Inflação segue no radar da CNseg, com mediana em alta pela sexta semana consecutiva no Boletim Focus

As projeções para o PIB 2022 e 2023 não sofreram alteração em relação à semana anterior, permanecendo em 0,30% e 1,50%, respectivamente

A semana começa com volatilidade nos mercados financeiros e expectativa com dados da inflação no Brasil e nos Estados Unidos, pressionando os indicadores macroeconômicos. O principal deles é o IPCA. A mediana da projeção do Boletim Focus para o IPCA deste ano subiu pela sexta semana consecutiva, passando de 5,50% para 5,56%, no boletim divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, 21. Para 2023, a mediana permanece estável em 3,50% pela terceira semana consecutiva. As projeções para o PIB 2022 e 2023 não sofreram alteração em relação à semana anterior, permanecendo em 0,30% e 1,50%, respectivamente. Para a Selic, a estimativa do Focus foi mantida em 12,25% a.a. para 2022 e 8,00% a.a. em 2023.

“As tensões voltaram a se elevar quanto a um agravamento da situação entre a Rússia e a Ucrânia, com ações na região parcialmente controlada por rebeldes e com movimentos militares de forças russas na fronteira e em países vizinhos. Nesta semana, as movimentações diplomáticas devem ser intensas, mas a incerteza quanto aos próximos acontecimentos continuará afetando os mercados. O reflexo nas bolsas internacionais indica um início de semana conturbado, sem direção definida, com alta volatilidade nos preços dos ativos”, comenta Priscila Aguiar, economista da CEM – Comissão de Estudos de Mercado da CNseg.

A economista destaca que os dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos também ajudarão a dar o tom dos mercados nesta semana. Na quarta-feira (23), o IBGE divulga o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro, prévia da inflação oficial, que ainda deverá vir elevado, pois a metodologia do IBGE coleta os reajustes na Educação em fevereiro. “Com isso, a alta dos preços acumulada em 12 meses deverá se manter acima dos 10%, com sinais mais persistentes pelo menos até maio, quando é esperado uma desaceleração com a retirada da bandeira extra de crise hidrológica, que impacta o IPCA em quase 1 p.p.”. 

A taxa de câmbio também é destaque no boletim desta segunda-feira. A valorização do Real ao longo da semana passada, que surpreendeu pela intensidade, deve-se a vários fatores, desde a tendência de alta da Selic, reforçada pela Ata do Copom mas hawkish (duro), gerando operações de carry-trade (aplicações de curto prazo em renda fixa), o potencial de alta nas commodities que beneficiam as exportações brasileiras e até entrada de recursos para aplicações no mercado de renda variável. 

Leia a íntegra do boletim Acompanhamento de Expectativas Econômicas semanal feito pela Superintendência de Estudos e Projetos (Suesp) da CNseg, no portal de CNseg.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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