Regulação será mais rígida, diz pesquisa*

images31A indústria de seguros mundial ficará mais regulada. Esta é a conclusão de uma pesquisa feita pela Geneva Association (Associação de Genebra), entidade que reúne cerca de 80 CEOs da indústria de seguros mundial. A pesquisa foi realizada durante encontro que reuniu cerca de 70 especialistas para comemorar o 25º aniversário do grupo de estudo de em regulação, supervisão e questões legais. Entre os profissionais estiveram presentes Peter Braumüller, presidente da International Association of Insurance Supervisors (IAIS) e Roger Sivegny, presidente da National Association of Insurance Commissioners (NAIC), responsável pela fiscalização das seguradoras nos Estados Unidos.

Cerca de 80% dos profissionais acreditam que a crise vai elevar a carga regulatória no futuro; 71% apostam em um comportamento mais protecionista dos países, que afetará os negócios internacionais de seguros; e 57% consideram que as perspectivas de futuro para a venda de seguro por meio de agências bancárias – bancassurance – sejam afetadas pela crise financeira mundial, informa o comunicado da entidade, da qual Patrick Larragoiti, presidente da SulAmérica, e Osvaldo do Nascimento, da Itaú Unibanco, participam.

Segundo secretário geral e diretor da Geneva Association, Patrick Liedtke, o estudo revela que o excesso de regulação é uma ameaça real para a indústria de seguros. Segundo os entrevistados, o padrão contábil é o que mais necessita de revisão. Alguns argumentam que é preciso rever alguns padrões contábeis em razão da crise financeira e outros justificam que é necessária uma mudança para que a real situação da companhia seja mais fidedigna, tornando a leitura do balanço mais realista aos analistas.

Para José Rubens Alonso, da KPMG, o segmento de seguro foi o menos afetado pela crise entre as instituições financeiras. As companhias que sofreram foram as que tinham um perfil de investimento mais agressivo. No Brasil, a regulamentação mais severa, o conservadorismo e as atraentes taxas de juros de títulos de renda fixa blindaram as seguradoras nesta crise. “No Brasil, as seguradoras não aproveitam de todos os limites que têm para aplicar em ativos de maior risco. Por isso, a tendência de aumento de regulamentação é menor no Brasil comparada a expectativa demonstrada na pesquisa da Geneva Association”, diz Alonso.

Outro ponto levantado na pequisa da Geneva Association é se o seguro perderá competitividade para outros tipos de produtos financeiros. Para Alonso não. Pelo contrário. “A transferência de risco por meio de produtos financeiros sofisticados mostrou-se ineficiente e arriscada. Acredito que o seguro ganhe mais espaço como um instrumento de transferência de risco.”

Para o sócio da KPMG, o grande desafio contábil é fazer com que a regra contábil não seja um alimentador de crises em períodos de turbulências. Isso porque as normas determinam que os ativos sejam contabilizados pelo valor justo, que tem como parâmetro o valor de mercado. “No entanto, o valor justo não foi concebido para período de alta volatilidade como o verificado nesta crise”, diz. O mundo ideal é que a regra contábil seja neutra e não alimente a deteriozação dos ativos num ciclo vicioso como o que tem sido observado nesta crise. Um desafio e tanto.

Mais detalhes da pesquisa podem ser consultados no link http://www.genevaassociation.org/PDF/Progres/Questionnaire.pdf

*Matéria produzida com exclusividade para o site www.fenaseg.org.br

Governos podem reduzir perdas com catástrofes*

images13Uma grande preocupação dos governos em todo o mundo em relação a ocorrência de catástrofes é ter um planejamento em como reconstruir o país diante da destruição. Várias medidas podem ser tomadas. Melhorar a atratividade dos seguros oferecidos no país, introduzir alguns seguros obrigatórios, assegurar a idoneidade dos canais de distribuição, investir na conscientização dos riscos a que a população está exposta e também na credibilidade da indústria de seguros.

Trazer soluções para ajudar governos a mitigarem os riscos de vulnerabilidade financeira com catástrofes faz parte do dia a dia de Nikhil da Victoria Lobo, gerente de desenvolvimento de negócios com o setor público, da divisão de riscos financeiros da Swiss Re. “Uma catástrofe pode trazer perdas sérias para o Produto Interno Bruto (PIB) de um país”, comenta o executivo que está no Brasil para participar do Fórum Econômico Mundial, realizado no Rio de Janeiro, onde o debate gira em torno dos impactos da crise financeira na América Latina.

Os governos ficariam menos expostos a um rombo financeiro caso adotassem algumas medidas. Além das já citadas, Nikhil cita outros instrumentos, como ter um canal aberto para a negociação de empréstimos a taxas mais acessíveis, contar com a ajuda de entidades sem fins lucrativos, comprar um programa de resseguro, bem como criar um fundo onde os recursos seriam usados como um adiantamento para a reconstrução da região atingida pela catástrofe.

Os recursos deste fundo teriam o objetivo de auxiliar na reconstrução da infra-estrutura básica de um país após um desastre natural. “O governo do México tem tido iniciativas interessantes, como a criação de um fundo financeiro em 1996 para ajudar as vítimas de catástrofes”, informa. Este foi o primeiro fundo soberano de catástrofe criado na América Latina e aprimorado nos anos seguintes.

Algo semelhante se tenta fazer no Brasil para a agricultura, atividade que mais sofre na ocorrência de uma catástrofe natural e também com as mudanças climáticas. O fundo, administrado pela iniciativa privada, prevê um suporte às seguradoras para garantir a cobertura de todos os segurados em caso de grandes perdas nas lavouras. A idéia é que o fundo esteja à disposição das seguradoras já na próxima safra. Isto ajudaria a reduzir o custo do seguro e, consequentemente, aumentaria o número de agricultores protegidos por um seguro.

O executivo da Swiss Re, especializado em negócios com a América Latina, afirma que os que mais sofrem são os países emergentes. Sendo assim, são os que mais necessitam de instrumentos para minimizar as perdas com catástrofes. “A região tem apresentado um desenvolvimento econômico constante nos últimos anos, especialmente o Brasil. E por isso se torna ainda mais interessante que os governos, federal e estaduais, tenham um colchão financeiro em caso de catástrofes”, diz.

Caso o governo de Santa Catarina tivesse algo parecido, a região estaria numa situação melhor do que a atual, em razão das enchentes que castigaram várias cidades no final do ano passado, como mostra a foto acima. Por ser um Estado com muitos descendentes europeus, o índice de penetração de seguros está entre os mais elevados do Brasil. As indústrias catarinenses estimaram perdas superiores a R$ 350 milhões. Foram 12 mil desabrigados e 135 mortes.

O governo do Estado de São Paulo, por exemplo, o maior mercado de seguro do País, tenta viabilizar um seguro que indenize a população de baixa renda com perdas por enchentes no valor de até R$ 20 mil. Apesar de ter sido criado pela lei 14.493, em agosto de 2007, a eficácia deste instrumento ainda causa polêmica. A população de baixa renda está muito exposta a riscos. Somente nos últimos dois anos a indústria de seguros passou a criar produtos para esta camada da população, nicho que ainda representa um pequeno percentual entre os consumidores de seguros.

Segundo estudo de autoria de Nikhil, enquanto nos países desenvolvidos as perdas seguradas chegam a 25% do total dos prejuízos, nos países emergentes este percentual cai para apenas 7%. O Tsunami, na Indonésia, em 2004, por exemplo, trouxe perdas econômicas que representaram 5% do PIB do país. O excesso de chuvas, em Honduras, em 1998, causou perdas equivalentes a 95% do PIB.

Quanto mais pobre o país, maior a perda para o governo, pois a população não tem acesso ao seguro. Em países desenvolvidos, o impacto para o governo é menor em razão da forte penetração do seguro em todas as camadas da população. Outros fatores que tornam a situação ainda mais grave nos países emergentes é a concentração da população em grandes centros urbanos e a qualidade da infra-estrutura básica, desde a construção das casas até as pontes que ligam o mar ao sertão. Isto fica comprovado com o número de mortes. Os mercados emergentes são responsáveis por 94% das mortes ocorridas em catástrofes, ficando apenas 6% com os mercado maduros.

O Japão, por exemplo, além de ter um dos mais elevados índices de consumo per capita de seguro, conta com um fundo do governo para perdas catastróficas. Dos US$ 75 bilhões de perdas com o terremoto Kobe, em 1995, quase metade veio deste fundo. O Estado da Flórida, nos Estados Unidos, região onde ocorre a maioria dos mais violentos furacões da história, também tem um fundo público para ajudar a economia local a se levantar após a passagem de um furacão.

Nikhil acha pouco provável que o governo da Itália ou da região de Abruzzo tenham verba de um fundo para socorrer os habitantes de L’Aquila. O tremor, de 6,3 graus na escala Richter, causou até agora quase 300 mortes e cerca de 40 mil pessoas estão desabrigadas, tornando o termo “cidade fantasma” usual para retratar o estado caótico da região atingida.

Matéria produzida exclusivamente para o site www.fenaseg.org.br

Olho vivo nas turbulências econômicas*

images141Os efeitos da crise já são sentidos no Brasil. Ao mesmo tempo em que há sinais de vitalidade, com fila de espera para a compra de alguns modelos de veículos zero quilômetro, há também uma dura realidade, como os 100 mil veículos já recuperados pelos bancos até fevereiro em razão da inadimplência. Segundo especialistas, a intensidade com que o País será atingido dependerá do esforço de cada indivíduo, de cada empresa, de cada governo.

Todos concordam que 2009 será um ano difícil porque as turbulências econômicas vão gerar mudanças em custos e receitas. “Vai dar trabalho gerenciar todos os riscos a que estamos expostos e serão necessários ainda mais esforços para oferecer melhores produtos e serviços”, diz Patrick Larragoiti, presidente da SulAmérica.

Os indicadores no Brasil começaram a apresentar piora desde o início de 2009. “No setor industrial, a última coisa que a empresa corta é o seguro, pois os ativos têm de estar garantidos. No varejo, o consumidor elimina itens básicos. Se for demitido e não usar o carro, o segurado pode cancelar o seguro. É uma experiência nova e não podemos subestimar as conseqüências”, comenta Luis Maurette, presidente do grupo Liberty Seguros (foto acima).

Veja a seguir os principais riscos que as seguradoras terão de gerenciar para manter o crescimento do setor na cadsa dos dois dígitos em 2009.

Cenário internacional – Acompanhar o cenário internacional é de extrema importância para as seguradoras e grandes clientes segurados no Brasil. “O mercado de resseguros acaba de abrir no Brasil. É preciso estar atento aos movimentos externos para mitigar riscos e poder agir de forma rápida e preventiva”, diz Marcos Couto, presidente da ACE Seguros. As seguradoras estavam habituadas a colocar seus riscos no IRB Brasil Re nos últimos 70 anos, onde o risco de crédito era praticamente inexistente por ser o ressegurador controlado pelo Tesouro Nacional. Agora, precisam de uma avaliação de risco de crédito mais precisa do que aquelas feitas pelas agências de rating.

Indicadores econômicos – As seguradoras estão mais atentas às variações que podem ter no valor dos ativos e passivos em razão da volatilidade dos preços dos seguros e das taxas de mercado, considerando-se aqui juros, ações, moedas, desemprego, inadimplência, recessão, déficit primário, exportações, importações, bem como indicadores que afetam diretamente a indústria de seguros, como custo de reposição de peças automotivas e de medicamentos e serviços médico-hospitalar, por exemplo.

Crédito e poupança – Crédito mais caro e cliente mais consciente da necessidade de poupar. Este é um momento de desafio para que todos aprendam a viver com seus próprios recursos e reflitam mais sobre a necessidade de poupar, na opinião de Fernando Moreira, presidente da HSBC Seguros. “A questão foge da área econômica e aumenta a percepção do cliente em relação aos produtos e serviços prestados pelas companhias”. Segundo ele, para competir é preciso investir na prestação de serviços e trazer o cliente para dentro do grupo. Investimentos é o grande foco para os próximos anos. “O cliente no centro de tudo”, resume.

Consolidação – A indústria de seguros passa por um momento de consolidação, com algumas mudanças importantes como a fusão do Itaú e Unibanco e a remodelação na área de seguridade pelo Banco do Brasil. A reorganização e a força da atuação de grupos importantes como os citados trazem mudanças significativas para a estratégia das companhias. “É preciso acompanhar de perto a concorrência para antecipar tendências e assim reter os clientes com preços e serviços diferenciados”, diz Fábio Luchetti, diretor vice-presidente executivo da Porto Seguro.

Custos – Adequar os custos à nova realidade econômica fará com que o processo de gestão e de controle de risco das seguradoras continue submetido a revisões periódicas. Será preciso ter uma gestão ainda mais eficiente para remunerar o acionista e assim mantê-lo no negócio, como também encantar os consumidores. “Isso requer uma revisão de processos e produtos para ter o melhor retorno aos investidores”, diz Patrick Larragoiti, presidente da SulAmérica. “Praticar o preço justo será uma questão de sobrevivência neste cenário de baixa de juros, volatilidade dos mercados financeiros, aumento da criminalidade e da ocorrência de catástrofes naturais”, diz Luis Maurette, da Liberty.

Veículos – O melhor dos mundos para as seguradoras, segundo Max Thierman, presidente da Allianz, seria continuar com o nível de vendas de seguro automóvel obtido em 2008, quando os prêmios chegaram a R$ 15,3 bilhões, alta de 13%. Para manter o ritmo seria necessário manter o nível de vendas de carro. “O gGoverno tem sido um grande aliado ao estimular a indústria, e esperamos que persista nas medidas de isenção de alguns impostos e do crédito mais acessível”. Segundo estudo divulgado pela PricewaterhouseCoopers em fevereiro, a produção brasileira vai cair 13%, interrompendo uma sequência de alta média de 10% verificada a partir de 2003.

Mudanças climáticas – Max Thierman acredita no aumento da frequência cada vez maior da ocorrência de eventos climáticos incomuns, como os registrados entre outubro do ano passado e janeiro deste ano. “Alagamentos como o de Santa Catarina e granizo como em Minas Gerais certamente causarão impacto negativo para a nossa indústria”, diz. Praticamente todas as seguradoras participam do grupo de discussão criado pela FenSeg para viabilizar iniciativas que mitiguem riscos.

Regulamentação – A crise levantou uma série de questionamentos sobre a eficiência da normatização que visa transparência e solvência das companhias. “Quem poderia imaginar que a maior seguradora do mundo, a AIG, teria de ser socorrida pelo governo dos EUA para não ir à falência? Quem não investiria numa empresa que tinha o segundo mais alto rating mundial dado por agências de classificação? Como conseqüência, o mundo todo discute mudanças nas regras. “É preciso ficar atento para sugerir idéias coerentes, que não amarrem o crescimento das empresas e ao mesmo tempo tragam mais transparência aos investidores”, diz Samuel Monteiro, Diretor Geral Administrativo e Financeiro do Grupo Bradesco de Seguros e Previdência.

*Matéria produzida com exclusividade para a Revista de Seguros, da CNSeg, edição de janeiro/fevereiro/março de 2009.

Portabilidade em saúde requer atenção

42-20907684Começa a valer nesta quarta-feira, dia 15, a portabilidade dos planos de saúde. O consumidor que não estiver satisfeito pode mudar de empresa sem ter de cumprir novamente as carências, que vão de 24 horas para urgência até 300 dias para gravidez. Alguns procedimentos têm carências de até 180 dias, como para cirurgias e procedimentos de alta complexidade e dois anos para doenças pré-existentes.

A medida é válida para planos individuais, já que os planos coletivos são isentos desta exigência e também menos regulados pela Agência Nacional de Saúde (ANS). Segundo a consultoria Capitólio, dos 52 milhões de usuários de planos de saúde, incluindo odontológico, cerca de 20% são individuais. A saúde complementar faturou R$ 55 bilhões em 2008, sendo o prêmio médio mensal pago por pessoa de R$ 116. As despesas assistenciais somaram R$ 44,8 bilhões, ou R$ 1,1 mil por beneficiário ao ano, informa a ANS.

A intenção da ANS é aumentar a concorrência entre as empresas, uma vez que o consumidor poderá migrar para outra operadora caso esteja insatisfeito com os serviços prestados. No entanto, há regras. A portabilidade é permitida para aqueles consumidores que assinaram contratos após janeiro de 1999, quando começou a valer a Lei 9656/98. Para pedir a transferência, o consumidor terá de estar no atual plano de saúde pelo prazo mínimo de dois anos. Entre outras exigências que serão observadas no pedido de portabilidade é mês de aniversário do contrato e as mesmas características do plano, que deverá ser similar ao que a pessoa tem.

Mas é preciso muito cuidado na hora de mudar de plano. Deixar um plano individual para fazer parte de um coletivo, por exemplo, significa sair da proteção da ANS, que regulamenta preços e coberturas nos planos individuais e familiares. O valor mensal chega a ser 30% menor, mas há diferenças em valores de reembolso de consultas e serviços laboratoriais e hospitalares, a ANS permite a livre negociação anual e também reajustes para equilibrar receitas e despesas da operadora do plano.

“É preciso ler com muita atenção o contrato, pois os produtos e cobertura diferem de um plano para outro. Inclusive no atendimento de hospitais e laboratórios, pois as negociações entre as empresas e os prestadores são dinâmicas e envolvem pacotes de serviços. Muitas vezes um exame rotineiro é permitido em um hospital e outro, mais específico, só pode ser feito em um especialista”, explica João Alceu Moroso de Lima, da corretora Qualicorp. Uma regra básica, segundo ele, é: quanto menor o preço, menor a cobertura e serviços oferecidos.

Segundo José Cechin, diretor do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo realizar estudos sobre saúde complementar, o plano individual está caro pois é sujeito a vários índices de incerteza. “Qual o índice que a ANS vai autorizar, qual o rol de procedimentos que as operadoras terão de seguir na próxima tabela, além da incerteza jurídica. Mesmo quando não há cobertura para o atendimento no contrato, os juizes acabam dando parecer favorável ao consumidor”, comenta.

Pirataria torna seguro sequestro mais caro

images16O custo de seguro sequestro está hoje dez vezes mais caro do que em outubro de 2008 para navios em razão do grande número de ataques de piratas, principalmente no golfo Anden, onde as embarcações no oceano Índico precisam atravessar para chegar ao Canal Suez.

Segundo estudo divulgado pela filial do grupo Aon em Londres, a demanda de proprietários de navios por seguro de seqüestro aumentou muito no ano passado. O risco das seguradoras cresceu com mais segurados em carteira. Com o agravamento da crise mundial, a criminalidade evoluiu e tornou os ataques piratas uma rotina, levando a sinistralidade da carteira para níveis insuportáveis. Em 2008, 49 navios foram atacados e 889 tripulantes mantidos como reféns, segundo estatísticas da International Maritime Bureau’s Piracy.

Para equilibrar receitas e custos, as seguradoras aumentaram o preço do seguro e passaram a exigir mais segurança em determinados locais. O custo por viagem está acima de US$ 30 mil em prêmios para uma cobertura de US$ 3 milhões, revela o estudo divulgado pela Aon Risk Service. Em janeiro e fevereiro, a segurança em locais já conhecidos inibiram os ataques. Mas mesmo assim, foram registrados 14. Em março, 25. Em abril, pelo menos seis.

Com os navios de guerras na região, os piratas foram mais ao sul, onde o cargueiro Maersk, com bandeira americana, foi atacado na semana passada por piratas da Somália. O assunto ganhou as manchetes dos noticiários mundiais. O presidente Barack Obama autorizou a Marinha dos Estados Unidos a usar a força para libertar Richard Phillips, capitão do navio cargueiro americano Alabama Maersk, caso estivesse em perigo. Três piratas foram mortos e Phillips passa bem mesmo depois de ter tentado fugir a nado, sido recapturado e mantido por cinco dias em um bote salva-vidas por cinco dias.

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Perdas com terremoto podem atingir 3 bi de euros

SCH096O terremoto na região de Abruzzo, na Itália, sendo a cidade L’Aquila a mais atingida, deverá totalizar perdas econômicas entre 2 bilhões e 3 bilhões de euros. Porém, nem todos os prejudicados contam com uma apólice de seguros para amenizar as perdas materiais. Na Itália, a demanda por proteção contra prejuízos causados por terremotos é muito baixa em seguros massificados. Já nos empresariais a inclusão desta cobertura é mais usual.

As perdas seguradas estão projetadas entre 200 milhões e 400 milhões de euros, segundo estimativas da empresa AIR Worldwide, especializada em levantamento de perdas geradas por catástrofes. Esta previsão inclui danos causados a automóveis, residências, empresas, incluindo o prédio o conteúdo. Indenizações por lucros cessantes, ou seja, o lucro que empresas e comércio deixam de ter, uma vez que segundo o próprio o premier italiano, Silvio Berlusconi, disse se tratar de uma “cidade fantasma”, não foram computados pela AIR.

O número de mortes do último boletim ultrapassava 270, segundo as agências internacionais. Há mais de mil feridos e 17 mil desabrigados. O terremoto atingiu 5,8 graus na escala Richter. A Generali é a maior seguradora do país. O último terremoto ocorrido na região foi em 1997, com perdas econômicas de US$ 4,5 bilhões. Apenas 2% contavam com seguro.

Resseguro mais caro nos EUA, Europa e Japão

42-16394437O temor das resseguradoras com as catástrofes, em um momento que precisam recuperar capital perdido com a crise financeira global, é latente. Prova disso é o aumento de taxas verificado nas renovações ocorridas em abril, o segundo período de maior renovação do ano depois do mês de janeiro.

Segundo estudo da Aon Benfield, as taxas de resseguros de catástrofes para riscos patrimonais no Japão tiveram aumento de 10% e índices menores em outros países. Boa parte do incremento veio em razão da valorização da moeda japonesa, acarretando maiores volumes segurados e, conseqüentemente, um risco maior para as companhias.

De acordo com o estudo “Reinsurance Market Outlook” da Aon Benfield, na Europa os preços aumentaram por volta de 5%, em razão principalmente da preocupação dos resseguradores com as enchentes. Nos EUA os resseguradores aguardam como ficará a participação do Estado no socorro a vítimas de furacões. Há previsão de US$ 18,5 bilhões em um fundo para catastrophes controlado pelo estado da Flórida, o mais afetado por furacões nos últimos anos. A demanda de resseguros nesta região dependerá da regulamentação final deste fundo.

Segundo estudo divulgado pela Guy Carpenter, corretora de resseguros do grupo Marsh McLennan, os programas nacionais de seguros apresentaram alta entre 10% e 14%, acima da média de 11% verificada nas renovações de janeiro. A corretora acredita que as taxas continuarão aumentando em razão da escassez de capital com a crise financeira.

A Willis Re também detectou aumento nas taxas de renovação de contratos de riscos patrimoniais nos Estados Unidos em abril. As taxas de programas de catástrofes foram classificadas em “hardening market”, ou seja, aumentos acima de 10%. Nas taxas regionais de seguros, o estado do Texas foi o que registrou maior aumento. Em responsabilidade civil, as taxas seguem o mesmo ritmo das perdas apresentadas pelos segurados. Aqueles com sinistros elevados, pagam mais. Os que gerenciam melhor seus riscos, pagam menos.

Os estudos podem ser consultados gratuitamente nos sites das respectivas corretoras.

Brasil fica estável no mapa de risco político da Aon

O Brasil manteve a avaliação de médio-baixo risco político na 16º edição do mapa mundial de risco político elaborado por especialistas da Aon Corporation e da Oxford Analytica, divulgado hoje no País. Mesmo com o agravamento da crise internacional, a percepção da consultora de riscos foi de manutenção (estabilidade), mas com perspectiva de melhora. Para os outros países da América Latina, que dependem excessivamente da exportação de commodities, como a Venezuela, as perspectivas não são muito positivas.

“Esses países vem sentindo muito a depreciação no preço das commodities, mas mesmo assim continuam com a tendência de nacionalização em cima de recursos naturais”, informa a Aon em comunicado. Em relação ao mercado de seguros, a região da AL, com exceção do Brasil e, de certa forma, da Argentina, é uma região sem grandes problemas.

A percepção de risco é melhor em comparação a outras regiões, mas a AL é propensa a sentir com mais gravidade a depreciação dos custos das commodities (commodity crunch). Na América do Sul, o destaque ficou para Colômbia, que passou do risco médio-alto para média. A percepção de risco político melhorou em geral nos países com risco médio-baixo.

O contrário ocorreu com países do Leste Europeu, em razão do risco de crédito. Países que estavam com uma situação muito ruim estão se deteriorando ainda mais, como Afeganistão, Irã, Iraque, Zimbábue, que passaram do risco alto para o muito alto.

O mapa é uma ferramenta que auxilia as empresas a identificar e conhecer com mais profundidade os riscos políticos que impactam diretamente nas atividades comerciais em cada país. O mapa quantifica e qualifica os riscos políticos e econômicos de 209 países. O objetivo é qualificar os riscos de transferências e não convertibilidade de moedas, greves, desordem e comoção civil, guerra, terrorismo, dívida soberana, interferência política, interrupção da cadeia de suprimentos, riscos legais e regulatórios.

Por meio do cruzamento das informações econômicas e políticas reunidas pelos acadêmicos da Oxford com o conteúdo do banco de dados mundial da Aon sobre o mercado de seguro político mundial é possível traçar um cenário tanto para os clientes como para a própria corretora na formatação de programas mundiais de seguros.

Ao identificar riscos políticos, além de poder assessorar clientes em formas de mitigá-los, a corretora faz uma sintonia fina na apresentação de coberturas e preços. Dessa forma, torna o trabalho de colocação do programa de seguros no mercado mundial uma tarefa mais fácil nestes tempos de falta de liquidez e insegurança sobre se o pior da crise realmente já passou.

Os três principais riscos políticos desta edição envolvem inconvertibilidade de moeda (inabilidade de converter a moeda local em moeda forte para fazer pagamento abroad, não apenas de compras, mas dividendos, repagamento de dívidas, etc); violência política (danos físicos à ativos de empresas causados por guerra, revolução, sabotagem, terrorismo, etc) ; expropriação (ações ilegais, arbitrárias e discriminatórias por parte do governo local, que venham impedem as empresas de terem acesso aos investimentos, ativos que o país tenha, etc).

*matéria veiculada no site www.fenaseg.org.br