Nos últimos dois anos, acompanho nas redes sociais uma intensa movimentação de executivos da Mongeral Aegon em eventos ligados a inovação, tanto internos como externos. No Brasil e em outros países. A Mongeral, uma das mais antigas seguradoras do país, se redesenha sob a liderança de Helder Molina, que assumiu como CEO em 2004. Cinco anos depois, selou a associação com a holandesa Aegon, que atua em mais de 20 países. Ambas protagonistas da inovação em seguro de vida. Curiosa, pedi para Renata Loyola, superintendente de Gestão da Inovação da Mongeral Aegon, nos contar um pouco sobre o que anda acontecendo dentro da companhia de mais de 200 anos.
A Mongeral Aegon é uma das companhias mais ativas em inovação, pelas ações que acompanho nas redes sociais. Quais as principais iniciativas do grupo em 2019?
Realmente inovação e pioneirismo estão no DNA da Mongeral Aegon. Posso citar como algumas das ações deste ano a criação da superintendência de Gestão da Inovação, que tem como objetivo cuidar de todo ecossistema e iniciativas da companhia, além da participação do Rise 2019, na China, e continuidade aos programas inovação com a PUC-RJ e IRB, e o voltado para os nossos colaboradores de todo o país.
Conte sobre a China, o novo berço de inovação do mundo
No Rise, por exemplo, pudemos conhecer mais sobre modelos de pagamento e vivenciar a cultura do teste e erro. Esse, por exemplo, é um dos aprendizados que certamente vamos adotar na companhia ainda neste ano. Embora não seja efetivamente uma inovação, contribui fortemente para o seu fomento. Este é um dos processos que já estamos usando na seguradora, pois entendemos que é muito importante para o desenvolvimento da cultura da inovação. Ainda na China, tivemos a oportunidade de visitar grandes empresas que estão revolucionando o país em termos de inovação. Posso citar a SenseTime, principal empresa de plataforma de inteligência artificial do mundo; a WeBank, primeiro banco privado totalmente digital da China; e a Zhon Na, do grupo Alibaba, primeira empresa Insurtech online na China.
Como a inovação tem mudado a companhia? Cite exemplos, dos mais simples aos mais complexos. Comente os beneficios trazidos pela parceria com FGV e IRB. Qual o resultado obtido até agora?
A Mongeral Aegon tem investido fortemente em inovação. No ano passado, estruturamos um moderno processo de digitalização das vendas através da ferramenta Venda Digital. Ela permite que o corretor parceiro comercializar todo portfólio de produtos da seguradora de forma ágil e segura. Além disso, o processo de implantação das propostas também é mais rápido pois, em diversos casos, há a possibilidade do aceite ser automático. Também posso citar os estudos que a companhia tem realizado em torno de machine learning para regulação de pagamento de benefícios. Trata-se de uma ferramenta de inteligência artificial que avalia o pagamento de benefícios para alguns casos específicos, com base no histórico da companhia. Embora em fase de estudo, temos percebido bom percentual de acerto e agilidade nos processos. Outro ponto importante é a parceria com as startups WinSocial, que visa oferecer seguro de vida para pessoas com diabetes a partir de tecnologia; e com a O2O Bots, que distribui os produtos da Mongeral Aegon via chatbot.
A Aegon tem promovido muito a inovação nos países onde atua. O que pode ser trazido da matriz para o Brasil? E o que da subsidiaria brasileira pode ser exportado para o grupo?
Nós temos a cultura de compartilhamento e troca muito forte ente as operações e com o Centro de Excelência do grupo Aegon. A cada dia percebemos que o Brasil está muito bem quando falamos de inovação. Uma das trocas realizadas foi sobre o Venda Digital, que impressionou bastante a todos pelo nível de complexidade, vantagens e modernidade da ferramenta. O processo de digitalização das vendas foi, inclusive, finalista da edição do ano passado do Global Aegon Awards.
Como vê o mercado de seguro de vida em cinco anos?
O mercado de seguros de vida e previdência vai estar cada vez mais moderno do ponto de vista de produtos quanto de operação e distribuição. A tecnologia é e continuará sendo uma grande aliada aos corretores e à expansão do mercado. Também acredito que teremos formas cada vez mais modernas para avaliação de riscos. Isso, consequentemente, vai mexer no preço do seguro. As empresas que saírem na frente terão em seu portfólio soluções cada vez mais competitivas.
E o de previdência aberta?
A tendência é de crescimento. Já estamos vivendo isso com um aumento considerável da procura de previdência no primeiro semestre. Entendo que um dos grandes desafios deste ramo é pensar a acumulação de reserva em um cenário de longevidade. Vamos viver mais e, para isso, é preciso de dinheiro por mais tempo.
Como vê a Mongeral Aegon em cinco anos?
O mercado de seguros de vida e previdência vai estar cada vez mais moderno do ponto de vista de produtos quanto de operação e distribuição. A tecnologia é e continuará sendo uma grande aliada aos corretores e à expansão do mercado. Também acredito que teremos formas cada vez mais modernas para avaliação de riscos, entender e construir ofertas personalizadas. Isso, consequentemente, vai mexer no preço do seguro.