Respire para manter a mente tranquila e seguir em paz, diz Monja Coen na live da Zurich

Há coisas extraordinárias que podem acontecer e mudar o rumo da nossa vida. Precisamos estar conscientes para fluir neste momento. E praticar a respiração consciente é o caminho para essa transformação, ensina a monja

Sem perder a calma, Edson Franco, CEO da seguradora suíça Zurich (país conhecido pela pontualidade), ficou por 18 minutos tentando conectar a monja Coen na live pelo Instagram, tendo quase 2 mil pessoas conectadas. Foi um teste de paciência, vencido com louvor por todos, pois o número de pessoas conectadas seguiu numa curva crescente, chegando a 4 mil internautas. “Isso nos mostra que estamos flexíveis para entender os desafios de aprender a lidar com a tecnologia e em aceitar que problemas acontecem o tempo todo, mas são superados”, comentou ele, com alegria ao ver a monja ao vivo no Instagram da seguradora.

As lives da Zurich geralmente tem como pauta conteúdos técnicos. Já foram realizadas duas sobre o tema previdência, com gestores de fundos parceiros. Nas próximas semanas, o seguro cibernético é pauta da série de lives. “Nem todas as empresas e indivíduos dispõem de dispostivos para ter segurança cibernética. Neste momento em que todos trabalham remotamente, se conscientizar e se proteger deste risco é prioridade para todos”, comentou Franco enquanto aguardava a conexão com Coen.

A opção de chamar a monja teve como premissa trazer aos internautas, em sua grande maioria corretores, clientes e parceiros, um tema para provocar uma reflexão individual. “Este momento mundial é muito diferente. Seria um desperdício não aproveitarmos essa oportunidade de retiro espiritual quase obrigatório para nos transformamos em seres melhores”, comentou o CEO da seguradora.

Segundo a monja, a base de tudo nesta jornada, de sermos átomos transformadores de uma sociedade evolutiva, começa com a respiração consciente. “Aprender a respirar é uma benção. Quando respiramos conscientemente, todo o corpo todo se alinha”, disse ela, pedindo que todos a acompanhassem na inspiração e expiração para ativar a tensão dos 18 minutos de problemas tecnológicos e num ambiente mais pleno iniciar seus comentários sobre a oportunidade de aprender a praticar a sabedoria e compaixão nesses tempos de pandemia.

“Este é um momento único. E para aproveitarmos, temos de estar presente. E respirar conscientemente é o caminho para percebermos o que acontece em nós e à nossa volta. O vírus nos mostra que somos todos membros de uma única família: a humana. O universo nos da uma oportunidade e tanto de ficar em casa. Antes reclamávamos que não tínhamos tempo para nada. E agora temos esse tempo para nos aprofundarmos em nós mesmos. Estamos todos juntos neste barco”, comentou.

“O maior presente que damos ao mundo é a nossa presença. E a respiração ajuda muito nesta presença. Quando há muito estresse, precisamos de muito oxigênio no cérebro. E a respiração ajuda nisso”. Depois da respiração, a dica é o acolhimento de si e do próximo. “Escute, sem julgar ou reclamar. Se alguém te procura, acolha”, recomenda.

Conscientes, as pessoas podem perceber coisas incríveis a respeito de si mesmo, do próximo e do ambiente à sua volta. As boas devem ser valorizadas e as “ruins” transformadas. “Para mim, não é errando que se aprende. Estar consciente é o caminho para corrigir um erro. Temos de manter nossa mente onde está o nosso corpo. Perceber o que comemos, o que falamos, o que sentimos, como nos comunicamos. E se algo incomodar, mude. Transforme”, insiste.

Ele citou o filósofo Leandro Karnal. “Ele mencionou recentemente que as classes menos abastadas estão ativas pois precisam correr para achar uma forma de conseguir dinheiro para comer. Já os mais favorecidos estão entediados em casa. Não sabem o que fazer com o tempo que tem disponível. Eis uma boa oportunidade para aprenderem a abrir o portal da mente para a realidade. De perceber que tem uma família, uma casa, conhecimento, saúde. Aprender a rir de si mesmo. E respire. Sempre”, insiste a monja em ensinar algo tão básico, mas pouco praticado, e que traz tantos beneficios para corpo, mente e para a alma.

Com a prática da respiração e da presença, a monja garante que todos perceberão que a única certeza que temos é da impermanência das coisas. “A única coisa permanente nesta vida é a impermanência. Temos a capacidade humana de fluir com a vida e cada ser tem seu estágio de aprendizado”, garante ela, citando os quatro cavalos mencionados por Buda, mas adaptados para os tempos de coronavírus.

Traduzindo para pessoas no cenário de pandemia: O primeiro se refere a pessoa que so de ter conhecimento do inicio da doença já começou a tomar atitudes para evitar passar pelo sofrimento vivido pela cidade. O segundo tipo só age quando morre alguém conhecido. O terceiro toma atitude só quando alguém muito próximo morre. Ai percebe que qualquer um pode ser contaminado a qualquer momento. “E tem outros que só se conscientizam quando a desgraça acontece com ele mesmo. E esta pessoa começa a ser grata a vida e ter novas prioridades. Mas não precisamos chegar ao ponto de perder tanto para nos conscientizar. Podemos aprender como a vida é sagrada muito antes”, disse.

Na opinião da monja Coen, quem se preparar para a mudança do mundo pós pandemia vai seguir com sucesso no mercado de trabalho. Mas quem ignorar por achar que tudo vai ser como antes, enfrentará muitos problemas. “A mudança vai depender de cada um de nós. Estamos em níveis diferentes. Alguns terão o ganho da expansão da consciência. Já outros que não estão amadurecidos devem respirar muito neste momento para aguçar os canais de percepção e ficar mais conscientes para planejar o futuro ao se conhecer melhor. Assim, serão a mudança que querem ver no mundo”.

Outra dica é seguir as regras de São Bento. Ou seja: não resmungar, reclamar. O santo padroeiro da Europa estabeleceu para suas comunidades monásticas que as pessoas deveriam cultivar a paz e o amor para viver de forma harmônica mesmo em um contexto de violência, corrupção e saqueamento que marcava o Império Romano.

“Vamos exercitar o bom humor. O estado de boa vontade é uma forma de auto educar e também de treinamento. Isso nos traz ganhos em todos as áreas da nossa vida, seja individual, familiar, social, profissional”, garante a monja. “Cada um de nós pode fazer a diferença no sociedade. Podemos nos tornar um átomo de transformação no mundo”.

Franco pediu para a monja Coen deixar uma mensagem final sobre como todos podem ajudar a transformar a sociedade. “Apreciem suas vidas. Cada instante é sagrado. Ele não volta. É único. Em cada ação, esteja presente. Preste atenção em cada pensamento. Pense antes de falar. Transmita ternura. Acolha o outro que pensa diferente de você. Aos poucos, com afeto, a gente transforma o mundo. Cative em você a sabedoria e a compaixão para fazer boas escolhas e assim ter respostas para o que o mundo realmente precisa. De amor. Obrigada.”

Respire: A inspiração é passiva, o ar apenas entra. Ao inspirar, perceba que toda caixa torácica se expande em todas as direções. Aí tem uma pequena pausa. Ao expirar, a expiração é bem devagar pela boca. Deixa sair fazendo até um som. Sai pela glote, abre e faz um sonzinho. Deixa esse ar sair o máximo possível. Você percebe que, ao finalzinho, tem uma contração no baixo abdômen. Se você fizer isso umas três vezes, você já recuperou seu eixo de equilíbrio. A indicação é fazer isso de hora em hora. E você pode fazer isso caminhando, sentada. São coisas que não precisa de muita técnica para poder encontrar de novo esse eixo, ressalta.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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