SulAmérica investe em ‘coordenação de cuidado’ para conter custos em saúde para todos

Crescimento dos custos em saúde. O tema é antigo e parece que será eterno diante de tantas possibilidades levantadas pelos participantes do painel no painel “Crescimento do custo em saúde”, realizado no 4o Fórum de Saúde Suplementar, que começou ontem e termina hoje no Rio de Janeiro., por envolver uma enorme cadeia de prestadores, operadoras e consumidores. Fraudes, desperdícios e a crise justificam a escalada do preço, que acabou por deixar mais de 3 milhões sem planos pelo desemprego entre 2014 a 2017.

A solução mais viável é ofertar planos de saúde laterais de formas alternativas. Acho que dificilmente as pessoas não querem abrir mão do que tem hoje. Mas ter opções, que podem ser mais eficientes no longo prazo é vital, uma vez que os planos hoje não atendem aos anseios da sociedade e isso precisa mudar. Essa foi a opinião de Maurício Lopes, vice-presidente de saúde e odonto da SulAmérica e vice-presidente da FenaSaúde. “É preciso fazer a coordenação de cuidado”, afirma.

Veja abaixo a entrevista que Lopes deu ao blog Sonho Seguro:

Quais são as ações da SulAmérica no controle de custos derivados de fraudes e despesas administrativas, com vistas a ofertar um preço final mais competitivo? Em 2018, qual foi o resultado obtido?

Diversos fatores são levados em consideração quando falamos do preço final do plano de saúde para o usuário. Além da inflação médica, que registra índice bem acima da oficial no mundo todo, as fraudes e os desperdícios são pontos de atenção em relação aos gastos da saúde suplementar e abalam a sustentabilidade do sistema. O mau uso dos recursos tem como reflexo a escalada dos custos assistenciais. Em linhas gerais, priorizamos uma gestão equilibrada de subscrição, saúde e sinistros, com foco no crescimento sustentável da operação, o que tem sido importante para os bons resultados que temos conquistado no segmento em 2018. Nossa carteira de saúde continua a apresentar crescimento, com bons níveis de retenção e vendas novas, e já ultrapassamos 3 milhões de beneficiários. Entre as ações que têm contribuído para uma sinistralidade controlada neste ano, podemos citar nossas iniciativas de gestão de saúde e promoção de bem-estar, por meio do programa Saúde Ativa. No tocante a sinistros, adotamos algumas medidas que têm contribuído para reduzir os desperdícios, como a compra direta de materiais médico-hospitalares, a negociação de pacotes de remuneração junto à rede referenciada e a adoção de junta médica para casos complexos, de modo que sejam analisadas as melhores alternativas de tratamento para cada paciente, por exemplo.

E a remuneração e fraudes?

Para a sustentabilidade do sistema se faz necessário criar o modelo de remuneração a prestadores. Entendemos que é preciso construir um modelo mais focado em performance e desfecho do que em volume de procedimentos, que onera a cadeia de saúde como um todo e o próprio consumidor. Por isso, já iniciamos alguns projetos pilotos com certas especialidades. No que diz respeito às fraudes, especificamente, a SulAmérica estimula os segurados a, sempre que identificarem algum ato ilícito, registrarem denúncia nos canais da companhia, tendo em vista que elas podem onerar toda a cadeia – clientes, corretores e prestadores de serviço. Desenvolvemos campanhas anuais de prevenção e combate às fraudes extensivas a todos os corretores e funcionários com o objetivo de divulgar continuamente a “cultura de prevenção”, bem como treinamentos específicos que fazem parte do currículo básico de novos funcionários. Além disso, implementamos a circularização online para o caso de  dúvidas ou necessidade de confirmação de serviço prestado aos segurados. O processo é realizado de forma dinâmica e segura, com envio de um “push” ao cliente no aplicativo SulAmérica Saúde para confirmação do atendimento por prestador. Isso confere mais segurança e agilidade à apuração de suspeitas de fraudes, que antes era realizada por meio de envio de carta impressa.

Quais são as ações da SulAmérica para ajudar seus clientes a controlarem custos para reduzir o percentual de reajustes do plano? Tem dados que mostrem o resultado dos programas de prevenção?

O compartilhamento da responsabilidade do uso do plano de saúde com o beneficiário é um modelo justo e eficaz – e utilizado largamente ao redor do mundo -, que contribui para o maior envolvimento do consumidor nas decisões sobre a própria saúde. Vale dizer que esse modelo pode baratear os planos, o que é bom para todos, e a maior parte da carteira de clientes corporativos da SulAmérica já adota mecanismos de coparticipação, geralmente para consultas e exames. Beneficiários mais conscientes realizam adequadamente seus tratamentos, buscam exames realizados e agendam consultas de retorno no tempo correto, cuidando melhor da sua saúde. A mudança comportamental ocorre porque os usuários passam a acompanhar mais de perto os benefícios e os custos dos procedimentos aos quais são submetidos. Além disso, incentivamos a qualidade de vida dos clientes, por meio de uma visão de gestão integrada de saúde, que contempla o apoio à construção de hábitos saudáveis, prevenção de doenças e monitoramento de doenças crônicas. O programa Saúde Ativa oferece desde 2002 iniciativas de incentivo à saúde para estimular hábitos de vida mais saudáveis em diferentes linhas. Com essa estratégia, contribuímos com o aumento do nível de bem-estar e satisfação dos segurados, o que leva também à redução de sinistralidade e ao equilíbrio de custos.

E no caso do Idoso Bem Cuidado?

É programa desenvolvido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para fomentar um modelo integral e coordenado de atenção aos idosos, registramos, no período de um ano de implementação na SulAmérica, uma menor frequência de idas ao pronto-socorro (21%) da população acompanhada pela iniciativa em relação a outros segurados da mesma faixa etária. Em virtude do cuidado preventivo com a saúde, as internações dos participantes têm também menor duração (20%) e custo (32%).

Quais são as prioridades para 2019?

Em 2019, nossas prioridades serão reforçar a integração entre os elos da cadeia, por meio do cuidado coordenado, contribuindo para que seja mais equilibrada e eficiente para todos, oferecendo alternativas que contribuam para a assertividade das operações e a sustentabilidade dos custos. A integração dos sistemas de informações, a formação de médicos com perfil para a atenção primária, e o alinhamento desta às esferas secundárias e terciárias serão um trabalho constante desafiador. Também seguiremos investindo em ações que garantam mais saúde ao clientes, de forma preventiva, contribuindo para o uso consciente do plano e promovendo o engajamento em iniciativas de estímulo à qualidade de vida.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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