Presidente da Bradesco Seguros vê boas perspectivas para 2023 com estratégia centrada no cliente

"A nossa estratégia para que a proteção do seguro chegue a mais famílias e empresas passa pelo “clientecentrismo”, que consiste em ter a perspectiva do segurado em tudo o que desenvolvemos", afirma Ivan Gontijo

O grupo Bradesco Seguros exala otimismo com o crescimento do setor de seguros em 2022 e 2023. “Como uma empresa multilinha, que oferece soluções de proteção para as mais diversas necessidades, enxergamos oportunidades de expansão nos mais variados ramos, sobretudo neste novo contexto pós pandemia, em que a sociedade está mais consciente quanto aos riscos e à importância de se proteger deles”, diz o presidente Ivan Gontijo.

Uma base estatística que ampara o otimismo do executivo está nos índices de penetração do setor na sociedade. Apenas 30% da frota brasileira possui seguro auto, um quarto da população possui plano de saúde e só 16% das casas contam com um seguro residencial, ao mesmo tempo em que os percentuais da população com idade ativa que possuem seguro de vida e plano de previdência também são baixos, de apenas 18% e 17%, respectivamente. “Ainda somos apenas o 18º mercado de seguros do mundo, muito aquém da nossa importância econômica, com uma participação de apenas 0,9% nos prêmios globais. Tudo isso evidencia todo o potencial do mercado segurador”, ressalta.

Em recente evento promovido pela Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), em São Paulo, Gontijo, destacou a importância do seguro de vida e da previdência privada no dia a dia das pessoas, especialmente, em meio à crise sanitária sem precedentes causada pela pandemia da covid-19. Segundo o executivo, o mercado segurador vem demonstrando sua resiliência e capacidade de se adaptar rapidamente à nova realidade da população – com a criação de produtos personalizados e mais adequados ao momento de vida do cliente – e, dessa maneira, cumprindo com a sua principal missão: oferecer proteção ao patrimônio das pessoas e suas famílias.

Os investimentos em inovação de produtos e distribuição ganhou ainda mais tração com a pandemia. A casa ganhou novo significado para a família, enquanto as empresas querem cada vez mais proteger seus funcionários e seus ativos, com a contratação de benefícios e seguros. “A nossa estratégia para que a proteção do seguro chegue a mais famílias e empresas passa pelo “clientecentrismo”, que consiste em ter a perspectiva do segurado em tudo o que desenvolvemos, conhecendo cada vez mais suas necessidades de proteção, para poder levar a solução de proteção mais adequada. Com esse olhar, temos lançado planos de saúde de cobertura nacional mas com foco regional, com redes selecionadas de prestadores que são referência em cada cidade, e investido em segmentações de seguros empresariais e residenciais, bem como na diversificação dos portfólios de seguros de automóvel, vida e da grade de planos de previdência.

Além de oferecer mais produtos, Gontijo afirma que a transformação digital na experiência dos clientes continua sendo um foco importante da estratégia para 2023, com o investimento em tecnologias pensadas na experiência do consumidor. Ele destaque ferramentas que permitam a massificação da personalização, utilizando dados para oferecer produtos e serviços cada vez mais customizados, e que possibilitem ao cliente sanar todos os seus problemas em apenas um local. 

Seguradoras como a Bradesco Seguros, multilinha e multicanal, presente em todos os segmentos do mercado segurador e em todo território nacional, tem vantagem competitiva, o que tem proporcionado ao grupo um resultado mais equilibrado e alinhado aos objetivos da companhia. No segundo trimestre de 2022, o grupo Bradesco Seguros registrou lucro líquido de R$ 1,8 bilhão, o que representa evolução de 176% em relação ao mesmo período de 2021, com aumento do ROAE de 7,8% para 20,9%. O resultado foi favorecido pela expansão do faturamento em todas as linhas de negócios. No semestre consolidado, o montante totaliza R$ 3,4 bilhões, com crescimento de 49%. 

O mercado de seguros tem demonstrado grande resiliência na travessia desse período desafiador com condições de superar essa etapa com níveis de crescimento bastante satisfatórios, embora ainda inferiores ao seu potencial. “No nosso grupo utilizamos as experiências e aprendizados desse período para aperfeiçoar nossa operação, ampliando e aprimorando nossa gama de produtos, agilizando a contratação e habilitando novos canais de comercialização e relacionamento com o cliente, que é a razão de ser da companhia. Isso se reflete nos nossos números. Registramos crescimento de 11% no faturamento em 2021, e de 16% no primeiro semestre de 2022”.

A expectativa para o encerramento de 2022 é de evolução. Em sua análise, o setor vive um momento de aceleração da transformação digital, intensificado na pandemia. Tal movimento impacta segurados, corretores e seguradoras e, com a estratégia baseada na centralidade do cliente, o grupo atua para oferecer sempre a melhor experiência, combinando elementos que façam sua jornada mais ágil, simples e resolutiva.

“Acreditamos que para os próximos meses a evolução do mercado brasileiro de seguros continuará sendo uma constante. As novas tecnologias tendem a ser cada vez mais utilizadas e ajudarão não apenas a ofertar o melhor produto ao segurado, como também a precificá-lo, por exemplo. Utilizamos as experiências e aprendizados para aperfeiçoar nossa operação, ampliando e aprimorando nossa gama de produtos, agilizando a contratação e habilitando novos canais de relacionamento com o cliente. Continuaremos trabalhando para tornar a jornada do cliente ainda mais ágil, com tecnologias de ponta e sempre contando com o corretor de seguros como um grande consultor, pronto para sanar as principais dúvidas levantadas pelo cliente.  

Segundo ele, o seguro auto ainda tem uma penetração baixa no Brasil. Existem cerca de 17 milhões de veículos segurados, com uma frota de 70 milhões. Dados de fevereiro de 2022 (pesquisa mais recente) apontam que 70% dos automóveis não têm seguro veicular. Para motivar a contratação dos produtos, desde o início da crise um conjunto de soluções integradas para o consumidor foi priorizada: autovistorias online, que proporciona agilidade na execução do serviço; flexibilização de coberturas; plataformas digitais mais interativas; renovação ou contratação 100% digital; inteligência artificial, que permite a apuração e liquidação de um sinistro em poucas horas; além investimentos em nichos de atuação, como produtos low coast, a partir da flexibilização das regras pela Susep.  

Sobre investimentos em outros nichos estratégicos de atuação, Gontijo cita a criação do produto Proteção Digital. A Bradesco Seguros foi a primeira companhia do mercado segurador a oferecer cobertura para aplicativo bancário. A novidade foi apresentada no fim de 2021, com o objetivo garantir o seguro em caso de transações indevidas, realizadas por terceiros, em situações como perda, furto simples, furto qualificado ou roubo do dispositivo móvel, e coação sofrida pelo segurado. “Com isso, consumidores terão acesso a coberturas, em casos de operações indevidas via Transações PIX, Transferências, TED, DOC, pagamentos de boletos e recarga de crédito em telefonia móvel”, cita.  

O presidente também destaca coberturas com foco exclusivo no trabalho remoto e PME’s. O objetivo é atender às principais demandas dos empreendedores e novos formatos de trabalho na residência e dobrar a participação desse grupo na contratação de apólices da seguradora até o fim de 2022.  Ainda, foram criadas coberturas e assistências para a casa e apartamento, sendo de uso habitual ou veraneio, tendo a proteção para atividade comercial na residência como um dos grandes atrativos e diferenciais, com proteção para máquinas, móveis, utensílios, mercadorias e matérias-primas diretamente relacionados com a atividade profissional do segurado, cujo ramo esteja devidamente enquadrado na legislação do MEI.

Quanto a compras, o presidente da Bradesco Seguros afirma que “um grupo segurador com a dimensão do nosso deve estar sempre atento às movimentações no setor e eventuais oportunidades de negócios. Porém, mantendo a orientação que sempre norteou nossa atuação, não comentamos especulações de mercado”.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

1 COMENTÁRIO

  1. O Brasil possuí cerca de 19,7 milhões de veículos segurados (dados de 2021) conforme dados oficiais da CNSeg (conjuntura). A frota segurada era de 17 milhões de veículos em 2017 (5 anos atrás…) … Atualmente cerca de 33% da frota (considerando frota circulante divulgada pelo Sindipeças) é segurada … se levarmos em conta que metade da frota tem mais de 10 anos (e é nesta faixa que está a baixa penetração do seguro) e que países como Chile e México possuem menos de 30% da frota segurada…. vemos que não é um número ruim e talvez não exista tanto espaço assim para crescimento…

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