O primeiro semestre traz um peculiar do setor de seguros. Anos com avanço de dois dígitos, a Superintendência de Seguros Privados (Susep) informa que o setor arrecadou R$ 206,06 bilhões no primeiro semestre do ano, variação negativa de 1,67% em termos nominais frente ao mesmo período de 2024, quando o resultado foi de R$ 209,56 bilhões. As indenizações, resgates, benefícios e sorteios totalizaram R$ 131,31 bilhões entre janeiro e junho, representando crescimento nominal de 9,96% na comparação anual.


Segundo dados estatísticos da CNseg, desde 2020 os segmentos do setor avançam ou andam de lado. Seguro de danos e responsabilidades saíram de R$ 78,7 bilhões em 2020 para R$ 89,8 bilhões, e sucessivamente avançaram ao longo dos anos para R$ 113,3 bilhões, 125,1 bilhões e 134,4 bilhões até 2024. Em seguro de vida: R$ 47,7 bilhões, R$ 53,5 bilhões, R$ 60,4 bilhões, R$ 65 bilhões, e R$ 75 bilhões. Em previdência com VGBL: R$ 124,5 bilhões, R$ 138,8 bilhões, R$ 153,9 bilhões, R$ 168 bilhões e R$ 194,3 bilhões. Já em capitalização: R$ 23,2 bilhões, R$ 24,2 bilhões, R$ 28,4 bilhões, R$ 30 bilhões, R$ 32 bilhões.


Os seguros de danos e de pessoas (com exceção do VGBL) alcançaram R$ 106,91 bilhões em arrecadação, alta nominal de 8,09% em relação ao primeiro semestre de 2024. No segmento de danos, o seguro auto manteve a maior participação, com 41,4% do total, somando R$ 28,92 bilhões em prêmios — crescimento de 5,94% em termos nominais e de 0,73% em termos reais.

Segundo executivos entrevistados, dificilmente o setor conseguirá apresentar crescimento considerando-se o VGBL nas contas totais, uma vez que acham difícil uma reversão da medida do governo de taxar o produto com IOF de 5% no aporte superior a R$ 300 mil em 2025 e R$ 600 mil em 2026.

Nos seguros de pessoas, o destaque foi o seguro de vida, com R$ 18,15 bilhões arrecadados, avanço de 10,78% em termos nominais e 5,32% em termos reais em relação ao mesmo período de 2024. Entre os produtos de acumulação, as contribuições somaram R$ 82,26 bilhões até junho, queda nominal de 13,93% frente ao primeiro semestre de 2024. Subtraídos os resgates e benefícios, a contribuição líquida para esses produtos foi de R$ 6,31 bilhões no semestre.

Já o segmento de capitalização registrou desempenho positivo, com R$ 16,89 bilhões arrecadados, alta nominal de 12,01% e real de 6,48% em relação ao mesmo período do ano anterior.
