O gap de proteção no Brasil é de R$ 420 bilhões em prêmios de seguros, segundo citou o vice-presidente Financeiro, Atuarial e de Tecnologia do IRB(Re), Rodrigo Botti, lembrando dados do estudo da EY, que, por sua vez, usou dados do estudo da Mapfre.
Em sua participação no Fides Talks, Botti defendeu um modelo de crescimento “mais alinhado ao modelo de países desenvolvidos” e ressaltou que, após 15 anos de mercado aberto, o setor ressegurador brasileiro precisa avançar com qualidade. “É necessário diminuir o gap de proteção e aumentar o total de ativos das seguradoras para que o setor possa contribuir com o crescimento econômico”, afirmou.
Baseado em trabalho realizado pela consultoria E&Y, o setor de seguros registrou expansão de 12%, porém o gap de resseguro, no mesmo período, subiu 20%, conforme cita o estudo da Mapfre. “O mercado brasileiro de resseguros registrou apenas um pequeno aumento na retenção de riscos, com uma grande migração de prêmios para fora do país”, disse ele que complementou: “É preciso escolher entre o modelo americano, que aposta no uso do colateral associado ao mercado segurador, e o europeu, que incentiva a presença local”.
Botti sinalizou alguns movimentos que devem ser priorizados no Brasil, a exemplo de países desenvolvidos. Entre eles, incentivo à retenção de riscos, proporcionando aumento da poupança interna, e alteração nas regras de investimento a fim de promover mais flexibilidade para o uso de imóveis como ativos garantidores.
Apesar dos desafios, o vice-presidente do IRB(Re) destacou que há muitas oportunidades no mercado brasileiro, inclusive por meio de parcerias público-privadas: “O Brasil tem, por exemplo, mais de R$ 1 trilhão de bens públicos, estradas e hospitais sem cobertura securitária”.