Swiss Re lucra US$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre de 2025 e mantém metas para o ano

Resultados foram impulsionados por desempenho técnico resiliente, receitas de investimento e disciplina na subscrição, mesmo com grandes perdas relacionadas a catástrofes naturais e eventos causados pelo homem

O grupo Swiss Re registrou lucro líquido de US$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre de 2025, com retorno sobre o patrimônio (ROE) de 22,4%, acima dos US$ 1,1 bilhão e ROE de 20,7% reportados no mesmo período de 2024. Apesar de perdas significativas com catástrofes naturais — como os incêndios em Los Angeles — e eventos de origem humana, todas as unidades de negócios contribuíram positivamente para o resultado.

Segundo o CEO do grupo, Andreas Berger, os números refletem a capacidade da resseguradora de atuar como “amortecedor” para riscos extremos. Já o CFO Anders Malmström destacou que a performance foi sustentada por uma subscrição disciplinada e por receitas recorrentes elevadas.

O segmento de resseguros patrimoniais e de danos apurou lucro líquido de US$ 527 milhões, frente aos US$ 555 milhões de um ano antes, absorvendo perdas de US$ 570 milhões por catástrofes naturais — 29% do orçamento anual — e US$ 140 milhões por perdas causadas pelo homem. Ainda assim, alcançou um índice combinado de 86,0%, dentro do previsto, com meta de encerrar o ano abaixo de 85%. A receita com seguros caiu para US$ 4,5 bilhões, impactada por efeitos pontuais de transição contábil (IFRS) e variação cambial negativa.

Durante as renovações de abril, a P&C Re registrou volume de prêmios renovados de US$ 2,2 bilhões, alta de 2,8% sobre os contratos vencidos. Os preços subiram 1,5% e os pressupostos de perda foram ajustados em 3,7%, fortalecendo a qualidade da carteira para o cumprimento das metas de 2025.

A unidade de seguros corporativos teve lucro líquido de US$ 208 milhões, contra US$ 195 milhões no primeiro trimestre de 2024, com índice combinado de 88,4% (meta anual abaixo de 91%). As perdas com eventos humanos somaram US$ 147 milhões, e as relacionadas a catástrofes naturais, US$ 60 milhões — em sua maioria, também ligados aos incêndios em Los Angeles e ao ciclone Alfred na Austrália. A receita de seguros foi de US$ 1,8 bilhão, estável em relação ao ano anterior, mesmo com o encerramento de contratos na Irlanda e a influência negativa do câmbio.

A unidade de vida e saúde apresentou lucro de US$ 439 milhões, levemente acima dos US$ 412 milhões de 2024. A receita de seguros caiu para US$ 4,1 bilhões (ante US$ 4,8 bilhões), impactada pelo fim de uma transação externa de retrocessão e efeitos contábeis não recorrentes do ano anterior. Ainda assim, o resultado técnico da unidade foi de US$ 456 milhões, com crescimento de 5%. A meta da unidade é alcançar US$ 1,6 bilhão de lucro líquido em 2025.

O retorno sobre os investimentos (ROI) no trimestre foi de 4,4%, ante 4,0% no primeiro trimestre de 2024. O resultado foi impulsionado pelo aumento da renda recorrente e pela venda de uma participação acionária minoritária em março, que gerou ganho de US$ 209 milhões. O rendimento recorrente alcançou 4,1% e o yield de reinvestimento foi de 4,5%.

O índice de solvência (SST) estimado do grupo Swiss Re em 1º de abril de 2025 foi de 254%, acima da faixa-alvo de 200% a 250%, evidenciando a solidez do capital.

A Swiss Re informou que pretende cancelar cerca de 18,7 milhões de ações em tesouraria até 30 de junho, conforme previsto em seu estatuto, reduzindo o número total de ações para aproximadamente 298,8 milhões.

A retirada da operação iptiQ continua conforme planejado. Em abril, a empresa concluiu a venda da unidade Americas Sales Solutions por meio de um management buyout e anunciou a venda das operações na Austrália para a Hannover Re.

Perspectivas

Apesar do início de ano turbulento, a Swiss Re reafirmou sua confiança no cumprimento das metas de 2025. “Graças às ações tomadas em 2024 e ao desempenho robusto neste primeiro trimestre, estamos bem posicionados para enfrentar os desafios do ambiente atual”, afirmou o CEO Andreas Berger.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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