Akad entra no mercado de seguros automotivos no Brasil

Seguradora digital lança cobertura vinculada à CNH do condutor, protegendo segurado em casos de danos corporais e materiais causados a terceiros, independentemente do veículo que esteja conduzindo

A Akad Seguros, seguradora digital investida pela GP Investimentos, anuncia sua estreia no ramo de seguros automotivos, com o lançamento de uma cobertura de Responsabilidade Civil. A empresa passa a oferecer uma cobertura vinculada à habilitação do condutor, e não ao veículo, como é habitual no País. Trata-se de um modelo já consolidado em países europeus e que, pelo custo mais baixo e pela maior adaptabilidade às necessidades dos segurados, pode levar a Akad a escalar a sua participação de mercado nos próximos anos.

De acordo com dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o órgão regulador do setor no Brasil, os chamados seguros de RCF-V (responsabilidade civil facultativa – veículos) alcançaram um volume de prêmios — que correspondem às receitas das seguradoras — de R$ 10,73 bilhões no ano passado, um aumento de 36,3% na comparação com 2021. O novo produto da Akad se enquadra nessa categoria de seguros, para a qual a empresa vê grande potencial de crescimento. Considerando toda a indústria de seguros automotivos, os prêmios totalizaram R$ 51 bilhões em 2022, alta de 32,8% sobre o ano anterior.

O segmento de seguros automotivos no País, hoje concentrado na oferta de coberturas para os veículos, é dominado por conglomerados financeiros — ou seja, é um ambiente de competição acirrada entre grandes players. Com base nessa constatação, a Akad resolveu acessar um outro caminho para conquistar mercado e ampliar suas operações: criar um produto inovador em um nicho da indústria de seguros, que é o de RCF-V. Assim, a Akad vai oferecer proteção ao condutor e não ao veículo, como ocorre no tradicional “seguro de casco”.

“Nosso novo produto oferece proteção ao motorista, independentemente do veículo que esteja conduzindo. Em caso de sinistro, o seguro cobre danos corporais, materiais e morais causados pelo segurado a terceiros. Dessa forma, ele pode dirigir qualquer veículo contando com a proteção para eventuais prejuízos a outras pessoas”, detalha Ivor Moreno, Head de Transportes da Akad.

Nesse modelo, o novo seguro da Akad tende a ter um custo mais acessível (já que danos ao veículo do condutor não estão cobertos) e pode ser uma opção sob medida para motoristas de aplicativo, pessoas que alugam veículos de forma avulsa ou por assinatura — em linha com a tendência de cada vez mais consumidores optarem por não ter carro próprio. Outros públicos potenciais são os de colecionadores de carros antigos e de proprietários que circulam em áreas de risco, que não são atendidos pelos seguros tradicionais. A cobertura para danos corporais e materiais é de até R$ 250 mil.

Com a inédita cobertura vinculada à CNH, a Akad reforça seu compromisso com a entrega de inovações, tanto em termos tecnológicos — é uma seguradora digital, que utiliza de ferramentas de inteligência artificial para tornar mais assertivo o trabalho dos corretores, por exemplo — quanto em termos de produto. “Estamos sempre atentos às mudanças econômicas e sociais, desenhando produtos que facilitem a vida dos nossos clientes e parceiros”, ressalta Moreno.

A inspiração para a criação do produto veio da Europa, onde a cultura preza mais o aspecto coletivo do que o individual. Nesse conceito, faz muito mais sentido os motoristas terem o seguro para proteger quem eventualmente prejudiquem num acidente do que para garantir proteção para o próprio veículo. É uma cultura que a Akad considera que pode ser replicada com sucesso no mercado nacional. Na Alemanha e na Inglaterra, inclusive, o seguro vinculado à habilitação do condutor é obrigatório.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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