Lucro do IRB Brasil RE sobe 44,7% em 2019, para R$ 1,7 bi

Ressegurador afirma que as demonstrações foram auditadas pela PricewaterhouseCoopers e Ernest Young

Dia intenso para o IRB Brasil Re, que divulga seus resultados e concede teleconferência com analistas ao longo do dia. Há grande expectativa com os debates sobre os questionamentos da gestora carioca Squadra feitos nas últimas semanas, que devem ser melhor esclarecidos durante esta quarta-feira com as perguntas dos analistas e jornalistas.

O lucro líquido registrou expansão de 44,7% em relação a 2018, passando de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,7 bilhão. No resultado de 2019 foram reconhecidos alguns eventos específicos que ora contribuíram positivamente ora negativamente. No ano de 2019, o segmento rural no Brasil contribuiu negativamente para o resultado de subscrição, em decorrência do efeito do El-Niño, com isso reportou um acréscimo na sinistralidade desse ramo específico de R$ 697 milhões, quando consideramos os sinistros líquidos de retrocessão.

Além do impacto atípico por conta do efeito do El-Niño, verificado no seu sinistro retido, o IRB também deixou de utilizar parte relevante do benefício fiscal decorrente desse segmento no Brasil de acordo com o Decreto Lei no 73 de 1966, o qual reduziu a tributação do ano de 2018 em R$ 123,9 milhões e em 2019 reduziu a tributação em apenas R$ 31,6 milhões, conforme Nota Explicativa 25.10 das Demonstrações Financeiras. Assim tal fator influenciado pelo fenômeno do El-Niño, que ocorre a cada quatro anos, gerou expressivo impacto negativo no resultado, informa nota do balanço.

O volume total de prêmio emitido foi de R$ 8,5 bilhões, 22,3% acima do registrado em 2018. Do total de prêmio emitido, R$ 4,8 bilhões foram emitidos no Brasil (56,7% do total) e R$ 3,6 bilhões no exterior (43,3%). O maior volume de prêmios emitidos no Brasil refere-se ao segmento patrimonial, correspondente a 33% do total. Outros destaques foram: rural (23%) e riscos especiais (14%).

O total do prêmio emitido no exterior cresceu 34,4%, com destaque para o segmento vida, o qual assumiu a liderança, com 37% do volume total de prêmio emitido, seguido por patrimonial (25%) e rural (19%), mesmos setores em que tem expertise em sua atuação local.

O índice de sinistralidade total foi de 51,1%, contra 55,9% em 2018, uma melhora de 5 pontos percentuais. O resultado de underwriting totalizou R$ 1,5 bilhao, evolução de 30,9% sobre R$ 1,1 bilhão registrados em 2018. Esse avanço reflete a combinação dos principais fatores demonstrados anteriormente.

O resultado financeiro consolidado da controladora e de suas subsidiárias/sucursais foi R$ 733,5 milhões em 2019, ante R$ 628,9 milhões em 2018, incremento de 16,6% no período.

Para 2020, as projeções apontam para crescimento entre 22% a 27% no premio emitido no Brasil e entre 23% e 28% no exterior.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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