MPF pede provas de que Caixa está apta a operar DPVAT em decisão publicada dia 18 de outubro

A prova documental cuja produção é requerida pelo MPF servirá para apurar o pedido da ação publica, que alega irregularidade da contratação da CEF por inexigibilidade de licitação

O Ministério Público Federal (MPF) concedeu prazo de 15 dias para que Caixa, e Superintendência de Seguros Privados (Susep) apresentem documentos para compor autos do processo de ação popular (1038994-65.2021.4.01.3400) movido por Erika Cristina Batista Morais que questiona a forma de escolha da Caixa, pela Susep, para administrar o seguro DPVAT. A discussão sobre este seguro ainda não está resolvida e prejudica milhares de pessoas que precisam acionar o seguro obrigatório por danos causados por terceiros em acidentes de transito. O prazo começou a contar a partir da decisão do Poder Judiciário, no dia 18 de novembro.

Em sua manifestação, o MPF entende que as provas e documentos até então juntados aos autos não se mostram suficientes para comprovar a expertise da CEF a ponto de ensejar a inexigibilidade de licitação e perpetuação do contrato de gestão e operacionalização das indenizações referentes ao DPVAT.

Com isso, determina à CEF que apresente o relatório da gestão dos recursos do DPVAT, indicando o número de pedidos formulados, perícias realizadas, pedidos analisados e pedidos ainda pendentes de perícia e/ou decisão por estado da Federação; e informe quais as políticas públicas que executa que demandam a realização de perícia prévia à realização de pagamentos. A prova documental cuja produção é requerida pelo MPF servirá para apurar o pedido da ação publica, que alega irregularidade da contratação da CEF por inexigibilidade de licitação.

A Caixa foi contratada para realizar a gestão das indenizações referentes ao DPVAT, com base nas diretrizes estabelecidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para que a população não ficasse sem o seguro. A justificativa para proceder com as mudanças no DPVAT ocorreram após denúncias por mau uso do dinheiro arrecadado pela Líder Seguradora, que administrava o consórcio de seguradoras que operavam o seguro e que foi dissolvido em dezembro de 2020, quando as companhias pediram para deixar o consórcio.

Leia mais Parentes e vítimas de acidentes de trânsito reclamam de demora para ter o DPVAT na Caixa

Com a Caixa assumindo a administração, muitas queixas tem sido relatadas pela população, sobre a falta de acesso ao seguro hoje administrado pela Caixa. A ideia inicial divulgada pela Susep quando escolheu a Caixa era que ela administrasse provisoriamente o seguro até que outra solução mais viável fosse dada. A previsão era que até 2022, o DPVAT voltasse a ser operado pelas seguradoras habilitadas por licitação ou a livre concorrência para a compra do seguro de RC pelos motoristas.

Esta história, que reúne muitos interesses, ainda vai longe, acredito. A população recebe a orientação de requisitar o seguro para acidentes ocorridos em 2021 no portal da Caixa Econômica Federal e anteriores a esta data no portal da Seguradora Líder.

Já aos pagantes obrigatórios, temos a notícia de que há estudos e talvez haja isenção do pagamento em 2022, assim como foi em 2021. Em 2020, o valor foi de R$ 5,23 para carros de passeio e de R$ 12,30 o valor referente a motocicletas. Esses valores beiravam os R$ 200 quando as denuncias chegaram a acumular uma centena de pedidos de CPI para investigação deste assunto.

Há material farto no Google sobre o tema para quem quer entender mais.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Ouça nosso podcast

ARTIGOS RELACIONADOS