Porto Seguro divulga lucro líquido de R$ 454 milhões no semestre, alta de 9%

A Porto Seguro encerrou o segundo trimestre e primeiro semestre do ano com crescimento nos prêmios de seguros, revertendo a queda do primeiro trimestre. O foco da companhia na recomposição das margens proporcionou uma melhora na operação de seguros, resultando em um menor índice combinado. Além disso, os negócios financeiros e serviços obtiveram aumento da rentabilidade. Porém, o resultado financeiro foi menor, explicado principalmente pela queda na taxa de juros e nos índices de inflação.

Na operação de seguros, os prêmios aumentaram 4% no trimestre e 2% no semestre. No seguro de automóvel, foi obtido um crescimento de prêmios consolidado das três marcas de 4% no 2T17, favorecido pelos reajustes de preços, enquanto a frota segurada reduziu 3% (vs. 2T16), em função do ambiente competitivo e da redução da demanda. Contudo, a venda de veículos novos já mostra sinais de recuperação, com um aumento de 4% no semestre (fonte: Anfavea – vs. 1S16). Nos demais seguros, os principais produtos (Saúde, Residência, Vida e Previdência) apresentaram evolução em duplo digito, alinhado com a estratégia da empresa de diversificação dos negócios.

O índice combinado de seguros reduziu 2,5 p.p. no trimestre, atingindo 97,6%, decorrente da redução de 3,0 p.p. na sinistralidade total. A sinistralidade dos seguros de Automóvel e do Saúde decresceram 1,3 p.p. e 5,2 p.p. respectivamente, em função principalmente dos reajustes de preços realizados. Além disso, a sinistralidade dos seguros patrimoniais melhorou 4,3 p.p., beneficiada pela menor incidência de eventos climáticos no trimestre. Por último, os índices de despesas administrativas e de outras despesas operacionais no 2T17 ficaram estáveis, mesmo com a desaceleração dos prêmios ganhos.

As receitas das empresas financeiras e de serviços cresceram 14% no trimestre, intensificadas principalmente pela expansão dos negócios de cartão de crédito, financiamento e telefonia móvel. O indicador de inadimplência das operações de crédito (> 90 dias) encerrou o trimestre em 5,0%, permanecendo 2,3 p.p. melhor em relação aÌ? média de mercado. A participação dos negócios financeiros e serviços no lucro total da empresa aumentou 8 p.p., sendo que a empresa ainda enxerga espaço para expandir de forma estratégica nesses negócios.

O resultado financeiro apresentou um decréscimo de 37% no trimestre, decorrente da redução do CDI médio em 24% e do menor desempenho das aplicações financeiras (ativos de juro real + inflação e renda variável), afetados pelas incertezas no cenário político e pela queda acentuada da inflação. A rentabilidade trimestral da carteira (ex previdência) foi de 2,1% (82% do CDI) e de 5,6% (98% do CDI) no semestre.

O lucro líquido atingiu R$ 238 milhões no 2T17, correspondendo a um aumento de 36% em relação ao mesmo período do ano anterior e o ROAE alcançou 15,0%. No 1S17, o lucro líquido atingiu R$ 454 milhões, com um aumento de 9% (vs. 1S16) e o ROAE atingiu 14,5%. Entretanto, no trimestre o resultado foi favorecido pelo benefício fiscal referente ao pagamento da primeira parte do JCP¹ no valor de R$ 243 milhões. Desconsiderando esse efeito, o lucro do 2T17 seria 1% menor e o do 1S17 reduziria 6%.

Principais Destaques

Receitas totais cresceram 5% no trimestre e 3% no semestre em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Crescimento de 4% nos prêmios auferidos de seguros no segundo trimestre e 2% no acumulado do ano.

Lucro líquido no 2T17 de R$ 238 milhões (+36%) e de R$ 454 milhões no 1S17 – sem business combination. Desconsiderando o benefício fiscal referente ao pagamento de JCP, a variação do lucro seria de -1% no trimestre e -6% no semestre.

O ROAE atingiu 15,0% (+3,1 p.p.) no trimestre e 14,5% no semestre (+0,2 p.p.) – sem business combination.

Índice combinado de seguros alcançou 97,6% (-2,5 p.p.) no 2T17 e 98,4% (-1,1 p.p.) no 1S17. O índice combinado ampliado foi de 93,0% (+0,4 p.p.) no 2T17 e de 92,7% (+0,9 p.p.) no 1S17.

Resultado financeiro total de R$ 197 milhões no 2T17 (-37% vs. 2T16) e de R$ 503 milhões no 1S17 (-24% vs. 1S16).

O resultado das aplicações financeiras sem considerar recursos de previdência atingiu R$ 182 milhões no 2T17 (-29% vs. 2T16) e R$ 442 milhões no 1S17 (-18% vs. 1S16), correspondendo a uma rentabilidade de 2,1% (82% do CDI) no trimestre e de 5,6% (98% do CDI) no semestre.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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