Projeção para PIB melhora e de inflação piora neste ano, como esperado, mas em 2022, foco das expectativas, situação se inverte

Apesar do aumento das expectativas para o IPCA este ano, para 6,07%, a projeção mais relevante é para 2022, que caiu para 3,77%, na direção do centro da meta para o ano, que é de 3,50%

Mais uma vez os economistas do mercado financeiro elevaram suas expectativas de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB), com avanço de 5,05% para 5,18% para 2021, segundo o Relatório Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira (5). “Este movimento confirma algumas percepções que vimos manifestando neste espaço, como a continuidade do aumento das projeções de crescimento do PIB este ano, com redução da projeção para o ano que vem – resultado do carregamento estatístico de 4,9% garantido pelo crescimento do primeiro trimestre – e o aumento da projeção para a inflação este ano, que também ocorre de maneira simultânea com redução da projeção para o ano que vem”, comenta o economista Pedro Simões, do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg, a Confederação Nacional das Seg uradoras. 

No caso do PIB, esses movimentos consolidam a percepção de uma atividade mais aquecida do que o esperado no começo do ano. O economista acrescenta que as expectativas muitas vezes têm ajustes lentos. “Os dados correntes têm apresentado sinais mistos, daí a permanência da incerteza quanto à extensão do atual quadro de recuperação e a consequente queda – ainda que marginal – da projeção para o crescimento no ano que vem, de 2,11% para 2,10%”, ressalta. 

Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), as projeções aumentaram de 5,97% para 6,07% em 2021 e oscilaram negativamente, de 3,78% para 3,77% para 2022. “No caso da inflação, os movimentos das expectativas podem ter uma interpretação mais positiva, fruto da credibilidade do mercado na ação do Banco Central. Apesar do aumento das expectativas para o IPCA este ano – que ultrapassaram a barreira dos 6%, chegando a 6,07% – a projeção mais relevante é para 2022”, acredita.

O economista também destaca duas divulgações do IBGE feitas na semana passada ilustram o ponto: enquanto a produção industrial medida na PIM-PF/IBGE subiu 1,4% em maio ante abril, (24,0% em relação a maio de 2020, fruto da base deprimida pelos primeiros meses da pandemia), a PNAD Contínua do trimestre móvel encerrado em abril mostra um quadro ainda frágil para o mercado de trabalho reforçando o quadro para o qual já temos chamado atenção desde a divulgação do PIB do primeiro trimestre, de que vivemos uma jobless recovery (recuperação sem emprego), que pode afetar de maneira bastante distinta diferentes setores da economia, incluindo aí as atividades do setor segurador. 

Leia a íntegra do Boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas produzido pela CNseg.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS