Preços globais de seguros comerciais aumentam 15% no terceiro trimestre; AL tem altas mais modestas

No Brasil, o relatório aponta para um cenário alinhado com a região, com crescimento nas taxas de algumas linhas de seguros. A tendência é de muitos desafios para os riscos dos setores de mineração, açúcar e álcool e armazenagem. O Gerenciamento de Risco tem sido fundamental para a melhor colocação dos riscos no mercado de seguros

Fonte: Marsh

Os preços globais de seguros comerciais aumentaram 15% no terceiro trimestre de 2021, a mesma taxa de aumento registrada no trimestre anterior. Embora este seja o décimo sexto trimestre consecutivo de aumentos, a alta continua moderada em muitas linhas e regiões do mundo, de acordo com o Global Insurance Market Index publicado pela Marsh, maior corretora de seguros e consultora de risco do mundo. 

Na América Latina, os preços dos seguros aumentaram moderadamente em 2%, ante 4% no trimestre anterior. Os dados do relatório também demonstram que: 

• Os preços dos seguros de bens (danos materiais) na América Latina aumentaram 2%, contra 9% na média global. 

• As linhas financeiras (FINPRO) tiveram um aumento de 17%, contrastando com um aumento global de 32%, porém as franquias dos seguros D&O para a região atingiram aumentos de 50%. 

• Seguro Cibernético é aquele que continua a mover a tendência de alta dos preços. Na América Latina as taxas aumentaram entre 30% e 45% em todos os setores, com alguns clientes experimentando aumentos de prêmios de mais de 200%. Esses aumentos são impulsionados pela frequência e severidade das reclamações de ransomware. Mais de 60% dos clientes tiveram um aumento nos prêmios em 2021. 

• Em Responsabilidade Civil, os preços diminuíram 3%, frente ao crescimento mundial de 6%. 

• No Brasil, clientes com riscos complexos ou com alto histórico de perdas tiveram aumentos de mais de 25% em Danos Materiais.  

• Para os Riscos de Resposabilidade Civil Geral, ainda vemos uma disputa por cada risco, mas a exemplo de riscos patrimoniais, clientes com alto histórico de sinistros podem encontrar preços mais agravados. 

“No Brasil, as análises mostram que temos um cenário alinhado com a região, com crescimento nas taxas na ordem de 3%. Nos riscos patrimoniais, sabemos que apesar da tendência de aumento leve de taxas, quando analisamos os riscos onde há capacidade disponível e apetite dos mercados, podemos encontrar preços decrescendo, porém naqueles que são riscos complexos e com histórico de sinistros importantes, as taxas aumentaram mais do que 20% e 30%”, diz Eduarda Tenes, Diretora de Placement da Marsh Brasil. “Continuamos vendo muitos desafios para os riscos de mineração, açúcar e álcool, armazenagem. Mais do que nunca o Gerenciamento de Risco tem sido fundamental para a melhor colocação dos riscos nos mercados”, complementa a executiva. 

De acordo com Ernesto Díaz, Líder Regional de Placement da Marsh para a América Latina e Caribe, embora o cenário de riscos e seguros continue sendo desafiador em todo o mundo, espera-se que as taxas continuem moderadas na maioria das linhas. “No entanto, a pressão das taxas sobre o seguro cibernético provavelmente continuará. O desenvolvimento de soluções para os nossos clientes neste segmento continua a ser uma das principais prioridades da Marsh”, afirma. “O impacto da Covid-19, a lenta retomada econômica e a situação política regional, como a mudança no governo peruano e as próximas eleições na Colômbia e no Chile, continuam gerando incertezas em toda a região”, acrescentou Diaz. 

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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