Luis Fontes, diretor executivo de tecnologia da informação, está animadíssimo com a entrada do 5G em diversas capitais. “Além da melhora de eficiência, de custos, possibilidade de lançar uma infinidade de produtos e serviços, o consumidor poderá tomar melhores decisões. Temos muito trabalho pela frente para trazer produtos cada vez mais customizados e feitos sob medida para o consumidor”, contou ele ao Sonho Seguro.
O estudo “O potencial de negócios a partir da digitalização das indústrias com o 5G”, da Ericsson, que analisou mais de 400 casos de uso de tecnologias digitais em dez verticais, avalia que o potencial de negócios alcançado com a nova rede até 2030 será de R$ 67 bilhões em receita adicional para as operadoras. Esse montante será dividido em 23% para saúde, 14% em segurança pública, 13% em manufatura, 12% em energia e utilities e 10% em mídia e entretenimento, sendo o restante distribuído entre varejo, serviços financeiros, agronegócio e automotivo. Os maiores percentuais de crescimento, segundo a pesquisa, ficam com segurança pública e varejo (+85%), saúde e energia (+78%), agro (+76%), manufatura (+75%) e automotivo (+76%), segundo publicou o Valor neste mês.
E em seguros? Leia abaixo os principais trechos da entrevista.
Afinal, o que muda com o 5G?
Enxergamos o 5G como um grande habilitador tecnológico capaz de impactar o que chamamos de “as três camadas” (disruptivo – trazendo novos modelos de negócios, juntamente de novas competências; transformacional – que demandará novas habilidades ao mesmo modelo de negócios; e, incremental – que possibilitará melhorias operacionais).
Para compreendermos melhor essa amplitude, é interessante observar que atualmente temos uma demanda reprimida, que não é simples de ser percebida, mas que será solucionada com o 5G. Assim como no passado tínhamos o hábito de realizar ligações após as 20h onde a tarifa era reduzida; e pouco depois fazíamos o mesmo com a internet discada, procurando horários de menor tráfego onde pagávamos menos, os avanços tecnológicos não só evoluíram a infraestrutura como conseguiram reduzir os custos. Pudemos assim presenciar uma grande revolução no ambiente de negócios. Esperamos o mesmo com o 5G.
Outro aspecto interessante a ser observado que confirma essa demanda reprimida são estudos sobre o consumo de plano de dados; usuários de planos pré-pago consomem em média 3GB por mês enquanto usuários de plano pós-pago chegam a 13GB. É mais uma forma de observar que melhorando a infraestrutura e reduzindo os custos certamente teremos uma demanda a ser atendida.
Quais os benefícios para o setor e para o consumidor?
Na indústria de seguros quanto melhor o conhecimento sobre o comportamento das pessoas, melhor será o processo de precificação do risco. Nesse aspecto o 5G trará para o jogo a Internet das Coisas (IOT), e certamente essa infinidade de sensores e dispositivos conectados nos ajudarão a entender melhor o comportamento e especificidade de cada indivíduo viabilizando assim novos produtos e modelos de negócio – e claro, produtos cada vez mais customizados e feitos sob medida são também melhores para o consumidor, que terá suas necessidades tidas em consideração nos menores detalhes possíveis. Por exemplo, imagine um forno que possa ser programado para avisar os clientes de que componentes críticos estão superaquecendo e há um potencial risco de incêndio. As seguradoras podem manter os clientes informados para que possam agir e providenciar reparos antes que ocorra um acidente – evitando assim a ocorrência do sinistro.
Quais novos produtos e serviços devem ser lançados?
Estamos continuamente trabalhando em oferecer produtos e serviços que sejam aderentes às demandas, necessidades e momentos de vida das pessoas. Conhecer mais o cliente nos levará a um mercado mais direcionado à hiper personalização. Se há dez anos era comum o setor ter “produtos de prateleira”, com dados cada vez mais apurados e conhecidos, é possível levar uma oferta que será direcionada a cada perfil e fará mais sentido a cada consumidor.
O 5G deve aumentar a competição? Quais os diferenciais de sua companhia, o que a empresa deve fazer para sair na frente?
O 5G deve intensificar as opções de produtos para os clientes, mas ainda há muito espaço para crescer, ao compararmos a penetração de seguros na população brasileira frente a outros países do mundo. Esse é o tipo de competição que vemos como saudável, com muitas opções sob medida, mas de diferentes formas, para o cliente decidir o que é mais vantajoso para ele. Aqui na MAG Seguros, até para nos prepararmos para essas novas demandas, temos uma governança já estabelecida sobre o tema, com instâncias instauradas para discussão do assunto. Temos times dedicados ao desenvolvimento de produtos e soluções relacionados à tecnologia 5G, que faz parte do plano estratégico e, consequentemente, do plano de metas da empresa já a algum tempo.