Seguro de vida deve crescer com taxas de juros mais altas, afirma Swiss Re Institute 

axas de juros mais altas impulsionarão significativamente a lucratividade na indústria de seguros de vida, prevê Swiss Re Institute

Taxas de juros mais altas ao redor do mundo estão transformando as perspectivas para o crescimento e a lucratividade do mercado de seguros de vida. Produtos de poupança (acumulação e anuidades) estão se tornando atrativos para os consumidores após uma década de demanda fraca e baixos retornos. O Swiss Re Institute espera um novo recorde para vendas de anuidades fixas nos EUA este ano, após vendas recordes tanto em 2022 quanto em 2023, segundo nota enviada à imprensa.

Jérôme Jean Haegeli, Chief Economist do Grupo Swiss Re, afirma: “Taxas de juros mais altas representam uma mudança significativa, fornecendo aos produtos de seguro de vida e pensão um impulso para lidar muito melhor com os desafios de poupança para a aposentadoria de uma população em envelhecimento. Produtos de poupança tornam-se atrativos novamente como uma consequência direta da normalização das taxas de juros. Maiores rendimentos de investimento também beneficiam produtos de proteção de longa duração.”

Em seu novo estudo sigma, “Asset-savvy is the new asset-light: Life & annuity insurance in the higher interest rate era”, o Swiss Re Institute prevê que um adicional de US$ 1,5 trilhão em prêmios globais de poupança será gerado na próxima década, à medida que os consumidores estão migrando para a compra desses produtos para garantir rendas de aposentadoria mais altas. Como resultado, prevê-se que os prêmios globais totais de seguro de vida (proteção mais poupança) alcancem US$ 4 trilhões até 2034. Em contrapartida, os prêmios globais de seguros de vida cresceram apenas US$ 300 bilhões em toda a década de baixas taxas de juros de 2010 a 2019.

Paul Murray, CEO de Life & Health Reinsurance da Swiss Re, comenta: “Taxas de juros mais altas oferecem aos consumidores opções mais atrativas para garantir sua renda de aposentadoria e estamos observando um crescimento de mercado muito positivo para os seguros de vida que atendem a essa necessidade. Taxas de juros mais altas também permitem que as seguradoras atendam seu custo de capital. Resseguradoras podem ainda apoiar as seguradoras de vida liberando capital, aumentando a capacidade de subscrição e focando na inovação de produtos.”

Os rendimentos significativamente mais elevados de títulos públicos também estão agora melhorando os retornos de investimento e as margens para as seguradoras de vida em relação às anuidades fixas. Entre 2022 e 2027, o Swiss Re Institute prevê que o resultado operacional para seguradoras nos oito maiores mercados de vida do mundo, que incluem os EUA, Reino Unido, Alemanha e Japão, cresça em mais de 60% à medida que o rendimento de investimento aumenta em 40%. 

O crescimento dos produtos de seguro de poupança pode contribuir para diminuir a lacuna de poupança para a aposentadoria, que o Swiss Re Institute estima em US$ 106 trilhões em 2022 para seis economias avançadas, além da China e Índia.  

Mercados avançados irão liderar o crescimento

O Swiss Re Institute estima que os mercados avançados irão gerar cerca de 61%, ou US$ 900 bilhões de prêmios adicionais em termos absolutos na próxima década, enquanto os mercados emergentes contribuirão com mais 39% (US$ 578 bilhões). A China sozinha irá gerar 17% desses prêmios adicionais, acrescentando US$ 256 bilhões entre 2025 e 2034.

O cenário do mercado de seguro de vida está mudando

O relatório também descreve a estrutura do mercado de seguros de vida. Analisa a forma como as seguradoras de capital aberto, as seguradoras mútuas e as empresas detidas por fundos de private equity reagiram a uma década de baixas taxas de juros, por exemplo, saindo de linhas de negócio principais ou migrando para estratégias de baixo capital, baseadas em comissões. O relatório examina como novos entrantes no mercado, provenientes de private equity, absorveram os ativos tradicionais desinvestidos por meio de transações de resseguro. Seguradoras e gestoras de ativos recorreram a investimentos alternativos e ilíquidos para obter rendimentos adicionais.

Hoje, as seguradoras estão expandindo suas capacidades de gestão de ativos para aumentar os negócios de poupança, enquanto fundos de private equity trazem extensas capacidades de gestão de ativos. O Swiss Re Institute antecipa uma competição na gestão de ativos em seguros de vida, por exemplo, com grandes seguradoras adquirindo capacidades de crédito privado e gestoras de ativos potencialmente adquirindo seguradoras. Os consumidores devem se beneficiar desse ambiente por meio de retornos mais atrativos.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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