Fonte: Agência Estado
Apesar de reconhecer que o Brasil vive um momento de fragilidade na economia e que o mercado de seguros tem uma relação direta com a renda da população, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) acredita que a perspectiva para 2015 ainda é positiva, já que os índices de consumo de seguros no País, historicamente baixos, continuam representando uma oportunidade de expansão para o setor. Por isso, a entidade mantém inalterada a previsão de crescimento de 12,4% para este ano.
“Os seguros, para quem os consome, estão dentro de um patamar de necessidade, quer dizer, dentro de um orçamento já organizado. O setor sofre este impacto dos efeitos da economia de forma um pouco mais retardada com relação a outros setores”, disse a diretora executiva da CNseg, Solange Beatriz Palheiro Mendes, em um evento na capital gaúcha.
O principal destaque, segundo ela, será o seguro saúde, que deve continuar liderando o crescimento do setor – a projeção de alta para 2015 é de 17,50%. Já o segmento de automóveis deverá “sofrer um pouco”, na visão de Solange, influenciado pelo quadro macroeconômico desfavorável, que impacta a renda das famílias, e também pela crise do setor, com queda nos volumes de produção. “Com certeza, comparando com o desempenho do ano passado, o segmento terá um baque, o que não significa que não apresentará crescimento este ano”, disse.
De acordo com Beatriz, para seguirem competitivas e preservarem o mesmo nível de acesso à população em um cenário de ajuste da economia, as empresas do mercado de seguros, de maneira geral, terão que racionalizar custos administrativos. “Hoje o maior item de investimento (das seguradoras) é na área de informática, que constantemente exige modernização. Elas provavelmente terão que rever esses investimentos, mas eu vejo como uma adequação natural. Tem que reduzir custo”, falou.
Em 2014, o mercado de seguros encerrou o ano com crescimento de 9,6% – desconsiderando os dados de saúde suplementar, que ainda não foram apresentados pela ANS. O número ficou abaixo da estimativa da CNseg, que era de 11,2% e já havia sido revisada para baixo no decorrer do ano.