Artigo: O papel dos bancos na retomada econômica

Fonte: Carta de Seguro, publicação da CNseg

por Sérgio Rial, presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF)

As condições estão dadas para que tenhamos ao menos dois anos de infação sob controle e juros estruturalmente baixos, entre os menores da história. O mercado de capitais voltou a ser uma opção de fnanciamento e, com isso, a confança dos investidores aumenta gradativamente. Essa combinação de fatores aponta para um caminho muito claro, que é o retorno do capital produtivo ao País. Mas o que está em jogo para o Brasil não é só promover um novo ciclo de crescimento, é construir as bases de uma nova economia.

Neste momento, o papel do setor fnanceiro ganha importância na solução de alguns problemas estruturais de nossa sociedade. Os bancos precisam cumprir o seu papel principal: ajudar pessoas e empresas a progredir. É para isso que existimos.Quando surgem os primeiros sinais de retomada, fca claro o que a sociedade espera dos bancos. Não nos esquivaremos do nosso compromisso.

Fazemos isso quando emprestamos recursos de forma responsável e sustentável; quando nos preocu-pamos em atender às necessidades de microempreendedores; quando assumimos o papel de fnanciadores de projetos de infraestrutura; quando impulsionamos a reto-mada do mercado imobiliário. Acreditava-se, em função da elevada carga de endividamento, que consumidores e empresas demorariam a buscar empréstimos no início do ciclo de recuperação da economia.

Não precisa ser assim. No Brasil, os níveis de dívida como proporção à renda ainda são relativamente baixos quando comparados aos de países onde os juros são inferiores aos nossos. Deveríamos nos preocupar, na verdade, com a carga fnanceira, que é o peso do custo do crédito em relação aos salários mensais das famílias, ou à geração de caixa das empresas. Dado que as dívidas são muito curtas, as reduções da taxa básica tendem a impactar positivamente, e muito rápido, essa relação entre os juros pagos e a renda.

Estimamos que a carga de juros sobre a renda mensal das famílias, por exemplo, cairá de 10,6%, como era oito meses atrás, para 8% em meados do ano que vem. É como se o indivíduo tivesse um aumento real de renda de quase 3%. O mesmo raciocínio vale para as empresas. O crescimento dos lucros, e também dos salários, ajudará a reduzir ainda mais esse percentual de carga fnanceira. O setor fnanceiro está preparado para apoiar esse novo ciclo.

Apesar de o País ter passado pela mais profunda recessão da história, não houve crise bancária. As insti-tuições foram prudentes, mas também tomaram a frente e ofereceram alternativas de renegociação aos clientes, o que também impediu que o círculo vicioso da inadim-plência se estabelecesse. Agora, que o pior já passou, as instituições fnanceiras estão sólidas o sufciente para oferecer empréstimos. E esse apoio será um fator importan-tíssimo para impulsionar crédito, consumo e investimentos daqui para frente.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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