O advogado Walfrido Jorge Warde Junior, sócio da Warde & Lehmann, Warde & Monteiro Advogados, começou sua apresentação durante o 10º Seminário de Controles Internos e Compliance nesta quinta-feira, 22, em São Paulo, afirmando achar muito apropriado o título de seu painel: “Governança corporativa – o caminho para a lucratividade e a longevidade das empresas”. Governança corporativa que, segundo ele, é muito debatida hoje em dia, mas ainda pouco compreendida.
E para ajudar na compreensão do tema, foi bastante didático em sua apresentação, afirmando que governança corporativa é, basicamente, o conjunto de regras internas que tem o objetivo de ajustar as relações entre os interesses dos diferentes grupos de poder existentes dentro de qualquer empresa (acionistas, alta administração, funcionários).
Em primeiro lugar, cabe à governança corporativa deixar claro a função de cada um desses grupos. Em segundo, fiscalizar o cumprimento dessas regras e aplicar punições em caso de não conformidade. Por conta disso, a governança corporativa bem aplicada é também um meio de valorização da própria empresa junto aos acionistas, tendo um importante papel na liquidez das ações.
Por outro lado, a regulação privada tem um limite para sua atuação, já que o objetivo fim de qualquer empresa capitalista é o lucro. Além disso, afirmou Walfrido, esse capitalismo brasileiro ainda é profundamente dependente do Estado, tanto para o financiamento, quanto pela grande quantidade de contratos firmados com a administração pública. E essa dependência se reflete até no mercado de capitais, pois são justamente as grandes empresas estatais que dão robustez a ele. Dependência esta que ajuda a explicar a atual paralisação da economia, junto com a ainda baixa presença de mecanismos de Controles Internos.
E já finalizando sua apresentação, disse que, enquanto a importância da governança corporativa não estiver devidamente introjetada na mentalidade empresarial brasileira, continuaremos a conviver sempre com essa corrupção sistêmica.