Tributação sobre VGBL pode tirar R$ 500 bilhões do setor em 10 anos, alerta Fenaprevi

Os depósitos em planos de previdência VGBL podem registrar uma queda de R$ 50 bilhões na arrecadação anual com as mudanças anunciadas pelo governo federal. Em uma década, o valor pode alcançar R$ 500 bilhões. A estimativa é do presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), Edson Franco, e foi apresentada nesta quarta-feira (12) durante coletiva de imprensa para detalhar os impactos da nova cobrança de IOF sobre contribuições superiores a R$ 50 mil por mês.

Segundo Franco, a medida representa um “auto boicote” à política pública de estímulo à poupança de longo prazo e afeta diretamente a classe média brasileira — público-alvo do VGBL. “Essa desaceleração não foi observada nem no pior momento da pandemia. Estamos diante de um problema autoimposto, com consequências extremamente nocivas”, afirmou.

Nas duas semanas seguintes à edição do decreto, a queda nas contribuições ao VGBL foi de 80%, o que representa cerca de R$ 3 bilhões por semana. Em um mercado que vinha crescendo mesmo em momentos de adversidade econômica, a freada repentina é vista como sintoma de uma falha estrutural na estratégia fiscal do governo.

Desestímulo à poupança e contradição com políticas de longo prazo

A medida em questão impõe a cobrança de IOF de 5% sobre aportes superiores a R$ 50 mil mensais em planos VGBL. Esse imposto incide sobre o valor nominal do aporte, e não apenas sobre os rendimentos, o que segundo a Fenaprevi e a CNseg, distorce a lógica da previdência privada, construída com base na acumulação e no incentivo de longo prazo.

“Estamos penalizando quem se organiza financeiramente, quem planeja seu futuro. É uma contradição com o que se espera de um país que precisa construir um sistema robusto de financiamento de aposentadorias e envelhecimento populacional”, declarou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, confederação das seguradoras.

Franco destaca que a alíquota efetiva de tributação sobre a rentabilidade do VGBL pode chegar a 79% nos primeiros dois anos, tornando o produto extremamente desvantajoso se comparado a outras alternativas de investimento. “É uma forma de hipertributação. A pessoa que faz um aporte extraordinário, uma única vez na vida, por exemplo, ao vender um imóvel ou receber uma herança, é punida com 5% na entrada. Esse desincentivo desloca o investidor para produtos isentos de curto prazo, como LCAs e CRIs.”

Um dos argumentos centrais apresentados pelo governo ao justificar a medida foi o de tributar os “super-ricos”. Para o setor, esse é um diagnóstico equivocado. De acordo com a Fenaprevi, os principais atingidos são justamente os integrantes da classe média que, em algum momento, fazem aportes extraordinários para acelerar sua poupança previdenciária.

“Não são 50 mil brasileiros super-ricos. São 50 mil famílias que, por um motivo pontual, buscam garantir o próprio futuro sem depender do INSS. O super-rico está em fundos exclusivos, isentos e sofisticados. O VGBL é o produto da classe média”, reforçou Franco.

Segundo o executivo, a tributação de um dinheiro que já foi tributado anteriormente, seja via imposto de renda ou ganho de capital, é um “erro sobre outro erro”. “É uma aberração do ponto de vista técnico, moral e jurídico”, disse.

O setor aponta que a medida cria uma injustiça fiscal sem precedentes. A carga total de tributos pode atingir até 93% da rentabilidade de um plano no caso de resgate antecipado, por exemplo, por motivo de doença ou morte. Além disso, a nova regra impõe uma complexidade operacional inviável para seguradoras e clientes.

Como não há sistema unificado que permita verificar os aportes realizados pelo cliente em outras instituições, a Receita Federal delegou às seguradoras a responsabilidade de perguntar se houve contribuições em outros planos — transferindo, na prática, o ônus da veracidade da informação ao próprio contribuinte.

“A solução proposta é perguntar ao cliente se ele ultrapassou o limite de R$ 50 mil e confiar que ele diga a verdade. Se ele esquecer, ou errar, a responsabilidade passa a ser dele. Isso gera um enorme risco jurídico e quebra a confiança no produto”, criticou Edson Franco.

A CNseg também alertou para outra contradição presente no pacote anunciado: a elevação da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) que incide sobre o segmento de capitalização, usado inclusive como instrumento de garantia para obras públicas no novo regime de garantias. “O governo está, de um lado, estimulando o uso de capitalização como garantia em projetos de infraestrutura, e de outro, encarecendo essas mesmas garantias ao aumentar a carga tributária sobre o setor. É um tiro no pé do próprio Estado”, afirmou Dyogo Oliveira.

A Fenaprevi e a CNseg afirmaram que já iniciaram articulação com o Congresso Nacional. Um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que busca anular os efeitos do decreto deverá ser votado em regime de urgência ainda neste mês. Só depois deste desfecho é que se pensará em levar a questão ao Judiciário.

Segundo os executivos, a tramitação agora no Legislativo abre espaço para um debate mais sensível e democrático. “Antes era uma discussão com o Executivo. Agora, entramos no Congresso, onde há maior compreensão da importância da previdência e da necessidade de preservar o equilíbrio entre os produtos financeiros”, disse Franco.

Para Dyogo Oliveira, a lógica da medida vai contra qualquer diretriz moderna de política econômica. “O caminho para o país é controlar gastos, não aumentar impostos sobre quem já paga. É preciso criar um sistema tributário que favoreça investimentos de longo prazo, e não o contrário.”

Abaixo a íntegra da FenaPrevi:

NOTA À IMPRENSA – TRIBUTAÇÃO IOF SOBRE PLANOS VGBL

A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) e a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) avaliam que o Decreto nº 12.499, publicado na edição extra do Diário Oficial da União na noite de quarta-feira, dia 11 de junho, apresentou avanços acerca da incidência de IOF nos planos de seguros de vida com cobertura por sobrevivência (VGBL), estabelecida no Decreto 12.466, no entanto ainda está longe de solucionar o problema.

A nova norma, que supostamente tenta atingir a parcela da população classificada como “super ricos”, ainda vai impactar o principal instrumento de proteção previdenciária da classe média – o VGBL. 

Os limites impostos pelo novo Decreto, diferentemente do anunciado, impactam diretamente a classe média que em virtude de resgates do FGTS, venda de imóveis, recebimento de heranças ou benefícios decorrentes de convenções trabalhistas, bem como os resultantes da migração de recursos acumulados em aplicações financeiras, será penalizada tributariamente se destinar esses recursos para um plano VGBL como planejamento previdenciário.

Importante ressaltar que o VGBL não é um produto voltado para investidores que buscam ganhos de curto prazo. Isso porque já possui uma penalização tributária para recursos que não permanecem no plano por um longo período. A alíquota de imposto de renda de 35% para resgates de aportes mantidos por menos de 2 anos é muito superior à observada no mercado financeiro.

Com a incidência de IOF, nos termos do novo Decreto, o custo tributário efetivamente cobrado sobre rendimentos se elevará para 44%, iniciando em 79% nos 2 primeiros anos. 

No novo modelo, se o resgate precisar ser efetuado no primeiro ano, o trabalhador, ou seus familiares, serão penalizados com uma tributação equivalente a 93% da rentabilidade obtida.

Trata-se de uma enorme injustiça tributária e social para uma parcela da população que enfrenta o desafio do envelhecimento em um cenário de crise na previdência pública. 

A FenaPrevi estima que, se não houver mudança no cenário, haverá uma redução de R$ 50 bilhões no volume arrecadado anualmente, alcançando R$ 500 bilhões na próxima década. Esse volume é, inclusive, majoritariamente utilizado para financiamento da dívida pública.

Por fim, a norma impõe ainda às seguradoras exigências operacionais inexequíveis, repassando o ônus operacional de recolhimento do IOF para o segurado, provocando também uma assimetria operacional para o VGBL em relação aos produtos do mercado financeiro.

Diante do retrocesso dos esforços construídos ao longo dos anos, inclusive pelos poderes legislativo e executivo, para reduzir a lacuna de proteção financeira/previdenciária de nossa população, a CNseg e a FenaPrevi vão prosseguir em conversas com interlocutores do Governo Federal e do Congresso Nacional para correção dos equívocos aqui apresentados.

Prudential do Brasil amplia idade máxima para contratação de seguro de vida

A Prudential do Brasil acaba de ampliar seu portfólio para garantir proteção financeira e apoio nos cuidados com a saúde e o bem-estar para quem tem até 80 anos. O produto, chamado de Novo Vida Inteira – Idades Especiais, foi desenvolvido considerando o aumento da longevidade dos brasileiros e as necessidades específicas das pessoas idosas.

Hoje, a população com 65 anos ou mais representa 10,9% da população e deve chegar a 37,8% dos habitantes em 2070, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para atender a essa parcela da sociedade, a Prudential desenhou uma proteção financeira especialmente para pessoas entre 65 e 75 anos e que inclui coberturas de uso em vida, como doenças graves, cirurgia, quebra de ossos e renda hospitalar, além de outras coberturas adicionais disponíveis.

“Desenvolvemos uma solução inovadora para apoiar as pessoas com mais de 65 anos a conquistarem a longevidade e a qualidade de vida que tanto valorizam. Queremos ajudar os brasileiros que estão vivendo cada vez mais a viverem melhor, com mais saúde, bem-estar e tranquilidade financeira”, afirma o diretor de Produtos da Prudential do Brasil, Dennys Rosini.

Ampliação da idade máxima de contratação

Além do crescimento da população idosa, o Brasil também observa um aumento na expectativa de vida. A previsão do IBGE é que a esperança de vida ao nascer passe dos atuais 76,8 anos para 83,9 anos em 2070. Pensando nesse movimento etário brasileiro e na necessidade de atender o público 70+, a Prudential ampliou a idade máxima de contratação do Vida Inteira Único de 70 para 80 anos. O produto é um seguro de vida vitalício, com cobertura para toda a vida. 

“Estamos ouvindo a demanda dos nossos parceiros e corretores franqueados em busca de produtos e proteção financeira para os clientes de todas as faixas etárias”, diz Rosini.

O produto Vida Inteira Único prevê um pagamento em parcela única e capital segurado entre R$ 50 mil e R$ 100 milhões. Já o Novo Vida Inteira – Idades Especiais deve ser quitado em um período de 10 anos, em parcelas mensais ou anuais, e permite a contratação de um capital segurado máximo de R$ 100 milhões para clientes entre 65 e 70 anos e de R$ 10 milhões para clientes entre 71 e 75 anos. 

Tokio Marine lança produto M&A na carteira de Seguros PJ

Em movimento alinhado ao apetite da companhia por grandes riscos, a Tokio Marine Seguradora, em parceria com a HCC, empresa do grupo Tokio Marine, lançou este mês o produto M&A (Mergers and Aquisitions), que traz soluções personalizadas para negócios de fusões e aquisições no Brasil. Esse seguro cobre riscos associados a declarações e garantias contratuais feitas durante o processo de compra e venda de empresas. 
 

A diretora de Riscos Financeiros da Tokio Marine, Carol Ayub explica que esse lançamento é muito estratégico para o atual momento da carteira PJ na Companhia. “Reforçando nosso pioneirismo neste mercado, nós passamos a ser a única Seguradora multiprodutos a ofertar o M&A e estamos totalmente preparados para atender à essa crescente demanda”, disse a executiva. 
 

O produto, que ampara tanto compradores (buy side) quanto vendedores (sell side), aumenta a atratividade das transações, reduzindo riscos relacionados ao não pagamento em casos de dificuldades financeiras e de passivos não identificados, além de diminuir a necessidade de garantias e oferecer tempo adicional para as atividades de due diligence, entre outros benefícios.

Para o Diretor Executivo de Produtos PJ, Felipe Smith, essa novidade consolida ainda mais a especialização da Companhia em produtos pensados para grandes negócios. “A decisão de entrarmos no segmento de M&A é resultado de um amplo estudo e da identificação de oportunidades alinhadas a atuação da Tokio Marine na carteira PJ, possibilitando que estejamos sempre um passo a frente com soluções que realmente têm impacto positivo no mercado segurador”, explica. 

Clube Santuu será a MGA da Akad Seguros para atuar em seguros de bike do país

O Clube Santuu iniciou como MGA da Akad Seguros para o segmento de seguros de bicicleta. Essa parceria reúne produtos, processos, carteiras, inteligências, pessoas, canais e, claro, ciclistas.

Segundo Rodrigo Del Claro, fundador e CEO da Santuu, os corretores vão contar com ainda mais tecnologia e com um portfólio exclusivo de produtos. Agora, temos um leque de opções que nenhuma outra seguradora de bike oferece no Brasil.

A Akad Seguros passa a contar com mais de 1,5 mil bike shops como pontos de apoio, geradores de leads e parceiros. Herda, de imediato, 7 anos de know-how técnico e relacionamento no mercado de bikes, ganhando agilidade, capilaridade e robustez.

O Clube Santuu passa de 50 para mais de 10 mil corretores cadastrados e se une à empresa pioneira em seguros de bicicleta. Assim, fortalecemos nossa operação junto a quem tem solidez de mercado e um time verdadeiramente especializado em seguros, sejam eles de bike ou não.

E os ciclistas? Vão concentrar todos esses benefícios na palma da mão. No nosso Clube Santuu, terão acesso ao melhor seguro de bike do mercado, além de produtos e serviços essenciais para todas as etapas do uso da bicicleta.

“Este é um marco histórico tanto para a Santuu Bike Ecosystem quanto para o mercado de bicicletas brasileiro. Nosso objetivo não é apenas liderar. Queremos inovar, ser pioneiros, disruptivos. Queremos entregar o melhor para todos os milhões de ciclistas do Brasil, hoje, já somos mais de 100 mil clientes fiéis”, afirma Del Claro.

AIG lidera programa de resseguro da Air India com acidente fatal nesta quinta, 12

A AIG está à frente do programa de resseguro de aviação da Air India, que será acionado após a queda fatal de um avião de passageiros da companhia, pouco depois de decolar do aeroporto de Ahmedabad, no oeste da Índia. O voo 171 seguia para o aeroporto de Gatwick, em Londres, no Reino Unido. Havia 230 passageiros (169 indianos, 53 britânicos, 7 portugueses e 1 canadense) e 12 tripulantes a bordo.

Segundo informações obtidas pela Insurance Insider, o programa da Air India, estruturado pela Willis, é composto por uma apólice primária com participação de seguradoras locais, seguida de resseguro no mercado londrino. Há também uma cessão obrigatória de 5% à GIC Re (General Insurance Corporation of India), conforme exigido pela legislação indiana.

Historicamente, cerca de 85% das perdas envolvendo a Air India são suportadas por seu programa de resseguro internacional. Fontes do setor explicam que, devido à complexidade regulatória e fiscal da Índia, muitos grandes players globais de aviação optam por não participar diretamente dessas coberturas, o que faz com que o painel de seguradoras da Air India seja mais enxuto e com maior concentração de risco por linha subscrita — diferente de outras companhias aéreas de porte similar. Isso significa que qualquer sinistro relevante tende a gerar impacto expressivo para os participantes da apólice.

A aeronave envolvida — um Boeing 787-8 Dreamliner — foi avaliada em aproximadamente US$ 80 milhões. O voo AI171, que fazia a rota entre Ahmedabad (Índia) e o aeroporto de Gatwick (Londres), caiu pouco após a decolagem. A Air India confirmou que havia 169 cidadãos indianos, 53 britânicos, um canadense e sete portugueses a bordo.

As causas do acidente ainda estão sendo apuradas. No entanto, considerando o perfil internacional dos passageiros e a área densamente povoada onde ocorreu a queda, fontes indicam que a exposição a perdas por responsabilidade civil pode ultrapassar centenas de milhões de dólares.

Nos últimos anos, a Air India enfrentou sinistros de grande porte, incluindo acidentes fatais em 2017 e 2020. O desastre de hoje ocorre em meio a uma sequência de acidentes aéreos graves registrados nos últimos seis meses, o que tem pressionado o mercado de seguros aeronáuticos a revisar premissas de longo prazo sobre precificação e gestão de riscos.

Nem a AIG nem a Willis comentaram oficialmente sobre o caso até o momento.

Governo publica nova regra para IOF em VGBL; Fenaprevi falará em coletiva as 14h30

O governo federal publicou ontem (11/6) um novo decreto alterando as regras de incidência do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre aportes em planos de previdência privada do tipo VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), uma medida que afeta diretamente seguradoras e entidades abertas de previdência.

O setor arrecadou R$ 58,8 bilhões no primeiro quadrimestre deste ano, segundo dados da Fenaprevi, um recuo de 8,2% quando comparado ao volume observado nos quatro primeiros meses de 2024. O VGBL representou 63% dos planos comercializados no período. O mapeamento aponta que cerca de 7% da população adulta no país (11,2 milhões de pessoas) possui pelo menos um plano de previdência. Ao todo, são quase 14 milhões de contratos, sendo 80% na modalidade individual e 20% em contratação coletiva.

Até então, todos os aportes em VGBL eram isentos de IOF. Com a publicação do Decreto nº 12.466/2025, passa a incidir alíquota de 5% de IOF sobre aportes mensais acima de R$ 50 mil por CPF, realizados em planos com cobertura por sobrevivência — caso do VGBL. A nova regra já está em vigor.

O decreto estabelece ainda que o recolhimento do imposto será feito diretamente pelas seguradoras ou entidades de previdência. Essas instituições também poderão repassar o valor ao participante, caso não consigam fazer a cobrança diretamente no momento da aplicação.

A medida gerou forte reação do setor, com críticas de que a mudança foi feita de forma repentina e sem debate prévio. Segundo a Fenaprevi, a faixa acima de R$ 50 mil responde por cerca de 80% das contribuições em planos VGBL, o que provocou uma queda imediata de até 80% nas captações desde o anúncio original da cobrança, no final de maio. Havia expectativa de que o governo recuasse ou revisasse o limite, o que se confirmou parcialmente com o novo decreto.

O novo texto traz um ajuste importante: a alíquota de IOF de 5% continua valendo, mas passará a incidir somente sobre o valor que exceder os R$ 50 mil. Ou seja, se o participante aplicar R$ 70 mil em um mês, o imposto incidirá apenas sobre os R$ 20 mil excedentes, e não sobre todo o aporte. A Fenaprevi ainda pressiona por um aumento do limite mínimo para algo entre R$ 300 mil e R$ 600 mil, o que estaria em negociação com o Ministério da Fazenda.

Segundo fontes do governo, novas atualizações podem ocorrer até 30 de junho. Já a Fenaprevi reforça que a medida é desalinhada com a natureza do VGBL, que funciona como um instrumento de planejamento financeiro e sucessório de longo prazo, e que, com o novo imposto, pode perder competitividade frente a outras aplicações financeiras.

O objetivo da coletiva é apresentar o posicionamento do setor segurador brasileiro em relação ao novo pacote, e destacar os impactos da medida sobre os consumidores, investidores e a população brasileira, desestimulando a população na poupança e planejamento de longo prazo. Participarão da coletiva o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, a o presidente da Fenaprevi, Edson Franco.

Empresas de leasing vencem processo bilionário contra seguradoras por aviões retidos na Rússia

Fonte: The Guardian

Empresas de leasing de aeronaves venceram um processo multibilionário contra seguradoras, relacionado a aviões retidos na Rússia após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

O tribunal superior de Londres decidiu a favor de seis empresas de leasing — entre elas a AerCap, da Irlanda, e a Dubai Aerospace Enterprise (DAE) — que moveram um processo de US$ 4,7 bilhões (£ 3,4 bilhões) em uma das maiores disputas de seguros já julgadas no Reino Unido. Em uma sentença de 230 páginas divulgada nesta quarta-feira, o juiz John Butcher decidiu que os aviões foram “perdidos” em março de 2022, o que permite às empresas de leasing recuperar os prejuízos com suas seguradoras de “riscos de guerra” — AIG, Lloyd’s, Chubb e Swiss Re —, já que a causa da perda foi “um ato ou ordem do governo russo”.

A decisão representa um duro golpe para as seguradoras, que enfrentam também um processo separado de £ 2,5 bilhões em Dublin. Os dois casos foram chamados de “mega julgamentos” e envolveram centenas de advogados e profissionais jurídicos.

Segundo o juiz Butcher, a questão central era se a causa da perda dos aviões foi uma decisão comercial das companhias aéreas russas — hipótese em que a responsabilidade caberia às seguradoras “all risks” — ou se foi resultado de um ato ou ordem do governo russo — caso em que as seguradoras de riscos de guerra também seriam responsáveis.

As sanções impostas pelo Ocidente forçaram as empresas de leasing a encerrar seus contratos com companhias russas até 28 de março de 2022, o que inicialmente levou o setor a prever prejuízos de até US$ 10 bilhões. Mas Butcher concluiu que “as aeronaves foram perdidas” porque a Rússia já havia apreendido os aviões antes do prazo das sanções — a perda teria ocorrido em 10 de março de 2022, quando uma lei russa proibiu a exportação de aeronaves e peças de aviação do país.

Inicialmente, houve pressão para que Moscou devolvesse os aviões “roubados”, mas o governo russo recusou. Muitos aviões foram re-registrados unilateralmente na Rússia e revendidos a companhias aéreas locais, sem o consentimento dos proprietários originais.

O juiz também afirmou que as seguradoras não estavam impedidas pelas sanções da União Europeia ou dos EUA de indenizar os autores da ação pelas perdas.

O julgamento em Londres, concluído em fevereiro, tratou de 147 aeronaves e 16 motores avulsos que as empresas não conseguiram recuperar após o início da guerra.

A AerCap, maior empresa de leasing de aeronaves do mundo, moveu ação relativa a 116 aeronaves e 15 motores, enquanto a DAE buscava recuperar perdas relativas a 22 aeronaves — segundo os documentos judiciais, três foram recuperadas, mas o restante foi “perdido” na Rússia em 10 de março de 2022. As demais companhias envolvidas no processo foram a Falcon e a Genesis (ambas de Dubai), a Merx Aviation e a KDAC Aviation Finance — todas com escritórios em Dublin.

Butcher descreveu o caso como “um litígio excepcionalmente exigente” e disse esperar que as partes consigam chegar a um acordo com base em suas conclusões.

O escritório de advocacia Herbert Smith Freehills Kramer, que representa a AerCap, afirmou que a sentença garantiu US$ 1,035 bilhão para a empresa, “além de recuperações substanciais já obtidas em acordos anteriores”.

O tribunal superior da Irlanda foi informado no mês passado de que todos os casos em Dublin estavam sendo resolvidos ou já haviam sido objeto de acordo.

Mercado global de seguros pode crescer a uma taxa anual de +5,3% nos próximos dez anos

De acordo com o relatório Allianz Global Insurance Report 2025, publicado pelo time da Allianz Research, divisão de pesquisa macroeconômica da Allianz Trade, líder mundial em seguro de crédito, estima-se que a indústria global de seguros tenha crescido +8,6% em 2024.

Em termos absolutos, o volume global de prêmios crescerá 5,3 trilhões de euros nos próximos dez anos. A maior parte desse crescimento virá do seguro de vida (2,05 trilhões de euros). Mais da metade desse volume adicional de prêmios será gerado na Ásia e na China (1,07 trilhão de euros), mais do que na América do Norte (416 bilhões de euros) e na Europa Ocidental (351 bilhões de euros) juntos. No seguro P&C, cerca de 40% dos prêmios adicionais de 1.522 bilhões de euros virão da América do Norte. No seguro de saúde, esperamos prêmios adicionais de 1.743 bilhões de euros, a maioria proveniente do mercado dos EUA.

O crescimento do seguro de P&C (Property & Casualty) foi de +7,7% no ano passado, um pouco abaixo do registrado no ano anterior (+8,3%). Vale destacar que o crescimento foi impulsionado principalmente pelo maior mercado, a América do Norte, onde a receita de prêmios aumentou +8,2%. Mais da metade dos prêmios globais são emitidos nesta região. Enquanto a receita de prêmios na Europa Ocidental aumentou +6,0%, o mercado asiático foi menos dinâmico, crescendo apenas +4,0%. Por isso, ainda é menor que o mercado da Europa Ocidental.

Excluindo-se a China, todos os outros mercados de seguros (resto do mundo) registraram crescimento de +17,1% no segmento de P&C, impulsionado por fortes aumentos (em grande parte inflacionários) de cerca de +24% na Europa Oriental e na América Latina. No entanto, devemos considerar que grande parte do alto crescimento nesses mercados pode ser explicada pelo crescimento nominal acelerado em mercados de alta inflação, como a Turquia e a Argentina.

O seguro de vida cresceu +10,4% em 2024, superando os outros dois segmentos e crescendo também mais rápido que em 2023 (+8,2%). O principal motor foi novamente a América do Norte, que cresceu impressionantes 14,4%. Com as taxas de juros atingindo novos patamares, houve uma corrida por anuidades. As taxas mais altas também levaram a um aumento na receita de prêmios na Europa Ocidental (+7,1%).

O seguro saúde cresceu +7,0%. A demanda permaneceu muito forte, especialmente na Ásia (+12,6%). Isso reflete a ainda baixa penetração de seguros (prêmios em % do produto econômico) na região, que está abaixo de 1% em todos os mercados, exceto Taiwan.

Mas e no Brasil? Os dados apresentados nas tabelas abaixo (apêndices A e B do relatório) indicam um cenário de destaque especialmente para os seguros P&C. Em 2024, essa modalidade lidera em prêmios totais, com €22,4 bilhões, alta densidade per capita de €103 e maior penetração no PIB (1,3%).

Mesmo assim, embora menores em valor absoluto, seguro de vida e seguro saúde apresentam taxas de crescimento anuais compostas mais expressivas, especialmente no período de 2014 a 2024, com +11,5% e +12,0%, respectivamente. De 2025 a 2035, a expectativa é de crescimento anual composto de +11,1% e +9,8%, e de prêmios totais estimados em 2035 de €31,0 bilhões e €34,7 bilhões, respectivamente, indicando o potencial de expansão desses mercados. Por sua vez, o segmento P&C deve continuar crescendo de forma robusta, embora em ritmo ligeiramente menor, com prêmios totais esperados de €49,0 bilhões em 2035.

No geral, espera-se que o mercado global de seguros cresça a uma taxa anual de +5,3% nos próximos dez anos, um pouco acima do crescimento da produção econômica. Para a Alemanha, o crescimento total previsto é de +4,5% (PIB nominal: 3,0%). Para P&C, é esperado um crescimento anual de +4,5% até 2035. O segmento apresentará taxas de crescimento sólidas em quase todos os mercados, já que a necessidade crescente de proteção é um fenômeno global. A Allianz Research também mantém uma visão otimista sobre o seguro de vida, que pode esperar um crescimento anual de +5,0%, impulsionado por taxas de juros mais altas. Ásia e China continuam sendo os motores do crescimento, impulsionados pela necessidade de previdência privada diante das mudanças demográficas aceleradas. O menor segmento, o seguro saúde, deve continuar sendo o mais dinâmico, com um crescimento anual de +6,7%. A Ásia, em particular, ainda tem muito espaço para crescer.

Calor extremo já mata mais que enchentes, terremotos e furacões somados, aponta Swiss Re

O calor extremo, muitas vezes subestimado entre os desastres naturais, já é hoje o maior responsável por mortes relacionadas ao clima no mundo. Segundo o novo relatório SONAR 2025, publicado pela Swiss Re, o número anual de vítimas fatais atribuídas a ondas de calor pode chegar a 500 mil — superando o total combinado de mortes causadas por enchentes, terremotos e furacões.

“Calor extremo era considerado um ‘risco invisível’, pois seus impactos não são tão visíveis quanto os de outros desastres naturais. Mas os números mostram que estamos diante de um dos maiores perigos globais”, alerta Jérôme Haegeli, economista-chefe do Grupo Swiss Re. “É essencial que entendamos o custo humano, econômico e social desse fenômeno.”

O relatório destaca que ondas de calor têm se tornado mais intensas, frequentes e duradouras. Dados recentes indicam que, desde a década de 1960, esses eventos se tornaram três vezes mais comuns nos Estados Unidos, um grau mais quentes e com duração média um dia maior. Julho de 2024, por exemplo, registrou os três dias mais quentes da história da Terra.

Essas condições extremas impactam diretamente a saúde humana, provocando estresse térmico, exaustão, insolação e até falência de órgãos, além de agravar doenças cardiovasculares e respiratórias. Idosos e gestantes estão entre os grupos mais vulneráveis.

Mas os efeitos do calor não se limitam à saúde. O estudo da Swiss Re revela que diversos setores estão sob risco:

  • Energia e telecomunicações: datacenters e redes terrestres de comunicação enfrentam falhas devido a sistemas de resfriamento sobrecarregados ou danificados.
  • Agricultura: colheitas são comprometidas, aumentando a insegurança alimentar.
  • Indústria e trabalho: cresce o número de pedidos de indenização por exposição de trabalhadores a calor extremo.
  • Incêndios florestais: a combinação de altas temperaturas e ventos fortes eleva o risco de queimadas. Entre 2015 e 2024, as perdas seguradas com incêndios florestais somaram US$ 78,5 bilhões, segundo o Swiss Re Institute.

Além disso, novos riscos emergentes, como fungos tóxicos que prosperam em ambientes quentes e úmidos, começam a preocupar a comunidade médica e científica.

Outro alerta do relatório é o crescimento dos riscos de responsabilidade civil associados ao clima. Empresas e governos têm sido alvo de processos por não adotarem medidas adequadas para proteger populações e ambientes frente ao aumento das temperaturas.

Em um caso emblemático de 2021, uma ação judicial nos EUA buscou US$ 52 bilhões de compensação de empresas de combustíveis fósseis, responsabilizando-as por eventos climáticos extremos.

Essas ações legais, cada vez mais frequentes, impactam diretamente o setor segurador ao aumentar as demandas de cobertura e as reservas para sinistros de responsabilidade civil. Além do calor extremo, o relatório SONAR 2025 mapeia riscos estruturais que vêm se intensificando no ambiente global:

  • Aumento de incidentes com inteligência artificial (IA): os registros de falhas, usos indevidos ou consequências não previstas da IA cresceram mais de 60% entre 2023 e 2024. Um terço desses casos está ligado a falhas nos próprios sistemas.
  • Desconfiança institucional: a erosão da confiança em governos, empresas e instituições representa um risco transversal que pode afetar desde a governança de riscos climáticos até a adesão a políticas públicas.
  • Tendências demográficas e de mortalidade: mudanças nos perfis populacionais e de longevidade também trazem novos desafios para os modelos atuariais do setor.

“O ambiente de riscos está mais interconectado do que nunca. O mercado segurador precisa olhar além dos riscos isolados e entender como as grandes tendências globais estão redesenhando o futuro”, afirma Patrick Raaflaub, Chief Risk Officer do Grupo Swiss Re.

A publicação do SONAR 2025 reforça o papel central que o setor segurador e ressegurador pode desempenhar na adaptação às mudanças climáticas, oferecendo não apenas proteção financeira, mas também inteligência de dados e sinalização de riscos.

Para isso, será necessário aprimorar modelos climáticos, repensar produtos e incluir variáveis emergentes nas apólices. As seguradoras também precisarão participar ativamente de fóruns públicos e privados para garantir que políticas climáticas levem em conta o papel fundamental do seguro na mitigação de riscos.

A Swiss Re alerta que ignorar o avanço dos riscos relacionados ao calor extremo pode custar muito caro — em vidas humanas, perdas econômicas e na estabilidade de sistemas essenciais como saúde, energia, alimentação e finanças.

Machado Meyer assessora Zurich Seguros em parceria com a Havan para distribuição de seguros

O escritório Machado Meyer Advogados assessorou a Zurich Minas Brasil Seguros S.A. na renovação de sua parceria comercial com a Havan S.A. para a distribuição de seguros. A conclusão da negociação permitirá a extensão do prazo de uma das parcerias mais bem-sucedidas dos últimos anos no mercado de seguros massificados e, além disso, ampliará a oferta de seguros aos milhões de clientes da Havan.

De acordo com Thomaz Kastrup, sócio que liderou os trabalhos, “a operação demonstra mais um investimento do Grupo Zurich, certamente motivado pela confiança na plataforma de vendas da Havan e na boa relação comercial entre os dois grupos econômicos”. A operação marca, ainda, a contínua consolidação do Grupo Zurich no Brasil, com sua forte tradição de investir no varejo brasileiro como impulsionador da democratização do seguro no país.

A estruturação e negociação dos contratos e da parceria comercial contou com a atuação dos sócios Thomaz Kastrup e Gabriela Abdalla Fajnzylber, com a participação do advogado André Fortunato.

O acordo reforça a importância do varejo para o contínuo desenvolvimento do mercado segurador, aproximando produtos de seguros à base de consumidores e democratizando o acesso a soluções de proteção e planejamento financeiro.