Incêndio em silo no RS reacende alerta sobre riscos da armazenagem da supersafra de soja

Alper Seguros aponta que déficit estrutural aumenta a exposição a perdas e destaca o seguro como ferramenta essencial para a proteção patrimonial dos produtores 

por Alper Seguros

Há 1 mês, um recente incêndio que atingiu um silo de grãos às margens da BR-116, em Arroio Grande (RS), acendeu um alerta sobre a fragilidade da infraestrutura de armazenagem no agronegócio brasileiro. O caso, ocorrido em julho, reforça o que já vinha sendo previsto por especialistas: a supersafra de soja de 2025 pode expor produtores a riscos operacionais e financeiros ainda maiores, caso não sejam adotadas medidas de prevenção e proteção adequadas.
 

Com a estimativa de ultrapassar 170 milhões de toneladas nesta safra, o Brasil enfrenta um déficit de cerca de 50% na capacidade de armazenagem de grãos. Em comparação, a safra anterior (2023/2024) foi de aproximadamente 155,4 milhões de toneladas, segundo a Conab. O crescimento da produção sem o correspondente avanço na infraestrutura aumenta a pressão sobre silos, armazéns e estruturas improvisadas, elevando significativamente o risco de perdas.
 

A situação é especialmente crítica na região Sul, onde parte das estruturas de armazenagem é mais antiga e o volume de produção segue em alta. Eventos climáticos extremos e a presença constante de grãos estocados por longos períodos tornam a região particularmente vulnerável a acidentes como o de Arroio Grande.
 

“O espaço físico disponível não acompanha o crescimento da produção. Essa limitação pode impactar toda a cadeia, desde a estocagem até a comercialização, e gera uma exposição muito maior aos riscos”, afirma André Lins, vice-presidente de Agro da Alper Seguros. “Estamos falando de ativos altamente inflamáveis. A poeira da soja, por exemplo, pode provocar explosões em contato com o oxigênio, exigindo cuidados técnicos rigorosos no armazenamento”, complementa.
 

Além da preocupação com segurança, há o impacto financeiro direto sobre os produtores. A Alper aponta que o seguro rural e patrimonial tem se tornado uma ferramenta essencial para a proteção dos negócios, especialmente em cenários de alta volatilidade climática, econômica e política.
 

“O seguro é uma camada estratégica de proteção. Muitos acreditam que estocar a soja basta, mas esquecem que, até a venda e o escoamento, há um intervalo de exposição. Um sinistro pode comprometer toda a rentabilidade da safra”, reforça André Lins.
 

Segundo ele, será necessário ampliar os limites de cobertura e revisar as condições atuais das apólices para que estejam adequadas ao novo volume de produção. Entre as coberturas mais indicadas para produtores estão proteção contra incêndios, explosões, perdas por deterioração, danos estruturais e sinistros em silos e armazéns.
 

A Alper, além da corretagem, atua como consultoria estratégica no desenho de proteções sob medida, levando em conta o perfil de risco de cada cliente. A competitividade do agro depende não só da produtividade, mas da capacidade de proteger o que foi produzido. E isso passa por infraestrutura, gestão de riscos e seguros bem estruturados.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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