RIMS 2024: Gestores são desafiados com incertezas inerentes aos eventos futuros, afirma Marsh

O acesso a ferramentas analíticas e tecnológicas simplifica o processo de gerenciamento de riscos, fornecendo recursos essenciais para monitorar, mitigar e gerenciar os riscos nas empresas, diz Priscilla Rosa, líder de contratos multinacional da Marsh no Brasil

Priscilla Rosa, líder de contratos multinacional da Marsh no Brasil, destaca o potencial do Brasil no evento RISKWORLD, promovido pela RIMS, a associação de gestores de riscos dos EUA, durante os dias 5 a 8 de maio, em San Diego. “Entretanto, entendo que este ano segue como transição para retomada dos negócios a partir de 2025, tendo em vista que a retomada do segmento de grandes riscos, em 2024, depende de vários fatores, incluindo a recuperação econômica, as tendências do mercado de seguros e as condições específicas de cada setor”, diz.

As expectativas para o Brasil (PIB na casa dos 2%), ficam abaixo do realizado em 2023 (PIB 2,9%), muito por conta do agronegócio que teve um ano de 2023 espetacular. “Por outro lado, ainda há incertezas quanto às outras indústrias. A produção industrial, por exemplo, teve uma performance muito baixa e a tendencia não é de melhoria ainda neste ano”, comenta. “Apesar da tendência de queda de inflação, taxa de desemprego e Selic, haverá grandes desafios, não só internos, como também de políticas internacionais que afetam nosso país.

Além de questões macroeconômicas, como inflação, PIB, cenário das indústrias, taxa de desemprego, entre outros, o Fórum Econômico Mundial, em colaboração com a Marsh, divulgou em janeiro seu relatório Global de Riscos. Esse relatório aborda cenários geopolíticos, econômicos e sociais que poderão afetar todas as empresas em breve, além de uma análise mais a longo prazo. Dentre os possíveis riscos, com foco especificamente no Brasil, os mais comentados, com certeza, serão inflação, Dívida Pública, catástrofes naturais e desigualdade social. Outros temas que certamente estarão no top of mind serão: desinformação, energia renovável, hidrogênio verde, wind offshore e Inteligência Artificial.

Para a executiva, o atual momento dos gestores de risco nunca foi tão desafiador estar nesse papel, e que é atualmente umas das profissões mais importantes do mercado. No atual cenário macroeconômico de 2024, com mais de 70 países enfrentando eleições, crises políticas, crescimento global do PIB abaixo dos últimos três anos, impactos de condições climáticas extremas sem precedentes, conflitos armados e outros riscos, é de extrema importância que os gestores de riscos possam contar com um consultor especializado.

“Esse consultor deve ser capaz de analisar não apenas os riscos transferíveis, mas também de tratar e minimizar aqueles que não podem ser transferidos”, afirma. “Empresas que não gerenciarem seus riscos enfrentarão impactos graves em suas operações. Para tomar decisões assertivas, é essencial ter um entendimento profundo de diversos temas. E é para isso que estamos aqui, para estar junto aos nossos clientes, nos momentos que importam”.

Entre os principais desafios e oportunidades da profissão de gestor de riscos, Priscila Rosa entende que os gestores de risco enfrentam desafios complexos, mas também têm a oportunidade de fornecer informações valiosas, que podem impulsionar e melhorar a vantagem competitiva da organização. “Dentre os diversos desafios, vejo as incertezas inerentes aos eventos futuros e suas consequências. É de suma importância avaliar e quantificar os riscos potenciais, mas normalmente as informações disponíveis são limitadas.”

Segundo ela, os riscos para as organizações estão em constante transformação e tendem a ficar cada vez mais complexos, devido à globalização, mudanças climáticas, mudanças regulatórias e avanços tecnológicos. Outro desafio importante é a conexão que os profissionais desse ramo precisam ter com outras áreas dentro das empresas, como operações, finanças, comercial, compliance, entre outros. Estar alinhado com os objetivos estratégicos da companhia é essencial. 

O ambiente está em constante mudança e os gestores de risco devem ser capazes de se adaptar rapidamente a novas ameaças e oportunidades. Isso porque quando bem-preparados e informados, também é possível encontrar grandes oportunidades. Através do conhecimento de seus riscos, os gestores podem fornecer informações valiosas e isso pode ajudar a organização a aproveitar oportunidades e evitar ameaças, acrescenta.

Como estamos em constante evolução, a executiva enfatiza que a gestão de risco deve ser um processo contínuo, aprimorando práticas e processos, para levar a organização a um caminho mais resiliente e eficiente. Outra oportunidade ao tratar os riscos é a inovação, que pode ajudar a impulsionar transformações importantes, o que pode refletir em uma vantagem competitiva. “Ao identificar e gerenciar os riscos de forma proativa, os gestores de risco têm condições de ajudar a organização a se destacar no mercado, conseguem evitar danos e prejuízos que poderiam impactar a saúde financeira de uma maneira irreversível”.

Dentro deste cenário, Priscila Rosa destaca o valor que seguradoras e corretores podem agregar ao gestor de risco. Ao utilizar dados, análises e tecnologia, como os disponibilizados pela Marsh, os executivos têm a oportunidade de adotar uma abordagem abrangente e proativa em relação aos riscos, resultando em decisões estratégicas alinhadas aos objetivos corporativos.

“O acesso a ferramentas analíticas e tecnológicas, que avaliam a exposição e o impacto dos riscos, simplifica o processo de gerenciamento de riscos, fornecendo recursos essenciais para monitorar, mitigar e gerenciar os riscos nas empresas. A Marsh, por exemplo, possui a capacidade de oferecer suporte às organizações, permitindo que os gestores de risco reduzam e transfiram os riscos para seguradoras, quando apropriado. Dessa forma, estarão mais bem preparados para lidar com processos em constante mudança, regulamentações em evolução e condições econômicas voláteis, além de poder implementar estratégias focadas em alcançar as metas e resultados desejados em seus respectivos negócios.”

Segundo ela, estar no RIMS, atualmente uma das maiores feiras com foco em gerenciamento de riscos e seguros, é uma chance de conexão com colegas da indústria e clientes, trocar ideias, compartilhar experiências e estabelecer relações importantes para desenvolvimento de negócios. “Somado a isto, temos também oportunidades de aprendizado e desenvolvimento profissional, com diversas palestras e workshops sobre tendências e práticas mais recentes que serão ministradas por profissionais altamente qualificados neste setor”.

Como nos anos anteriores, os especialistas da Marsh fizeram apresentações sobre uma variedade de tópicos, incluindo ambientais, sociais e de governança (ESG), cibernéticos, fusões e aquisições (M&A), e muito mais. Havia também o Marsh Café, para facilitar reuniões com clientes e clientes potenciais. Especialistas também participaram de seções para demonstrar com profundidade e amplitude os recursos e soluções mais recentes de que o grupo dispõe.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS