A Porto Seguro divulgou lucro líquido de R$ 656,7 milhões no segundo trimestre (+72,4% vs. 2T19) e R$ 885,1 milhões no semestre (+30,1% vs. 1S19), resultando num ROAE de 34,9% no segundo trimestre e de 23,2% no primeiro semestre. Excluindo o efeito do excesso de capital e considerando uma remuneração de 100% do CDI para os investimentos, a rentabilidade anualizada sobre o patrimônio seria de 31,5% no trimestre e de 25,4% no semestre.
O grupo destaca em comunicado que apresentou aumento relevante de sua rentabilidade no segundo trimestre e no primeiro semestre de 2020, decorrente principalmente dos efeitos do isolamento social, que resultou na significativa queda da sinistralidade e consequente melhora do desempenho operacional, e também pelo elevado retorno das aplicações financeiras no segundo trimestre, que capturou a recuperação dos preços dos ativos e compensou as perdas do primeiro trimestre.
O elevado retorno das aplicações financeiras no trimestre se deve ao incremento de posições em renda variável realizadas no 1T20, compensando as perdas observadas no primeiro trimestre, e a realização de títulos públicos atrelados a inflação. A rentabilidade trimestral da carteira (ex-previdência) foi de 5,3% (719% do CDI) no trimestre.
Apesar dos reflexos da pandemia, as iniciativas adotadas pela empresa desde o início da crise permitiram manter os índices de renovação em patamares elevados e mitigar os impactos principalmente nos Negócios Financeiros, demonstrando a resiliência do seu modelo de negócios em meio a um cenário desafiador de mais um período de crise.
O seguro Auto registrou queda de 9,9% no segundo trimestre, afetado pela retração na venda de novos seguros e pela redução do prêmio médio, como resultado da diminuição do risco, contudo o índice de renovação permaneceu elevado, favorecido pelas medidas adotadas para proteção da carteira.
Os prêmios do Saúde expandiram 16,7% em comparação ao 2T19, mantendo a trajetória de crescimento em duplo dígito observada nos últimos anos. Nos seguros Patrimoniais, os prêmios decresceram 6,7% (vs. 2T19), e o Vida recuou 1,3% (vs. 2T19).
O índice combinado de seguros atingiu 83,8% no trimestre (-9,6 p.p. vs. 2T19), melhor resultado da história da Porto Seguro, beneficiado pela expressiva queda na sinistralidade do seguro Auto (-15,4 p.p. vs. 2T19), decorrente principalmente da redução da circulação de veículos em função do isolamento social, e da relevante melhora na sinistralidade do Saúde (-18,5 p.p. vs. 2T19), fruto em maior parte da diminuição dos procedimentos eletivos realizados no período, também devido aos efeitos da pandemia, enquanto o índice consolidado de despesas administrativas e operacionais reduziu 0,4 p.p. no trimestre (vs. 2T19). Desconsiderando despesas e incentivos a programas sociais para combater os impactos da pandemia de Covid-19 na sociedade, o índice de D.A + D.O teria reduzido 1,1 p.p. no 2T20.
Nos Negócios Financeiros e Serviços, as receitas trimestrais aumentaram 7,6% (vs. 2T19), impulsionadas pelas Operações de Cartão de Crédito e Financiamento, que expandiram 10,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, com aumento de 28,9% no número de cartões emitidos (vs. 2T19), que atingiu 2,8 milhões de unidades ao final do trimestre. A inadimplência (NPL +90 dias) atingiu 6,1% ao final do 2T20, aumento de 0,4 p.p. em relação ao 2T19. Apesar dos desafios enfrentados no período, os Negócios Financeiros reagiram à crise de forma consistente, beneficiados pela gerenciamento eficaz da carteira e ações adotadas para mitigação do risco, principalmente nas renegociações de dívidas.
