Cooperativismo ganha protagonismo na expansão do setor de seguros no Brasil

Por Denise Bueno

O cooperativismo pode ser uma das grandes chaves para destravar o potencial de crescimento do setor de seguros no Brasil. Essa foi a principal mensagem da COOP Week 2025, evento promovido pela Mapfre nesta semana, que reuniu lideranças do setor para debater o papel das cooperativas na democratização do acesso ao seguro no país.

Felipe Nascimento, presidente da Mapfre Brasil, abriu o encontro destacando a relevância do cooperativismo para a inclusão econômica e social, apresentando dados que mostram a força do setor no Brasil. As cooperativas já contabilizam 25,8 milhões de cooperados no país. Isso significa que mais de 12% da população brasileira está envolvida diretamente com o cooperativismo — seja empreendendo, trabalhando ou consumindo de forma mais justa, colaborativa e sustentável. Os números são do Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2025, divulgado no dia 31 de julho pelo Sistema OCB.

Segundo o levantamento, o cooperativismo não para de crescer: o número de cooperados aumentou 66% nos últimos cinco anos. Com mais de 4,3 mil cooperativas ativas em 3.586 municípios, o modelo gerou 578 mil empregos diretos em 2024, um avanço de 5% frente ao ano anterior. O desempenho econômico também chama atenção: o setor movimentou mais de R$ 757 bilhões no ano passado, com R$ 51,4 bilhões em sobras distribuídas e R$ 41,5 bilhões investidos em salários e encargos.

“A transformação que o Brasil está promovendo por meio das cooperativas está apenas começando. Na Europa, países como Alemanha, Espanha e França já têm nas cooperativas agrícolas e financeiras um pilar do seu desenvolvimento. A Mapfre foi uma das pioneiras a apostar nesse modelo por aqui e seguimos acreditando fortemente no seu potencial”, destacou Nascimento. Para ele, a entrada das cooperativas no mercado de seguros é um passo fundamental para alcançar a verdadeira capilaridade e inclusão que o setor tanto precisa. “Mas, para isso, é preciso que tudo esteja encaixado: regulação, comunicação, produtos e parcerias.”

O presidente da CNseg, Dyogo de Oliveira, compartilha do mesmo otimismo. Em sua participação, brincou ao estimar que a entrada das cooperativas pode ampliar em mais de 20% o mercado segurador brasileiro. Para ele, esse movimento representa não apenas crescimento, mas uma oportunidade de tornar o seguro mais próximo da população, em especial nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos.

“Temos um desafio de comunicação. Precisamos bater na porta das pessoas, explicar o que é o seguro, para que serve e como pode transformar vidas. Essa é uma missão que as cooperativas podem nos ajudar a cumprir, porque conhecem seus públicos como ninguém”, afirmou.

Oliveira também destacou o papel da legislação recente na viabilização desse novo cenário. Ele se referiu à Lei Complementar 213/2025, que regulamenta a atuação das cooperativas de seguros e associações de proteção veicular, e ao novo marco legal dos seguros, estabelecido pela Lei 15.040/2024, atualmente em processo de regulamentação pela Susep.

O marco legal dos seguros busca consolidar boas práticas do mercado em uma regulação moderna e transparente, funcionando como um guia sobre como o seguro deve ser contratado e executado. Já a LC 213/2025 amplia o escopo de atuação das cooperativas, que antes podiam operar apenas em seguros de saúde, riscos de acidentes de trabalho e agropecuária. Agora, passam a poder oferecer todos os tipos de seguros, exceto aqueles baseados no regime de capitalização, como previdência complementar.

Segundo Oliveira, a lei também oferece espaço para o surgimento de novos modelos de negócios e parcerias entre seguradoras e cooperativas, respeitando as naturezas jurídicas distintas — sociedades anônimas no caso das seguradoras, e associações civis no caso das cooperativas. “Fora essa diferença, as condições são as mesmas. Isso traz uma competição mais equilibrada, estimula a diversificação do público-alvo e gera novas oportunidades de crescimento.”

Outro ponto abordado por Oliveira foi a regulação das associações de proteção veicular, as chamadas PPMs (Proteção Patrimonial Mútua), que operavam à margem do sistema supervisionado. Até julho, 2.217 dessas associações haviam solicitado regularização junto à Susep.

A proposta da CNseg é que essas entidades, uma vez regulamentadas, cumpram as mesmas exigências das seguradoras e cooperativas, como a constituição de reservas técnicas e o recolhimento de tributos. “Não podemos ter um mercado com regras assimétricas. O seguro é um negócio que vive de confiança. O consumidor precisa saber que, quando ele contrata uma proteção, ela será honrada no momento necessário”, frisou.

Por isso, a atuação das PPMs ficará restrita a riscos patrimoniais — como automóveis e residências — cujas diretrizes serão definidas pelo Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP). “É fundamental garantir uma regulamentação equilibrada e transparente, que proteja os consumidores e preserve a credibilidade do setor.”

O tom do evento foi de entusiasmo e mobilização. Ao reunir representantes de seguradoras, cooperativas, reguladores e lideranças do setor, a COOP Week 2025 reforçou que a inclusão das cooperativas no mercado segurador pode ser um divisor de águas.

Com capilaridade, conhecimento profundo de seus públicos e presença em quase 90% dos municípios brasileiros, as cooperativas trazem um ativo estratégico valioso para o setor: a confiança de quem está na ponta. Aliadas às seguradoras, podem ampliar o alcance do seguro, adaptá-lo às realidades locais e impulsionar a inclusão financeira em escala nacional.

“A expansão do seguro é uma necessidade da sociedade. As cooperativas podem ser o veículo para essa transformação. Cabe a nós garantir que estejam plenamente integradas a esse ecossistema. Estou tão otimista que a CNseg tinha uma projeção de crescimento de 10% para este ano e agora quero ampliar para 20% pois acredito que as cooperativas vão chegar com tudo”, brincou Dyogo de Oliveira.

A projeção de crescimento do setor está sendo revista, também pelo fato da tributação do IOF no VGBL, que deve impactar fortemente a maior carteira de arrecadação do setor de seguros. O setor somou R$ 176 bilhões em prêmios de seguros, contribuições à previdência aberta e faturamento com títulos de capitalização no acumulado até maio de 2025, com tímido avanço de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Conforme a CNseg, o forte avanço nos pagamentos e o arrefecimento na arrecadação são explicados, sobretudo, pelo desempenho dos planos de previdência aberta, que respondem por cerca de 40% da demanda total do setor.

Nos cinco primeiros meses deste ano, esses planos arrecadaram R$ 72,6 bilhões, queda de 8,4%, ao passo que os pagamentos de resgates e benefícios saltaram 19,1%, alcançando R$ 63,5 bilhões.

Alianças para um mundo mais resiliente

O primeiro painel do dia, “Cooperativismo e seguros: alianças para um mundo mais resiliente”, foi mediado por Fátima Lima, diretora de Sustentabilidade da MAPFRE. A mesa trouxe visões diversas sobre o papel das cooperativas na construção de uma economia mais inclusiva e sustentável.

Isaura Morél, gerente de Sustentabilidade do Sicredi, lembrou que sustentabilidade, para o cooperativismo, não é uma agenda paralela, mas parte do próprio modelo de negócio. “Trabalhamos com a inclusão, o fomento à economia local e soluções que levam segurança e qualidade de vida aos nossos associados. Isso conversa diretamente com o que o seguro representa”, disse. 

Itamar Vodzicki, gerente do Instituto Cresol, apresentou os números da rede, com mais de 1 milhão de cooperados, 59 cooperativas e quase mil agências. “Sustentabilidade é um dos nossos valores. Temos ações sociais com indicadores claros de impacto e uma atuação que busca equilibrar desempenho econômico com responsabilidade social e ambiental”, segundo o executivo. 

Já Luiz Edson Feltrim, superintendente de Cidadania e Sustentabilidade do Sicoob, trouxe a perspectiva do letramento financeiro como ponte entre inclusão e proteção. “Trabalhamos com uma agenda construída com base em regulação, mercado e comportamento do cooperado. A educação financeira é fundamental para ampliar o acesso a seguros com consciência e autonomia”, afirmou. 

Inovação, inteligência artificial e futuro 

No segundo painel, “Inovação e IA: como a tecnologia pode auxiliar na distribuição e regulação de seguros nas cooperativas”, especialistas discutiram os caminhos para tornar os produtos de proteção mais acessíveis, eficientes e personalizados.

Rodrigo Kondo, superintendente de Inteligência de Mercado, apontou que o uso de dados e inteligência artificial tem se transformado desde a precificação até a jornada de atendimento ao cliente. “Estamos vendo um novo ciclo, em que é possível ofertar produtos desenhados para realidades muito específicas com menos burocracia e mais precisão”, afirmou.

Hugo Assis, diretor geral de Estratégia e Transformação da MAPFRE, falou sobre as megatendências que atravessam os setores. “Os cooperados precisam entender que a inovação não está só dentro da sua indústria. Ela vem de fora, da saúde, da tecnologia, da mobilidade, e impõe mudanças. Na MAPFRE, estamos investindo em mais de 10 iniciativas com IA, desde contratação até regulação de sinistros. Mas é sempre IA com o humano no centro, como apoio, não substituição”, disse o executivo. 

Rogério Tamassa, cofundador da consultoria Liga Ventures, destacou a relevância do chamado “phigital” (a integração entre o físico e o digital) como chave para a personalização em escala. “A IA ainda está em fase de amadurecimento, mas já vemos resultados em experiências com cooperativas que conseguiram entender melhor seus públicos e oferecer soluções mais aderentes”, concluiu. 

Diálogo e alianças 

Ao longo do dia, as falas convergiram em um ponto central, de que o cooperativismo não é concorrente do modelo tradicional de seguros, mas um parceiro estratégico para a expansão do setor de forma ética, inclusiva e sustentável. “O momento é de diálogo técnico, construção institucional e parcerias de longo prazo”, resumiu Felipe Nascimento. “Estamos falando de complementariedade e não de competição entre modelos. E essa convergência é essencial para proteger a produção, as famílias e os sonhos de milhões de brasileiros que ainda não têm acesso ao seguro.”

A Coopweek 2025 teve a casa cheia, com a presença de representantes das principais cooperativas do país, além de instituições como a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e CONFEBRAS. Como desdobramento, a MAPFRE segue divulgando em suas redes sociais, ao longo da semana, uma série de conteúdos sobre os temas abordados nos painéis, com análises, entrevistas e reflexões para ampliar o alcance das discussões iniciadas no evento.

Seguradoras pagam R$ 110,9 bi em indenizações até maio; arrecadação arrefece com IOF, informa CNseg

O setor segurador pagou R$ 110,9 bilhões em indenizações, resgates, benefícios e sorteios nos primeiros cinco meses do ano, volume 11,5% maior que o registrado no mesmo período de 2024, segundo a Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização(CNseg). Os dados, divulgados nesta segunda-feira, são os mais recentes do setor.

Somente em maio, foram pagos R$ 22,2 bilhões, o maior valor mensal deste ano. Ainda assim, houve recuo de 2,2% frente ao mesmo mês de 2024, que havia registrado o segundo maior valor nominal de toda a série histórica (R$ 22,7 bilhões) por causa do início dos pagamentos das indenizações referentes às enchentes no Rio Grande do Sul.

No lado da arrecadação, o setor somou R$ 176 bilhões em prêmios de seguros, contribuições à previdência aberta e faturamento com títulos de capitalização no acumulado de 2025, com tímido avanço de 0,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Conforme a CNseg, o forte avanço nos pagamentos e o arrefecimento na arrecadação são explicados, sobretudo, pelo desempenho dos planos de previdência aberta, que respondem por cerca de 40% da demanda total do setor.

Nos cinco primeiros meses deste ano, esses planos arrecadaram R$ 72,6 bilhões, queda de 8,4%, ao passo que os pagamentos de resgates e benefícios saltaram 19,1%, alcançando R$ 63,5 bilhões.

Esse movimento conjunto resultou em uma retração de quase R$ 17 bilhões na captação líquida do segmento no ano, “refletindo uma postura mais cautelosa dos consumidores diante de um cenário econômico global ainda incerto e o anúncio do início da incidência do IOF de 5% sobre aportes acima de R$ 300 mil, no restante desse ano, em uma mesma entidade”, diz presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, em nota.

Os demais segmentos apresentaram crescimento no período de janeiro a maio. Os seguros de danos e responsabilidades cresceram 7,8% no período, com R$ 56,7 bilhões arrecadados. Os seguros de pessoasavançaram 8,6%, com R$ 31,5 bilhões em prêmios, enquanto os títulos de capitalização totalizaram quase R$ 14 bilhões até maio, alta de 11,5% sobre o ano anterior.

BB Seguridade alcança lucro líquido de R$ 2,2 bi no 2T25

A BB Seguridade reportou ao mercado lucro líquido gerencial recorrente, que não considera os efeitos do IFRS 17 e eventos classificados como extraordinários, de R$ 2,2 bilhões no segundo trimestre de 2025, uma alta de 19,7% em relação ao 2T24. No acumulado do semestre, o resultado alcançou R$ 4,2 bilhões, refletindo crescimento de 14% sobre igual período anterior. O desempenho é atribuído à forte expansão do resultado financeiro combinado, impulsionado pela gestão financeira da holding, e expansão do saldo das aplicações financeiras combinadas das empresas do grupo.

O resultado operacional combinado da BB Seguridade e de suas investidas também contribuiu para a evolução do resultado, com alta de 7,6% (líquido de impostos), impulsionado tanto pelo incremento nos prêmios ganhos e melhora da sinistralidade na Brasilseg como pelo crescimento das receitas de corretagem na BB Corretora. 

“Os resultados do segundo trimestre refletem a consistência da nossa estratégia, centrada na geração de valor para clientes, acionistas e sociedade, com foco na eficiência operacional, na busca incessante pela inovação e gestão robusta dos ativos financeiros. Mesmo diante de um cenário desafiador, com ajustes regulatórios e volatilidade nos mercados, conseguimos ampliar nossa rentabilidade, com nosso ROAE atingindo aproximadamente 90%. Entregamos um lucro líquido recorrente superior ao mesmo período do ano passado em aproximadamente 20%. Esse desempenho é fruto do comprometimento das equipes nas nossas empresas controladas e da nossa capacidade de adaptação, gestão e governança de participações com foco em resultados cada vez mais fortes”, comentou André Haui, presidente da BB Seguridade, em nota.

Segundo dados fornecidos pelo grupo, a Brasilseg registrou crescimento de 25,4% no lucro trimestral, com queda da sinistralidade e salto de 44,8% no resultado financeiro. A melhora da sinistralidade veio principalmente dos seguros agrícolas, prestamista, habitacional e residencial.

A Brasilprev cresceu 19,8%, puxada pela queda do custo do passivo. A Brasilcap teve lucro 4,7% maior, com incremento das receitas com cota de carregamento. Destaque para o produto comemorativo Ourocap 30 Anos, que contribuiu para o aumento de 24,1% da arrecadação.

A BB Corretora teve alta de 11,2% no lucro líquido do trimestre, sustentada pelo crescimento de 5,6% nas receitas de corretagem e expansão de 54,3% no resultado financeiro.

WTW aposta em capital humano para enfrentar nova era do mercado de seguros

Com a entrada em vigor do novo marco legal de seguros em dezembro deste ano — que transforma profundamente a forma de negociação dos contratos, especialmente no segmento de riscos patrimoniais —, a WTW (Willis Towers Watson) acelera seus investimentos em capital humano no Brasil. A corretora tem reforçado sua equipe com nomes de peso do setor e aposta em uma abordagem cada vez mais consultiva para se antecipar às mudanças regulatórias e às novas demandas dos clientes.

“Todo nosso investimento em pessoas é resultado de uma escuta ativa dos clientes”, afirma Eduardo Takahashi, CEO da WTW no Brasil. “Estamos vendo uma concorrência mais intensa, com novos players, e os clientes pedem cada vez mais especialização, proximidade e uma visão estratégica sobre seus riscos.”

A estratégia da empresa envolve reposicionar a marca no mercado, fortalecendo áreas-chave com especialistas em setores como recursos naturais, energia, mineração, construção, infraestrutura e agronegócio. Só nos últimos meses, a WTW trouxe executivos como Felipe Barranco (affinity), Maike Bruckner (resseguros), Tatiana Altran (PEMA), Márcio Teixeira (head de Multinationals), Flávia Balbina (Multinationals) e Guilherme Bessa (Multinationals).

A companhia tem segmentado sua base de clientes e desenvolvido projetos sob medida, com foco em consultoria e gestão de riscos. “Já começamos a sentir o retorno desse esforço. O cliente valoriza e busca essa abordagem”, afirma Takahashi. A expectativa é de crescimento de dois dígitos em 2025, seguindo o ritmo do triênio anterior (2022–2024), quando a operação avançou 52%. “Estamos ganhando clientes antigos e novos com essa estratégia de capital humano que tem respaldo local, regional e global”, diz o executivo.

A mudança regulatória traz desafios e incertezas. “O mercado ainda está reticente, mas é essencial antecipar cenários”, afirma Fernando Kolling, diretor de Client Management, que depois de décadas na concorrente AON, se juntou a equipe WTW em dezembro passado. “Temos orientado os clientes a fornecer mais informações ao mercado e a construir compromissos de longo prazo. É uma fase de transição que exige parceria e profissionais que saibam traduzir as demandas dos clientes em soluções viáveis.”

A corretora também está ajudando clientes a pensar em planos de contingência diante da volatilidade política e econômica, como o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Há temas que estão fora do nosso controle, mas o que estiver ao nosso alcance será feito. Já temos clientes reavaliando operações, pensando em exportações, redirecionando produções ou ajustando apólices”, diz Takahashi.

Entre os temas mais sensíveis estão os riscos políticos e climáticos. A recente crise com restrições logísticas em portos e interrupção de exportações, por exemplo, acendeu alertas nos setores de alimentos e proteína. “Estamos falando de situações que não são necessariamente seguráveis, mas que exigem uma reavaliação completa da logística e das coberturas existentes”, diz Takahashi. O esclarecimento de que a tarifa é válida apenas para embarques pós anúncio, evitou muitas perdas com mercadorias que estavam no caminho dos EUA.

A WTW tem estrutura local e global dedicada à gestão de riscos climáticos, com especialistas como Álvaro Trilho, além de times que atuam com visão holística sobre riscos reputacionais, cibernéticos e financeiros. “Principalmente no risco climático, há formas alternativas de transferência, como instrumentos financeiros. Mas é fundamental ter o cliente junto no processo, defendendo e estruturando a gestão”, afirmam os executivos.

Com o novo marco legal à vista e um mercado cada vez mais exigente, a WTW aposta que a combinação entre escuta ativa, especialização e consultoria será decisiva para manter a liderança e crescer de forma sustentável no Brasil. “Mais do que apenas colocar seguros, a corretora busca provocar o cliente a pensar de forma mais ampla. Nosso papel é conectar os pontos — entender o que está acontecendo no mundo, o impacto na operação do cliente, e como construir soluções com as seguradoras e outros parceiros. Essa transição exige gente preparada, com bagagem técnica e capacidade de relacionamento”, finaliza o CEO da WTW.

AJA Seg entra no segmento de vida individual

Screenshot

A AJA Seg, plataforma de soluções em saúde, seguro de vida e odontológico, anunciou o lançamento de uma nova vertical dedicada ao seguro de vida individual, voltada a pessoas físicas. A iniciativa marca a ampliação da atuação da companhia, que até então operava exclusivamente no segmento corporativo, e reforça a proposta de posicionamento como plataforma completa de proteção para pessoas e empresas.

A nova operação será liderada por Bianca Mangraviti, profissional com 15 anos de experiência no setor e atuação destacada na formação de corretores. Segundo a empresa, a expansão responde a uma demanda reprimida no país — menos de 8% da população adquire seguro de vida de forma voluntária — e visa aprofundar o relacionamento com públicos já atendidos no B2B.

A AJA Seg aposta em um modelo de distribuição consultiva e na capacitação de corretores com base em metodologia própria. A companhia também planeja ampliar a presença por meio de multi family offices, agentes autônomos de investimento e assessorias financeiras. Um canal exclusivo para corretores independentes está em fase de implementação, com acesso a treinamentos, tecnologia e produtos de grandes seguradoras.

A expectativa é que, em até dois anos, a nova frente represente entre 40% e 60% da receita da companhia. Fundada por Bruno Autran, a AJA Seg atua como “corretora as a service”, oferecendo soluções em saúde, seguro de vida e odontológico a partir de São Paulo.

CNseg apresenta iniciativas do setor segurador durante a COP30 a jornalistas do Pará

 Com o objetivo de apresentar como o setor segurador vem atuando na região e apresentar as atividades que serão implementadas durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) realizou, nesta quinta-feira (31), um encontro exclusivo com jornalistas que atuam no estado. Cerca de 20 profissionais de mídia impressa, TV, rádio e portais de internet que atuam no Pará estiveram presentes.

A intenção do encontro é mostrar a relevância das contribuições do setor para a sociedade, principalmente em um cenário de agravamento das alterações climáticas, e, dessa forma, aprimorar o debate com a sociedade, especialistas e, principalmente, com os profissionais de imprensa do estado.

A superintendente de comunicação e marketing da CNseg, Carla Simões, destacou a importância de reunir representantes do setor segurador com profissionais de comunicação do estado. “Ter a oportunidade de repassar aos jornalistas do estado do Pará a atuação do setor de seguros e os preparativos que devem nortear as atividades durante a COP30 é muito relevante. Junto aos profissionais de imprensa, podemos esclarecer, de forma mais objetiva, as ações previstas para o setor privado e demais iniciativas conjuntas com políticas públicas, que são consideradas fundamentais para enfrentar a crise climática, proteger vidas, patrimônios e o meio ambiente”, ressaltou.

Para a diretora de sustentabilidade da CNseg, Cláudia Prates, comunicar sobre a atuação do setor ajuda a esclarecer sobre as principais iniciativas que o mercado segurador vem atuando para auxiliar na mitigação climática. “Entre 2014 e 2024, o Brasil teve perdas econômicas dentro da iniciativa privada em torno dos R$ 327 bilhões. E a lacuna de proteção segue aumentando. Diante desse panorama, principalmente com a aproximação da COP30, alguns projetos devem nortear o trabalho do setor segurador, como a criação de um hub de dados climáticos, apoio a ações de taxonomia sustentável e fomentar algum tipo de produto de seguro que possa possibilitar mais investimentos na preservação ambiental”, destacou.

Diálogo com a sociedade

Também participaram do encontro o diretor-executivo da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), Hamilton dos Santos, e o idealizador e sócio do portal especializado Jornalistas&Cia., Eduardo Ribeiro, que parabenizaram a iniciativa da CNseg. Segundo eles, estar próximo da imprensa regional é uma premissa do jornalismo, pois ali é onde a sociedade se faz mais presente, e preocupar-se com esse diálogo regional é muito importante e estreitar essa relação é um legado.

Integrantes do setor segurador do estado do Pará, como o Sindicato das Seguradoras do Norte e Nordeste (Sindsegnne), o Sindicato dos Corretores de Seguros do Pará (Sincor-PA) e a Associação Comercial do Pará (ACP), também estiveram presentes.

Casa do Seguro

Durante o encontro, o superintendente executivo da CNseg, Gustavo Brum, ressaltou a iniciativa inédita do setor que será destaque durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima: a Casa do Seguro. “Este será um espaço de representação oficial do setor de seguros, dedicado à promoção do mercado e suas iniciativas relacionadas à agenda de transição climática. Planejado para sediar fóruns de debates, diálogos empresariais, plataformas de conexão e relacionamento, experiências imersivas, cerimônias, bem como apresentações culturais e artísticas, funcionará como a embaixada do seguro na COP30”, informou.

O espaço, localizado ao lado do centro de atividades da COP30, será voltado para os temas que destacam o mercado de seguros, bem como seu papel-chave para o desenvolvimento global sustentável. Alguns eixos nortearão a agenda da Casa do Seguro, como a proteção social e dos investimentos, as finanças sustentáveis, a infraestrutura resiliente, a inteligência climática, seguros e agronegócio, a descarbonização da frota brasileira e como os seguros podem auxiliar no desenvolvimento industrial mais sustentável.

Mitsui Sumitomo Seguros anuncia Renato Mizukami como CFO

Screenshot

A Mitsui Sumitomo Seguros anuncia Renato Sotelo Mizukami como seu novo Chief Financial Officer (CFO), a partir de agosto de 2025. O executivo chega à companhia com mais de 20 anos de experiência no setor de seguros e financeiro, tendo atuado em posições de liderança em empresas como Chubb, RSA/Sura e Unibanco AIG.

Ao longo de sua carreira, acumulou sólida experiência em todas as disciplinas financeiras – FP&A, contabilidade local e internacional (IFRS/USGAAP), controladoria, tesouraria, investimentos, gestão de capital e riscos, além de impostos e controles internos.

Com perfil analítico e visão estratégica, Mizukami possui formação em Administração pela Universidade Metodista de São Paulo e MBA em Controladoria pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É membro do Comitê de Inteligência de Mercado da CNseg desde 2016 e tem atuação internacional com passagens por projetos e treinamentos no Reino Unido, Estados Unidos e América Latina.

“Estamos concluindo um importante momento de reposicionamento estratégico e transformação da nossa atuação no mercado, com foco no segmento corporativo. A partir de agora, vamos intensificar a implementação do nosso plano de crescimento nesse segmento, incluindo uma maior integração com o grupo MSIG como parte da nossa estratégia. A chegada do Renato fortalece esse movimento. Ele traz ao time uma experiência diferenciada para enfrentar esses desafios, com forte capacidade de planejamento, gestão de performance financeira e conexão com o nosso propósito de encorajar pessoas e empresas a transformarem o mundo”, comentou Luis Nagamine, diretor Geral da Mitsui Sumitomo Seguros, em nota.

Grupo HDI anuncia reestruturação nas áreas de grandes riscos e negócios corporativos

Igor di beo HDI

O Grupo HDI anuncia uma reestruturação na vice-presidência de Vida e Ramos Elementares (RE), em linha com o movimento de integração das operações da HDI Global. A mudança tem como objetivo o fortalecimento de uma estratégia sinérgica, técnica e próxima do cliente, com foco nos segmentos de Grandes Riscos e Negócios Corporativos.

Na nova estrutura, Renato Zanella passa a ocupar o cargo de diretor de Grandes Riscos, liderando as áreas técnicas de Patrimoniais, Responsabilidades e Engenharia, que agora se unem sob sua gestão. Ele passa a se reportar diretamente ao vice-presidente de Vida e Ramos Elementares do Grupo HDI, Igor Di Beo, em um movimento que busca integrar expertises técnicas para ganho de eficiência, inovação e maior sinergia nas soluções para clientes de médio e grande porte.

Já Ronaldo Barreto assume como Diretor de Negócios Corporativos, também sob a liderança de Igor Di Beo. Na nova posição, Ronaldo será responsável pela frente comercial, atuando em todo o território brasileiro, hoje com equipe nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com foco em negócios corporativos e na área de Seguro Garantia. Sua missão será fortalecer o relacionamento com corretores e clientes estratégicos, além de ampliar a atuação da companhia no segmento corporativo.

“As mudanças reforçam nosso compromisso contínuo com a excelência operacional, a valorização do conhecimento técnico e o fortalecimento das nossas capacidades comerciais. Estamos estruturando um time ainda mais preparado para atender com agilidade e profundidade às necessidades dos nossos clientes e parceiros, especialmente diante dos novos desafios do mercado corporativo”, afirma Igor Di Beo, vice-presidente do Grupo HDI.

As lideranças técnicas do Grupo HDI também seguem fortalecidas com Thiago Lopes, superintendente de Patrimoniais, e Márcio Medeiros, superintendente de Responsabilidades, que permanecem à frente de suas respectivas áreas, agora sob a gestão de Zanella. Além deles, Ricardo Hernandes Garcia, responsável pela carteira de Transportes da companhia, passa a se reportar a Marcos Siqueira – diretor de transportes e equipamentos do Grupo HDI –, reforçando a integração operacional das linhas, e Marina Elert continua liderando a área de Contas Globais, com reporte direto a Igor Di Beo.

Longevidade e escolhas urbanas: o recado silencioso do público 60+ ao setor financeiro

marcos ferreira

por Marcos Ferreira, CEO da Silver Hub

Dados recentes da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, divulgada pelo IBGE em 2025, mostram um movimento cada vez mais claro entre a população 60+: a preferência por bairros com infraestrutura de qualidade, mobilidade facilitada e maior presença de áreas verdes. Entre os brasileiros com 70 anos ou mais, 93,3% vivem em vias largas, com melhor circulação, e 36,7% estão em áreas com ao menos cinco árvores, o maior índice entre todas as faixas etárias.

Esse comportamento vai além de uma simples escolha residencial. Ele aponta para um público sênior mais exigente e consciente e planejado, que prioriza qualidade de vida, autonomia e segurança, e que impacta diretamente o setor financeiro e segurador.

“A escolha por bairros bem estruturados revela decisões financeiras planejadas e conscientes, que precisam ser compreendidas pelo mercado”, afirma Marcos Eduardo Ferreira, especialista em longevidade e cofundador do Silver Hub, aceleradora voltada ao público sênior. “Esse público não está envelhecendo de forma passiva. Eles estão organizando seus patrimônios, consumindo com consciência e buscando proteção para garantir independência ao longo da vida.”
 

Segundo Marcos, essa nova geração 60+ já rompeu com o estigma de desinformação financeira. São consumidores que dominam canais digitais, valorizam o planejamento de longo prazo, desenvolveram a disciplina de poupar e lidaram com as crises financeiras e, portanto, têm plena consciência da importância de proteger seu padrão de vida. E isso exige uma resposta objetiva de bancos, fintechs e seguradoras.
 

“Não estamos falando mais de produtos genéricos. Estamos falando de soluções personalizadas para este perfil de consumidor, que envolvem seguros e previdência privada combinados e sob medida para que de forma eficiente cubram as necessidades desta fase da vida e facilitem a sucessão, consultorias patrimoniais e até seguros residenciais que acompanhem a fase da vida em que se busca mais conforto e menos riscos”, explica.
 

Para ele, a longevidade impõe desafios também à gestão de riscos e à autonomia financeira. “Quanto mais tempo se vive, mais importante se torna o preparo para enfrentar imprevistos, manter o padrão de vida e assegurar uma velhice ativa, algo que as soluções financeiras precisam acompanhar com urgência”, completa.
 

O especialista destaca ainda que as empresas têm uma oportunidade concreta de liderar essa transformação, desde que estejam dispostos a entender profundamente o novo perfil do consumidor maduro e investir em produtos que reflitam sua realidade e aspirações.

Ecovias Raposo Castello e Bradesco Seguros firmam parceria  

A Ecovias Raposo Castello, do Grupo EcoRodovias, firmou parceria inédita com a Bradesco Seguros para complementar a frota de guinchos de atendimento aos usuários na Rodovia Castello Branco (SP-280). Os novos recursos reforçarão o suporte já oferecido pela concessionária, em operação desde 30 de março. 

Como fruto da parceria, serão disponibilizadas, pela Bradesco Seguros, guinchos adicionais, visando agilizar os atendimentos em acidentes e problemas mecânicos aos usuários da rodovia entre o km 13,2 (Osasco) ao km 54,1 (saída para São Roque), trecho sob concessão da EcoVias. Esta é uma iniciativa inédita para Bradesco Seguros, marcando seu primeiro acordo desse tipo com uma concessionária de rodovias. 

“Temos absoluta confiança em nosso time e no nível de serviços e melhorias que vamos trazer com essa parceria. O endosso de uma empresa referência em seu segmento como a Bradesco Seguros, por meio desse projeto, nos deixa ainda mais engajados em trabalhar pela segurança, tranquilidade e conforto dos viajantes”, diz Igor Barros, diretor superintendente da Ecovias Raposo Castello. 

Para o presidente da Bradesco Auto/RE, Ney Ferraz Dias, a parceria com a Ecovias Raposo Castelloreforça o compromisso da seguradora com a segurança viária e o bem-estar dos motoristas, mesmo ainda não sendo segurados da Bradesco. “Ao reforçar o suporte na Rodovia Castello Branco, contribuímos para tornar o atendimento mais ágil e eficiente em situações de emergência, como panes e acidentes. Essa iniciativa reflete nosso cuidado em estar cada vez mais próximos das pessoas em situação de vulnerabilidade, reestabelecendo sua segurança e bem-estar”. Já o segurado da Bradesco Auto/RE terá ainda mais conveniência, pois seu veículo será levado diretamente a oficina ou local de destino. 

Os guinchos adicionais da parceria serão caracterizados com a identidade visual da Bradesco Seguros e suas equipes treinadas pela seguradora, com apoio da concessionária.   Atualmente, a EcoVias já oferece atendimento aos usuários por meio de dez guinchos (quatro do tipo pesado), seis ambulâncias (três do tipo UTI), quatro motocicletas e oito outras viaturas, incluindo veículos de inspeção de tráfego, distribuídos em cinco bases de Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU).