações em momentos de crise, bem como livra ativos do patrimônio para fins de solvência ao ter em seguro.

O seguro garantia judicial também é uma grande aposta do CEO da Allianz Trade e já representa 20% do faturamento da companhia. Só que aqui, diferente do seguro de crédito com produtos sob medida e cerca de cinco concorrentes, o segmento judicial é praticamente uma commodity e hoje conta com dezenas de seguradoras atuantes, numa briga acirrada por substituir os depósitos judiciais por uma apólice de garantia. Ganha mercado a seguradora que entregar uma jornada ágil e amigável ao corretor parceiro. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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