Seguros no formato ‘gift cards’ criados pela BB e Mapfre estarão a venda a partir de janeiro

Marcos Ferreira_presidente BB MapfreDisposta a conquistar os consumidores de todos os níveis sociais do Brasil, o grupo BB e Mapfre investiu cerca de R$ 10 milhões no desenvolvimento do Projeto Milenium, que tem a pretensão de marcar o início de uma nova era para o mercado segurador. “Queremos conquistar as pessoas que nunca foram abordadas para ter um seguro”, diz Marcos Ferreira, presidente do grupo nas áreas de Auto, Seguros Gerais e Affinities. Para mostrar o grande potencial que há para ser explorado, ele cita pesquisa do Instituto de Pesquisa Datafolha, que revela dados surpreendentes: 95% das residências no Brasil não possuem seguro, 58% dos automóveis não têm proteção e 88% das pessoas não possuem seguro de vida.

Tais números, quando alinhados a realidade da sociedade, dão uma noção do fértil campo que há para ser explorado. “Cerca de 50 milhões de raios caem todos os anos no Brasil, e milhares de casas pegam fogo. Mais de 4 milhões de celulares foram roubados no país, só no ano passado. Diariamente pessoas são atacadas por cães. Todo mundo sabe que pode acontecer algo com o carro, mas não pensa em imprevistos com a casa”, acrescenta Paulo Rossi, superintendente de marketing do BB Mapfre.

Paulo Rossi_superintendente Marketing BB MapfreDiante de tamanho desafio e oportunidades de negócios, a equipe da BB e Mapfre se debruçou para entender por que tanta gente não contrata seguro. Foram mais de 2 anos de desenovlvimento do projeto, 90% das áreas foram envolvidas, mais de mil horas de reuniões e discusõess, cerca de 15 fornecedores participaram do projeto e mais de 20 pesquisas foram realizadas. Todo esse esforço culminou no projeto “Família Sempre Protegida”, que compõe uma linha de produtos de seguros que passará a ser ofertada em vending machines em pontos de vendas como estações de metro, aeroportos entre outros locais, como também nas gôndolas de lojas de varejo e supermercados. “É um novo modelo de negócios muito mais próximo do consumidor e com uma abordagem diferente de qualquer outro canal de vendas já existente”, afirma Rossi, que também comandou outro projeto vencedor, Traduzindo o segures. “Esse novo projeto só foi possível porque lá atrás fizemos a lição de casa simplificando produtos e serviços”.

O primeiro produto da linha é o seguro residencial, que oferece coberturas de incêndio, queda de raio, aeronave e explosão, por preços que o consumidor poderá escolher: R$ 60, R$ 75 e R$ 85, no pacote anual, para coberturas de R$ 40 mil, R$ 60 mil e R$ 80 mil, respectivamente. O princípio é o do auto-atendimento, como no caso dos gift cards. O consumidor compra uma embalagem e, ao adquiri-la, informa um código no sistema da seguradora, que valida o seguro. Neste mesmo momento, o corretor também é comunicado sobre a venda. O imóvel passa a ser protegido 24 horas após a ativação do seguro em sistema.

Sem poder revelar estimativas e projeções, Ferreira afirma que durante a construção do projeto ficou clara a demanda pelo produto. Um dos desafios a ser vencido a partir de agora é evitar a anti-seleção, ou seja, que apenas consumidores com grande chance de transformar o risco em acidente, como morar em uma área com forte histórico de alagamento, por exemplo, comprem o produto. “A massificação considera esse hipótese nos cálculos atuarias”, informou Ferreira. Quanto ao atendimento pós-venda, caso aconteça um pico de demanda, o executivo se diz tranqüilo. “Temos uma central de atendimento própria, com capacidade para atender milhões de pessoas, além dos nossos corretores e varejistas parceiros”.

10726236_10205349665686361_1293554766_n“Morar do século XXI”.

A divulgação do lançamento também contou com inovação. Em vez de uma coletiva básica, o grupo promoveu uma mesa redonda, com o arquiteto e urbanista Candido Malta, com a diretora de Negócios de Serviços do IBOPE, Silvia Cervellini, e com o psicólogo professor Armando Ribeiro. A jornalista Mônica Waldvogel fez a mediação do debate, abrindo as discussões com a seguinte pergunta: O que é morar no século XXI?

Diante do ponto de vista urbanistico, social e psicológico, ficou claro que a sociedade quer tranquilidade, mas pouco se preocupa em planejar o futuro, o que acaba causando o caos em que vivemos hoje nas grandes cidades. Excesso de carros, falta de segurança, sono prejudicado pelo estresse do dia a dia são alguns dos sintomas que tiram a tranquilidade das pessoas.

Um dos desafios para amenizar essa situação é mudar o padrão mental latino, de viver o hoje sem se preocupar com o amanhã. “Os católicos deixam na mão de Deus e os protestantes tem como base que cada um tem de fazer a sua parte para que momentos de sucesso possam se tornar realidade”, explica o psicólogo.

Ou seja, mudar a mentalidade dos brasileiros. Fazer com que a sociedade se sinta responsável pelo futuro, construindo dia a dia a vida que quer ter no futuro, sem depender de governo, empresas ou família. Cada indivíduo tem de ser conscientizado de que se fizer a sua parte, a chance de ter um futuro tranquilo é bem maior.

Dentro desse conceito, mesmo fazendo a sua parte, há riscos. Como uma doença inesperada, uma morte premature ou mesmo um incêndio. E para mitigar esses riscos existe uma infinidade de produtos e serviços disponibilizados pelas seguradoras.

A pesquisadora Silva deseja que vire moda se planejar. “O planejamento garante a tranquilidade e conforto para as conquistas e abre oportunidades para o futuro”, ressalta. Entre os perfis de consumidores detectados nas pesquisas feitas para o grupo BB e Mapfre, Silva cita que há os metódicos, que se planejam e compram seguros, os jovens com menos de 30 anos que afirmam ser muito jovens para pensar em seguro; os idosos, que olham o seguro como um produto para jovens e não para eles que já correm poucos riscos. E tem o grupo da “negação defensiva”. “São aqueles que acreditam que melhor não pensar em coisa ruim para não atrair, evitando assim um planejamento e se depara com o risco. Eis aqui o grande desafio das seguradoras: se aproximar de todos esses públicos”.

Para finalizar o debate, Ferreira comentou que o setor de seguros vem crescendo no Brasil a dois dígitos anuais desde, pelo menos, 2004, resultado, principalmente, da chamada ascensão da classe C, do consequente acesso a seguros e de uma nova consciência, entre essa população, de que “há o que proteger”. Ainda assim, os índices de penetração são pequenos. Um universo de milhões de clientes potenciais, de todas as faixas de renda, que hoje simplesmente desconhecem a importância dos seguros para proteger seu patrimônio.

O grande passo da BB e Mapfre está em divulgar a cultura do seguro, expondo os produtos para a população de forma simples, transparente e com preços acessíveis. “Aproximar o consumidor do mercado segurador, tornar tangíveis os seguros e desenvolver produtos com excelente relação custo-benefício foram algumas das conquistas do projeto, que ainda contribui para o desenvolvimento do mercado de seguros e atrai os milhões de não possuidores de seguros, independentemente de sua classe”, afirma Ferreira, acrescentando que a missão desse novo canal é fazer com que os seguros “toquem” essa população desprotegida, fomentando a “cultura do seguro”.

Denise Bueno
Denise Buenohttp://www.sonhoseguro.com.br/
Denise Bueno sempre atuou na área de jornalismo econômico. Desde agosto de 2008 atua como jornalista freelancer, escrevendo matérias sobre finanças para cadernos especiais produzidos pelo jornal Valor Econômico, bem como para revistas como Época, Veja, Você S/A, Valor Financeiro, Valor 1000, Fiesp, ACSP, Revista de Seguros (CNSeg) entre outras publicações. É colunista do InfoMoney e do SindSeg-SP. Foi articulista da Revista Apólice. Escreveu artigos diariamente sobre seguros, resseguros, previdência e capitalização entre 1992 até agosto de 2008 para o jornal econômico Gazeta Mercantil. Recebeu, por 12 vezes, o prêmio de melhor jornalista de seguro em concursos diversos do setor e da grande mídia.

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