Pandemia fez a população pensar em se proteger e se prevenir, inclusive, contra outros riscos

Presidente do CVG-SP e convidados destacam bom desempenho dos seguros de vida e saúde na live do Sindseg-SP

Fonte: CVG-SP

O presidente do CVG-SP, Marcos Kobayashi, diretor Comercial Nacional Vida da Tokio Marine Seguradora, participou, nesta quarta-feira (28/07), do Workshop Vida e Saúde – Oportunidades e desafios no pós-pandemia, promovido pelo Sindseg-SP. Transmitido ao vivo pela internet, o evento foi mediado pelo presidente do Sindseg-SP, Rivaldo Leite, e contou com as participações de Luciano Lima, da SulAmérica Seguros, e de Marco Antonio Gonçalves, do Grupo MAG.

Questionado por Rivaldo Leite sobre o bom desempenho do seguro vida durante a pandemia, Kobayashi explicou que o ramo vem apresentando crescimento contínuo e consistente. Tanto que, em 2017, ultrapassou a arrecadação do seguro automóvel e, em 2019, do seguro saúde. Segundo ele, esse desempenho é fruto de um trabalho de conscientização e esclarecimento da população. “A pandemia materializou de uma forma dura para as pessoas a necessidade de enxergar a proteção pessoal, financeira e familiar como parte do processo de planejamento”, disse. Na Tokio Marine, por exemplo, Kobayashi informou que o seguro de vida individual cresceu 71% no último semestre.

Para Marco Antonio Gonçalves, a pandemia fez a população pensar em se proteger e se prevenir, inclusive, contra outros riscos, como o de doença grave. Na sua visão, o mercado de seguros tomou a decisão acertada ao cobrir os sinistros provocados pela covid-19, honrando as indenizações. Mas, o vírus acabou antecipando muitas mortes e sequelas nas pessoas, tornando o preço do seguro inadequado. Apesar disso, o seguro de vida tem crescido. “Hoje, o seguro é contratado para outras finalidades, além do risco de morte, como é o caso do planejamento sucessório. Temos muitos a avançar, e estamos no caminho certo”, disse.

Rivaldo Leite citou dados da FenaPrevi sobre a sinistralidade do ramo de pessoas, desde que boa parte das seguradoras decidiu cobrir o risco de pandemia, excluído da maioria dos contratos, e indenizar os sinistros provocados pela covid-19. Segundo os dados apurados, o mercado indenizou até o momento 72.043 vidas. Em 2021, foram pagos 48.121 sinistros, que já ultrapassaram o montante de R$ 2,1 bilhões. “Somando 2020 com 2021, o mercado já indenizou R$ 3,1 bilhões. É um alto valor e não estava precificado”, disse.

Kobayashi confirmou a informação e acrescentou que as 20 maiores seguradoras apresentaram resultado inferior ao mesmo período de 2020 na carteira de vida. Ele reconheceu que haverá a necessidade de revisão na precificação do seguro, mas observou que é possível reduzir outros gastos, como, por exemplo, os de despesas administrativas, para fazer o contraponto com o aumento de custos. “Trata-se de um grande desafio e um dos caminhos é aumentar o nosso público, trazendo os mais jovens para a proteção do seguro”, disse. 

O presidente do Sindseg-SP comentou o impacto da pandemia na saúde suplementar, observando que, a princípio, não acreditava que o setor fosse ser muito afetado. “Mas, então, veio a segunda onda e a situação se complicou”, disse Rivaldo Leite. De acordo com Luciano Lima, na primeira onda, de fato, os hospitais estavam mais vazios e houve redução na sinistralidade. Já na segunda, o setor enfrentou o pico de casos, com o aumento do período de internações. “Uma internação que custava R$ 20 mil, aumentou para R$ 100 mil”, disse. Logo em seguida, também houve aumento de procedimentos eletivos e dos custos médicos. 

Para Kobayashi, o aumento da média de diárias de internação, que passou de 3 dias para 10 dez dias e, em muitos casos, superou até os 30 dias, agravou os custos. Mesmo assim, ele acredita que o setor continuará crescendo. “Não tenho bola de cristal, mas afirmo que nos próximos anos os setores de vida e saúde continuarão crescendo porque o mercado – assessorias, corretores e seguradoras – tem feito um forte trabalho de conscientização”, disse.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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