AXA no Brasil inicia parceria com o canal ProfissionalSeg

Carla almeida axa

Fonte: AXA

A AXA no Brasil anuncia sua parceria estratégica com o ProfissionalSEG, um canal de atendimento para corretores nos segmentos de Engenharia e Arquitetura, dedicado a facilitar a comercialização de Seguros de Responsabilidade Civil.

A parceria proporciona às corretoras registradas na seguradora acesso automático aos serviços oferecidos pela parceria, sem necessidade de novo cadastro. A gestão da carteira de Seguro de RC Profissional para Engenharia e Arquitetura será centralizada no ProfissionalSEG. Portanto, assim que o corretor solicitar cotação nessas categorias, será redirecionado para atendimento do parceiro. 

Carla Almeida, Diretora de P&C da AXA no Brasil, destaca: “Além de compartilharmos a missão de ajudar os corretores a venderem mais e melhor, estamos ao lado de uma empresa com mais de 20 anos de experiência e R$ 170 milhões em prêmios, além de 30 mil apólices emitidas e 500 sinistros gerenciados exclusivamente no segmento de RC Profissional. Mais de 1200 corretoras já foram atendidas desde o início das operações do ProfissionalSEG. Estamos confiantes de que esta será uma parceria de sucesso”.

Com cobertura nacional, diversos serviços e remuneração integralmente oferecidos pela equipe do ProfissionalSEG e custeados pela AXA, a parceria oferece diversas vantagens aos corretores: incluindo suporte técnico especializado, esclarecimento de dúvidas sobre produtos, certificados, além de acompanhamento dos sinistros ocorridos. A seguradora destaca também os benefícios do produto, como amplo guideline, custos competitivos e agilidade nas cotações e emissões.

Procura por seguro de vida cresce 10% em período da epidemia da dengue

Marcelo Baseoti Minuto Seguros

Segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, o Brasil ultrapassou, na última segunda-feira (29), a marca de 4 milhões de casos prováveis de dengue. A maior epidemia da doença na história do país gera uma série de preocupações nos brasileiros, que buscam maneiras de estarem amparados caso contraiam a doença. Uma delas foi o crescimento na busca por seguro de vida.

A Minuto Seguros, maior corretora online do Brasil, realizou um levantamento que apontou um aumento de 10% na procura pelo produto ao comparar o primeiro trimestre de 2024 com o mesmo período do ano anterior. Uma das razões é a possibilidade de garantir segurança financeira caso a pessoa se acometa da doença. “Antigamente, o seguro de vida estava relacionado apenas à perda da pessoa que era a principal provedora financeira da família. Aos poucos, esse pensamento deu lugar a uma preocupação por coberturas que podem ser acionadas ainda em vida”, explica Marcelo Baseoti, Gerente de Seguros Ramos Elementares e Benefícios da Minuto Seguros.

O estudo da corretora mostrou que os principais motivos que levam os clientes a procurarem o seguro de vida em 2024 estão relacionados à proteção financeira do próprio segurado, como invalidez por doença, doenças graves ou afastamento temporário por doença ou acidente. Além disso, tanto clientes CLT quanto autônomos compartilham das mesmas preocupações: não comprometer a renda mensal familiar e suprir necessidades adversas relacionadas a eles próprios.

“Os dados levantados mostram que a população está entendendo cada vez mais a importância do seguro de vida e os diferentes serviços oferecidos por ele, que podem ser usados em situações para além da morte do segurado. Esse maior conhecimento permite que as pessoas estejam resguardadas e menos preocupadas sobre questões financeiras em momentos difíceis”, finaliza o executivo.

O levantamento da Minuto Seguros mostra que também houve um crescimento de 33% no segundo semestre de 2023, comparando com a primeira metade do mesmo ano. De acordo com Marcelo Baseoti, o mercado de seguros está mapeando um crescimento de 12% nessa categoria em 2024.

RIMS 2024: Wiz Corporate estréia no evento com coquetel para 50 convidados

wiz corporate

No último sábado, 4 de maio, a WIZ Corporate fez sua estreia e também sua a largada aos encontros extra-oficiais no evento RISKWORLD 2024, que acontece entre 5 a 8 de maio em San Diego, California (EUA), promovido pela RIMS, a associação de gestores de riscos dos Estados Unidos.

A Wiz é uma corretora de seguros especializada em bancassurance e distribuidora de consórcios e crédito, e que atua também na área de prestação de serviços, principalmente BPO (Business Processing Outsourcing). Depois do fim do contrato com a Caixa, em 2021, o grupo ser reinventou e a Wiz Corporate conquistou contratos com outros bancos e implementou sistemas que a fazem hoje ter um operação de bancassurance de dar inveja a qualquer banco.

Não pode ser comparada a uma corretora de seguros, que foi sua origem, pois opera com 11 verticais diferentes e muitos deles no formato de joint venture. Um dos braços do grupo é a WIZ Corporate e trabalha de forma independente. “Diversas corretoras que atuam dentro de grandes bancos vendem menos do que a Wiz Corporate, que não está, diretamente, dentro de uma instituição financeira. Em parcerias sim, mas diretamente não. Isso é fruto de trabalho e de especialização”, comentou em recente entrevista Marcus Vinicius Oliveira, CEO da Wiz.

“Hoje, nós estamos numa situação extremamente confortável, sem a dependência da Caixa, mas ainda com uma receita proveniente da Caixa muito relevante referente aos run-offs das apólices decorrentes de vendas realizadas ainda na gestão da operação com o banco, e que possuem uma perpetuidade, uma duration maior, como, por exemplo, as apólices de habitacional que duram 15 anos”, acrescentou o CEO.

Na linha da frente da Wiz Corporate, o grupo tem Anderson Romani, diretor executivo, e Stephanie Zalcman, diretora técnica de Operações e Estruturação, que organizaram um coquetel para convidados no RIMS. “Esta é a nossa estreia neste evento consagrado como um dos mais importantes do mundo. É um prazer receber nossos convidados aqui e podermos contar mais sobre nossas conquistas, o que temos feito e nossos planos para o futuro”, disse Romani.

O interesse em participar do RISKWORLD tem como prioridade fortalecer a presença da Wiz Corporate para resseguradores e seguradoras e mostrar o que foi construído nesses três anos de atuação e assim estreitar relacionamentos para juntos desenvolverem produtos diferenciados e mais acessíveis aos consumidores dos parceiros de negócios, em boa parte bancos como BRB, BMG, Banco Omni, Paraná Banco, Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Banco Novo Brasileiro, Inter entre outros.

Atualmente, nestes bancos os seguros de varejo representam a maior participação do faturamento do grupo Wiz, próxima de 60%, por meio da unidade de bancassurance. Mas a ideia é criar produtos sob medida para clientes de grandes, médios e pequenos riscos empresariais. Segundo Stephanie, os seguros corporate demandam soluções sob medida, inspeção de seguros e até de resseguros.

“A Wiz Corporate, com 170 funcionários, trabalha com grandes riscos e com operações extremamente sofisticadas. Tem 50 seguradoras credenciadas e opera com o mercado de resseguros para alocar riscos que as seguradoras não conseguem suportar. Assim, a escolha da seguradora vai depender do risco e da melhor condição que será ofertada ao cliente. E nosso foco é gerar uma experiência diferenciada ao cliente do nosso parceiro. O banco é o dia a dia de muitas empresas e queremos ofertar produtos competitivos e boas condições, o que traz um ganho enorme no quesito fidelidade ao banco e ao gerente do banco para indicar negócios”, explica Romani.

Em 2023, por exemplo, a Wiz Corporate movimentou 40 mil apólices de seguro garantia em sua plataforma online, que facilita a venda na ponta com agilidade de contratação, contam Romani e Stephanie, ambos executivos regressos da corretora JLT, adquirida pela Marsh McLenann.

Segundo o balanço financeiro do grupo Wiz Co, o grupo manteve o crescimento em suas Unidades. Dentro do segmento de Seguros, a Wiz Co alcançou o patamar de R$ 2,8 bilhões em prêmio emitido, alta de 26,7% sobre 2022. A Wiz Corporate bateu recorde em Receita Bruta, atingindo R$ 102,4 milhões em 2023, uma expansão de 57,3% sobre 2022, e teve prêmio emitido de R$ 493 milhões, alta de 24,6% ante 2022.

A Inter Seguros conquistou a marca de 1,7 milhão de clientes, com crescimento de 41% sobre o ano anterior. Já a unidade Paraná Seguros, em seu primeiro ano completo de operação, emitiu R$ 30,5 milhões em prêmio, com mais de 80% de penetração do seguro na carteira de crédito do Paraná Banco ao final do ano.

No segmento de Crédito e Consórcios, destacam-se os resultados da Promotiva, que comercializou mais de R$ 8,6 bilhões em crédito e consórcios, gerando R$ 90 milhões em receita líquida. Em seu primeiro ano de operação, a Unidade ampliou a presença física com expansão da rede comercial na ordem de 62% e apresentou crescimento consistente em vendas.

Generali Global Corporate & Commercial dá boas-vindas à Patricia Puerta, nova Head do Mediterrâneo e América Latina  

A Generali Global Corporate & Commercial (GC&C) recebe, a partir de 2 de maio, Patricia Puerta como a nova Head de GC&C Mediterrâneo e América Latina. Puerta assume o lugar de Carlos Gomez, que lidera a região desde 2013 e que recentemente assumiu o cargo de Head de Seguros de GC&C. 

Em sua nova função, Puerta supervisionará as operações corporativas e comerciais na região do Mediterrâneo (com exceção de Itália e Grécia), bem como na América Latina. Alinhada com a visão estratégica do Grupo – “Lifetime Partner 24: Driving Growth” – e focada em buscar uma expansão rentável, Puerta se concentrará em impulsionar iniciativas de crescimento sustentável. Isso inclui identificar oportunidades de desenvolvimento de negócios e melhorias de eficiência operacional, além de fortalecer ainda mais a presença e o impacto de GC&C em toda a região. 

Em relação à nomeação, Christian Kanu, CEO de GC&C, declarou: “Estou muito feliz de contar com a Patricia em nossa organização. Patricia traz um amplo conhecimento de mercado, adquirido ao longo de sua extensa experiência no setor de seguros. Sua adição à equipe reforça nossa visão estratégica para a região e nos posiciona para o sucesso. Estou confiante de que Patricia desempenhará um papel fundamental na condução de mudanças significativas e na promoção do crescimento lucrativo em todo o Mediterrâneo e na região da América Latina. Gostaria de agradecer ao Carlos pelo excelente desempenho e pelos fortes resultados entregues com a equipe ao longo de seus 11 anos de gestão”. 

Puerta atua no setor de seguros há mais de duas décadas, demonstrando suas habilidades em diversas áreas, incluindo Sinistros, Controle de Crédito e Operações. Destacou-se principalmente na subscrição técnica, particularmente no setor de Grandes Riscos Multinacionais. Antes de seu cargo em GC&C, Puerta atuou como Gerente Geral na QBE Iberia e foi membro do Comitê de Gestão Europeu, liderando uma série de iniciativas estratégicas que abrangem a Europa. Além disso, a head co-defendeu um projeto colaborativo que uniu equipes de várias regiões, incluindo Europa, Reino Unido e Canadá. No início de sua carreira, Puerta adquiriu uma experiência valiosa em funções na Catlin e no Grupo XL. Estudou Direito e é mestre em Seguros e Gestão de Riscos pela Universidade Pontifícia de Salamanca.

Icatu Seguros registra aumento em procura por seguro de vida entre os jovens 

Luciana Bastos Icatu Seguros

A contratação de seguro de vida vem crescendo no Brasil entre os jovens. Segundo a Icatu Seguros – companhia 100% brasileira líder entre as independentes em Seguro de Vida, Previdência e Capitalização -, houve um aumento de 23% na aquisição do produto entre pessoas de 18 a 24 anos e um crescimento de 18% entre 25 a 40 anos. É o que revela o levantamento interno da empresa, que considerou o período de 2022 a 2023.

Ainda de acordo com a seguradora, a participação dos contratados de 25 a 40 anos representava 38% dos clientes da carteira ao fim de 2023. Os jovens entre 18 e 24 anos, 8%. Entre os mais jovens, a presença das mulheres também se destaca. Hoje, elas representam 51% da carteira na faixa etária de 18 a 24 anos.

“Temos visto uma maior conscientização da população em relação à proteção financeira, inclusive nos jovens. E o aumento neste público não só reflete isso, mas também é impulsionado por algumas características desse público, que é uma maior preocupação com a proteção do seu presente. O seguro de vida se trata justamente disso: proteção dos riscos imediatos e das incertezas da vida, algo que tem sensibilizado cada vez mais as pessoas mais jovens, em especial as mulheres. É sobre se proteger em vida, hoje”, afirma a Diretora de Produtos de Vida da Icatu Seguros, Luciana Bastos, em nota.

Pioneira no desenvolvimento de inovações para o segmento, a Icatu coleciona cases como o Vida Digital, projeto para disseminar um seguro de vida com jornada 100% digital para diferentes canais e parceiros – como bancos, varejo e fintechs, que atraem especialmente o público mais jovem. Como parte do seu modelo de negócios B2B2C, a companhia conta ainda com a força de venda de mais de 9 mil corretores parceiros no país.

Desempenho geral – Em 2023, a Icatu bateu recorde de R$ 4,2 bilhões em prêmios retidos, evolução de 21% em relação a 2022, resultado acima do mercado (9,5%). Ainda em 2023, a companhia retornou R$1,2 bilhão em indenizações, o que representa 8% do mercado segurador de pessoas, que devolveu cerca de R$15 bilhões no mesmo período, de acordo com a Fenaprevi. Entre as modalidades do segmento, de acordo com a Icatu, o Vida Individual teve destaque, com 90% de crescimento.

RIMS 2024: “O tema mudança climática preocupa o mundo todo e não só seguros” diz Guilherme Perondi

Swiss Re Corporate Solutions

A Swiss Re tem uma diretoria para apoiar gestores de riscos. O Sonho Seguro entrevistou Guilherme Perondi, vice-presidente executivo Brasil e Head de Distribuição LATAM da Swiss Re Corporate Solutions (SRCS), para contar mais sobre as tendências de riscos, já que participa da RISKSWORLD, evento promovido pela RIMS, associação americana que reúne os gestores de riscos, que acontece em San Diego, Califórnia, entre 5 e 8 de maio.

O evento é citado como o maior do mundo para o debate sobre gerenciamento de risco. Por isso, no domingo, o grupo realizou um coquetel para parceiros de negócios, com a presença do CEO mundial, Andreas Berger. No Brasil, a SRCS é sócia da Bradesco Seguros há 6 anos.

Poderia comentar sobre o que motivou a criação desta diretoria?

Há 60 anos o Grupo Swiss Re tem uma área chamada RES, do inglês Risk Engineering Services ou Serviços de Engenharia de Riscos. Essa equipe de RES tem uma dupla função de apoiar nossa subscrição na análise e classificação dos riscos que asseguramos e também apoiar clientes corporativos na avaliação e gestão dos seus próprios riscos operacionais. Para isso, contamos com uma equipe de engenheiros e técnicos em todo mundo em diferentes especialidades como riscos patrimoniais, engenharia e responsabilidades com conhecimento em vários setores como indústria pesada em geral, energia, cadeia de suprimentos, exposições catastróficas e sustentabilidade.

A motivação para o investimento nessa área é tanto para termos resultados sustentáveis ao longo do tempo, conhecendo o melhor possível os riscos que expõem nosso capital, quanto gerar valor para os clientes, compartilhando esse conhecimento com eles e apoiando sua gestão de risco.

  • Quais os benefícios que a diretoria tem efetivamente trazido aos corretores e clientes?

O trabalho de consultoria que nossos engenheiros e engenheiras fazem já criaram vários casos de sucesso junto a clientes em todo mundo, inclusive no Brasil, em que nosso corpo técnico trabalha junto com o cliente determinando exposições de risco e formas de mitigação, com frequência trabalhando à seis mãos com as equipes de consultoria de risco dos corretores corporativos.

Um outro resultado concreto são produtos de análise de dados com base em tecnologia que estamos oferecendo para clientes. O principal deles é o RDS do inglês Risk Data Services ou Serviços de Dados de Risco em que disponibilizamos nossa plataforma global digital onde temos riscos, por exemplo, exposição a catástrofes naturais como inundações, excesso ou falta de chuva, terremotos ou furacões mapeadas por coordenadas. O cliente pode adicionar outras camadas de dados próprias como, por exemplo, a localização de suas instalações – ou de seus fornecedores – ou rotas de suprimento e cruzar as informações para ter em tempo real e em formato digital suas exposições de riscos mapeadas e quantificadas. O RDS só foi possível pela combinação de tecnologia com a inteligência de dados gerada e por nossas equipes de RES ao longo dos anos.

Vale também destacar que a equipe de RES produz muito material técnico acessível livremente através de nossos sites, incluindo Guias de Preparação para eventos como inundações e vendavais que estão disponíveis em português e são bastante acessados aqui no Brasil. Vale dar uma checada em nosso site para conhecer melhor.

  • Quando foi criada e quantos profissionais tem na equipe? Quem é o líder?

A área de RES (Risk Engineering Services) é bem consolidada dentro da Swiss Re e seu conhecimento vem sendo formado desde muito tempo, praticamente desde que a companhia foi criada 160 anos atrás. O grupo de RES, como unidade independente, foi criado em 1970. Dentro da Swiss Re Corporate Solutions, a equipe é liderada globalmente por Tina Baacke desde 2021 e temos o privilégio de ter um brasileiro, o Fabio Magalhães, responsável pela operação de RES nas Américas. A equipe de RES conta com 200 profissionais em todo o mundo, sendo 56 nas Américas, e 8 no Brasil.

  • Quais as principais demandas recebidas e também sugeridas por esta diretoria de Gerenciamento de Risco? 

Há um tema comum nas demandas que é a busca por troca de conhecimentos com nossa equipe técnica. Nosso engajamento com clientes e corretores em geral é baseado em dados e expertise para suporte à gestão de riscos, com objetivo de prevenção a perdas, incluindo com uso de tecnologia para análises de grandes volumes de dados. Outro valor agregado que é solicitado com frequência são benchmarks e melhores práticas globais ou do setor de atuação da companhia, que geralmente passam a ser incorporados nos planos de gestão de riscos da empresa. O objetivo final é sempre a busca da melhoria da qualidade do risco dos clientes.

  • Como o tema “mudanças climáticas” é tratado por esta diretoria com seus parceiros e clientes? É relevante? 

As mudanças climáticas são um tema de preocupação em todos os setores e geografias atualmente. Tanto é que, dentro da Swiss Re Corporate Solutions, a área de Sustentabilidade faz parte do grupo de RES. Nossa equipe desenvolveu um manual de avaliação de preparação para catástrofes naturais que é trabalhado em conjunto com os objetivos de gestão de riscos do cliente. A partir disso, o plano de trabalho de RES é montado sobre três pilares: Identificação dos Riscos, Plano de Gestão de Riscos e Qualidade dos Riscos, que é medida através de inspeções, muitas delas presenciais, nas instalações do cliente. Com frequência, o resultado desse trabalho faz parte dos próprios Planos de Continuidade de Negócios dos clientes.

Não temos dúvida de que as mudanças climáticas continuarão ganhando relevância nas agendas estratégicas dos clientes e corretores, continuaremos investindo em tecnologia para levarmos soluções como o RDS (Risk Data Services) para o mercado como ferramentas de apoio à adaptação à essa nova realidade.

  • Qual a perspectiva do cenário com P&C em 2024, ainda com preços altos e condições restritivas? E em 2025?

A Swiss Re Corporate Solutions segue otimista com o mercado de ramos elementares, temos uma posição global relevante no segmento, seguimos investindo e gerando resultados crescentes na América Latina no Brasil. O mercado brasileiro é muito bem atendido com presença relevante de resseguradores, seguradores e corretores multinacionais e nacionais, com boa oferta de produtos, serviços e capacidades. No entanto, globalmente, o mercado vem passando por um período de ajuste estrutural e uma das consequências é a de exigências quanto à qualidade de gestão de riscos.

Inevitavelmente os compradores de seguros comerciais e corporativos precisam estar preparados para essa mudança estrutural pela qual o mercado está passando, especialmente em setores e empresas com maiores exposições de risco, históricos de sinistralidade e maior complexidade de gestão de riscos.

As exigências de boas práticas de gestão de risco, investimento contínuo em sistemas protecionais, transparência no compartilhamento de informações e disponibilidade para discussões técnicas não só sobre os riscos segurados, mas também sobre novas estruturas de transferência de riscos, vão seguir como regra nas interações entre compradores de seguro e o mercado de seguros e resseguros.

Essa nova dinâmica reforça a necessidade do corretor de seguros em atuar como um consultor de riscos qualificado para seus clientes passando por quatro importantes aspectos:

1.         Conhecimento efetivo sobre a operação e os riscos do cliente: historicamente essa sempre foi uma responsabilidade importante do corretor como consultor de riscos do seu cliente. Porém, neste novo cenário, é importante que o corretor vá além, conduzindo um trabalho qualificado de coleta e apresentação das informações, inclusive apoiando na organização de Road shows com o mercado, permitindo discussões técnicas. A preparação de pacotes adequados de informação e sua apresentação seguirá relevante, não só para conversa com seguradoras, mas também com resseguradores.

2.         Criação de vínculos entre as equipes do corretor, cliente e seguradora: indo além de ser o consultor de riscos do cliente, o corretor deve dar apoio no entendimento das exigências do mercado. O corretor precisa ajudar o cliente a entender as exigências do mercado e orientá-lo sobre as melhores escolhas de investimentos para endereçar os pontos mais críticos de risco identificados em eventuais inspeções ou discussões técnicas, otimizando o orçamento disponível para melhorias e protecionais. O apoio técnico no acompanhamento desses investimentos e reporte para as equipes de engenharia de riscos e subscrição das seguradoras passa a ser mais importante para alimentar esse “diálogo técnico” para que as equipes possam atender de maneira adequada os segurados mais diligentes na gestão de seus riscos.

3.         Realização de análise mais abrangentes: o papel do corretor como consultor qualificado também passa por análises, em conjunto com o cliente, sobre novas estruturas, eventualmente com diferentes níveis de retenção de risco pelo segurado, e sobre novos modelos de transferência de risco. Soluções alternativas como seguros paramétricos, isoladamente ou em conjunto com soluções tradicionais, e até mesmo cativas passam a ser analisadas como potenciais soluções para riscos mais complexos ou maiores.

Estamos todos vivendo em um ambiente de maior complexidade no setor de seguros, com seu papel vital na economia e na sociedade, que também passa por adaptações importantes. Vemos uma grande oportunidade, em especial de qualificação e cooperação enquanto o setor naturalmente se reequilibra.

RIMS 2024: o seguro deve ser customizado para capturar as exposições de risco”, afirma Christian Mendonça

Rims 2024 RisksWorld

Christian Mendonça, head de riscos e seguros da Norsk Hydro no Brasil, acompanha de perto todas as tendências sobre gerenciamento no mundo. Esta é a décima segunda vez que o executivo participa do principal evento de gestores de riscos do mundo promovido pela RIMS, associação que reúne os profissionais dos EUA. Desta vez sua participação é como palestrante no RISKWORLD 2024, realizada entre 5 a 8 de maio, em San Diego, Califórnia.

“O processo de contratação de seguros permite e motiva as organizações a mapearem e melhor se protegerem das principais exposições de riscos a seus negócios e operações, sendo que em vários casos as seguradoras estabelecem pré-requisitos mínimos de proteção para aceitação de riscos”, afirma ele, que atua no segmento financeiro há mais de 20 anos e dá para perceber que é apaixonado pelo que faz.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista concedida pelo executivo ao Sonho Seguro:

Como você vê o papel do seguro na mitigação de riscos?

O seguro, muitas vezes, é visto como única ferramenta existente para se proteger e mitigar riscos, o que é uma visão bastante errônea e que, infelizmente, está presente na mente de muitas pessoas. O seguro, de fato, é uma das principais ferramentas de proteção e recuperação financeira frente aos riscos e incertezas que diferentes empresas, entidades e das mais variadas atividades econômicas, podem contratar para obterem uma proteção financeira contra as eventuais perdas materiais, de receita e responsabilidades a que seus negócios, ativos e operações estão expostos. No entanto, uma proteção “reativa”, e que irá fornecer a indenização após o sinistro já ter acontecido. Porém, o processo de contratação de seguros permite e motiva as organizações a mapearem e melhor se protegerem das principais exposições de riscos a seus negócios e operações, sendo que em vários casos as seguradoras estabelecem pré-requisitos mínimos de proteção para aceitação de riscos. Portanto, e para mim, o seguro é um instrumento muito importante de ser considerado por qualquer organização, mas que acima de tudo, deve ser muito bem customizado e implementado de forma a capturar as reais e principais exposições de risco das organizações, e também considerando o nível de preparação e maturidade das organizações em gerenciar, mitigar e aceitar os próprios riscos.

Qual o papel que você e sua equipe desempenham como “guardião do patrimônio” da empresa?

Na Hydro, eu e minha equipe representamos o Departamento de Seguros da Hydro na região, e temos o privilégio de atuar de forma corporativa, em todas as áreas de negócio de nossas operações na América do Sul, e de forma matricial entre diferentes disciplinas. Desta forma, temos o mandato de sermos os responsáveis por prover as melhores soluções de seguro as diferentes operações e negócios da Hydro na região, adequadas as estratégias de curto, médio e longo prazo de nossa organização, e moldadas e customizadas ao mapeamento, apetite de risco e principais exposições de nossas operações. Além disso, somos responsáveis por implementar localmente, desenvolver e aprimorar a aderência de nossas plantas e operações ao Hydro Loss Prevention Standards, que é um compilado de boas práticas e normas locais e internacionais que estabelecem o padrão de segurança, de sistemas protecionais e de procedimentos mandatórios as operações de todas as plantas da Hydro globalmente. Esse processo não apenas estabelece as recomendações de melhorias de risco, como atualiza nossa matriz de exposição a risco, e nos possibilita acesso a dados e informações de extrema qualidade para realizarmos negociações de seguro adequadas, customizadas e competitivas a nossa organização.

Sua empresa lida com uma série de riscos complexos. Quais são os mais críticos? E quais são os riscos futuros que você considera mais importantes – tanto como uma oportunidade para as seguradoras criarem soluções quanto em termos de proteção da empresa?

São vários os riscos aos quais nossas operações e plantas estão expostos, os quais mapeamos e estabelecemos diferentes soluções para reduzi-los ou mitigá-los. De forma objetiva, e considerando as principais exposições operacionais, eu diria que a característica de conectividade e de relação de dependência que nossos ativos detêm entre si aqui no Brasil, e a correlação dos mesmos com algumas operações internacionais, estabelecem uma relação de interdependência importante. Fora isso, riscos associados ao espectro ESG são importantes (especialmente em nosso segmento) e, apesar de muito bem tratados e gerenciados em nossas operações locais e internacionais, ainda carecem de melhores soluções e diferenciações do mercado segurador

Como você equilibra os riscos que a sua empresa deve assumir e os que vai transferir para o mercado de seguros?

Como dito anteriormente, através de avaliações de risco bastante criteriosas, mapeamento dos riscos mais vultosos, análise das soluções de transferência de riscos e sua competitividade na relação de custo-benefício, bem como o apetite de risco interno e a melhoria de nossas operações e segurança operacional. Isso estabelece internamente o que chamamos de análise TCOR, ou Total Cost of Risk, onde através da mesma conseguimos mensurar as melhores opções, alternativas e soluções que resultem em contratações equilibradas entre transferência de riscos ao mercado segurador, e retenção interna de riscos

Como define a sua jornada profissional até agora?

Extremamente prazerosa e enriquecedora! Dentro do mercado de Riscos e Seguros tive a oportunidade de passar por diferentes empresas e diferentes posições da trinca Seguradora, Corretor e Segurado. Comecei como Segurador, logo passei ao universo dos Corretores, onde apreendi muito e, especialmente, a trabalhar de maneira consultiva e diferenciada aos clientes, e não apenas de forma transacional e comercial. Isso alavancou minhas relações profissionais e conhecimento, fazendo com que grandes empresas nacionais e multinacionais me convidassem para assumir suas áreas de Gestão de Riscos e Seguros, posição esta (de Segurado) a qual mais tempo desempenho em minha história no mercado de Riscos e Seguros. Nem tudo foram flores, e tive diversos momentos de grandes desafios a serem superados. Mas acredito que todos eles, e junto a grandes equipes e colaboradores fantásticos, moldaram meu perfil profissional e alavancaram minha rede de relacionamento, experiencia, conhecimento e preparo, me tornando o profissional que sou hoje, e que ainda tem um caminho bastante longo a ser trilhado nesse nosso fascinante setor.

Um dos desafios dos gestores de riscos é que a importância do gerenciamento de risco seja mais valorizada na alta direção da empresa. Você concorda? Quais as ações que poderiam levar o seguro para a pauta ao comando e aos conselheiros de um grupo econômico? 

Concordo totalmente! Na Hydro, felizmente não enfrentamos essa situação, e temos acesso bastante amplo e frequente a alta direção da empresa, incluindo comitês de risco periódicos. Inclusive, uma curiosidade: A Hydro detém a Seguradora / Resseguradora Cativa em operação mais antiga do mundo, chamada Industriforsikring, atuante desde 1920 e com sede em Oslo, o que nos orgulha bastante. Porém, reconheço que esse cenário que temos na Hydro, infelizmente, não é regra, mas sim exceção, e muitas empresas ainda carecem do próprio investimento e atenção a seus Gestores de Risco e, em muitos casos, nem Gestores de Risco elas detém. Felizmente, é um cenário que vem mudando, e temos visto crescimento em número de Gestores de Risco serem designados em diferentes empresas e de diferentes setores. Que siga assim e que esse movimento seja bastante acelerado, uma vez que é saudável para todos.

Que conselhos daria ao gestor de risco?

Tive um diretor global que gostava de usar uma frase, a qual extremamente adequada a sua pergunta, e como eu acredito deva ser a atuação de qualquer Gestor de Riscos: “Stay safe and add value” (Esteja seguro e agregue valor). A posição de Gestor de Risco normalmente é uma posição corporativa, de área central e de suporte as áreas de negócio. Profissionais com perfis reativos, ou mais acomodados, tendem a não aparecer nem prosperar nessas funções, apesar de estarem fazendo bons trabalhos, pois não chegam a ser percebidos como ativos estratégicos das organizações e, consequentemente, sem a correta identificação de seus valores. Assim, o ideal é o Gestor de Risco ser pró-ativo, pensar sempre fora de sua zona de conforto, interagir e atuar com frequência junto as áreas de negócios e operações, buscando entender os riscos, novos rumos, novos projetos, novas operações. Desta forma o profissional terá a capacidade (e privilégio) de ter uma visão do todo, e poder identificar os riscos intrínsecos a cada negócio, e aqueles que se interagem entre áreas, permitindo uma atuação muito mais consultiva e de agregação de valor as organizações em suas propostas de transferência e retenção de riscos. É aquela velha máxima: Quem não é visto, não é lembrado!

O que mais te chama atenção no RIMS? Já participou outras vezes?

O RIMS e a RISK WORLD é simplesmente a maior organização de Gestão de Riscos do Mundo, e que promove o maior evento de Gestão de Riscos e Seguros do mundo. Ou seja, quem é alguém, ou quer ser alguém nesse nosso mercado, tem que estar aqui. Nesse ano completo já meu 12ª. Conferência Anual RIMS, e seguirei atendendo outras certamente. Pra mim, o maior valor deste evento é poder encontrar, interagir, negociar e se relacionar, com grande parte dos líderes mundiais de nosso mercado, ampliando e qualificando nosso network de forma incrível e muito relevante. Em qual outro lugar é possível, em um espaço de 4 dias, encontrar centenas de líderes globais de players relevantes de nosso mercado, bem como trocar experiência com milhares de profissionais de diferentes segmentos de toda indústria de Riscos e Seguros mundial? Essa, para mim, é a principal razão de atender a esse evento. Fora isso, as sessões de palestras e de compartilhamento de conhecimento são sempre enriquecedoras, e principalmente abordam temas sempre quentes e de tendências no mercado de Gestão de Riscos e Seguros.

RIMS 2024: Gestão de risco é muito mais do que comprar seguros, diz presidente

David Arick presidente RIMS 2024

David Arick tem um grande desafio. Está a frente dos preparativos da RISKWORLD 2024, maior evento de gestores de riscos do mundo promovido pela RIMS (Risk Management Society), que acontece entre 5 e 8 de maio, em San Diego, Califórnia (EUA). São cerca de 10 mil participantes, de mais de 70 países, com 400 expositores, 300 palestrantes que participarão de quase 300 painéis que abordarão os mais diversos assuntos. 

Trata-se de um tradicional evento anual que está na pauta mundial dos principais executivos do mercado de riscos e seguros. A razão é simples: reúne os risk manager (gestores de riscos), do mundo todo nos Estados Unidos, o maior mercado mundial de seguros, responsável por 44% dos US$ 6,8 trilhões em receitas movimentadas pelo setor de seguros em 2022 (últimos dados disponíveis). A expectativa é de que em 2023 tenha ultrapassado US$ 7 trilhões e que em 2024 registre expansão de dois dígitos.  

“O risco é uma questão global, por isso a RIMS também deve ser global. Nossos 75 anos de sucesso foram impulsionados pelas contribuições intelectuais feitas por profissionais de risco em todos os níveis de suas carreiras, de todos os setores, de todas as origens e de destinos geográficos em todo o mundo”, comenta o presidente da RIMS 2024 e que também é diretor global de risk managment na Sedgwick, uma das principais consultorias do mundo para regulação de sinistros.

O Brasil voltou a ser um destaque para atração de investimentos, abrindo uma janela de oportunidades para seguros de grandes riscos que não era vista há décadas. Tanto que a delegação brasileira que se prepara para ir ao evento já está próxima de 100 executivos entre gestores de riscos, seguradores, resseguradoras, corretores e prestadores de serviços. Gestores de riscos associados à ABGR (Associação Brasileira de Gestores de Riscos) tem um desconto relevante na inscrição do RIMS 2024, graças a uma parceria entre as duas entidades.

Diante deste cenário, o Sonho Seguro vai cobrir o RIMS 2024, patrocinado pela Wiz Corporate, corretora de seguros que avança ano a ano em riscos corporativos e tem o propósito de contribuir para difundir a cultura de seguros no Brasil. A cobertura do evento começa com esta entrevista com David Arick. Leia abaixo os principais trechos da conversa.   

Quais são suas expectativas com o RISKWORLD 2024?

Entrei para o Conselho de Administração da RIMS em 2019 e muita coisa mudou desde então. As organizações devem se adaptar rapidamente ao mundo cada vez mais volátil em que vivemos. Os profissionais de risco precisavam reavaliar as estratégias de mitigação existentes que tinham sido utilizadas durante anos e confirmar a eficácia de todas as estratégias utilizadas para o futuro. Simultaneamente, os profissionais de risco reinventam processos para garantir que conseguem resistir aos riscos atuais e que continuam a apoiar a missão e os objetivos da organização. Os profissionais de risco têm estado ocupados. Mas também têm sido notavelmente bem-sucedidos e muitos podem ser parabenizados por manterem as suas organizações resilientes e seguras para emergir mais fortes após a crise. Cada vez mais líderes empresariais em todo o mundo reconhecem o poder de fortes capacidades de gestão de risco. Minha expectativa para a RIMS é garantir que a sociedade continue a fornecer recursos e oportunidades para que os profissionais de risco mantenham esse impulso incrível. Construir relacionamentos de confiança em tempos bons pode ser extremamente benéfico quando ocorre uma crise.

Quais os desafios que os gestores de risco têm pela frente?

A imprevisibilidade é um grande desafio. Durante anos, os profissionais de gestão de risco e de seguros confiaram em padrões passados para determinar como lidar com os riscos no futuro. No entanto, esta estratégia está a ser testada porque a história não se repete exatamente. Por exemplo, temos experimentado inundações e eventos climáticos extremos em todo o mundo, em áreas inesperadas. E, claro, todos nós vivemos uma pandemia global que esperamos que seja um acontecimento único nas nossas vidas. Na RIMS, acreditamos fortemente que a gestão de riscos é muito mais do que comprar seguros. O seguro é uma peça importante num programa de gestão de risco, mas os profissionais de risco devem ser mais estratégicos. Devemos primeiro nos perguntar: “que medidas podemos tomar para que o seguro não seja necessário?” Isto é especialmente verdadeiro à medida que o mercado de produtos de seguros se torna cada vez mais difícil em determinadas áreas. Para se tornarem mais estratégicos, os profissionais de risco têm de desenvolver competências mais fortes e aprender a contar uma história melhor sobre a entrega de valor. Muitas vezes, os gestores de risco são vistos apenas como compradores de seguros. No entanto, não é só disso que somos capazes. Profissionais de risco agregam valor. E grandes profissionais de risco oferecem soluções que apoiam novas iniciativas, geram receitas e ajudam as suas organizações a atingir os seus objetivos.

Quais são os principais riscos que assolam o gestor de riscos?

A velocidade e o impacto dos riscos aumentaram significativamente nos últimos anos e, como resultado, os gestores de risco devem ser muito ágeis e capazes de realizar múltiplas tarefas. Uma das maiores mudanças nos negócios nos últimos anos foi a proliferação do local de trabalho remoto. Para aqueles que gerem indivíduos – e para as suas organizações – tornou-se cada vez mais difícil estabelecer e manter uma cultura corporativa. Esse desafio também torna difícil atrair e reter grandes talentos. Gerenciar o risco de talentos é uma prioridade máxima para a maioria das organizações. Os novos acordos de trabalho – e a pandemia global – levaram a uma maior dependência da tecnologia. A tecnologia, de muitas maneiras, melhorou a produtividade. Permitiu que as reuniões ocorressem sem a necessidade de viajar tanto como muitos de nós fazíamos antes da pandemia. Embora muitas organizações se beneficiem dos avanços tecnológicos emergentes, a dependência da tecnologia abre a porta ao aumento da exposição cibernética. Desde funcionários que armazenam e gerenciam dados externamente até novas plataformas digitais usadas por sua organização e seus parceiros, a tecnologia cria mais oportunidades para o sucesso dos criminosos cibernéticos. Por exemplo, perguntar se as pessoas com quem você se encontra virtualmente são impostores ou não é algo que só víamos em filmes de espionagem, até recentemente.

Sim, risco cibernético é risco número “1”. E quais outros tiram o sono dos profissionais?

A agitação social e política, bem como a imprevisibilidade das condições meteorológicas extremas e dos desastres naturais realçaram a necessidade de os profissionais de risco reavaliarem as cadeias de abastecimento. Num piscar de olhos, uma interrupção na cadeia de abastecimento pode paralisar uma organização. 

Num cenário de seguros difícil para temas como riscos cibernéticos e alterações climáticas, qual é o principal papel do gestor de risco?

Os profissionais de risco devem ser proativos e se antecipar a esses riscos. Devem se tornar mais estratégicos e criativos, especialmente num mercado de seguros difícil. Os profissionais de risco devem reavaliar vários aspectos da sua estratégia, desde a gestão das principais relações e expectativas internas e externas, até à revisão das opções de mitigação relacionadas com valores de propriedade, tecnologia, medidas de segurança, cadeias de abastecimento, e a lista continua. O que descobrirão é que, em alguns cenários, certas estratégias de mitigação continuarão a ser eficazes, mas noutros necessitarão de uma revisão completa. 

Quais seriam as prioridades? 

Adaptar estratégias é o primeiro passo importante. O segundo passo crítico é que os profissionais de risco articulem os seus objetivos de gestão de riscos e os principais riscos das suas organizações aos seus corretores e seguradoras. É fundamental que os líderes de risco incutam confiança internamente e nos parceiros de negócios de que a equipa de risco não só está consciente dos principais riscos de negócio, mas também de que avaliou esses riscos e tomou medidas para os gerir antes de considerar o seguro. Da mesma forma, os profissionais de risco devem reavaliar os seus programas de financiamento de risco. A organização está devidamente segurada para os principais cenários de perda? Ainda é necessária uma linha específica de cobertura? Existem outras maneiras de financiar certas causas de perda? O mundo volátil, juntamente com o desafiante mercado de seguros, faz com que muitos profissionais de risco explorem as cativas como uma solução alternativa de financiamento de risco, e os proprietários de cativas existentes estão se expandindo agressivamente como uma solução estratégica.

Como podem as seguradoras contribuir para ajudar os gestores a reduzirem a lacuna de proteção?

Quando os tempos estão difíceis, acredito que todos precisamos ser criativos. Existem grandes oportunidades para as seguradoras criarem produtos que compensem o mercado desafiador e ainda assim atendam às necessidades dos profissionais de risco. Um grande exemplo desta criatividade é o recente sucesso dos produtos de seguros paramétricos, que serviram como uma solução necessária para os gestores de risco, bem como uma oportunidade lucrativa de crescimento para as seguradoras. A comunicação honesta e transparente também é crítica. O mundo dos riscos e seguros é um negócio de relacionamento. Internamente, os profissionais de risco devem ter relacionamentos sólidos com os líderes empresariais para garantir que os riscos sejam compreendidos e contabilizados. Externamente, os profissionais de risco devem estabelecer excelentes relacionamentos com os seus corretores, seguradoras e outros parceiros de negócios. Para todas as partes, construir relacionamentos de confiança em tempos bons pode ser extremamente benéfico quando ocorre uma crise.

E como a RIMS tem contribuído para a atualização dos risk manager? 

Todos os anos, a RIMS produz centenas de relatórios, artigos, podcasts e muito mais, que abordam uma ampla variedade de questões de risco e estratégias relacionadas. Mas a maior vantagem da RIMS é a sua rede. Uma forma fundamental de navegar com sucesso pelo risco é aprender com os outros. Compreender como outras organizações foram impactadas por um risco, quais estratégias elas tinham em vigor antes do risco, a eficácia dessas estratégias e onde melhorias podem ser feitas são aspectos fundamentais de uma gestão de riscos bem-sucedida. A RIMS fornece uma plataforma para a comunidade global de risco trocar ideias e compartilhar experiências. O RIMS acelera instantaneamente a rede profissional de um indivíduo e oferece oportunidades inestimáveis para aprender, crescer e avançar. 

A RIMS criou um certificado, não?

Sim. Outra forma crucial de a RIMS ajudar os seus membros, bem como a comunidade global de riscos e seguros, é através da construção de um padrão profissional global. A RIMS estabeleceu a certificação RIMS-CRMP como uma estrutura global de gestão de risco baseada em competências que todos os profissionais de risco poderiam usar, independentemente da localização geográfica ou do setor. A certificação RIMS-CRMP é a única certificação de gerenciamento de risco credenciada pela ANSI no mundo. E, na próxima conferência RISKWORLD, entre muitas iniciativas, a liderança da RIMS se reunirá com uma delegação de profissionais de risco do Brasil para discutir oportunidades para tornar a certificação RIMS-CRMP mais acessível a profissionais de risco, corretores e seguradoras na América do Sul.

Lucro da BB Seguridade avança 10,4, para R$ 2 bilhões, no 1o. trimestre de 2024

André Haui

Com evolução dos prêmios ganhos e melhora da sinistralidade em seguros, crescimento das receitas de corretagem e aumento dos volumes arrecadados em previdência e capitalização, a BB Seguridade anunciou ao mercado um lucro de R$ 2 bilhões no primeiro trimestre de 2024.

André Haui, presidente da BB Seguridade, destaca que “mesmo diante de um cenário desafiador para o resultado financeiro, com a queda da Selic, esse resultado da BB Seguridade demonstra a solidez de uma companhia bem fundada em seus pilares estratégicos e a capacidade de se adaptar e transformar. Modernização tecnológica, ampliação dos modelos de negócios e experiência do cliente são e continuarão a ser os balizadores da nossa gestão”.

O resultado operacional não decorrente de juros foi a alavanca de crescimento da Companhia, aumentando 10,9% no período, acima do guidance divulgado. A evolução do operacional mais do que compensou a retração do resultado financeiro causada pelo descasamento temporal de índices de inflação que corrigem os planos de previdência de benefício definido, pela marcação a mercado negativa nas posições em títulos de renda fixa e pela queda da taxa Selic. O efeito da queda da taxa Selic foi parcialmente anulado pela expansão de aproximadamente 10% no saldo médio de posições pós-fixadas de todas as empresas do grupo.

Destaques:

  • Seguros: lucro líquido da operação cresce 11,7%

No 1T24, o lucro líquido da operação de seguros evoluiu 11,7% em relação ao primeiro trimestre de 2023, impulsionado principalmente pela alta dos prêmios ganhos retidos (+9,6%) e melhora da sinistralidade (-2,8 p.p), ambos contribuindo para o aumento de 12% no resultado operacional não decorrente de juros.

Os prêmios emitidos aumentaram 15,3% no comparativo, impulsionados por todas as linhas de seguros, mas com especial destaque para prestamista (+35,2%), penhor rural (+54,1%) e vida produtor rural (+28%).

  • Previdência: contribuições atingem recorde trimestral histórico

No 1T24, as contribuições para planos de previdência cresceram 13,5% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado e totalizaram R$ 16,8 bilhões, número que representa o maior volume trimestral da série histórica. O índice de resgates atingiu 8,6% – menor patamar trimestral desde o 4T20 – e a portabilidade reduziu 0,5 p.p. O volume recorde de entradas e a redução nas saídas de recursos levaram a uma captação líquida de R$5,6 bilhões, quase o triplo do que foi registrado no 1T23, com as reservas de planos PGBL e VGBL expandindo 15,2%.

  • Capitalização: arrecadação cresce 16,4%

A arrecadação com títulos de capitalização cresceu 16,4%, com alta no ticket médio dos títulos. O lucro líquido da operação evoluiu 12,8% em relação ao registrado no mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 70,7 milhões, impulsionado pelo crescimento de 32,9% do resultado financeiro.

RIMS 2024: “Gestores de risco tem um desafio complexo e multifacetado”, diz diretora da corretora de seguros WTW

Para Thays Simões, diretora comercial da corretora de seguros WTW, estar no RISKSWORLD, evento promovido pela RIMS, associação que reune maior número de gestores de riscos do mundo, é uma experiência única. “Há muitos painéis interessantes para elevar conhecimento sobre alguns temas como Diversidade, Equidade e Inclusão, riscos emergentes, ESG, transição energética, inteligência artificial e gerenciamento de risco com olhar para o futuro da inteligência global minimizando impactos ao meio ambiente, enquanto navegamos em um cenário que ainda tem espaço para aprender novas estratégias e insights para resolver desafios e sermos resilientes a gestão de riscos, clima. Neste contexto, a abordagem da WTW de criar soluções inteligentes focadas por indústria é muito relevante. Ao nos adaptarmos às necessidades específicas de cada setor, podemos oferecer às empresas um suporte mais eficaz em cada etapa de sua jornada de risco”, diz.

A WTW tem uma experiência imersiva na comunidade global de gerenciamento de riscos e participa de eventos de networking com profissionais de risco de diversos setores, paineis de debates, com estande e diversas ações de relacionamento para interações com clientes e com o mercado segurador e ressegurador. Leia abaixo os principais trechos da entrevista concedida ao Sonho Seguro.

Prevê uma retomada do segmento de grandes riscos já em 2024 ou este ano segue como transição para retomada dos negócios a partir de 2025?
Em 2024, já estamos verificando a retomada de grandes projetos em rodovias, saneamento, infraestrutura em geral, inovação e tecnologia que impulsionam o crescimento do país e do segmento de seguros de grandes riscos, no entanto, acreditamos que 2025 terá uma retomada mais significativa dos negócios de grandes riscos, de acordo com a vocação de cada região, do setor e das especificidades de cada indústria. Dado o contexto, a WTW, como líder em consultoria de gestão de riscos e seguros monitora de perto esses indicadores e tendências para adaptar-se rapidamente às mudanças do mercado, com uma abordagem baseada em dados, e incentivando nossos clientes a permanecerem ágeis e preparados para transitar e capitalizar oportunidades emergentes à medida que o mercado de grandes riscos segue em retomada.

Quais os principais serviços prestados para ajudar gestores de riscos conseguirem um bom programa de seguros num cenário ainda de hard market?
Neste cenário, o importante é que os gestores de risco conheçam bem quem pode auxiliá-los nos desafios de sua indústria. Dentro de cada setor, existem muitas peculiaridades e uma série de serviços que um bom consultor de risco pode trazer à tona para ajudar num cenário de hard market. O que realmente faz a diferença é entregar uma proposta de valor focada no momento em que a empresa está passando e caminhar junto com conhecimento técnico e transparência para entregar o melhor. Na WTW, caminhamos junto com os clientes, fornecemos orientação especializada e apoio contínuo para a construção de relações de longo prazo em um ambiente de mercado, seja ele desafiador ou favorável.

Como vê o atual momento dos gestores de risco? Quais os principais desafios e oportunidades desta profissão?

Como já estive dos dois lados da mesa, tenho lugar de fala neste quesito. Os gestores de risco tem um desafio complexo e multifacetado que vai além da simples identificação e mitigação de riscos operacionais e financeiros. Envolve também uma coordenação eficaz com diversas áreas da empresa, incluindo Finanças, Operações e RH, para garantir uma abordagem integrada e alinhada aos objetivos estratégicos do negócio. No entanto, muitas vezes, os gestores de risco enfrentam desafios como a falta de headcount adequado, recursos limitados e a incapacidade de acompanhar o dinamismo do mercado de Seguros/Resseguros no dia a dia. É para isso que eles precisam de um parceiro confiável e experiente ao seu lado, que possa ajuda-los em todas essas frentes 

Como seguradoras e corretores podem contribuir para agregar valor ao gestor de risco?

Oferecer insights, orientações e soluções práticas para otimizar suas operações, reduzir custos, mitigar riscos e agregar valor ao negócio como um todo. Desta forma, os gestores de riscos podem se concentrar em suas responsabilidades principais.