por Gilmara Santos
A transformação digital avança de forma acelerada no mercado de seguros brasileiro, impulsionada por investimentos robustos em tecnologia e inovação. Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) revelam que o setor deve destinar R$ 20 bilhões para essa área em 2025, um crescimento de 17,5% em relação ao ano anterior. “O investimento em tecnologia é parte fundamental da estratégia de todas as empresas, e aquelas que não aplicarem recursos nessa área correm o risco de ficar para trás”, destacou Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, durante a Conseguro 2025.
O uso intensivo de dados, inteligência artificial e plataformas digitais tem sido fundamental para personalizar ofertas, tornar os produtos mais acessíveis e melhorar a experiência do cliente. “A personalização e a precificação mais inteligentes são possíveis graças ao uso massivo de dados e à digitalização, que também aumentam a eficiência e melhoram o atendimento”, explicou Ana Paula Schmeiske, presidente da Comissão de Inteligência de Mercado da CNseg.
Apesar dos avanços, ela alertou que a adoção de tecnologia ainda é desigual entre as empresas do setor. O desafio, segundo especialistas, é reduzir o enorme gap de acesso: atualmente, apenas 17% a 18% da população possui seguro de vida, 30% da frota de veículos tem cobertura, e previdências abertas e fechadas alcançam cerca de 10% dos brasileiros.
Além de expandir a base de consumidores, a modernização dos sistemas é essencial para que o setor acompanhe a velocidade das transformações. “Hoje, 20% da população compram 80% dos seguros. O desafio é chegar nos 80% que ainda não têm acesso”, afirmou Nuno Vieira, sócio da EY. Com o avanço tecnológico, também cresce a necessidade de fortalecer a proteção de dados e a privacidade.
Iagê Miola, da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), lembrou que o setor lida com informações extremamente sensíveis e precisa adotar mecanismos robustos de segurança, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). O consenso no evento foi claro: inovação não é mais uma opção, mas uma estratégia central para ampliar a proteção financeira, garantir competitividade e atender às demandas de um mercado em rápida transformação.