Relatório mostra que risco de investimentos no país permanece alto

Fonte: Euler Hermes

Os riscos de investimentos em negócios no Brasil permanecem altos – é o que aponta o relatório trimestral Country Risk Report (Relatório Risco País), produzido pela Euler Hermes, líder mundial em seguro de crédito e especialista em seguro garantia. O crescimento de apenas 1,1% do PIB nacional em 2018, fruto da instabilidade financeira e da greve dos caminhoneiros, trouxe consequências às atividades econômicas e, principalmente, à confiança do investidor estrangeiro.

 O país foi descrito pelo estudo como “sensível” no que diz respeito ao risco de pagamento – a segunda avaliação mais baixa em uma escala de quatro. “O crescimento de 2018 não é ruim se compararmos à retração apresentada em 2015 e 2016, mas ainda está longe dos resultados pré-crise, de 2013 e 2014”, explica Felipe Tanus, Diretor de Riscos da Euler Hermes Brasil.

Enquanto 2018 mostrou um crescimento na taxa de consumo (1,9% após 1,3% do ano anterior) e na recuperação dos investimentos (4,1% após 2,6% do ano anterior), as perspectivas para 2019 permanecem instáveis dado que a taxa de desemprego está na casa dos 12%. Os empreendimentos no país seguem em recuperação com o retorno da confiança dos investidores apoiada pelas promessas de privatizações e de uma política monetária confortável. “Observamos um crescimento em torno de 1,3% para 2019 e 2,0% para 2020, taxas muito inferiores à média dos anos 2000 de + 3,5%”, completa Tanus.No entanto, o cenário da economia brasileira de 2019 se materializa a partir dos resultados observados no primeiro semestre. Além da já citada taxa de desemprego, as vendas no varejo permanecem estagnadas desde fevereiro e a confiança da população caiu para os níveis de eleição pré-Bolsonaro, à medida que seus índices de aprovação também caem. Já na indústria, a produção apresentou contração pelo sexto mês consecutivo, o que enfraquece a confiança do empresariado.

A confusão política, com denúncias de corrupção no atual Governo e desentendimentos com o presidente da Câmara (e, mais recentemente, com o presidente francês Emmanuel Macron), e as primeiras dificuldades no processo legislativo de reforma da previdência também fizeram com que o Real seguisse uma tendência de depreciação desde o final de janeiro. “Como resultado, prevemos uma recuperação lenta, de 1,3 % de crescimento do PIB este ano, e dolorosas e prolongadas negociações previdenciárias, que podem elevar os custos dos empréstimos novamente”, finaliza o diretor.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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