Seguros em tempos de clima extremo: por que esse tema é urgente?

Por Amauri Vasconcelos, presidente da Brasilseg, uma empresa BB Seguros

Eventos climáticos extremos, como enchentes, secas prolongadas, granizos e ciclones, tornaram-se mais frequentes e intensos no Brasil e no mundo. Esse novo cenário climático não representa uma previsão futura — ele já se faz presente em nosso cotidiano, impactando comunidades, cidades inteiras, lavouras, empresas, patrimônios e vidas.

Até meados de 2007, os registros de vendavais (ventos superiores a 80 km/h) eram considerados incomuns no Brasil. Segundo o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), havia registro de até dez ocorrências por ano. A partir de 2012, contudo, eles passaram a ocorrer com maior frequência. De janeiro a outubro de 2024, últimos dados divulgados, o INMET já contabilizou 33 vendavais — muitos deles com ventos superiores a 100 km/h, capazes de provocar significativos estragos nas regiões afetadas.

Desde 2013, esses fenômenos provocaram prejuízos da ordem de R$ 12,7 bilhões e afetaram cerca de 10 milhões de brasileiros, conforme dados da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Além disso, aproximadamente 1.500 municípios não possuem uma Defesa Civil organizada, o que compromete a implementação de medidas preventivas e de resposta rápida a esses eventos extremos.

Enquanto seguradora, sentimos diretamente os efeitos das mudanças climáticas: elas impactam a forma como avaliamos riscos, desenvolvemos produtos e oferecemos proteção aos nossos clientes.

A frequência e a intensidade dos desastres naturais afetam, contudo, todos os setores econômicos da sociedade e não apenas os locais diretamente atingidos. Nesse contexto, compreender o seguro como ferramenta de prevenção e resiliência torna-se mais relevante do que nunca.

No setor agrícola, desenvolvemos ferramentas de monitoramento climático que auxiliam os produtores a antecipar riscos e proteger suas lavouras com maior eficiência. Criamos, ainda, o Seguro Floresta de Preservação, que garante cobertura a áreas de vegetação nativa em caso de incêndio, reforçando o compromisso com a conservação ambiental.

Recentemente, em parceria com o banco BV, lançamos um seguro específico para sistemas de energia solar fotovoltaica, que cobre danos causados por eventos climáticos extremos, amplia sua atuação em proteção contra riscos climáticos e eficiência energética. 

Temos plena ciência de que nenhuma solução é isolada. A construção de um futuro mais resiliente exige escolhas coletivas e cotidianas. Reduzir o desperdício, consumir com responsabilidade e estar atento aos riscos ambientais são atitudes que cada indivíduo pode adotar, tanto no ambiente corporativo quanto no cotidiano.

O clima está mudando — e nós também. Como seguradora, assumimos o compromisso de acompanhar essa transformação com responsabilidade, inovação e proximidade. Seguiremos atentos aos sinais das mudanças climáticas, mas com os pés firmes em nosso propósito: proteger o que importa e contribuir para a construção de um amanhã mais seguro e sustentável para todos.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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