Fonte: André Vieira, Amana
Criado há 5 anos, o seguro paramétrico ainda tem poucos players no Brasil e representa uma grande alternativa para produtores que não mais conseguem contratar os seguros tradicionais diante do maior desafio da história do setor, que acumula grandes prejuízos. Se no ano passado o setor já viveu uma perda recorde, com mais de R$ 7,1 bilhões de indenizações pagas – uma alta de 94% em relação a 2020 —, o cenário de 2022 é ainda mais sombrio. Até agosto deste ano as indenizações já somavam R$ 9,5 bi, com alta de 131,6% sobre 2021.
O valor é maior que toda a arrecadação das seguradoras no mesmo período, de R$ 8,9 bilhões. Diante desse cenário, a Amana (www.amana.agr.br) – agfintech de seguros que oferece soluções rápidas por meio de uma plataforma digital –, passa a ofertar um seguro paramétrico em parceria com várias seguradoras no mercado com o objetivo de ajudar o produtor na adoção de medidas preventivas e protetivas para minimizar impacto dos efeitos climáticos em suas margens. A apólice número um foi emitida pela Korv.
“A crise do segmento, a maior da história, fez com que muitos produtores do país tivessem negada a contratação de um novo seguro para sua cultura. O seguro paramétrico, que tem por base a definição de parâmetros para ocorrência de eventos naturais, tem sido uma solução, pois sua contratação pode ser feita sob medida, de acordo com as informações recebidas do produtor e suas regiões”, afirma Renato Cunha Bueno, diretor da Amana.
Segundo Cunha Bueno, o seguro é extensivo a todas as culturas e em todo o país. “Percebemos hoje, diante desse quadro, que muitos produtores de soja, por exemplo, têm enfrentado dificuldades para contratar seguros. O seguro paramétrico aceita situações que as empresas tradicionais já não admitem, que dizem respeito ao tipo de solo, áreas pós-pastagem, pós-cana-de-açúcar e plantio fora do Zarc (Zoneamento Agrícola de Risco Climático — estudo que identifica regiões e épocas de menor risco climático para o plantio e semeadura das culturas)”, ressalta.
Cunha Bueno cita outro exemplo de vantagem na contratação do seguro paramétrico. “No caso de muita chuva, um dos indicadores levados em conta é justamente a precipitação pluviométrica superior a um índice acordado entre o produtor e nossa seguradora. Por isso, o modelo é 100% customizado. No caso das seguradoras tradicionais, leva-se em conta apenas a ocorrência de eventos climáticos isolados”, explica.
IMPULSO – Em 2021, após autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o Comitê Gestor Interministerial do Seguro Rural aprovou uma resolução que estabeleceu o percentual de subvenção ao prêmio de 20% para o seguro paramétrico, para qualquer atividade. Na ocasião, técnicos do Ministério a Agricultura já destacaram que a inclusão do seguro no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) representava um avanço importante para o desenvolvimento do seguro rural no país.
Segundo o diretor da Amana, atualmente o seguro paramétrico é largamente difundido no exterior. Para ele, a contratação pode ser acelerada no Brasil a partir deste ano, principalmente após os grandes eventos climáticos da última safra que causaram impacto sem precedentes no seguro tradicional.