“A Berkshire Hathaway Inc. atualmente não é acionista do IRB, nunca foi acionista do IRB e não tem intenção de se tornar acionista do IRB”, informa comunicado do grupo americano
Em um release curto e claro, a Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, afirmou que não tem relações ou interesse no IRB Brasil Re, como insinuam fofocas de bastidores desde a época da realização do IPO do ressegurador brasileiro, em 2017, quando levantou R$ 2,003 bilhões.

“Há notícias recentes na imprensa brasileira de que a Berkshire Hathaway Inc. é acionista do IRB Brasil Re (“IRB”). Essas histórias estão incorretas. A Berkshire Hathaway Inc. atualmente não é acionista do IRB, nunca foi acionista do IRB e não tem intenção de se tornar acionista do IRB”, informa o release publicado no portal do grupo americano.
“A Berkshire Hathaway e suas subsidiárias participam de diversas atividades comerciais, incluindo seguros e resseguros, serviços públicos e energia, transporte ferroviário de carga, fabricação, varejo e serviços. As ações ordinárias da empresa estão listadas na Bolsa de Valores de Nova York, com os símbolos BRK.A e BRK.B.”, finaliza o texto.
O ressegurador foi destaque entre as quedas do Ibovespa (-8,72%, aos R$ 30,35), na segunda feira, e novamente perdeu 7,05% no pregão desta terça-feira, com a ação cotada a R$ 28,21. A derrocada começou com os questionamentos da gestora carioca Squadra em fevereiro, antes da publicação das demonstrações financeiras de 2019, sobre dados do balanço referente ao terceiro trimestre.
A ação voltou a subir no dia 27 de fevereiro, quando a Agência Estado publicou nota informando que a Berkshire Hathaway praticamente triplicou a fatia que detinha do IRB Brasil Re em fevereiro. “Entre os dias 6 e 18, o fundo aproveitou a baixa das ações da resseguradora – causada pelo entrevero com a gestora Squadra– para aumentar sua posição”, diz o texto. Neste dia, o papel chegou a subir 10% durante o pregão e encerrou com ganho de 6,66%, em R$ 34,13.
No entanto, a situação voltou a se agravar com a divulgação de que o presidente do conselho, Ivan Monteiro, havia pedido demissão. O Estadão também informou que a advogada Márcia Cicarelli, indicada ontem a ocupar uma cadeira no conselho fiscal do IRB Brasil, representa o Berkshire Hathaway no País. Ela é procuradora do ressegurador eventual Berkshire Hathaway International Insurance Limited no Brasil. “Não foi feito um pedido formal pela nomeação de Cicarelli por Buffett, mas o movimento é visto como de aproximação entre as empresas”, diz o texto.
Agora, com essa declaração da Berkshire, a situação deve se agravar para o ressegurador. A CVM, que já tem três procedimentos de análise do IRB, desde que a gestora Squadra questionou em carta a sustentabilidade dos resultados da empresa, deve abrir um novo agora que o grupo presidido por Warren Buffett publicou release negando seu envolvimento.
Vamos acompanhar o próximo capítulo.