Munich Re quer ampliar proteção para riscos climáticos no Brasil

“Estamos comprometidos em continuar evoluindo e fornecendo soluções robustas para essa nova realidade”, informou Agnieszka Lyniewska, executiva de gerenciamento de clientes

Em 2024, o setor de seguros enfrentou desafios significativos, mas também registrou avanços importantes. Os eventos climáticos extremos, como inundações e queimadas, reforçaram a necessidade de melhorar a percepção de riscos e ampliar a inclusão no mercado de seguros, especialmente no que diz respeito à proteção contra riscos climáticos. “Esses fenômenos, que têm se tornado mais frequentes, impactaram diversas linhas de seguros, exigindo o uso de metodologias sofisticadas de avaliação de risco e tecnologias avançadas por parte das empresas do setor”, destacou Agnieszka Lyniewska, Client Management Executive da Munich Re no Brasil.

Embora áreas como o seguro agrícola tenham apresentado resultados positivos, destacando o potencial de recuperação do mercado, “os seguros de propriedade e automóveis foram fortemente impactados, demandando adaptações e novas coberturas”, acrescentou.

A Munich Re, nesse contexto, dedicou-se a oferecer soluções sofisticadas alinhadas às necessidades de seus clientes. “A combinação de excelência em subscrição e desenvolvimento de produtos adequados tem sido crucial para lidar com riscos emergentes e cada vez mais complexos”, explicou Agnieszka. “Estamos comprometidos em continuar evoluindo e fornecendo soluções robustas para essa nova realidade”, reforçou.

Um dos maiores desafios do setor no Brasil é reduzir a lacuna de proteção, especialmente em populações de baixa renda ou de difícil acesso. Apesar dos esforços do mercado, o impacto ainda é modesto. “Um exemplo foi o evento de inundações no Rio Grande do Sul, onde apenas 10% a 15% das perdas foram cobertas por seguros”, apontou a executiva.

Para que as iniciativas gerem resultados duradouros, é essencial contar com um ambiente regulatório claro e favorável. “A capacidade de resseguro desempenha um papel crucial nesse processo, proporcionando segurança para o desenvolvimento de novos produtos e serviços”, destacou.

Além disso, ela enfatizou a necessidade de reduzir ineficiências no mercado, que tornam o custo de distribuição proibitivo. “Nesse cenário, a digitalização e a introdução de seguros paramétricos surgem como soluções promissoras, tornando os seguros mais acessíveis e ajustados às necessidades de um público mais amplo e diversificado”, afirmou.

As reformas e os investimentos públicos anunciados pelo governo, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criaram expectativas positivas para o setor, embora seus impactos concretos ainda não sejam totalmente visíveis. “A promessa de melhorias na infraestrutura pode oferecer oportunidades significativas para o mercado de seguros, ampliando a proteção e a gestão de riscos”, disse Agnieszka.

Entretanto, a executiva observou que “a alocação tardia de subsídios para o seguro agrícola comprometeu o pleno desenvolvimento desse segmento em 2024”. Além disso, a crescente discussão pública sobre prevenção e mitigação de riscos, especialmente climáticos, está pressionando o setor a se adaptar, oferecendo soluções mais robustas para lidar com desastres naturais.

Em termos de inovação, a Munich Re investiu fortemente em 2024, destacando áreas como seguro agrícola e riscos climáticos. “Estamos trabalhando para desenvolver ferramentas e metodologias que melhorem a avaliação de risco, permitindo aos nossos clientes gerenciar melhor suas exposições e precificar de forma mais precisa”, destacou. “Nosso compromisso é continuar fornecendo soluções robustas, inovadoras e adaptadas às necessidades do mercado”.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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