MAG Seguros comemora a valorização do corretor de seguros no evento ITC Vegas 2022

Entre os 7 mil inscritos para o InsureTech Connect (ITC), em Las Vegas, maior evento do mundo de seguros e inovação que aconteceu dias 21 e 22 de setembro, estavam Helder Molina, CEO da MAG Seguros, juntamente com Nuno David, diretor comercial e de marketing. Ambos voltam impressionados com a quantidade de informações compartilhadas nas dezenas de palestras simultâneas realizadas ao longo dos dois dias. “Feira bem organizada, muito grande, de curta duração, mas que contou a curadoria da equipe brasileira especializada neste evento”, contou David. Ele se refere ao CQCS Experience, que organizou a ida de uma comitiva de 80 executivos brasileiros para Vegas.

Entre tantos temas debatidos, David citou tecnologias relacionadas à distribuição. “Há um protagonismo renovado para o corretor/agente. É como se houvesse uma retomada de consciência subliminar do papel importantíssimo que um consultor/advisor tem na venda de um seguro de vida. Desapareceram da feira as grandes plataformas de venda direta B2C, com Lemonade ou Metromille. Fala-se muito do embedded insurance, ou seguro embarcado, para fazer essa venda B2C “dentro” de outros produtos, que vão de crédito, passam por transporte e seguem para comida. Literalmente tudo. Mas não havia nada de venda direta pura de B2C”, contou.

Segundo publicou o Valor, o seguro “embedded”, ou seja, proteções embutidas ou invisíveis podem se tornar um mercado trilionário no mundo nos próximos anos. De acordo com o CEO e co-fundador da Next Insurance, Guy Goldstein, o seguro embarcado pode preencher uma lacuna de proteção globalmente que alcança US$ 1,3 trilhão. O que é muito, tendo os US$ 7 trilhões de vendas totais no mundo em 2021, segundo estudo da Fundação Swiss Re. O CEO da insurtech Pattern, Meitav Harpaz, explica que a tendência abrange coberturas que ficam embutidas em produtos ou serviços, como viagens, reservas em hotéis ou aquisição de bens. “Uma das tendências trazidas pelo seguro embutido é que os produtos de proteção tem de se tornar experiências em tempo real e não apenas serem sobre bens”, disse.

Em tecnologia, David afirma que a palavra da moda é lowcode/nocode. São plataformas utilizáveis por qualquer leigo em código na empresa, que operam diretamente na configuração do sistema sem necessidade de desenvolvedores ou equipes multidiciplinares para resolver problemas específicos, ou no jargão do setor, devs ou squads.

Quanto ao “Analytics”, a palavra mais falada em entrevistas de seguros, David informa que segue em alta. “O mercado deste tipo de soluções segue totalmente pulverizado. Há centenas de estandes de empresas que apresentam soluções, mas não há, ainda, empresas que consolidem soluções para consumo mais fácil de algoritmos e soluções. Talvez nunca isso venha a acontecer. É uma área de altíssima customização e dependente muito de talento. E este profissional dificilmente quer se transformar em um funcionário”, comenta.

Ainda em Analytics, “Inteligência Artificial” é outra expressão que deu uma sumida. “Acho que o pessoal finalmente deixou de achar que as máquinas vão pensar sozinhas e isso trouxe a AI para um plano mais instrumental e terráqueo, menos “sexy”. Possivelmente menos “marqueteiro” e mais útil”, segundo o executivo.

Uma palavra praticamente inexistente em Las Vegas foi Open Insurance. “Nada. Zero. De lado nenhum da feira, de nenhum país. O que nos surpreendeu. Nem levantando o assunto a conversa se desenvolve. O que nos deixou a impressão que tem qualquer coisa errada nesta história. Ou no Brasil ou no mundo. Ou nos dois”, brincou.

Outros temas que os executivos acompanharam durante o evento envolviam UX, ou experiencia do usuário, e segurança cibernética (cibersecurity). São temas em alta, mas sem grandes novidades sobre os debates em curso até agora. Como publicou a Revista Apólice, Billy Gouveia, fundador, e Brian Dykstra, diretor forense, ambos da Surefire Cyber, afirmaram que no mundo cibernético, a infraestrutura é a primeira defesa. Se não acharem uma fraqueza externa, os cibercriminosos mandam emails com malware. Phishing é muito comum e pode ser bem genérico”, destacou Dykstra. A saída é usar filtros de email para evitar o risco de phishing, com multi níveis de autenticação.

“As insurtechs que se apresentam aqui têm um papel estruturante no mercado que vai para além das proposições de valor que cada uma apresenta. Elas trazem um enorme desconforto e impulso para o mercado das tradicionais/grandes. E isso instiga todos a se mexeram, seja na busca de associação, criando fundos de Venture capital, mudando formas de remuneração, criando sandboxs internos entre outras possibilidades. Realmente o panorama nos leva a olhar para a frente e a pensar diferente. E digo isso com base nas conversas que tivermos. Todas as resseguradoras e as grandes seguradoras globais estavam presentes de alguma forma este evento. Realmente foi incrivel”, finalizou David.

E em outubro tem mais. O CQCS Experience realiza nos dias 25 e 26, em São Paulo, a quarta edição do CQCS Insurtech & Innovation, o maior evento Latino Americano de Inovação em Seguros. O evento tem uma jornada matinal com Keynote Speakers da América Latina, Europa, Ásia e América do Norte, onde referências globais em inovação em seguros e proteção, compartilharão suas experiências e visões com o público presente.

As tardes estão reservadas para os painéis compartilhados divididos em quatro trilhas. Serão mais de 40 painéis com palestrantes dos mais importantes países latino americanos e convidados dos outros continentes, criando o hub para ampliar as possibilidades de solidificação do ecossistema de inovação e seguros com foco em repensar o seu negócio, fortalecer parcerias e encontrar possibilidades de desenvolvimento para um mercado de seguros maior, melhor e mais justo para todos, informa o idealizador, Gustavo Doria.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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