NEWE Seguros avança em ações de sustentabilidade e prevê um 2024 com evolução para todo o setor 

O principal desafio da pauta de sustentabilidade é promover a mudança de mentalidade e incluir o tema na agenda de negócios, diz Regina Dell’Aera, diretora de Pessoas, Cultura e Sustentabilidade da NEWE Seguros

Trazer a estratégia da sustentabilidade global para dentro da estratégia do negócio de seguros. Este é o principal desafio para as seguradoras. Qualquer ação inserida neste contexto é uma urgência para este segmento e as seguradoras podem contribuir demais com a subscrição consciente. Especialmente em seguro rural, com oferta de um produto responsável, que proteja os segurados dos efeitos das mudanças climáticas e inclua educação sobre o uso consciente de defensivos agrícolas, da água, boas técnicas de manejo, entre outras frentes vitais para a sustentabilidade do setor.

“Essas ações conectadas à operação do seguro são o principal desafio das seguradoras”, comenta Regina Dell’Aera, diretora de Pessoas, Cultura e Sustentabilidade da NEWE Seguros. 

Acompanhe abaixo os principais trechos da entrevista concedida ao Sonho Seguro: 

Qual é a importância de avançarmos com a pauta da sustentabilidade no setor de seguros? Como ele pode contribuir para este avanço? 

De acordo com o Fórum Econômico Mundial, estamos cada vez mais expostos a adversidades de todo o tipo, principalmente no que se refere às mudanças climáticas, perda da biodiversidade, segurança da informação e privacidade. Em relação ao nosso setor, há dois pontos principais a serem considerados.

Quais? 

O papel social que o seguro tem em si, na sua natureza, que é o de proteger o conjunto de riscos a que estamos expostos, de forma individual e coletiva; e necessidade da discussão urgente da sustentabilidade na raiz do seu negócio, que trazem à pauta um seguro mais sustentável, tendo em vista as grandes transformações da sociedade e dos seus modelos econômicos e de gestão. Isso é indispensável para a perenidade do mercado. Ambos contribuem de modo geral para mais segurança/ apoio para o cliente; desenvolvimento empresarial sustentável no longo prazo, aumento da competitividade no mercado e contribuição para a preservação do planeta.

Isso vem ao encontro do que a Susep exige …

Exatamente. Este conceito motivou a pauta da circular 666, da SUSEP, que orientou o setor para a temática em questão. O que fica bem claro é que a estratégia de sustentabilidade precisa refletir as reais e verdadeiras demandas estratégicas o negócio, para que exista somente uma agenda: a do negócio sustentável.

E a Newe? Como ela está inserida nesse contexto? De que forma pode contribuir com impactos positivos para a sustentabilidade? 

A Newe, mesmo que muito jovem, desde a sua fundação sempre se preocupou em construir as bases a partir do compromisso com seus processos de subscrição responsável. Além de estar 100% comprometida com todos os requisitos de pauta social, ambiental e de governança, não apenas pelo olhar de responsabilidade social, mas, na construção e evolução das suas linhas do negócio. 

Temos inovação no nosso DNA! Um exemplo prático disso é o desenvolvimento de uma ferramenta de tecnologia capaz de aportar a análise e garantir de que o nosso candidato a segurado também está alinhado com essas premissas sustentáveis. O sistema é capaz de criar um score que impacta em diversos requisitos no nosso processo de aceitação.

Essa inovação e responsabilidade na construção da esteira de produtos/mix impacta todas as nossas verticais.  Não esquecendo, é claro, de mencionar o potencial sustentável do produto paramétrico, que conta com a proteção de forma inédita para a Agricultura Familiar, reforçando o trabalho das associações e cooperativas no apoio à produção agrícola e podendo apoiar o poder público na gestão da segurança alimentar e das terras produtivas.

Realmente nós temos “on going” diversos projetos que serão capazes de orgulhar o nosso mercado. Por fim, vale reforçar que somos diversos no âmbito do negócio, já que o nosso foco sempre foi oferecer para a sociedade a proteção/ gestão do risco em nichos de necessidades que não estavam sendo tão bem atendidas ou amparadas no mercado. O que chamamos de seguros especiais.

Quais são as iniciativas que já possui? 

Estamos embarcando em vários projetos. Há dois anos fizemos a emissão de apólice inédita, que envolveu o subsídio do governo; o Inmet, como provedor de dados; a Wiz Corporate Partners; a Dengo Chocolates; e a ZCO2/BlockC; apoiados pelo Instituto Arapyaú, para proteger o cacau produzido por três fazendas de Ilhéus (BA), com a solução de seguro paramétrico.

De lá para cá estamos trabalhando na capacitação e sensibilização dos assistentes técnicos, dos pequenos produtores e agricultores familiares sobre a importância do seguro paramétrico para suas lavouras. Ao optarem por esta proteção, passam a ser consideramos potencialmente habilitados em obter novas linhas de crédito, com risco menos agravado, o que possibilita que permaneçam, cuidem com responsabilidade e invistam nas suas terras. Este é um bom exemplo de venda de seguro com valor agregado.

E quais são os principais desafios?

Como qualquer companhia que se empenha na construção e fortalecimento da estratégia de sustentabilidade, nós temos inúmeros e inéditos desafios. Mas, posso destacar um deles, em especial, que é o desafio de “educar” pequenos produtores sobre a importância do seguro, através do paramétrico, e trazer conhecimento rico e capaz para que entrem na batalha pela sua sustentabilidade também. Nós sabemos o quanto que os pequenos agricultores brasileiros não têm acesso às coberturas de seguro para suas plantações, seja pela falta de informações acessíveis ou, ainda, pela falta de recursos para pagar pelo seguro tradicional. O nosso foco é a democratização do seguro.

O que mudou com a chegada do investimento do fundo Blue Orchard?

A B.O. é gestora do Fundo de Investimento InsuResilience (IIF), presente em mais de 100 países no mundo. E para nós foi uma honra termos sido escolhidos por ela como a primeira investida na América Latina. Ela nos apoia na geração de impactos ainda mais positivos e duradouros para as comunidades e o meio ambiente, além de potencializar os nossos negócios, proporcionado diversas oportunidades de aprendizado e nos dando suporte na estruturação da nossa plataforma de sustentabilidade (estratégia e projetos).

O que a conferência de seguros inclusivos em Gana acrescentou para a Newe? 

A participação da Newe na Conferência Internacional sobre Seguros Inclusivos entre os dias 23 e 27 de outubro deste ano em Gana tem tudo a ver com o que acabamos de falar. A conferência reuniu especialistas de mais de 50 países para discutir e identificar formas de acelerar o crescimento e a viabilidade econômica em seguros inclusivos para mercados emergentes. Nós fomos a única seguradora brasileira que participou do evento. Estamos nos engajando e conectando cada vez mais com espaços de trocas e discussão tão importantes quanto essas para o nosso mercado. Nossa participação neste evento foi patrocinada pela BO, para alavancar nosso aprendizado no tema e promover a troca de experiências. 

O que você destaca do evento que possa servir de experiência para o Brasil?

No evento o seguro inclusivo foi o centro dos debates, no sentido de beneficiar os segmentos de mercado atualmente sub atendidos, como famílias de baixa renda, empreendedores, mulheres, pequenos agricultores, micro, pequenas e médias empresas (MPMEs). O mais relevante é como o setor de seguros pode ajudar a alcançar objetivos de políticas públicas, tais como inclusão financeira e social, adaptação às mudanças climáticas, segurança alimentar e cobertura universal de saúde, entre outros temas importantes. Tais discussões estão 100% em linha com os nossos esforços e ambições. Logo, tal oportunidade além de nos trazer referências internacionais, só confirmou que estamos no caminho correto.

Quais os planos para o futuro? O que podemos esperar da seguradora?

Um dos nossos sonhos grandes é nos posicionarmos e sermos referência como uma seguradora sustentável. É construir uma estratégia de sustentabilidade com capacidade de identificar oportunidades de negócio que se alinham com as demandas sociais e ambientais. É fazer com que os nossos produtos já nasçam tendo atributos sustentáveis.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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