Porto celebra 80 anos reforçando cultura de cuidado e avança na agenda de descarbonização

As emissões totais da Porto Seguro somaram 2 milhões de toneladas de carbono em 2024

A Porto comemora 80 anos em 2025 com uma edição especial sobre sua história, produzida em parceria com Paulo Lima, da revista Trip. A publicação reunirá entrevistas e relatos que mostram como a companhia foi moldada por uma “alma feminina”, associada ao cuidado, à atenção aos detalhes e à proximidade com pessoas — valores que marcaram a trajetória da família fundadora e se perpetuam na gestão atual.

Em entrevista ao programa Mesa Redonda do Seguro, do CQCS, mediado por Gustavo Doria e com participação de seis jornalistas do setor — Sonho Seguro, Revista Apólice, Editora Roncarati, Gaúcho Seguros, Fenacor e CQCS, o CEO da Porto, Paulo Kakinoff, destacou que esse espírito de atenção e proximidade, simbolizado pela figura de Dona Rosa Garfinkel, segue como marca da empresa. “A Porto tem realmente uma alma feminina, no sentido do cuidado. Isso está impregnado na organização e é um diferencial que queremos preservar”, afirmou.

O aniversário também marca o início de uma agenda estratégica: a Porto divulgou, pela primeira vez, seu inventário completo de emissões de gases de efeito estufa e estabeleceu metas para reduzir a pegada de carbono até 2030. O desafio está principalmente no escopo 3, que responde por quase 99,8% das emissões, em especial pela relevância da frota segurada no segmento de automóveis.

Segundo Kakinoff, a Porto tem atuado em fóruns que reúnem montadoras, concessionárias e fornecedores da cadeia automotiva para incentivar a adoção de novas tecnologias. Ele vê nos veículos híbridos um passo pragmático de transição. “Os híbridos oferecem uma experiência de uso muito positiva e já chegam ao mercado com autonomias de 600 a 1.200 quilômetros, trazendo ganhos concretos em eficiência e redução de emissões”, disse.

A estratégia da companhia inclui tornar o seguro e o financiamento de veículos elétricos e híbridos mais acessíveis, facilitando a entrada do consumidor nessas novas tecnologias e colaborando para acelerar a transformação da indústria. As emissões totais da Porto Seguro somaram 2 milhões de toneladas de carbono em 2024.

O tema descarbonização foi mais explorado em uma entrevista ao portal Reset. Não foram estabelecidos objetivos específicos para o escopo 3, onde estão as principais emissões, mas elas são contempladas indiretamente em outras duas metas. Uma é de produtos: comercializar R$ 13 bilhões em produtos com atributos sustentáveis e de impacto positivo até 2030. A outra, de relacionamento com fornecedores: 100% da cadeia deve ser monitorada com base em critérios de sustentabilidade – conformidade com legislação ambiental, social e trabalhista.

No Mesa Redonda, Kakinoff destacou que nos últimos cinco anos a Porto dobrou de tamanho, com crescimento médio de 20% ao ano. A Porto Seguro, vertical que responde pelo maior percentual de receitas e lucro, encerrou o primeiro semestre de 2025 com receitas e prêmios de R$ 5,4 bilhões, com destaque para o crescimento no seguro de Vida (+17%) e Patrimonial (+6%). No seguro Auto, os prêmios e a frota segurada cresceram 3%, com a adição de 165 mil veículos.

A redução de 2,1 pontos percentuais no índice de sinistralidade — com melhora em todos os principais segmentos — reforça a maturidade da operação e a excelência técnica da companhia. Além do desempenho, a Porto Seguro segue ampliando o acesso à proteção com soluções para diferentes perfis de clientes, reforçando seu compromisso com a inclusão securitária, por meio de produtos mais acessíveis e da atuação da Azul Seguros, empresa do grupo voltada a públicos potenciais e que ainda não tem acesso ao seguro de seus bens.

A meta, segundo o executivo, é sustentar esse ritmo sem abrir mão dos quatro ativos que sustentam o modelo de negócio: a marca, a relação com corretores, a rede de prestadores de serviços e o time de colaboradores. Hoje, a seguradora conta com 46 mil corretores ativos — mais de 50% deles já operando com seis ou mais produtos da companhia. Em 2021, menos de mil corretores vendiam mais de duas linhas; hoje, esse número saltou para 7 mil.

“Isso se deve à nossa presença em campo e à escuta ativa das demandas do canal”, disse o executivo. Como parte dessa estratégia, a companhia tem utilizado produtos de entrada como alavancas para o cross-selling, facilitando a aproximação com novos clientes e ampliando a oferta de soluções integradas. Essa abordagem fortalece a mensagem de que “Todo Cuidado é Porto” ao entregar proteção completa e compatível com as necessidades específicas de cada pessoa.

No âmbito interno, a Porto reforçou sua academia corporativa para requalificar colaboradores diante da transformação tecnológica. A inteligência artificial, avalia Kakinoff, será a ferramenta mais potente para aprimorar a jornada do cliente, mas sem substituir a empatia e a qualidade do relacionamento humano. O App Porto, com mais de 4 milhões de usuários ativos, é um exemplo de como a tecnologia facilita essa jornada, oferecendo conveniência e conectividade em um só lugar. Os corretores, por sua vez, continuam sendo protagonistas nesse processo, promovendo uma experiência consultiva e multicanal.

O executivo também comentou o novo marco legal dos seguros, que entra em fase de regulamentação, e destacou a importância de um ambiente regulatório claro para a competição justa. Além disso, ressaltou a necessidade de ampliar a proteção contra riscos climáticos por meio de soluções coletivas, como seguros residenciais com cobertura embutida para enchentes. “Temos de provocar uma discussão sobre massificação da proteção, no melhor princípio do mutualismo”, defendeu.

Para 2026, a companhia vislumbra ampliar ainda mais sua base segurada, com foco na expansão regional, intensificação das soluções digitais e novos produtos que respondam às transformações do mercado e às demandas por proteção acessível e personalizada.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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