A Federação das Empresas de Previdência e Vida (FenaPrevi) já começou a discutir as estratégias que poderão ajudar as seguradoras a conquistar os investidores que possivelmente irão reavaliar seu portfolio de investimentos caso o governo realmente altere o rendimento da caderneta de poupança, que acumula recursos superiores a R$ 280 bilhões. O tema foi colocado em pauta na última reunião dos executivos, realizada na semana passada.
O assunto, que teve início em 2007, era empurrado com a barriga pelo governo há um ano, em razão de o corte na taxa básica de juros da economia, a Selic, ter estacionado nos últimos meses. No entanto, com a queda de um ponto percentual e meio na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), o assunto ganhou caráter de urgência.
Acredita-se que mesmo antes da mudança oficial no rendimento da caderneta de poupança os investidores já começarão a repensar como aplicam suas reservas. E este é o melhor momento para atrair novos clientes para a previdência aberta, com captação total de R$ 31,8 bilhões em 2008 e reservas de R$ 142 bilhões. No entanto, as empresas querem fazer uma campanha onde fique claro que é preciso ter uma poupança para emergências e outra para a previdência ou realização de desejos no longo prazo, como a entrada da casa própria, estudo dos filhos ou mesmo abrir um negócio.
A separação das reservas de curto, médio e longo prazos se faz necessária para aproveitar os benefícios fiscais dos planos de previdência. O principal benefício dos fundos de previdência aberta, conhecidos como PGBL e VGBL, é ter alíquota de Imposto de Renda de 10% a partir do décimo ano de aplicação. Quem sacar no primeiro ano, pagará 35% de IR, percentual bem acima do cobrado pelos fundos de investimentos, que geralmente cobram taxas de administração menores.