MAPFRE anuncia Leonardo Marins como novo diretor territorial para SP capital e interior 

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A MAPFRE anuncia o executivo Leonardo Marins como novo diretor territorial para o estado de São Paulo, abrangendo as regiões da capital e do interior. Com mais de duas décadas de experiência no setor, o executivo assume a missão de liderar o time comercial local, em um momento de expansão e reorganização estratégica da companhia no país. Ele se reportará diretamente a Karine Brandão, diretora-executiva comercial do Canal Corretor.

A chegada do executivo faz parte de um movimento da companhia para fortalecer sua presença em São Paulo, o principal mercado do setor no país. A estratégia inclui ampliar a proximidade com os corretores, melhorar a experiência comercial e garantir crescimento com foco em eficiência e resultados financeiros.

Leonardo é formado em administração de empresas e tem MBA em economia e gestão comercial pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Ao longo da carreira, ocupou posições de liderança em grandes seguradoras multinacionais, com foco em vendas e gestão regional.
 

“Chego à MAPFRE com o compromisso de contribuir para um modelo comercial mais direto, próximo e adaptado à realidade dos corretores e clientes. São Paulo é um mercado exigente e estratégico, e vamos atuar de forma coordenada para gerar mais valor e oportunidades”, afirma Leonardo Marins.
 

Segundo Karine Brandão, a contratação do executivo reflete a prioridade da companhia em acelerar sua transformação comercial. “A MAPFRE vive um momento de transformação, com foco em crescimento sustentável e fortalecimento do canal corretor como peça central do nosso modelo de negócios. Leonardo traz uma bagagem sólida e uma visão conectada com o que mais valorizamos: relacionamento, crescimento e simplicidade”, afirma. 
 

O novo executivo terá como prioridade implementar um modelo de atendimento mais segmentado, apoiar o desenvolvimento dos corretores de seguros e fortalecer iniciativas que aproximem ainda mais os parceiros da estratégia da companhia.

Mudanças climáticas pressionam setor de seguros e reforçam urgência por inovação e resiliência

fórum brasil frança 2025

O avanço das mudanças climáticas e a intensificação dos desastres naturais vêm colocando o setor de seguros no centro da agenda global de adaptação e resiliência. No Brasil, o aumento das enchentes e secas tem pressionado seguradoras, elevando prêmios e limitando a cobertura em regiões mais vulneráveis. Na França, ondas de calor extremas, inundações e tempestades estão levando as companhias a reavaliar seus modelos atuariais. Esses desafios foram tema do painel “Seguros e a Transição Climática”, promovido pela CNseg em Paris durante o Fórum Brasil–França de Seguros.

Moderado por Christian Pierotti, chairman do Climate Risks Working Party da GFIA (Federação Global das Associações de Seguros), o painel reuniu nomes como Timothy Bishop (OCDE), Rebecca Chapman (PRI), Michèle Lacroix (SCOR) e Pedro Farme d’Amoed (Guy Carpenter), que destacaram a urgência de medidas coordenadas entre governos, setor financeiro e seguradoras.

Para Timothy Bishop, conselheiro sênior da OCDE, fortalecer a resiliência global é prioridade. “Cerca de 50% das residências enfrentam barreiras de acesso ao seguro por questões estruturais e regulatórias. Precisamos promover trocas de informação, envolver todos os atores da formulação de políticas e identificar boas práticas internacionais”, afirmou. Ele citou exemplos como o fundo de redução de riscos na Suíça e as parcerias público-privadas na Espanha para mapear áreas de inundação como caminhos a serem seguidos.

Bishop destacou ainda que o setor de seguros é peça-chave para transformar o aprendizado sobre gestão de riscos em soluções concretas. “A indústria já contribui para a mitigação com ferramentas sofisticadas. Mas é preciso reforçar a cultura do seguro e apoiar a modelagem de risco, especialmente em países mais expostos.”

Representando o PRI (Principles for Responsible Investment), rede apoiada pela ONU com mais de 5 mil signatários e US$ 120 trilhões sob gestão, Rebecca Chapman reforçou que o risco climático já afeta o valor das empresas e dos ativos. “Temos quatro áreas de foco: engajamento político, colaboração regional, mobilização de investidores e ampliação do acesso à proteção. No Brasil, vemos uma oportunidade relevante: há mais de 130 membros do PRI atuando no país.”

Chapman também defendeu uma atuação mais próxima entre investidores e reguladores. “Precisamos acelerar os planos de transição com segurança jurídica para fomentar investimentos em adaptação climática. As seguradoras têm um papel diferente de outros investidores institucionais, pois estão expostas diretamente aos efeitos físicos das mudanças climáticas.”

Michèle Lacroix, head de sustentabilidade da resseguradora SCOR, destacou que o aumento da frequência e da severidade dos desastres naturais já está pressionando diretamente os custos do setor segurador. “Estamos observando uma elevação significativa no valor dos seguros, com tendência de alta de 6% ao ano, somada a uma inflação média de 5% ao ano nos próximos períodos. Além disso, há um deslocamento crescente de populações vulneráveis, o que amplia o impacto econômico e social desses eventos”, afirmou.

Segundo ela, há uma mudança no perfil dos riscos: “Eventos climáticos secundários — como incêndios, tempestades e chuvas intensas — estão se tornando mais frequentes e severos. Em 2023, 90% das perdas seguradas vieram desses eventos. Isso mostra que o setor só consegue funcionar com dois fatores fundamentais: a mutualização e a diversificação. Sem esses pilares, não é possível oferecer seguros a preços equilibrados.”

Lacroix acrescentou que, para manter a sustentabilidade do setor, é essencial investir em prevenção, mitigação e adaptação. “Estamos passando de simples fornecedores de capital para agentes de soluções, com foco em mitigar os impactos futuros para nossos clientes. Isso inclui desenvolver expertise para segurar diferentes tipos de risco, criar mecanismos de prevenção para os mais vulneráveis e diversificar os portfólios de cobertura.” Ela reforçou que a resposta à crise climática não pode ser responsabilidade exclusiva do setor segurador. “Precisamos de ações coordenadas com formuladores de políticas públicas. A adaptação, o fortalecimento da resiliência da população e o combate às emissões de carbono são essenciais para reduzir os riscos sistêmicos associados às mudanças do clima.”

No caso brasileiro, Pedro Farme d’Amoed, CEO da Guy Carpenter Brasil, destacou os esforços para desenvolver modelos climáticos específicos para o país. “Se a temperatura média subir 2°C, o impacto de eventos como o registrado no Rio Grande do Sul pode triplicar. Desenvolvemos uma metodologia para alagamentos e estamos avançando em vendavais e incêndios”, disse.

Segundo Farme, os modelos anteriores usados no Brasil eram adaptações de estudos estrangeiros, mas agora começam a surgir ferramentas ajustadas à realidade tropical. “É um divisor de águas. Se você não conhece o risco, não pode precificá-lo — e, portanto, não pode segurar. Com dados detalhados, como CEP, latitude e até o andar da residência, podemos estimar perdas potenciais com alta precisão. Ele citou que em Porto Alegre o impacto climático pode aumentar em até 300% com o aquecimento global, enquanto no Rio de Janeiro o salto é de 270%. Em São Paulo, o aumento seria de apenas 12%.

Brasil e França discutem papel dos seguros no financiamento da infraestrutura sustentável

forum brasil paris cnseg

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), em parceria com a France Assureurs, promove em Paris o 1º Fórum Brasil-França de Seguros. O painel “Seguros e Investimentos em Infraestrutura” reuniu autoridades e especialistas dos dois países para debater como o setor segurador pode contribuir para destravar investimentos estruturantes e apoiar o desenvolvimento sustentável.

Participaram do painel Paulo Gonet, Procurador-Geral da República, Davide Negri, Senior Investment Manager no BNP Paribas Cardif, e Leonardo Deeke, presidente do Conselho de Administração da Junto Seguros. Philippe Taffin, chefe do departamento econômico e financeiro da France Assureurs, fez a mediação.

O debate parte de um desafio comum enfrentado por Brasil e França: como mobilizar o capital privado, especialmente o de investidores institucionais como seguradoras, para financiar projetos de infraestrutura que promovam conectividade, competitividade e adaptação às mudanças climáticas.

No Brasil, o governo federal tem intensificado os esforços para ampliar os investimentos em logística, energia, saneamento e infraestrutura digital. De acordo com informações recentes do ministro Silvio Costa Filho, somente nos primeiros meses de 2025, já foram viabilizados mais de R$ 25 bilhões em investimentos com a participação da iniciativa privada. “Estamos avançando em um plano robusto de concessões e PPPs, que envolve portos, aeroportos e corredores logísticos estratégicos para a economia nacional”, destacou o ministro recentemente.

Para viabilizar esses projetos, a utilização de instrumentos do mercado de seguros, como o seguro garantia, é considerada essencial. Dados do setor indicam que o volume de prêmios emitidos em seguro garantia ultrapassou R$ 6 bilhões em 2024, refletindo o apetite crescente por projetos de infraestrutura com cobertura de performance e risco contratual. O produto é visto como um instrumento chave para dar maior segurança jurídica e atratividade aos investidores, especialmente em um ambiente regulatório em transformação.

Na França, o foco está na mobilização das poupanças domésticas para financiar uma economia mais resiliente e soberana. Segundo Philippe Taffin, é preciso criar mecanismos que permitam o redirecionamento de parte das reservas técnicas das seguradoras para projetos alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sem comprometer o equilíbrio prudencial do setor.

Philippe Taffin enfatizou a necessidade de um ambiente jurídico estável como pilar para o desenvolvimento sustentável. “Precisamos pensar nas prioridades fundamentais. Um quadro jurídico claro e estável é essencial para garantir liberdade e segurança aos investimentos de longo prazo”, destacou Taffin. Segundo ele, sem previsibilidade regulatória, os investimentos perdem tração e não conseguem se alinhar aos objetivos de resiliência e soberania econômica.

Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, segurança jurídica é o pré-requisito básico para o funcionamento de qualquer mercado, inclusive o de seguros. “É o risco de não saber se um contrato firmado hoje será respeitado no futuro. A segurança jurídica significa previsibilidade, confiança nas instituições e respeito à vontade das partes”, afirmou. Ele ressaltou ainda a importância de se evitar legislações retroativas e a imposição de encargos inesperados que comprometam a solvência técnica do setor.

Davide Negri, senior investment manager do BNP Paribas Cardif, reforçou que investidores internacionais precisam de clareza regulatória para assumir riscos de longo prazo. “Quando entramos em novos mercados, o histórico institucional e a estabilidade jurídica são decisivos. Mudanças políticas que afetam concessões ou subsídios alteram totalmente o perfil de risco de um projeto”, pontuou. Negri também defendeu maior diligência e uso de garantias de organismos multilaterais, como o Banco Mundial, para viabilizar projetos em países emergentes.

Negri destacou ainda que a percepção de risco está diretamente ligada ao retorno esperado. “Se o quadro político ou regulatório muda abruptamente, isso pode gerar impactos enormes. Felizmente, há uma mudança de mentalidade: investidores europeus estão hoje muito mais abertos às PPPs e a projetos fora da Europa do que há 20 anos”, concluiu, ao reforçar que um arcabouço jurídico estável é a base para viabilizar o desenvolvimento da infraestrutura.

Representando o Brasil, Leonardo Deeke, presidente do Conselho de Administração da Junto Seguros, destacou o avanço institucional e a continuidade de políticas públicas no setor de infraestrutura. “É notável como nos últimos anos o Brasil conseguiu manter uma linha de atuação consistente, com projetos relevantes sendo estruturados independentemente de mudanças políticas”, afirmou. Ele citou o novo PAC como um conjunto de projetos exequíveis e bem desenhados, com forte atuação de ministérios e agências reguladoras.

Deeke ressaltou ainda o papel do seguro garantia na viabilização de grandes obras. “Com a nova Lei de Licitações, contratos de grande porte podem exigir até 30% de garantia, o que dá mais segurança ao poder público. As seguradoras estão prontas para assumir esse papel, inclusive com mecanismos de retomada da obra em caso de inadimplência”, explicou. Ele lembrou que 40% das obras públicas iniciadas no passado foram paralisadas, e o compartilhamento de risco pode ser decisivo para mudar esse cenário.

“Esse número — 40% de obras inacabadas — ajuda a explicar por que o Brasil decidiu enfrentar de frente o tema da infraestrutura. A boa notícia é que o setor de seguros está pronto para contribuir com soluções. Com diálogo, avaliação correta dos riscos e instrumentos como o seguro garantia, é possível tirar muitos projetos do papel e dar continuidade a essa agenda essencial para o desenvolvimento”, concluiu.

A expectativa é que o evento promova avanços concretos na agenda bilateral de cooperação entre Brasil e França, especialmente em um momento em que o mundo discute como acelerar a transição para uma economia de baixo carbono com base em parcerias público-privadas mais eficientes e financeiramente viáveis.

Para André Dabus, diretor de infraestrutura da corretora Marsh Brasil, o seguro garantia representa uma ferramenta fundamental na estruturação e sustentabilidade de projetos portuários. “Cerca de 80% do comércio global depende da navegação para o escoamento e armazenamento de mercadorias, tornando os portos essenciais para o desenvolvimento de produtos e serviços”, destaca.

Ela explica que, dentro da matriz de riscos de um contrato de parceria público-privada em ambiente portuário, a cadeia de suprimentos se apresenta como uma das principais preocupações para investidores, financiadores, operadores e reguladores. Nesse cenário, o seguro garantia surge como uma alternativa eficaz para mitigar eventuais inadimplências ou falhas por parte de fornecedores — sejam empresas de engenharia, fornecedoras de equipamentos ou operadoras de manutenção e transporte.

“A gestão eficaz dos riscos associados à cadeia de suprimentos é fundamental para garantir a sustentabilidade e o sucesso das operações portuárias. Quanto maior o grau de proteção e transferência de riscos, maior será a adesão de financiadores e investidores”, acrescenta a executiva.

Desafios à ampliação do seguro garantia

Dabus também apontou os principais obstáculos à ampliação do seguro garantia em concessões de infraestrutura no Brasil, apesar dos avanços recentes promovidos pela Circular 662/21 da Susep, que flexibilizou o uso das apólices nesses contratos.

O primeiro desafio, segundo ele, é a compreensão da natureza acessória da apólice, ou seja, o fato de que ela depende diretamente do contrato principal. “É fundamental que esse contrato estabeleça claramente em que situações a garantia será executada, como será esse processo e quais os prazos envolvidos, para que todos os envolvidos tenham clareza e segurança jurídica”, explica.

Outro ponto sensível é a necessidade de capacitação técnica das seguradoras. “É essencial que as companhias tenham equipes especializadas em contratos de infraestrutura, aptas a desenvolver apólices alinhadas com as particularidades de cada projeto”, afirma.

Por fim, Dabus destaca um terceiro desafio: a adequação do valor das garantias às características dos contratos privados, sem replicar automaticamente os percentuais da Lei de Licitações. “O valor da garantia deve ser definido com base na matriz de riscos específica do contrato. Quando falamos de contratos entre privados, não há obrigatoriedade legal de seguir os mesmos percentuais das obras públicas, o que permite uma estruturação mais técnica e realista”, conclui.

CNP alcança 16 milhões de segurados na América Latina e vê Brasil como pilar estratégico global

Marie-Aude Thépaut CNP

A CNP Assurances, anfitriã do 1º Fórum Brasil–França de Seguros realizado em Paris pela CNseg, a confederação das seguradoras, reafirma seu compromisso com o crescimento sustentável da América Latina como uma de suas prioridades globais. Presente na região há quase três décadas, o grupo francês aposta na combinação de inovação, inclusão e parcerias estratégicas para ampliar os limites da segurabilidade e democratizar o acesso à proteção financeira.

A presidente global da CNP Assurances, Marie-Aude Thépaut, destacou em encontro com jornalistas o papel estratégico da seguradora como agente de inclusão social e desenvolvimento sustentável. Criada há mais de 175 anos e integrante do maior polo financeiro público francês, a CNP Assurances é uma subsidiária do La Banque Postale e hoje figura como a segunda maior seguradora de vida e de empréstimo imobiliário da França, além de ocupar a quinta posição no mercado europeu e a terceira no Brasil.

“A CNP Assurances é, antes de tudo, uma seguradora comprometida com a proteção e o futuro das pessoas. Por isso, buscamos soluções acessíveis e sustentáveis, com foco nas necessidades reais da sociedade”, afirmou Thépaut. Ela destacou que a companhia já oferece 14 produtos voltados especificamente às populações vulneráveis.

Com mais de 8.300 colaboradores no mundo, a CNP Assurances atua como uma seguradora pessoal e patrimonial, oferecendo proteção em saúde, previdência, seguro de vida, aposentadoria, e também coberturas para bens (P&C – Property and Casualty). Atualmente, o grupo cobre mais de 36 milhões de pessoas em previdência e proteção, e 13 milhões em produtos de poupança para aposentadoria, em 19 países. Em 2024, o grupo registrou um lucro líquido de € 1,582 bilhão e um volume de negócios de € 37,4 bilhões. A taxa de cobertura de solvência (SCR) atingiu 237%, um índice robusto que garante solidez e capacidade de honrar compromissos futuros.

Um dos diferenciais da companhia é seu modelo de distribuição multiparceiro, com cerca de 350 parceiros apenas na França. No Brasil, onde a CNP Assurances ocupa a terceira posição entre as seguradoras, mantém uma parceria histórica com a Caixa Econômica Federal e mais recentemente firmou acordo com o Banco de Brasília, reforçando sua estratégia de longo prazo no país.

Também parceira do Correios, que enfrenta uma crise no Brasil, mas que não assusta o grupo francês. “Somos parceiros de longo prazo”, frisou a CEO. Na Argentina, o grupo se manteve parceiro da principal cooperativa do país, durante toda a crise e deve colher frutos com a retomada da economia vizinha.

Falando em cooperativas, há uma grande mudança neste sistema no Brasil, com o qual da CNP é especialista tanto na França como na Argentina. Nada em curso por ora, mas dependendo sobre como for finalizada a regulamentação da Lei 213, que traz para o mercado de seguros cooperativas e associações, parcerias com cooperativas podem ser uma das alternativas para o grupo avançar no Brasil diante da experiência que tem na França, na Argentina e até mesmo no Brasil. No passado, a CNP foi parceira da Sicoob, cooperativa que hoje tem uma joint venture com a MAG Seguros. O que se tem como certo é que há um desejo do grupo de avançar na América Latina. “

Thépaut também chamou atenção para o papel da CNP como investidora responsável. Ao final de 2024, a companhia havia investido € 412 bilhões em diversos setores da economia, com foco em infraestrutura (como redes elétricas, fibra óptica e abastecimento de água) e em empresas comprometidas com os princípios ESG (ambientais, sociais e de governança).

Globalmente, 80% dos ativos do grupo são geridos com critérios ESG, e €29,4 bilhões estão aplicados em investimentos verdes. Na região, a companhia passou a apoiar iniciativas de preservação da Amazônia, em parceria com o Idesam. A meta é atingir € 30 bilhões até o final de 2025. Também houve redução de 58% na pegada de carbono dos investimentos em cinco anos, para 45 kgCO2e por mil euros investidos.

Grupo pensa em acelerar crescimento na América Latina

Maximiliano Villanueva, CEO da CNP Assurances na América Latina, disse que hoje o grupo tem fundos verdes no Brasil com grandes bancos e que somado a investimento com a Caixa chegaria a totalizar 5% das reservas técnicas, acima do percentual que a lei que cria o mercado regulado de carbono exige das seguradoras. “Temos regras muito rígidas para investimentos em fundos verdes. Fazemos uma auditoria no fundo para entender se ele está em conformidade com as políticas da matriz”, citou.

Villanueva detalhou os principais objetivos estratégicos da companhia para os próximos anos na América Latina. “Nosso projeto para a região é de longo prazo. Atuamos com flexibilidade por meio de bancos, grandes empresas e corretores, sempre com o foco de oferecer soluções que atendam ao maior número possível de pessoas. Acreditamos na força da educação financeira e da capacitação para desenvolver a cultura do seguro”, afirma.

O Brasil, maior mercado da CNP fora da França, lidera essa trajetória. Com um faturamento de R$ 35,8 bilhões e lucro líquido de R$ 3,6 bilhões em 2024, o país abriga experiências emblemáticas, como as joint ventures com a Caixa e o pioneirismo em microsseguros — segmento no qual a CNP foi a primeira seguradora autorizada a operar no Brasil. Trata-se de uma fatia relevante do faturamento global de €37,4 bilhões.“Combinamos canais digitais, parceiros regionais e produtos acessíveis com um compromisso firme com a inclusão financeira”, ressalta Villanueva.

A expansão regional também está no radar. México, Colômbia e Chile são mercados sob análise, com possibilidade de aquisições ou novas parcerias. Os critérios incluem o potencial de mercado, o perfil de consumo de seguros e a maturidade regulatória.

Villanueva destaca ainda os aprendizados dos dois principais mercados atuais. “O Brasil nos mostrou o valor de parcerias de longo prazo e inovação social. Na Argentina, mesmo em um ambiente desafiador, mantivemos rentabilidade e inovamos em canais digitais, reforçando nossa resiliência.” A experiência nesses mercados tem contribuído para o posicionamento global do grupo, inclusive em regiões mais maduras como a Europa.

Entre os marcos recentes está o lançamento da CNP Seguradora, em 2023, com o objetivo de ampliar a atuação para além do canal bancário. A estratégia tem gerado frutos por meio de parcerias com Correios, BRB, XP, Americanas e outras grandes redes. “Essa abordagem multi-parcerias traz flexibilidade e amplia o alcance da proteção”, explica o executivo.

A digitalização também ocupa papel central. A Youse, primeira seguradora 100% digital do Brasil, atua como um laboratório de inovação para todo o grupo. “Ela nos dá velocidade e competência em dados, UX e automação. Isso tem sido fundamental para escalar soluções inclusivas”, diz.

O compromisso da CNP com a sustentabilidade e a inclusão se traduz em ações concretas nos dois países. No Brasil, destaca-se a presença feminina em cargos de liderança (50%), o avanço dos microsseguros e os investimentos com viés ESG. Na Argentina, a seguradora manteve estabilidade mesmo com forte volatilidade, reforçando seu papel social.

Em 2024, a CNP contabilizou 12 milhões de segurados em proteção e 4 milhões em acumulação na América Latina. Microsseguros, previdência e consórcios digitais devem liderar o crescimento nos próximos anos, segundo Villanueva.

Apesar dos desafios — como a complexidade regulatória e a instabilidade econômica da região — o grupo se mantém otimista. “Conhecemos bem esses mercados. Sabemos que o potencial de crescimento é enorme e que podemos ser agentes de transformação social e econômica”, conclui o CEO.

Open Insurance: mais prudência, mais testes e mais diálogo com o setor de seguros

fórum brasil frança 2025

No painel “Open Insurance: Desafios e Oportunidades para o Brasil e para a França”, realizado durante o 1º Fórum Brasil–França de Seguros em Paris, representantes das confederações de seguros dos dois países apontaram que, embora o Open Insurance represente uma oportunidade para ampliar a concorrência e personalizar produtos, sua implementação ainda enfrenta barreiras técnicas, regulatórias e culturais — e não deve simplesmente replicar o modelo do open banking.

Moderado por Roberto Santos, presidente do Conselho Diretor da CNseg, o debate reuniu Alexandre Leal, diretor técnico da CNseg, e Jérôme Balmes, diretor digital da France Assureurs. Ambos destacaram a importância de se construir um ecossistema de compartilhamento de dados mais realista, progressivo e baseado em evidências concretas de valor para o consumidor.

“O controlador fez Ctrl C + Ctrl V do modelo bancário para o setor de seguros, mas são mercados diferentes”, criticou Roberto Santos. “O consumidor de seguros tem um comportamento distinto. Já gastamos bilhões com o Open Insurance e, até agora, não há resultados claros. Daqui a quatro anos, talvez tenhamos algo estruturado. Hoje, não há troca real de dados no mundo dos seguros.”

Jérôme Balmes reforçou o alerta: “A Europa olha para o Brasil como um laboratório de testes do Open Insurance, mas não se deve copiar o modelo bancário. Os desafios são diferentes. Precisamos de testes, projetos-piloto e, sobretudo, prudência. É uma proposta ambiciosa que, se mal executada, pode expor os dados dos cidadãos a riscos cibernéticos.”

Segundo ele, a França discute o Open Insurance dentro da estrutura mais ampla do Open Finance da União Europeia, mas há forte resistência de alguns atores do sistema. “Os dados dos cidadãos são preciosos e não podem ser abertos sem critério. O que falta no mindset regulatório é reconhecer que essa abertura traz riscos. Se o mercado de troca de dados existisse, ele já teria surgido de forma orgânica”, afirmou Balmes.

Alexandre Leal lembrou que o Brasil é pioneiro na criação do Open Insurance sob a liderança da Susep, mas os desafios são grandes. “A sobreposição de entregas, o cronograma apertado de 18 meses e a ausência de ambiente de testes dificultaram muito a adoção. A primeira demanda das startups que passaram à autorização definitiva foi sair do Open Insurance. Isso precisa ser avaliado com atenção.”

Segundo Leal, há riscos de aumento de custos e concentração de mercado. “Criou-se um novo intermediário, o SPOC, que tem custo e pode, na prática, elevar o preço dos produtos em vez de reduzi-los. Além disso, duas empresas já concentram a maior parte das autorizações, o que gera preocupação em termos de concorrência.”

O papel dos corretores também foi tema do debate. “O discurso da desintermediação sugere que o cliente vai escolher sozinho a seguradora mais barata, sem avaliar a proteção oferecida”, comentou Santos. “Essa lógica ignora o papel consultivo dos corretores e pode prejudicar o cliente. A automatização da busca pelo menor preço não necessariamente leva à melhor escolha.”

Leal defendeu que a visão das seguradoras também precisa ser considerada. “Ainda não temos evidência de que o Open Insurance trouxe redução de preços ou aumento da competitividade. O que vemos são investimentos altos, poucas adesões e dúvidas sobre benefícios concretos.”Os participantes defenderam uma abordagem coordenada entre países, com foco em colaboração regulatória e escuta ativa dos stakeholders. “Precisamos de um discurso comum entre Brasil e França: mais prudência, mais testes, mais diálogo com o mercado”, concluiu Balmes.

France Assureurs defende papel estratégico dos seguros em um mundo em crise e destaca cooperação entre países

fórum brasil frança 2025

A presidente da France Assureurs, Florence Lustman, participou da abertura do 1º Fórum de Seguros Brasil–França em Paris e fez um chamado à cooperação internacional para enfrentar os grandes desafios do setor em um mundo em transformação. O evento, promovido pela CNseg como parte do calendário oficial dos 200 anos de relações diplomáticas entre os dois países, reuniu autoridades, reguladores e lideranças do setor segurador para discutir temas como mudanças climáticas, open insurance, inovação e proteção de investimentos.

“Este é o Ano França-Brasil, que celebra 200 anos de parceria com intensa programação cultural e institucional. Ontem tivemos a oportunidade de reunir nossos supervisores em um jantar produtivo, que reforçou nossos laços de colaboração”, disse Lustman. Para ela, o setor de seguros precisa tratar dos riscos “não apenas pela janela das seguradoras, mas com a sociedade civil e as empresas, para trazer soluções em um mundo em crise”.

Lustman reconheceu as diferenças entre os dois mercados — especialmente no nível de penetração de seguros —, mas ressaltou as semelhanças nos desafios enfrentados. “As mudanças climáticas impactam diretamente nossas populações. Em breve teremos a COP30 no Brasil e estaremos presentes com um estande, para mostrar o papel do seguro neste novo contexto. Precisamos pensar em soluções concretas para os grandes desafios globais, incluindo a inteligência artificial, a inovação e o Open Insurance.”

A executiva apontou incertezas no avanço do Open Insurance na Europa. “Ontem nos reunimos com a autoridade europeia de seguros e discutimos o tema. O posicionamento das seguradoras ainda é indefinido. Em Bruxelas, haverá muitos debates sobre esse acesso ilimitado a dados. Quando o Estado tem ambições, todos se voltam para o setor de seguros. Temos de ilustrar a relevância de nossos intercâmbios e construir juntos.”

De acordo com a France Assureurs, as perdas do setor segurador com desastres naturais somaram € 5 bilhões em 2024. As tempestades, o granizo e a neve responderam por € 2,2 bilhões; as catástrofes naturais, como inundações e secas, por € 2 bilhões; e o seguro agrícola, por € 800 milhões.

Embora abaixo da média dos últimos cinco anos (€ 5,6 bilhões), esse valor coloca 2024 como o nono ano mais caro para o setor desde a criação do regime de catástrofes naturais, em 1982. O destaque negativo ficou para as tempestades Kirk e Leslie e para as enchentes nas regiões de Nord e Pas-de-Calais, que, juntas, somaram mais de € 1,2 bilhão em indenizações. Em 20 anos, as perdas por danos causados por água dobraram (+134%).

Mesmo diante dos desafios climáticos e de alta nas indenizações em saúde e previdência, o mercado segurador francês mostrou resiliência. O faturamento total do setor atingiu € 281 bilhões em 2024, mantendo a França na liderança da União Europeia — à frente de Alemanha (€ 238 bilhões) e Itália (€ 155 bilhões). As seguradoras francesas também reforçaram seu papel como investidoras institucionais, com € 2,6 trilhões investidos na economia, sendo dois terços direcionados a empresas.

O segmento de seguros de danos e responsabilidade arrecadou € 75 bilhões e pagou € 53 bilhões em sinistros, com 13 milhões de registros — 64% deles em automóveis, 28% em residências e 8% em empresas. Os seguros de vida movimentaram € 173,3 bilhões, com crescimento de 14%, e o setor acumulou captação líquida de € 29,4 bilhões. Já os segmentos de saúde e previdência atingiram € 32,6 bilhões, com alta de 10% nas indenizações de saúde e 24% na previdência.

Entre os principais grupos atuantes no país, a AXA liderou com € 110 bilhões em faturamento e lucro líquido de € 7,9 bilhões. A Generali cresceu 5,4%, atingindo € 3,8 bilhões de lucro, enquanto a Covéa viu seus ganhos caírem 20% devido a perdas com resseguro.

A France Assureurs é a entidade que representa 252 seguradoras e resseguradoras na França, cobrindo mais de 99% do mercado nacional. Seu papel é atuar como porta-voz do setor junto às autoridades públicas na França e na União Europeia, promovendo um ambiente regulatório estável e sustentável.

Governo recua e prorroga início da cobrança de IOF sobre VGBL para 25 de junho

Fernando Haddad

Após duas semanas de críticas e impasses técnicos envolvendo a nova cobrança de IOF sobre aportes acima de R$ 50 mil em planos de previdência privada, como o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), o governo federal decidiu prorrogar para 25 de junho o prazo para o pagamento do imposto. A mudança consta em portaria publicada nesta terça-feira (4) pelo Ministério da Fazenda.

A medida havia sido anunciada em 23 de maio, como parte de um pacote mais amplo de aumento do IOF em diversas operações financeiras. A nova alíquota de 5% incidiria sobre aportes mensais superiores a R$ 50 mil em planos de VGBL e outros produtos de previdência privada, com vigência imediata. No entanto, a falta de um sistema operacional para viabilizar a cobrança gerou forte reação do setor e motivou o recuo.

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) manifestaram preocupação com a decisão do governo. Segundo as entidades, as seguradoras não estavam preparadas para recolher o imposto de forma automática, já que, até então, o VGBL não era alcançado por esse tipo de tributação. “As empresas precisam adaptar suas plataformas e sistemas para garantir a correta apuração e recolhimento do imposto”, alertaram.

Outro desafio é a ausência de uma base centralizada de informações sobre os aportes realizados pelos clientes. Com isso, se um mesmo investidor destinar R$ 30 mil a uma seguradora e mais R$ 30 mil a outra, o limite de isenção será ultrapassado — mas nenhuma das instituições terá condições de identificar a infração de forma isolada. “Sem o consentimento expresso do cliente para compartilhamento de dados via Open Insurance, essa informação continua sendo privativa”, observam especialistas.

Ainda não está claro se caberá às seguradoras ou aos próprios contribuintes fazer o recolhimento do imposto em casos de múltiplos aportes. A indefinição reforçou o argumento pela postergação.

A nova portaria altera o prazo de vencimento do IOF referente a duas janelas. O 3º decêndio de maio, que venceria em 4 de junho; 1º decêndio de junho, que venceria em 13 de junho. Ambos os vencimentos foram prorrogados para 25 de junho de 2025.

Segundo o Ministério da Fazenda, o objetivo da medida é corrigir uma “distorção” no sistema tributário. De acordo com a pasta, contribuintes de altíssima renda vinham utilizando o VGBL como um veículo de investimento de baixíssima tributação, desvirtuando sua finalidade original de produto previdenciário.

“A medida preserva o investidor que realmente busca segurança previdenciária”, afirmou a Fazenda ao justificar a criação da nova alíquota.

Importante destacar que a cobrança não afeta aportes inferiores a R$ 50 mil nem contribuintes que usam o VGBL com foco na aposentadoria.

A alta do IOF em diversos tipos de operações, no entanto, gerou descontentamento no Congresso Nacional. Parlamentares ameaçam derrubar o decreto presidencial, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem negociado com líderes da Câmara e do Senado alternativas para ajustar o pacote sem perder a arrecadação pretendida.

Swiss Re defende o direito ao esquecimento do câncer para ampliar o acesso a seguros

No contexto da crescente discussão sobre inclusão financeira e equidade no acesso a seguros na América Latina, a Swiss Re destaca a importância do direito ao esquecimento do câncer, uma iniciativa que busca eliminar as barreiras enfrentadas pelos sobreviventes de câncer ao contratar produtos financeiros e de seguros. A implementação desta medida poderia representar um avanço crucial para a inclusão financeira de milhares de pessoas, alinhando-se com esforços semelhantes na Europa e América Latina.  

A sobrevivência média dos pacientes com câncer melhorou significativamente devido aos programas de detecção precoce e avanços nos tratamentos. Isso levou a um aumento no número de sobreviventes de câncer em todo o mundo. No entanto, essas pessoas continuam enfrentando barreiras para acessar seguros e outros produtos financeiros, mesmo muitos anos após sua recuperação. Em países como a França, a legislação sobre o direito ao esquecimento do câncer permite que os sobreviventes não sejam obrigados a revelar seu histórico de câncer após um período de 10 anos desde a conclusão do tratamento (5 anos para menores de 18 anos). Esta medida foi replicada em países como Chile e Peru.  

O direito ao esquecimento do câncer busca evitar a discriminação com base em antecedentes médicos, promovendo uma avaliação de riscos baseada em dados objetivos. No entanto, é fundamental considerar as diferenças nos tipos de câncer e suas taxas de cura:  

  • Cânceres com alta taxa de cura (>80%) e baixo risco de recorrência (como câncer de tireoide ou testicular): justifica-se sua exclusão em avaliações de risco após 5 a 6 anos.  
  • Cânceres com menor excesso de mortalidade após 10 anos (como câncer colorretal ou gástrico em jovens): requerem um período de espera maior (10 anos) para sua consideração no direito ao esquecimento.  
  • Cânceres com risco persistente de recorrência (como câncer de mama, próstata e bexiga): podem representar um desafio para as seguradoras, dado o risco subjacente a longo prazo.  
  • Neoplasias com baixa taxa de cura (<20%) e mau prognóstico (como câncer de pulmão, fígado ou pâncreas): seu impacto nos seguros pode ser menor, já que a sobrevivência a 10 anos é limitada.  

Fatores adicionais a considerar  

  • Estágio do câncer no diagnóstico: Um estudo recente sobre câncer de ovário mostrou que a sobrevivência condicional a 5 anos varia entre 95% nos estágios iniciais e 75% nos estágios avançados, o que destaca a importância de diferenciar por estágios na aplicação do direito ao esquecimento.  
  • Mortalidade não oncológica: Sobreviventes de câncer têm um risco elevado de doenças cardiovasculares, Alzheimer e DPOC, que podem superar a mortalidade por câncer a 10 anos do diagnóstico em certos grupos de pacientes.  
  • Segundos cânceres: Representam entre 15-20% de todos os novos diagnósticos de câncer, afetando a sustentabilidade do direito ao esquecimento em alguns casos.  

Embora o direito ao esquecimento do câncer seja uma fórmula completamente legítima no contexto daqueles cânceres com tempos de cura curtos ou com um excesso de mortalidade relativamente baixo após um período de 10 anos, também supõe a possibilidade de que as companhias seguradoras devam assumir riscos subnormais como riscos padrão, com um impacto no custo dos prêmios e uma transferência involuntária de risco para aquelas pessoas que não têm em seu histórico o antecedente de câncer. 

Prudential do Brasil patrocina SP Open, torneio de tênis feminino do circuito WTA

A Prudential do Brasil é uma das patrocinadoras oficiais do SP Open, WTA 250, que será disputado em São Paulo, entre os dias 6 e 14 de setembro de 2025. O patrocínio ao torneio feminino reforça o compromisso da seguradora com o fomento ao esporte brasileiro e colabora para o retorno do país ao calendário de elite da Associação de Tênis Feminino (WTA, na sigla em inglês). Jogado em quadra rápida, o SP Open reunirá 32 tenistas na chave principal, 24 no qualifying e 16 duplas no Parque Villa-Lobos. Será o primeiro WTA das categorias de elite do país desde 2016.

“A Prudential acreditou no potencial do WTA ser realizado no Brasil desde o início. Sabemos da importância que um evento desse porte tem para o desenvolvimento do tênis brasileiro e para a formação de atletas de elite, como a Bia Haddad. Estamos muito orgulhosos de colaborar, junto à IMM e outras marcas, para transformar o Brasil em um polo internacional para campeonatos de tênis feminino. Sem dúvidas, esse patrocínio reforça o nosso compromisso com o fomento do esporte brasileiro”, afirma a diretora de Marketing da Prudential do Brasil, Fernanda Riezemberg.

De acordo com o SP Open, o torneio marcará o retorno da cidade de São Paulo ao calendário oficial da WTA após 25 anos, em um dos maiores eventos de tênis feminino da América do Sul. Com organização da IMM em parceria com o ICT, o SP Open será realizado em um dos principais espaços verdes da capital, o Parque Villa-Lobos, e reunirá grandes nomes do circuito internacional. A expectativa é de um evento que vai além das quadras, com uma ampla programação de entretenimento e geração de impacto social e econômico para a cidade.

Compromisso com o tênis brasileiro

A Prudential do Brasil incentiva o tênis brasileiro desde 2023. A marca é patrocinadora da atleta Beatriz Haddad Maia e de seu técnico, Rafael Paciaroni, da atleta de beach tennis, Sophia Chow, do Minas Tênis Clube e da Rede Tênis Brasil (RTB), instituição sem fins lucrativos dedicada a transformar a vida de jovens por meio do tênis. Além disso, a seguradora patrocinou a Copa do Mundo de Beach Tennis, no ano passado.

Executivos de seguros discutem regulação e transição climática em Paris

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por Carla Simões

Uma comitiva formada por executivos de seguradoras brasileiras e da CNseg, parlamentares e integrantes do governo brasileiro cumpriu uma extensa agenda em Paris, com reuniões com empresas e o órgão regulador francês para troca de informações sobre o mercado de seguros e resseguros. Estiveram com as seguradoras AXA e a corretora internacional de resseguros Guy Carpenter e com a ACPR, Autoridade de Supervisão e Resolução Prudencial da França.

Com a ACPR, os debates abordaram o regime prudencial do setor na França, com ênfase nos três pilares da Solvência II: exigências quantitativas, governança e transparência. Também foram discutidas as novas regras em vigor no país este ano, que exigem estruturas robustas de gestão de riscos cibernéticos, realização de testes de estresse e obrigações de reporte. A comitiva brasileira também conheceu a Lei Europeia de Inteligência Artificial, aprovada em 2023, que regula o uso da tecnologia com foco em explicabilidade e equidade. Outro tema tratado foi o mercado francês de Seguro de Proteção de Crédito (CPI), destacando seu porte e estrutura regulatória.

AXA

Durante o encontro com a seguradora AXA, os executivos foram recebidos pela CEO brasileira Erika Medici. A reunião tratou das estratégias da empresa para adaptação às mudanças climáticas, baseadas em três eixos: mitigação, uso intensivo de análise de dados e definição de políticas públicas. Entre as principais iniciativas estão o fim da subscrição de riscos associados ao carvão até 2050, apoio a fontes renováveis de energia e incorporação de princípios da economia circular.

A AXA adota exclusões específicas para carvão, petróleo e gás, e desenvolve produtos voltados à transição energética. A companhia pretende apoiar 9.000 empresas até 2026 e está treinando 130 mil funcionários com apoio de inteligência artificial. Também vem investindo em plataformas digitais para gestão de riscos e divulga métricas como a exposição ao carvão. Na regulação de sinistros, tem adotado práticas sustentáveis, como o uso de peças recicladas e avaliações remotas.

Outro foco da conversa foram as iniciativas ambientais da seguradora, incluindo parcerias com empresas internacionais no combate à poluição por grânulos plásticos e ao desmatamento. A AXA informou ainda que está criando novos produtos ligados a projetos ambientais e deve anunciar uma nova iniciativa até novembro. A empresa também desenvolve uma plataforma para gerir grandes volumes de dados relacionados à sustentabilidade.

Guy Carpenter

Na reunião com a Guy Carpenter, o destaque foi o esquema Netcat do mercado francês, que cobre riscos catastróficos antes considerados inasseguráveis, como terremotos, inundações e perdas agrícolas. Trata-se de um modelo de parceria público-privada para fortalecer a resiliência diante das mudanças climáticas.

A CCR, resseguradora pública ligada ao Estado francês, desempenha papel central no sistema, criado em 1992 e sustentado pelos princípios de solidariedade e responsabilidade. O modelo impõe um adicional de 20% sobre os prêmios de seguros patrimoniais e 9% sobre o seguro de veículos. Em 2023, mais de 200 milhões de propriedades foram cobertas e mais de 3 milhões de sinistros indenizados. A estrutura também financia ações de prevenção, com uma taxa de 12% sobre os prêmios. Entre os desafios do modelo estão manter o equilíbrio financeiro, ampliar as ações preventivas e garantir a segurabilidade, segundo a Guy Carpenter.

Ainda segundo a companhia, o mercado de seguros agrícolas da França passou por uma reforma profunda em 2023, com o objetivo de ampliar a adesão ao seguro multirriscos climáticos (MPCI), frente ao aumento de eventos extremos e à redução do número de produtores — atualmente cerca de 400 mil, distribuídos em 27 milhões de hectares. A Gruphama, lidera o setor, segurando mais da metade das áreas cobertas por MPCI no país.

A reforma introduziu um modelo híbrido que combina seguro privado com subsídios estatais de 70% sobre o prêmio, desde que o produtor cubra entre 70% e 100% da mesma cultura e utilize dados históricos para definir a cobertura. Até 2021, menos de 35% das áreas de grãos e vinhedos estavam seguradas, enquanto frutas e pastagens tinham proteção mínima, por conta da concorrência com o Fundo Nacional de Calamidades, visto como uma solução gratuita pelos agricultores. A exclusão gradual de setores desse fundo e eventos severos, como a geada que atingiu 90% dos vinhedos em 2021, evidenciaram a fragilidade do sistema anterior e motivaram a reforma. O novo modelo busca alcançar 60% de cobertura em grãos e vinhedos e 30% em frutas e pastagens, aumentando a resiliência do setor.

Hoje, o seguro agrícola francês se baseia em modelo de cobertura por produtividade, com avaliação de perdas em campo e obrigatoriedade de incluir todos os riscos climáticos — como geada, seca, granizo e excesso de chuvas. Embora o subsídio de 70% cubra o seguro básico, opções como redução de franquia ou cobertura específica para granizo são comercializadas no mercado, mas sem subsídios. A estratégia combina incentivos regulatórios e financeiros para fortalecer o setor diante das mudanças climáticas.

Para Alexandre Leal, diretor técnico da CNseg e integrante da comitiva, os encontros mostraram que o arcabouço regulatório brasileiro está em linha com o europeu. “Os desafios são parecidos. É interessante observar que, em temas ligados à sustentabilidade, a Europa está mais avançada na análise e modelagem de dados, pelo menos no que chega às seguradoras. Uma aproximação maior com a academia poderia ajudar a reduzir esse gap de modelagem e informações”, afirmou o executivo.