CEO da Tokio Marine mantém otimismo para 2017 em palestra no CCS-SP

Por Márcia Alves

Para orientar seus associados em relação a novas oportunidades de negócios, o Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) convidou para o seu almoço mensal, no dia 14 de março, José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine Seguradora. O mentor do CCS-SP, Adevaldo Calegari, fez questão de registrar que a seguradora tem apoiado a entidade desde o início. “Nos registros históricos do Clube dos Corretores consta a participação da seguradora América Latina, hoje Tokio Marine, desde a fundação, em 1972”, disse.

No encontro realizado no restaurante do Circolo Italiano, Ferrara, acompanhado de demais membros da diretoria da empresa, demonstrou por meio de dados estatísticos que o setor de seguros não apenas resiste à crise econômica, como também permanece em crescimento e com boas perspectivas. Em 2015, quando o IPCA foi de 10,7% e o PIB de -3,7%, o seguro cresceu 4,8% (sem considerar os resultados de saúde e previdência). Em 2016, a economia continuou derrapando, com IPCA de 6,3% e PIB negativo de -3,6%, mas o mercado repetiu o feito e cresceu 2,4%.

Com base na projeção de melhoria de alguns indicadores econômicos, Ferrara aposta no bom desempenho do setor neste ano. A venda de veículos novos, por exemplo, que enfrentou quedas seguidas nos últimos dois anos, deverá crescer 4% neste ano, segundo projeção da Anfavea, passando de 2.039 milhões de unidades para 2.120 milhões. Já a taxa de desemprego, apesar do risco de ainda subir dos atuais 12% para 14% até o final do terceiro trimestre, começa a dar sinais de estabilização. “Por isso, não estou tão pessimista quanto alguns colegas. A retomada será lenta, é verdade, mas sustentável”, disse.

Para reforçar seus prognósticos positivos, Ferrara citou, ainda, a evolução do Índice de Confiança do Setor de Seguros (ICSS), medido pela Fenacor. Em queda constante, o ICSS voltou a subir a janeiro deste ano, registrando o seu patamar mais alto, alçando apenas em 2014, quando a situação econômica era melhor. Por fim, ele mostrou as projeções da CNseg, que indicam a possibilidade de crescimento da maioria dos ramos tanto em cenário pessimista quanto otimista: automóvel (3,3% a 6,8%); patrimonial – massificados (7,8% a 8,6%); pessoas coletivo (4,7% a 10,4%); e pessoas individual (22,4% a 34,6%).

As oportunidades

Com a perspectiva de melhoria da economia, resta aos corretores se concentrarem nas oportunidades de crescimento. Mas, onde elas estão? Segundo Ferrara, estão mais próximas e evidentes do que se imagina. No ramo de automóvel, por exemplo, o potencial é grande, com 35,9 milhões de veículos sem seguro. No residencial, ainda há muito campo, com 58,1 milhões de moradias sem seguro. Considerando que menos de 30% das pequenas e médias empresas estão seguradas, a oportunidade é grande: 3,5 milhões de pessoas. “Aqui está o caminho para produzirmos”, disse.

Mas, o caminho do crescimento passa por algumas ações do setor. Ferrara indica três: desenvolver a cultura de seguros, novos canais de distribuição e novos produtos para desenvolver o mercado. Ele garante que as três ações são praticadas pelo Tokio Marine. Recentemente, a seguradora desenvolveu uma plataforma digital, a “Tokio Marine no Varejo”, para que os corretores possam participar da venda de seguros massificados, que atualmente está concentrada em grandes redes varejistas.

A ideia é que os corretores indiquem o ponto de venda e a plataforma faça todo o restante do backoffice. “Pagamos comissão ao corretor que apresentou o ponto de venda e remuneramos o lojista. O corretor ainda pode acompanhar o quanto as lojas que credenciou venderam de produtos e quando tem comissão a receber”, disse. Outra novidade da Tokio Marine é o produto “Auto Roubo + Rastreador”, que oferece preço até 50% menor que a média de mercado, porque não inclui na cobertura básica o reparo do veículo em caso de colisão. “Mas paga o reparo do carro do terceiro e, em caso de roubo e recuperação do veículo do segurado, o custo de reparação. Além do sucesso de vendas, este produto está aumentando a retenção na carteira dos corretores”, disse.

E as novidades não param por aí. Além do seguro auto popular lançado no final do ano passado, a Tokio Marine também já está oferecendo uma linha de produtos de Vida para pessoa jurídica, que inclui o “Simples Vida” e o “Vida Convenções Coletivas”, entre outros. Em breve, a seguradora deverá lançar o “Vida Individual” para pessoa física. O portfólio da empresa é composto por mais de 40 produtos, incluindo grandes riscos, aeronáuticos, linhas financeiras, seguro rural, transporte, riscos diversos etc. “A nossa companhia é completa”, afirmou.

De acordo com Ferrara, corretores e clientes estão satisfeitos com a Tokio Marine. Com base nos dados de 18 pesquisas que medem, entre outros, a satisfação em sinistros, assistência 24 horas e o atendimento ao cliente, a seguradora alcançou o índice de 98% de satisfação geral de clientes e corretores. Com esta boa aceitação, a Tokio Marine subiu no ranking do mercado em 2016, saindo da sétima posição para a sexta, com crescimento de 7,5% em prêmios no período, enquanto o mercado cresceu 2,4% (sem VGBL, Saúde e Previdência).

Encerrando sua apresentação, Ferrara comentou o crescimento da seguradora desde a última vez que participou de almoço do CCS-SP, três anos atrás. “Nos últimos quatro anos, saltamos de R$ 1,6 bilhão em prêmios para R$ 4,1 bilhões. Por isso, quando voltarmos aqui em 2019, teremos alcançado R$ 5 bilhões em prêmios”, previu.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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